A solução para a criminalidade

Não é novidade para ninguém que a criminalidade tem aumentado nestes últimos tempos.
Passou do furto mais ou menos banal a uma actuação constante de gangs em assaltos a bombas de gasolina, caixas multibanco, agências bancárias e mais recentemente roubos de grande envergadura a carrinhas de transporte de valores.

Claro que os media ainda dão uma sensação de maior caos, ao passarem notícias constantes em prime time deste tipo de acontecimentos.
Será que o destaque dado corresponde à importância e à estatística? O governo encarregar-se-à de manipular a estatística, mas a verdade é que foram roubadas caixas Multibanco de dois tribunais durante este Verão, coisa nunca vista, juntamente com um número elevadíssimo de ocorrências deste tipo.

Mas, ontem à noite, no Frente a Frente da SIC Noticias a solução foi encontrada por António José Seguro.
Quase me engasguei com a demonstração de lucidez e pragmatismo do comentador, e fico seriamente tentado a pensar que se isto é o melhor que a política tem para nos dar, estamos perdidos.
No decurso da conversa, que mais uma vez passou pela segurança ficaram-me algumas frases notáveis, e que definem bem a sumidade que temos o prazer de ver na televisão.
Quando interpelado sobre a omissão do 1º Ministro no debate na Assembleia disse mais ou menos isto.

"O 1º Ministro falou de segurança. Reafirmou a sua confiança nas forças de segurança"
Isto é de facto extraordinário. Depois das tentativas (e algumas conseguidas) de manietar a independência do MP nas investigações criminais, quer funcionalizando o MP quer pondo a polícia de investigação criminal sob a tutela do executivo, e depois da aprovação dum CPP que limitou a aplicação de medidas de coação que retirassem criminosos da rua, o 1º ministro diz agora às Forças de Segurança - "Força, acreditamos em vocês!!!" Bravo. Mais um problema resolvido.

Mas foi falando destas banalidades até que rematou com uma pérola.

Há uns anos atrás os índices de criminalidade em Nova Iorque eram elevadíssimos. Em poucos anos (ainda assim uns bons 10 anos) e na altura em que Rudolph Guilliani era mayor, iniciou-se um processo que deu como resultado uma drástica redução da criminalidade, fazendo com que NY passasse a ser uma das cidades mais seguras dos EUA.
A par da contratação de efectivos, e dum apertado policiamento de proximidade (a prevenção é melhor que a reacção) a polícia de NY conseguiu conter fenómenos de criminalidade lendários na cidade. A adopção da política de tolerância zero para com criminalidade menor, foram segundo ele (mayor) a explicação para um decréscimo acentuado da criminalidade.
Claro que há quem discorde e atribua a descida a outros fenómenos, mas a verdade é que houve uma certa coincidência entre a acção e a reacção. Se foi um acaso, foi um acaso feliz.

Mas António José Seguro, disse que a queda de criminalidade se devia a um acordo com os media. Para cada notícia de um crime, os media passavam depois 3 acerca das coisas que a policia teria feito bem.
Foi mais ou menos esta a mensagem, e eu fiquei a pensar se AJS pensa que nós somos mentecaptos, ou se cometeu um deslize e revelou a forma superficial e ligeira com que os políticos vêm as coisas que são um problema. Resolve-se com os media.
Se a televisão disser que está tudo bem, então está tudo bem. A manipulação das cabeças e a propaganda no seu melhor.
O que é mesmo preocupante é que numa elevadíssima proporção, é isso que acontece quando é preciso resolver um problema. Anuncia-se a resolução do problema, e os envolvidos continuam a tê-lo. Mas quem vê televisão acha que ficou resolvido.

Fiquei pasmado. Nunca pensei que nas mais "altas esferas" houvesse gente com ideias tão simplistas.
O que me parece é que estes indivíduos já nem acham que precisam de disfarçar. Estão de tal forma habituados a fazer passar qualquer porcaria, que aos poucos foram achando que nem havia necessidade de falar para gente inteligente. Afinal se a maioria é estúpida bem podem aceitar o prejuízo de perder o respeito dos mais inteligentes. Vai daí falam para estúpidos porque esses sozinhos já dão para a maioria absoluta.

A solução para os problemas passa de uma certa forma por ter um certo controlo na forma como a informação é veiculada. Uma agência de informação (ou várias) é obviamente fundamental neste processo.
Não é exactamente censura, é mais manipulação da informação de forma absolutamente despudorada.

