Só agora? Agora é fácil meus amigos...

Durante vários anos este governo e o partido que o suporta fizeram o que quiseram com a "coisa" pública.

Desde que este 1º ministro subiu ao poder, com a legitimidade que uma maioria absoluta lhe deu, toda a imprensa e televisão lhe lambeu os pés.
Alinhou na campanha para denegrir as magistraturas, alinhou na campanha para denegrir os professores, para denegrir a administração pública e ajudou a fazer duma família que ganhe 70.000 Euros por ano, uma corja de bandidos ricos que deviam pagar 42% de IRS.

A falta de tomates da maioria para por a nu aquilo que se começava a passar era gritante. Os poucos jornalistas sérios que se mantiveram firmes na exposição deste desvario passaram a ser alvos de um governo e de um partido completamente despudorados e adeptos de práticas de repressão e silenciamento dos críticos.

No entretanto levávamos banhos de propaganda, os boys eram metidos em todo o lado a uma cadência de fazer perder a cabeça a qualquer um. Lugares que nada têm de político viram chegar uma nova raça de incompetentes que apenas por estarem nas boas graças de alguém do partido tinham capacidade para os exercer.
Os media silenciosos preferiam engolir toda a propaganda de forma completamente acrítica, sem sequer fazerem o mínimo de esforço para perceber se um anúncio se materializava em algo de concreto. E nem é preciso memória, basta um computador para o fazer. Os anúncios e a realização dos mesmos na data anunciada.

Andaram um mandato inteiro a dormir. A dar realce a parvoíces como a irónica declaração de Manuela Ferreira Leite sobre se não seria melhor suspender a democracia por 6 meses. E apalermadamente sem sequer citar essa declaração no seu contexto.
Contexto esse em que ela dizia que perante as queixas do governo de que as coisas não se conseguiam fazer por causa de milhares de diferentes opiniões, que talvez o governo preferisse suspender a democracia por 6 meses.
O Espectáculo que se seguiu foi tão nojento, tão infantil e tão destinado a imbecis que até custava a crer. Os media atribuíram essa declaração a MFL como se fosse uma proposta dela. Nunca mais deram a sequência em que de percebia o contexto e pura e simplesmente embarcaram no mesmo tom de imbecis reconhecidos como Vitalino Canas ou outras desgraças intelectuais do PS. Prestaram um excelente serviço ao PS. A tal ponto que a contestação à líder do PSD começou a ser mais pelo seu desempenho mediático do que pelas sua ideias e seriedade.
Eminentes politólogos apareciam nas televisões a comparar o perfil de Sócrates com o de MFL (com enorme vantagem para o 1º). Politólogos esses que aparecem hoje, com o governo moribundo, a dizer as piores coisas de Sócrates, do PS e da gestão ruinosa que ele levou a cabo nestes 2 mandatos. 2 mandatos? Então durante o 1º só sabiam dizer bem, seus cobardolas da treta?
Atiraram-se a Cavaco por causa do Estatuto dos Açores como se fosse uma coisinha sem importância, apadrinharam os casamento dos homossexuais como se fosse um desígnio nacional.

Achincalharam tudo e todos os que se queixavam e denunciavam abusos e ilegalidades. Nunca se preocuparam em saber o que estava a acontecer com o louco endividamento do país, com a incompetência do MAI ou do Ministério da Saúde. Com a era ditatorial no ME com Maria de Lurdes Rodrigues. Com os números fictícios de déficit ou com o desmontar da argumentação do Governo de que tudo era culpa da crise Internacional. Nada.
Não fossem 2 ou 3 jornalistas corajosos, nos quais incluo Mário Crespo ou Manuela Moura Guedes (até me arrepia dizer isto mas pelo menos demonstrou que tinha tomates) teríamos ficado com os órgãos de propaganda do Partido Socialista e com os comentadores de treta que fomos vendo ao longo destes 6 anos. Que se insurgiam contra as investigações na justiça sobre o Freeport ou a operação Furacão. Eram cabalas, diziam alguns. Era apenas uma questão política diziam outros. Mas a verdade é que num país civilizado deixar-se-ia a justiça investigar em sossego sem emitir opiniões, muitas das vezes completamente ignorantes, acerca do avanço das coisas.