Mas, até podemos aceitar que entre os políticos não há melhor e temos de viver com isto. O que já me choca é que entre os jornalistas a coisa parece ser pior.
Então não é que depois desta tirada, a jornalista de serviço não pergunta nada. Nada!
Será que foi apanhada de surpresa, ou que tal como AJS não faz a mínima ideia do que está a falar?
A questão é que AJS sabe do que está a falar e sabe que nem o público nem o jornalista vão perceber ou sequer tentar rebater estas parvoíces.
Ele sabe que basta ser isto e estar bem relacionado para ter acesso aos corredores do poder.

Na verdade, o povo que vota é meio tolo e há-de sempre ser meio tolo.
Os espertos sempre se podem ir aproveitando da situação.
Viva a Democracia...

The Sleeper Has Awakened

Em 2 dias, o nosso Ministro da Economia passou de capitalista resignado a intervencionista militante.

As declarações do presidente da Galp no dia 16, dizendo que o dólar se tinha valorizado ao mesmo tempo que o petróleo tinha baixado, insinuando que o custo em € teria ficado igual, foram prontamente destruídas com um simples cálculo que muita gente fez.

Ontem, à tarde a AdC informou que ia investigar a fundo a questão. Claro está, que depois da fantochada que foi a investigação da possível cartelização na subida de preços já ninguém acredita na competência ou mesmo na isenção desta entidade reguladora.

Eis senão quando, acordo hoje com o rádio a passar declarações quase caceteiras do ministro, ameaçando intervir se este problema não se resolve.

Mais uma vez, um problema que nunca devia ter acontecido, é notado apenas quando o público começa a fazer um sério barulho que pode afectar o resultado eleitoral.
A imagem de um governo e de um Estado completamente hipotecado aos interesses das grandes empresas, dificilmente se desligará deste Governo.

A falta de credibilidade dos políticos leva muita gente a pensar (e com certeza a acertar em cheio) que é apenas uma fachada e não uma atitude firme.
Coisa que em este governo nem nenhum anterior teve para com as grandes empresas.
E normalmente com vantagens importantes após o fim das carreiras políticas, quando estes "reformados" ingressam nos conselhos de Administração das grandes Empresas Portuguesas.

Mais um exemplo do Estado Português no seu pior (notem que ponho estado e não governo, porque estou seguro que seria EXACTAMENTE igual com qualquer partido com hipóteses de formar governo).

Como um estado liberal se isenta de fazer a única coisa que tem de fazer - Regular

Barril de petróleo “Brent” abaixo dos 90 dólares

Fiz umas continhas simples no sentido de tentar perceber quanto é que o Estado e a GALP (mais o seu negócio monopolista de refinação) metem ao bolso por cada litro que o bom do português mete no carro.

Ontem o presidente da GALP, dizia que os ajustes não são automáticos e levam algum tempo a acontecer

Abaixo temos a cotação do Brent ao longo de um período de 200 dias. Podemos ver que os picos aconteceram em Julho. Aliás por esta altura e desde o principio do ano, a GALP e as suas clientes de refinados já tinham aumentado o preço dos combustíveis 17 vezes.
Fomos para férias e toda a gente se esteve marimbando para o preço do Crude. Mas foi precisamente aí que ele mandou um tombo de respeito.

Os receios não confirmados de que os furacões iriam destruir as refinarias do Golfo do México por exemplo foi um dos factores que ajudou a baixar o preço enquanto estávamos a ver moçoilas em Bikini (ou moçoilos de tanga, porque sei que pode haver leitoras deste blog ;) ). Os índices de reservas de refinados nos EUA fez também com que baixasse o preço do crude.



Ao mesmo tempo assistiu-se a uma ligeira valorização do dólar face ao Euro.
Mas em vez de olhar para gráficos façamos as contas




No dia 15 de Julho (um dos picos do preço do crude e a data em que os profetas da desgraça falavam e petróleo a 200 dólares antes do fim do ano) o crude chegou aos 147.



15-Jul

Euro 1,5916

Brent 147






Hoje

Dolar 1,4181
-11%
Brent 91,62
-37.6%
Diferença


-26.6%
Gasóleo (Repsol - Julho)
1,393
1,022

Se compararmos com valores de hoje, em que o brent está a 91.62 e o dólar a 1.418, veremos que o dólar valorizou 11% em relação ao Euro mas que o Brent desceu 37.6%. Isto deixa-nos com um diferencial de 26.6% entre a valorização de um e a queda de preço do outro.
Se aplicássemos directo este ganho, teríamos o litro do Gasóleo a 1.022 Euro.

Eu não sei que contas faz a Galp (ou melhor, sei...) mas a verdade é que o regulador que deveria saber COMO É FORMADO o preço dos combustíveis já devia estar em cima do refinador com tudo o que tivesse. E não está.

E porque é que não está? Porque o Estado assim arrecada ISP, e IVA. e a GALP se calhar não se vão esquecer de um membro do governo para o próximo conselho de administração.
Ou mais aterrador ainda (e esta ideia assaltou-me agora mesmo) .... é o Fernando Gomes que faz as contas. E aí, meus amigos, não há salvação

Depois da vergonhosa investigação acerca da cartelização na subida, precisam ainda de mais indícios quando se mantém sintonia na descida? E essa descida está muito longe daquilo que foi a real desvalorização do preço do barril de crude.
Se calhar o melhor é telefonar para a Galp e perguntar se há cartelização outra vez, ou se as margens aumentaram.
Decerto terão uma resposta honesta da parte deles.

Ferreira de Oliveira sustentou que nem sempre a baixa do preço do crude se reflecte integralmente no preço dos combustíveis e que o inverso era igualmente verdadeiro. O líder da Galp adiantou ainda que a apreciação do dólar, contra o euro, estava a limitar, em parte, a descida do preço dos combustíveis vendidos ao público. (jornal Público 17.08.2008)

O que é que se pode chamar à Galp na pessoa do seu presidente? Mentiroso
O que é que se pode chamar à Entidade Reguladora? Incompetente
O que se pode chamar à comunicação social? Marionetas
O que é que se pode chamar ao povo português? Carneiros alienados

Os defensores do erário público

Médicos internos são assediados por empresas privadas de prestação de serviços ainda durante a formação

De vez em quando, infelizmente com demasiada frequência deparamo-nos com a estupidez nacional concentrada numa pessoa.
Ao ler esta notícia dei com o seguinte comentário:

Se os médicos querem ter direito a irem para o privado que vão estudar para o privado, paguem as repectivas propinas (caríssimas) e paguem do seu bolso os custos da associados à sua especialização!... Não usem o é o erário público quando lhes interessa (para obter benefícios) e depois quando se trata de tirar dividendos invoquem o direito de ser privados!... Se querem um sistema liberal selvagem então que seja para os direitos e deveres!

Fico cada vez mais triste em perceber que o miserável sistema de educação português veio produzindo ao longo dos anos uma horda de ignorantes e com sistemas de valores completamente distorcidos

Este individuo defende uma segregação no ensino dependendo do exercício da profissão se realizar no sector privado ou no sector público.
Claro que depois vem à baila a ideia de que são eles e ELES apenas que contribuem para os cofres do Estado.
Na verdade se a burrice pagasse imposto seriam seguramente eles a representar uma parte significativa da receita fiscal, mas infelizmente não é assim.

Um médico que precisa de 18.5 para entrar, que passa 6 anos a "marrar" e mais uns quanto a fazer a especialidade teria, segundo este indivíduo, de ficar permanentemente ligado ao sector público para pagar a sua formação. E como? Recebendo menos do que poderia receber no sector privado. Assim o diferencial de salário de toda uma vida, acabaria por pagar o FAVOR que o estado lhe fez em o deixar ser médico. O favor de o deixar entrar para o curso com apenas 18.5 e o favor de o obrigar a fazer uma formação de 20 anos ou mais para ser um profissional competente.

De facto eu nasci num país de idiotas. E não era assim quando eu era moço. Dantes as pessoas tinham vergonha de emitir opiniões que as fizessem passar por estúpidos. Mas agora parece que não.

O inacreditável disto é que todos os dias ouvimos perfeitas nulidades a apontar o que devia ser proibido e não devia, como se devia fazer isto ou aquilo sem fazerem a mais pálida ideia de como as coisas funcionam ou de como é complicado fazê-lo.