Agora que o governo está no chão juntam-se todos para lhe dar mais uns pontapés nas costelas. Já se alinham para engraxar as botas a quem vier a seguir. Sabem que é Pedro Passos Coelho e não faltarão asnos opinativos a enaltecer a sua imagem televisiva, a sua capacidade mediática ou ou seus fatos de bom corte.
Agora "descobrem" toda a podridão e roubo que se foi realizando nesta país durante 6 anos. Agora descobrem as famílias em necessidades, os professores sem autoridade, os funcionários públicos desmotivados e os agentes da justiça que lutam para se manter independentes de um poder político que a única coisa que quer é dominar quem ainda lhes pode causar mossa.
Vivemos num país de ladrões que são admirados quando conseguem chegar ao poder. Vivemos num país de cobardes incapazes de dizer o que pensam por medo de se prejudicarem 35 anos depois de re-instaurada a liberdade de expressão. Vivemos num país em que quem aponta o desonesto é olhado como um louco, como alguém com motivações políticas ou simplesmente como alguém a abater.

Os media passam a vida a alinhar-se com o poder vigente. Fazem-lhe favores e esperam benesses. São os primeiros a gritar Vitória e os primeiros a gritar Bandidos.
Não há convicções ou ética. Não investigam nada que os possa por debaixo dos focos do poder a não ser quando acham que o poder já não pode fazer nada.
Percebo agora que a democracia é algo que não estamos preparados para ter. Um ditadorzeco de meia tigela consegue dominar um país destes pelo medo e pela cobardia com uma facilidade estonteante.
E ainda se intitulam de 4º poder. Deviam ter vergonha na cara.

Contenção. O mesmo discurso lido duas vezes

O grau de ridículo a que este executivo está a chegar é algo de nunca visto.

O Ministro das Obras Públicas e o Secretário de Estado Paulo Campos repetiram o mesmo discurso no mesmo dia no  mesmo evento.

http://aeiou.expresso.pt/antonio-mendonca-repete-discurso-do-seu-secretario-de-estado=f616268

Impagável. Não só o discurso é uma verdadeira m**** pejada de lugares comuns e generalidades bacocas como é o mesmo.

As partes a bold são as partes que o ministro leu do discurso original.
O que acham disto comparado com a  tão falada tomada de posse do Governo de Santana Lopes com folhas trocadas do discurso e ministros surpreendidos com a pasta que iam ocupar?

Já nem se ralam em parecer competentes. É mesmo prá desgraça.

Discurso do secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, na sessão de abertura do segundo dia do 20º Congresso das Comunicações
 
"Exmo. Sr. Presidente da APDC , Exmo. Sr. Gestor do Programa Compete Minhas senhoras e meus senhores
Quero, em primeiro lugar, felicitar a APDC por mais este Congresso, que se assume cada vez mais como a referência anual de balanço do sector das TIC .
Este congresso irá proporcionar uma importante contribuição para que as empresas localizadas em Portugal, melhor entendam o cenário nacional e internacional das TIC e se posicionem na senda de transformação e do crescimento, acompanhando a grande evolução deste sector no mundo.
A revolução, que as TIC nos estão a oferecer, exige, na nossa opinião, da parte dos governos políticas integradas de desenvolvimento para a nova sociedade digital que estamos a construir e o governo português assume-se um grande entusiasta desta revolução e portanto acolherá com grande expectativa as conclusões e recomendações deste congresso.
Para dar o mote podemos desde já afirmar que consideramos que as profundas mudanças em curso no sector, assentam na substituição das antigas redes de Cobre por redes de Fibra Óptica, com capacidade de transmissão de banda larga e de interactividade. Estas Redes de Nova Geração criam um novo modelo de telecomunicações, que irá alterar, o modo de vida e trabalho das pessoas e o funcionamento das empresas e da economia.
A massificação destas redes, associada ao uso de computadores, telemóveis, televisões e outros terminais inteligentes, serão responsáveis pelo surgimento de um novo mundo, que se desenvolverá a um ritmo nunca antes verificado.Portugal vai estar no pelotão da frente desta revolução
Esta evolução tecnológica vai permitir mudar muito rapidamente o conceito de ensino, a prestação de serviços de saúde, a relação do Estado com o cidadão e mais importante que tudo, o funcionamento das nossas PME, que serão as verdadeiras bases da nossa economia
As politicas do sector constituem uma prioridade europeia, cumprindo-se a Estratégia de Lisboa e a nova Agenda Digital Europeia.Portugal tem sido um impulsionador de metas ambiciosas para a Europa no domínio da Economia Digital, tendo-se batido pelo reforço da capacidade tecnológica europeia nas TIC, como motor para o desenvolvimento de uma nova geração de PMEs.
É bom lembrar aqui hoje que a trajectória de sucesso que Portugal tem vindo a construir no sector das Telecomunicações e das Tecnologias da Informação, Comunicação e Electrónica (TICE) só foi possível porque em 2005 o Governo português lançou o Plano Tecnológico. Os resultados estão à vista
O sector das telecomunicações no nosso país é hoje um mercado liberalizado, competitivo e pujante. Esta pujança traduz-se em indicadores de excelência:
- Existem em Portugal 4 operadores a oferecer um serviço quadruple Play de grande qualidade
- A penetração de telefones móveis atinge os 150%, uma das mais elevadas do mundo.
- Portugal é o segundo no ranking da União Europeia em termos de penetração de banda larga móvel,
- Portugal foi dos primeiros países da Europa a ter cobertura nacional de banda larga e a sociedade e a economia estão a tirar grande partido desta situação
- Lideramos a implantação de redes de fibra óptica na Europa
- As receitas do sector das telecomunicações representam perto de 5% do PIB nacional, um dos rácios mais elevados a nível da União Europeia.
Também no domínio do acesso à Sociedade da Informação e Conhecimento os resultados falam por si:
- Somos líderes europeus na disponibilização de serviços públicos electrónicos aos cidadãos e às empresas,
- Temos o único programa no mundo - o programa e.escola - a disponibilizar a cada estudante e professor um computador portátil com acesso à Banda Larga e todas as escolas portuguesas estão ligadas em banda larga.
Deste projecto nasceu o ACE Example, cujo conjunto de agrupadas está especializado nas tecnologias de ensino, desenvolvendo soluções que vão dos próprios computadores Magalhães e quadros interactivos a hardware, software, comunicações, conteúdos digitais, soluções de energia e ambiente e segurança. Este ACE, será certamente um grande exportador nacional.Sabemos bem que a posição de liderança que hoje beneficiamos nestes indicadores só foi possível porque, com coragem e com ambição, traçámos uma estratégia e delineámos um plano de acção. Foi isso que nos permitiu chegar aqui. E aqui chegados, não nos resta outra opção senão continuar a aposta ganha, cada vez com mais coragem e com maior ambição.
Foi, por isso, que o governo lançou a Agenda Digital 2015. Trata-se de dar continuidade ao trabalho iniciado com o Plano Tecnológico, acrescentando agora novos desafios e novas metas focadas na economia digital.
A Agenda Digital 2015 concretiza cinco linhas prioritárias de acção:
- Em primeiro lugar estão as Redes de Nova Geração, pois queremos dotar o país de uma rede e serviços de nova Geração de telecomunicações de âmbito nacional;
- Segundo, Melhor Governação, pois ambicionamos garantir o acesso dos cidadãos e das empresas a melhores serviços públicos, consolidando a disponibilização de serviços on-line;
- Terceiro, Educação de Excelência, porque pretendemos criar plataformas que potenciem a utilização de ferramentas TIC em contexto de ensino e dinamizar o mercado de conteúdos no contexto do espaço de língua portuguesa.
- Saúde de Proximidade é a quarta linha prioritária, pois desejamos desenvolver e implementar plataformas inteligentes que optimizem a prestação dos cuidados de saúde a nível nacional,
- Por fim, temos a Mobilidade Inteligente e a optimização energética. As Redes de Nova Geração constituem a pedra angular de suporte á Agenda Digital 2015 e por isso até 2012, a sociedade portuguesa vai investir cerca de 2,5 mil milhões de euros no desenvolvimento de serviços de valor acrescentado e na criação duma infra-estrutura com cobertura nacional para oferta de aumento da largura de banda na interligação ao utilizador.
Cerca de 1100 milhões serão investidos pelos operadores em infra-estruturas de fibra instaladas no mercado, 600 milhões serão investidos pelos diversos agentes do mercado no desenvolvimento de serviços e conteúdos e 750 milhões em desenvolvimento e modernização de redes. O programa de redes rurais, único com comparticipação directa de fundos públicos mobilizará 200 milhões de Euros.Os nossos objectivos são claros:·
Queremos ter uma Rede fixa de Nova Geração com cobertura nacional até 2012;·
Uma Nova Geração de Redes Móveis até 2015; ·
Um conjunto de serviços para as PME suportados nas RNG até 2013.· Uma nova geração de serviços para TV, computadores e terminais móveis;
Em parceria com o mundo empresarial e com os representantes do mercado, estabelecemos a estratégia e a acção. Agora, com os recursos financeiros disponíveis, continuando a linha estratégica definida no QREN, apoiaremos os projectos alinhados com a estratégia definida. Com uma política de compras públicas contribuiremos para a existência de um mercado crítico aberto aos diversos actores.
Finalmente, com a nossa política de diplomacia económica, apoiaremos a internacionalização das empresas portuguesas. Do lado das empresas, sabemos que podemos contar com a sua articulação com as universidades e os centros de I&D, com a criação de redes de competência e cooperação multinacional, com a criação de produtos inovadores e com capacidade de produção em escala, dentro de um universo cada vez mais global.
Temos a ambição de até 2015 ter sediado em Portugal um conjunto de grupos empresariais do sector das TICE, funcionando em rede, com centenas de pequenas empresas ágeis e criativas, que sejam responsáveis por 10% do PIB nacional.
A mensagem com que gostaria de terminar é clara: o sector das TIC têm em Portugal um enorme potencial transformador e constitui um elemento chave da construção da nossa Economia Digital.
Estamos, por isso, certos que o nosso País tem a estratégia, a determinação e as competências necessárias para continuar a atingir metas ambiciosas definidas e será, seguramente, reconhecido internacionalmente, como um caso de referência no desenvolvimento das RNG e das TIC com a consequente capacidade industrial de produção de bens e serviços.
Convido-vos a partilhar este desafio, somos todos imprescindíveis. Muito obrigado.