Não sou médico nem tenho ninguém na familia directa que o seja. Mas tenho amigos que fiz ao longo da vida e especialmente enquanto estudava e sei a diferença de dedicação e esforço que era necessário para que tivessem boas notas no curso. Para poderem aceder à especialidade que queriam. Vi-os fazer o internato e os bancos de urgência, vi-os fazer a especialidade e a dedicação necessária para isso.
E agora que estão nos 40 e tal, finalmente puderam ter alternativas válidas na medicina privada com substanciais ganhos de salário. Seria absolutamente inacreditável estar agora a dizer, e AGORA porque aparece uma notícia, que por se terem formado no ensino público nunca poderiam ir para o privado.
Depois de tudo o que tiveram de fazer para acabar o seu curso e ter uma carreira, tinham agora que limitar-se à escolha que os frustrados e os idiotas destes país pensaram em 5 minutos enquanto liam um artigo de jornal.

O que é realmente aterrador é que dentro de pouco tempo teremos uma esmagadora maioria de gente assim. Amarga com o que os outros têm, preferindo mandar os outros abaixo em vez de tentar subir.
E vão ser eles a gerir os destinos deste país.
Acham que é por acaso que não há um plano estratégico para este país?
Acham que é por acaso que os nossos governantes tomam estas decisões isoladas e sem perceber dos efeitos colaterais que possam causar?

O George Carlin estava forrado de razão...


Ai se a moda pega

Apito Dourado: Estado condenado a indemnizar Pinto da Costa por detenção ilegal

Pronto, cá temos a tendência Outono/Inverno de 2008. Agora todo e mais algum se mete a processar o estado por danos sofridos na sua imagem.
E por estranhas voltas do destino, ganha.
Ainda vamos ver a Fátima Felgueiras a pedir dinheiro por ter visto a sua imagem prejudicada.

No que me diz respeito vou tentar aproveitar as mãos rotas do Estado
Estou já a pensar uma estratégia.

  1. Oriento desde já um dos meus filhos para tirar o curso de Direito
  2. Chego a famoso com uma imagem a defender
  3. Faço algo muito duvidoso e faço os possíveis por esconder
  4. Espero que alguém se lembre de investigar e descubra
  5. Piro-me quando for notificado, e apareço depois. Digo que já estava mesmo a ir e tal...
  6. Anoto toda e qualquer palavra azeda que me for dirigida, qualquer atitude ou acção que atente contra o meu bom nome
  7. Processo o Estado
  8. Recebo a massa
  9. Divido com o meu filho
No ponto 9. é que está o truque. Assim o dinheiro fica na família eh eh eh

Será que o José Castelo Branco alguma vez chegou a processar o Clube T por tê-lo barrado à entrada duma festa para a qual não tinha sido convidado? Talvez fosse altura de ele .... errr.... ela ... coiso.... pensar em arranjar um advogado para tratar do assunto.

Alberto Costa recebe o Nóbel da Matemática pelas suas descobertas na àrea da estatística

Alberto Costa: novo regime de prisão preventiva não afectou criminalidade violenta

Eu não chego a perceber se de repente só os imbecis é que conseguem chegar a políticos ou se os políticos são indivíduos outrora espertos e inteligentes, que ficaram contaminados por alguma coisa que existe nos edifícios governamentais.
Ou se calhar o que não quero perceber é que eles são espertos e inteligentes e acham que os estúpidos somos nós. Se assim for até têm uma certa razão, porque por mais descabido e desvairado que seja o seu comportamento e as suas ideias, irá sempre ter defensores (sim eles estão no meio de nós) até à morte.

As coisas que esta criatura diz são de fazer pasmar o mais habituado a lidar com o insólito. Depois da vaga de libertações de presos condenados, quer por redução de pena quer pela sua substituição pelo uso de pulseira electrónica, esta criatura quer fazer-nos acreditar que toda essa gente já estava regenerada e saiu cá para fora integrando-se na sociedade sem qualquer percalço arranjando empregos dignos para si e para as suas famílias. Num país que vive dos maiores índices de desemprego desde há umas boas décadas?

Temos o detalhe da criminalidade "violenta". Ou seja, este senhor classifica como criminalidade violenta todos os crimes ainda abrangidos pelo regime de prisão preventiva (pena máxima superior a 5 anos). Assim de facto não há nenhuma alteração ao regime de prisão preventiva.
Aí é que está o catch.