Pessimista? Céptico? Ah sim, absolutamente

Não gosto de embarcar na onda fácil e superficial e pensar que todos os que ganham uns milhares de Euros por mês não os merecem.
Há certamente gente competente que cria valor para as suas empresas e que indirecta ou directamente contribui para os salários dos seus colegas, para a receita fiscal, para a criação de emprego e para todas essas coisas que achamos meritórias. Num caso desses paguem lá o que essa pessoa merecer se faz favor.
É certo também que nalguns casos começam rapidamente os exageros. Os carros caríssimos em ALD pagos pela empresa, os cartões e crédito que são usados para despesas pessoais, o usar dos recursos das empresas em benefício pessoal etc etc.
Alguns diriam que em face do valor criado se deve fechar os olhos a tudo isto porque não é mais que uma gota no oceano.
Eu não fecho. Porque acho que se um indivíduo já é bem pago, é-o para poder sustentar esse nível de vida com aquilo que recebe pelo seu trabalho. Acho também que todos esses benefícios injustificados seriam bem melhor empregues em premiar outras pessoas nas organizações que também contribuem, mas que vêm muitas vezes um magro aumento anual ou uma melhoria de posição negada apesar de a merecerem, porque... não há orçamento.

Mas isto é no mundo das empresas privadas que ainda assim criam riqueza e de alguma forma a distribuem. Não tanto como deveriam, mas fazem-no.

Já me custa mais entender como há situações destas em entidades que não criam NADA. Não geram riqueza, não têm responsabilidades para com ninguém mas têm no seu seio indivíduos que esbanjam igualmente sem haver nada que se lhes possa apontar de trabalho produtivo ao longo de anos e anos.
É isso que acontece com fundações e Institutos que teríamos muita dificuldade em saber o que fazem.