Nada do que ele diz pode ser comprovado, mas também não pode ser desmentido.
Este tipo de intervenção destinada apenas a salvar a face (a sua e do governo) é duma desonestidade intelectual sem paralelo. É uma mistificação.
Tal como o foi a reforma da acção executiva de Celeste Cardona e António Costa, ou os retoques dados à mesma depois disso.
Claro que se a ideia era descongestionar os tribunais a coisa até correu bem. Agora congestionam os solicitadores. Mas a verdade é que as pessoas que queriam ver as suas dívidas pagas ficaram na mesma a chuchar no dedo.
E não percebendo onde está a responsabilidade dos atrasos culpa-se quem? A magistratura e a justiça de uma forma geral. Et voilá.

Assim temos um ministro da Justiça que depois ao ver a justiça debaixo dos holofotes aponta para quem? Para quem o povinho que ver crucificado. Os que têm poder de decidir.

Parece coisa de putos. "Não fui eu, foi ele Sra. Professora..."
Um dia gostaria de ver a politica praticada por homens e não por eunucos.

Y porque no te callas?

Menezes acusa Marcelo Rebelo de Sousa de ter abandonado o partido

Luis Filipe Menezes é como o maldito macaco das máquinas em que se punha uma moedinha e dava umas bolas de plástico com um brinde dentro.
Nunca percebi bem o que dizia o macaco, já que era num Espanhol roufenho e ininteligível.
Mas de vez em quando o que ele dizia parecia-se com : "Hola, como the llamas? Soy um mono indecente"

Pois claro que era um macaco indecente. Nem uma tanguinha tinha e passava o tempo todo a aliciar criancinhas.
A verdade é que entre o macaco e o LFM, prefiro o macaco. E preferência prende-se com o facto de ser apenas necessário desligar a máquina da corrente para calar o macaco.
Com o LFM não temos esse último recurso.

Depois de bater com a porta e invocando uma superioridade moral por nunca ter boicotado o trabalho dos adversários, entra agora por essa mesma via, diariamente e claro está, com a cobertura jornalística que tanto convém ao partido do Governo.

Não há nada pior do que um ressaibiado que não quer deixar nada de pé para os outros desfrutarem. Se pelo meio ajuda a destruir o partido que dizia ser uma alternativa de poder, pouco lhe importa. A vingança do LFM não olha a meios.

O país tinha tanto a ganhar se fulanos assim se calassem de vez.

É nisto que somos bons


Ontem, domingo, vinha de regresso a casa depois de uma sessão de compras de material para Educação Visual na Fernandes do Colombo, quando ouço um spot acerca da nossa equipa de Paralímpicos e do qual só me ficou a ultima frase.

É nisto que somos bons

Enquanto estacionava o carro, pensava na frase e como acontece tantas vezes, a repetição só acentuava o ridículo por detrás de um spot assim.
Finalmente disse para a minha mulher - "É nisto que somos bons? O que raio tinha na cabeça o tipo que fez o slogan?"
Ela disse-me que tinha ficado algo chocada ao ver a frase num outdoor e que eu não era o único chocado com aquilo.

Eu ainda posso conceber que um qualquer publicitário mentecapto se saia com um slogan assim, mas esperava que a cadeia de aprovação duma coisa destas barrasse tal estupidez a meio caminho.
Mas não. Vai até ao fim. Tal como o Allgarve (um estrondoso sucesso) ou como outros disparates que temos visto ao longo do tempo.
É como se o filtro que apanhava estas porcarias tivesse sido tirado e agora passa tudo.

É preciso ser bastante insensível e até meio parvo (pronto, completamente parvo...) para se sair com um slogan assim.

É como se alguém dissesse - "Pronto, somos uma treta nos atletas normais, no futebol e em tudo o resto. É nisto que somos bons".
Ou seja é como se tivéssemos descoberto a nossa vocação. Ser bons na deficiência.

Inacreditável que isto se passe num país em que o seu Governo num afã de poupar dinheiro (poupar para quem?) retira milhões em ajudas na Educação Especial. Que desate a misturar crianças com necessidades educativas especiais com outras sem problemas, automaticamente excluindo-as. Um país que faz os portadores de deficiência perder benefícios fiscais, que sobrecarrega os pais de crianças deficientes pela sua inqualificável actuação.

Como é possível que depois de tudo isto, se venha para a rua com um slogan a raiar o ofensivo, como se fosse este o nosso destino?
Somos bons naquilo que mais descuidamos, obviamente e apenas porque essas pessoas são muito menos deficientes do que os incompetentes que nos regem.