Hoje uma notícia no Público dava conta de um corte salarial de 30% para os membros do Conselho de Administração da Fundação Cidade de Guimarães.
Fiquei com uma certa curiosidade e até uma certa pena dos pobres que irão ver o seu salário cortado num terço. Uma flagrante injustiça, quando sabemos que os maiores cortes foram no funcionalismo público e se ficaram por uns "meros" 10%.
Mas a primeira dúvida que me assaltou foi: Quanto ganhariam as pobres almas? Que trabalho fazem?
Bem, A presidente do Conselho de administração ganha 14.330 Euros... mensais. E os Vogais 12.500.
E o que faz a Fundação? Bem, a entidade "gere" a capital Europeia da Cultura 2012.

Ok, houve planeamento. Começam a preparar-se com 3 anos de antecedência para torrar uma pipa de massa em "cultura". Não está mal. Mas por estes salários se calhar podiam te começado apenas com dois anos de antecedência, ou até (e Deus nos livre) ganhar uns salários um pouco menos pornográficos.
Digo isto porque tenho a "leve" suspeita que o trabalho da Presidente e dos vogais não deve ser uma coisa de rebentar de suor. Não sei, especulo apenas.

Faz-me uma certa confusão como é que com dinheiros públicos se criam estes organismos, pagando bem mais do que o currículo destas pessoas aparenta merecer, durante 4 anos e cujo objectivo é - gastar ainda mais dinheiro. Ao mesmo tempo tem-se o topete de cortar abonos a famílias com 4, 5 ou mais filhos.

Do que me lembro as iniciativas de Capital Europeia da Cultura em Portugal acabaram com saldos negativos.
Lisboa, Porto (a Casa da Música... lembram-se) e seguramente esta iniciativa irão redundar no mesmo.
Sou pessimista? Talvez, mas tenho uma memória do caraças.... e tendo a pensar que sou mais realista que pessimista. Um realista não é mais que um pessimista com memória.
E em Portugal isso é canja.
O efeito económico multiplicador destes eventos ainda está por comprovar. Euro 2004, Expo 98, Lisboa 94, Porto 2001.
Em qual destes eventos houve um retorno com ganhos para o investimento realizado que tivesse beneficiado os cofres públicos? Digam-me um. Não porque eu diga que todos deram prejuízo, mas porque pura e simplesmente não sei.
Deram dinheiro a alguém certamente, lá isso deram. E neste caso darão 800.800 em salários à Presidente do Conselho de Administração desta instituição em 4 anos, mais do que um licenciado na casa dos 30-35 consegue ganhar em 10-12 anos a produzir riqueza numa empresa que paga IRC e quiçá até exporta.
A cultura é importante sem dúvida. Mas assim sendo e cabendo ao Estado promove-la, façam lá o favor de ser contidos e perceber que não se pode criar uma Fundação fajuta que paga 3 vezes mais a um vogal do que paga a um magistrado ou a um médico ou a um quadro técnico superior do Estado no fim da carreira. Ou o triplo do que o sector privado paga a um bom técnico ao fim de 25 anos de trabalho e com responsabilidades bem reais e palpáveis.

Não cortem 30%. Cortem 60% e vejam se algum deles tem currículo e estaleca para ser contratado pelo sector privado com o salário que lhes pagam.
Aí sim, vergo-me perante as evidências. Mas há qualquer coisa que me diz que esta gente fez toda a sua carreira beneficiando do clássico nepotismo português a saltitar de organismo público em organismo público, gastando porventura mal, os orçamentos de que dispõe.

Comecemos então à caça de evidências que corroborem a minha suspeita...


Dra. Cristina Azevedo
  • Licenciada em Relações Internacionais Económico-políticas pela Universidade do Minho
  • Possui uma Pós-Graduação em Análise Financeira pela Faculdade de Economia do Porto, bem como um PDE - Programa de Direcção de Empresas pela Escola de Direcção e Negócios (AESE).
  • Integrou a Direcção de Marketing da então Bolsa de Valores de Lisboa e Porto.
  • Ao longo do seu percurso profissional, destacam-se as funções de Assessora da Direcção Financeira do Banco Borges e Irmão, hoje integrado no Banco Português de Investimento.
  • Actualmente, é regente da Cadeira de Economia Política na Universidade Moderna do Porto, e docente na Universidade Fernando Pessoa e na Universidade de Aveiro.
  • Já foi Vice Presidente da CCDR-N onde assumiu, interinamente, a Presidência no ano 2003.
  • Participou em inúmeras iniciativas e manteve na RTPN, até Julho de 2006, o programa “Choque Ideológico”.
  • Actualmente é Presidente de “Guimarães – Cidade Europeia da Cultura”

Ora isto sim é um CV digno de 14.300 Euros por mês.