Como ninguém, souberam como ultrapassar as dificuldades ao contrário de muitos que há 30 e tal anos são completamente incapazes de ultrapassar as dificuldades deste país condenado a ser um país de 3ª categoria.

Um bem haja para eles, e por favor alguém pregue uma chapada no cretino que inventou tal slogan.

O dinheiro dos meus impostos

É mais ou menos recorrente ouvirmos o argumento "ando eu a pagar os meus impostos para isto..." vindo das mais insuspeitas proveniências.
Ainda hoje ouvi de manhã o Forum TSF acerca do ensino superior, onde um ouvinte do Porto fazia a seguinte dissertação:

  1. Os filhos dos ricos fazem o ensino básico e secundário em colégios privados
  2. Os filhos dos pobres fazem o ensino básico e secundário no ensino público
  3. Os filhos dos ricos fazem a universidade em universidades públicas
  4. Os filhos dos pobres fazem a universidade em universidades privadas
Conclusão:
Os pobres andam a pagar o ensino universitário dos filhos dos ricos.

Se não fosse tão incrivelmente enviesado este raciocínio tinha até uma certa piada e poderia certamente ser demonstrativo de alguma desordem do foro neurológico, mas se calhar é interessante perder um bocadinho a dissecar o "cadáver".

Partindo destas premissas fica claro que os ricos andam a pagar o ensino dos seus filhos no privado e no público ao mesmo tempo durante todo o básico e secundário. Chegados ao ensino universitário, e tendo notas para entrar eles continuam a pagar com os seus impostos (porventura ainda maiores) o ensino dos seus filhos, mais os quase 1.000€ de propinas anuais.
O mesmo se passa com os filhos dos pobres mas de forma inversa. Só que estes só pagam privado nos últimos 3 ou 4 anos da sua formação e se calhar porque não tiveram notas para entrar para a Universidade pública.

Segundo este ouvinte o ensino basico e secundário públicos eram maus e não dava para ter boas notas para entrar depois na BOA universidade - a pública.

Concluía dizendo que eram os trabalhadores a sustentar a educação dos filhos dos ricos.
O que se pode dizer a um individuo assim, com esta capacidade de raciocínio e de argumentação?
Como é que um individuo destes pode votar da mesma forma que alguém informado e com uma estrutura de raciocínio coerente?

Isto é revelador da forma inacreditável como muitos olham para aquilo que é o seu dever de pagar impostos, ignorando que muitos pagam ainda mais impostos do que eles. Mesmo podendo ter um salário elevado, a administração fiscal encarrega-se de ir buscar uma linda fatia do mesmo, repondo assim de alguma forma a tal solidariedade fiscal.
De tal forma é que esse dinheiro sustenta o Rendimento de Inserção, todos os custos do Estado, o desperdício em todas as instituições públicas, institutos etc.

É inacreditável que possa haver gente que pensa desta forma. E nem se lembre que neste país quem paga TUDO é a classe média.
Os pobres nem podem ter os filhos a estudar durante 15 ou 20 anos, e os ricos (os verdadeiramente) nem os põem a estudar cá. A classe média, alta e baixa, sustenta tudo isto e é o maior contribuinte do Estado português.
E é esta classe média que está em sérias dificuldades. Que se vê na situação de não poder passar férias, ou de ver o seu carro degradar-se Km após Km porque custa deveras a sustentar e a trocar por um melhor.
É esta classe média, que se vê alvo fácil da rapina fiscal, e que no fim ainda está na mira da imbecilidade crescente de ouvintes como este.

E isto teve o apogeu fantástico com a representação Olímpica em Pequim. Dois jornais revelaram que os nossos atletas teriam recebido ao longo dos 4 anos 14 milhões de Euros em preparação dos Jogos.
Como fogo em palha (bem seca) o argumento dos resultados espalhou-se pelas mentes de gente que nem imaginaríamos. A relação dinheiro <-> medalhas ouvia-se em todo o lado.
Esquecia esta gente, que a maior parte dos atletas olímpicos têm uma profissão normal e que com grande esforço e dedicação treinam muitas vezes com péssimas condições para conseguir realizar o seu sonho.
Ao contrário dos nossos futebolistas PROFISSIONAIS que não fazem outra coisa na vida.
Futebolistas esses que nunca conseguiram resultados de nota para este país e que também da parte do Estado recebem nas suas participações na Selecção. Ou já se esqueceram da "greve" do caso Saltillo?
Se eu estivesse na situação destes atletas que foram retratados pelos media como preguiçosos, escarnecidos e caluniados, não poria nunca mais os pés num evento com as cores Nacionais. Venha um asno qualquer que tem este ponto de vista tentar fazer os mínimos para estar presente nos Jogos.

Bela situação a que se chegou. Um país que funciona a inveja. Acho que sem saber descobrimos A energia alternativa

Onde é que eu assino para mudar de país?

A lixeira crescente

Estou absolutamente farto da forma como os media se têm arvorado numa espécie de poder alternativo ao normal funcionamento de um estado de direito.
Tem sido crescente a constante emissão de opinião por parte de jornalistas (e refiro-me obviamente à televisão) que não conseguem disfarçar uma simpatia politica ou mesmo uma tendenciosa forma de pensar.

Nos últimos dias (semanas) o tema recorrente tem sido a Segurança.
Anda tudo num corropio porque agora o cidadão anónimo e honesto pode muito bem sair para trabalhar e não voltar mais a casa, vitima de um bando de carjackers a caminho de roubar mais uma ourivesaria ou bomba de gasolina.

O que é incrível é que os sinais estavam escarrapachados à frente as suas caras desde há mais de um ano, enquanto estavam entretidos a ouvir embevecidos a diatribe do mediático Marinho Pinto acerca da forma prepotente e arbitrária com que os magistrados mandavam inocentes para a prisão.
Um individuo que disse que não sabe como um juiz pode dormir descansado depois de mandar gente para a prisão. Curiosamente ele parece dormir descansado depois de livrar criminosos da prisão, mas não é isso que está em causa.
Individuo este, que vem agora, e contra corrente, dizer que o CPP está óptimo e ainda é cedo para fazer balanços (ao fim de um ano em que houve um pico de criminalidade raramente visto).

Há um ano atrás foi feita uma reforma ao CPP (Código de Processo Penal) e que tinha como grandes pontos de alteração, as limitações à aplicação da pena de prisão preventiva como medida de coacção e mais umas quantas alterações na sua duração máxima. Ao mesmo tempo e mais ou menos à medida de uns quantos pedófilos com preferência pelas mesmas vitimas, a figura de vários crimes repetidos com a mesma vitima passaram a ser um crime continuado, com uma moldura penal substancialmente inferior ao cumulo juridico dos vários crimes separados.

Não era preciso ser especialmente inteligente para perceber até que ponto esta "piquena" alteração era feita à medida de gente a contas com a justiça. Obviamente que as alterações ao regime da prisão preventiva também visam proteger algum "camarada" caído em desgraça.

O que era também óbvio é que muita gente iria sair para a rua como resultado destas alterações. E assim foi nos meses seguintes à entrada em vigor da nova lei, que entrou em Setembro de 2007.
Uma enorme quantidade de presos preventivos e de presos a cumprir pena sairam para a rua. Já reabilitados foram todos inscrever-se no Centro de Emprego mais próximo.
Oops. Se calhar não foram... Se calhar à falta de meios de subsistência e num país que alegremente não pode prender gente assim, continuaram as actividades criminosas que já os tinham posto atrás das grades.

Os partidos envolvidos nesta linda porcaria (pacto para a Justiça) estavam totalmente conscientes dos efeitos colaterais de tal medida (estariam? Ou será apenas gente completamente irresponsável desfasada da realidade Nacional?) e assim PS e PSD aprovaram esta reforma, tendo o PSD apenas referido a precipitação da sua entrada em vigor.

Alerta para o PSD:
Fazer pactos para a justiça, economia ou outra coisa qualquer em que uma das partes tem maioria na assembleia legislativa é uma BURRICE. No fim, e muito ao jeito do diálogo deste PS, é votado e aprovado aquilo que a maioria quiser, deixando o PSD hipotecado e co-responsável de TUDO o que viu ser aprovado mesmo que estivesse contra.
O PSD perde toda a legitimidade para voltar atrás naquilo em que esteve envolvido. Ou perderia se houvesse espinha dorsal na política. Coisa que não existe. Mas, seja como for, desde que medidas destas sejam revogadas seja por que razão for, já serve...

Claro que neste clima de brandura para com o criminoso, olha-se agora o Estado como uma entidade capaz de violar os mais fundamentais direitos do cidadão.
E claro está, que o nosso caro Paulo Pedroso colocou uma acção contra o Estado por prisão preventiva ilegal.
E ganhou.
O Estado foi condenado a pagar mais ou menos 100.000 Euros de indemnização por prisão ilegal.
O que é verdadeiramente curioso é que ninguém tenha a coragem de analisar a sentença que lhe conferiu esta indemnização para perceber se não é ela também um erro grosseiro. Aparentemente e pela reacção do MP, deve ser uma bela peça jurídica.
Claro que nenhum dos outros condenados e libertados que tivesse interposto acção semelhante teria um resultado tão bom a seu favor, a não ser talvez Carlos Cruz.

Claro que, alguém como Ferro Rodrigues que disse as mais incríveis barbaridades acerca do caso (interceptado em escutas telefónicas), como por exemplo "estou a cagar-me para o segredo de justiça" ou revelando as tentativas de condicionamento dos magistrados do MP encarregues do caso, só poderia estar contente com tal decisão.
Pouco importa se as escutas eram legais ou ilegais.
Uma coisa pode não ser admissível em Tribunal mas o facto é que foi dita pelas pessoas em causa num determinado contexto e isso nem os próprios têm a falta de vergonha de negar.
O que é triste é pensar até que ponto indivíduos como estes vão gerindo as nossas vidas, o nosso dinheiro e tomando as decisões estratégicas para este país. Ou melhor dizendo, a falta de decisões estratégicas.

Tudo é feito de forma casuística, em resposta a uma descida de popularidade ou no sentido de dar "um jeito" a um amigo de longa data que tem "uma empresa".

No meio disto tudo aparecem depois os idiotas úteis. Esperançados em benesses eventuais e capazes de ser ainda mais desavergonhados que os "patrões".

Deixei de acreditar completamente na informação que nos chega. Os media, sobretudo os áudio visuais regem-se por critérios de imediatismo e uma procura incessante de pseudo escândalos.
Não há uma reportagem de fundo, de investigação. Nada. Aridez total.
Temos apensa especialistas em generalidades a dissertar acerca da forma como as coisas deviam ser feitas. Temos "fazedores" de opinião acéfalos a debater quem esteve melhor num debate.
"Fulano de tal esteve melhor porque deu a ideia que sabe do que está a falar"
"Fulano esteve pior porque a escolha do fato não foi feliz e na verdade as pessoas já estão fartas do discurso do está tudo mal" ou ainda "Dou 10 valores a Sicrano porque devia ter pensado que Beltrano podia ter feito algo que ele devia ter feito e não fez"

E é assim que vamos vivendo. No meio desta modorra estupidificante, condicionados por jornalistas de meia tigela que fazem o que lhes mandam (e a dada altura acreditam que são bons e até passam a ter opinião sobre tudo) e por políticos espertalhocos que SABEM que basta anunciar uma porcaria qualquer para serem postos num pedestal. E porque sabem que nenhum jornalistazeco de meia tigela se vai preocupar em perceber se o anuncio corresponde à realidade e como tal nunca ninguém vai saber.

Um dia destes li uma peça acerca do Silêncio como estratégia de comunicação. O caso MFL e a sua dosagem homeopática de conversa era tema de debate. Claro que para os jornalistas é mau que ela não fale. Preferem de longe um incontinente verbal (tipo Marinho Pinto) do que alguém que fala apenas quando tem algo significativo para dizer.
Estamos tão habituados a políticos com verborreia, que até estranhamos alguém que fala apenas quando sabe o que diz e que o faz apenas quando acha que o deve fazer.

Creio que alguém deveria escrever uma peça acerca da imbecilidade como estratégia de comunicação.
Iria ter casos práticos a rodos. Começando peloGoverno (Agricultura, Economia, Administração Interna).
Feitas as contas o que preferem?
Ter um tipo que decorou as alíneas todas de todas as leis do país a debitar paleio inútil (Adm Interna), ter um incontinente verbal que se vangloria de salários baixos.... na China, ter um incompetente que está em negociações de redução de quotas de produção e em resposta à crise alimentar diz que os nossos agricultores devem plantar mais, ou alguém que está simplesmente ... calado?