Mas num outro CV há uma "ligeira" diferença. Descubram-na (tá bem, fiz batota, sublinhei e pus a bold)

  • Licenciada em Relações Internacionais Económico-Políticas pela Universidade do Minho em Braga
  • Pós-Graduação em Análise Financeira pela Faculdade de Economia do Porto e um PDE - Programa de Direcção de Empresas pela AESE - Escola de Direcção e Negócios.
  • Assume funções como Assistente de Direcção, da Direcção Financeira do BBI - Banco Borges & Irmão, hoje BPI
  • Direcção de Marketing da então Bolsa de Valores de Lisboa e Porto.

  • Nos últimos seis anos a sua actividade profissional está ligada à CCDR-N onde inicia funções como Vice-Presidente, função até 15 de Outubro de 2007, onde é nomeada como Vogal Executiva da Comissão Directiva do PO Norte 2007-2013.

Quando vejo estas subtis diferenças começo a ficar com comichão. Um tremor suave, uma leve subida da tensão arterial e uma suspeita de que a dada altura alguém começa a "injectar esteróides" no CV para ganhar respeitabilidade.
Um assessor é (ou devia ser um perito), um assistente é outra coisa.... um bocadinho diferente.
É meritório subir na vida. O que já não fica nada bem é dar a sensação que se aldraba sobre o passado.
Mas encontrei ainda outro CV:

Experiência profissional

  • De 15/01 a 30/09/03   CCR-N     (Porto)  - Presidente, em regime de substituição 
  • De  23/10/00 a 14/01/03   CCR-N    (Porto) - Vice - Presidente
  • Desde 30 /05/00   CCR-N     (Porto) - Gestora Eixo Prioritário II – PO Regional Norte (QCAIII)
  • 1996 - 2000 BDP – Bolsa de Derivados do Porto  (Porto) -Directora de Marketing
  • 1989 - 1996   BVP – Bolsa de Valores  do Porto  (Porto) - Directora de Relações Externas

  • 1987 - 1989   Banco Borges & Irmão    (Porto) - Assistente de Direcção – Direcção Financeira

  • 1986 - 1987   TGF - Téchniques de Géstion Financière (Paris) - Estagiária 
Experiência profissional complementar


  • 2000 Escola Superior de Jornalismo    (Porto) - Regente da cadeira de Globalização (4º ano Curso Superior de Jornalismo)

  • 1995 – 1998 ESF – Instituto Superior de Estudos Financeiros e Fiscais (Porto) - Regente das cadeiras :  Análise de Marketing e Complementos de Marketing
  • 1994 – 1995 Universidade Fernando Pessoa   (Porto) - Regente da cadeira de Marketing Financeiro

  • 1991 – 1993 Universidade Moderna    (Porto) - Regente da cadeira de Economia Política 
Formação Académica

  • AESE – Associação de Estudos Superiores de Empresa (Porto) - XIII PDE – Programa de Direcção de Empresas 
  • 1990        (Lisboa) - Kotler on Marketing (ministrado pelo Prof. Kotler) 
  • 1988 – 1989 Faculdade de Economia da Universidade do Porto - Pós-Graduação em Análise Financeira 
  • 1983 – 1986 Universidade do Minho (Braga) - Licenciatura em Relações Internacionais Económico – Políticas 
Línguas
  • Inglês    Fluente Proficiency C – British Institute 
  • Francês   Fluente Diploma 5º ano – Alliance Française 
  • Alemão    Conhecimentos Médios Frequência Göethe Institut

Outras habilitações

  • 1974 – 1986  Conservatório Regional de Braga – Fundação Calouste Gulbenkien - Curso completo (educação musical, acústica, história da música, composição musical e piano – diploma  curso geral)

Distinções

  • 1987  Melhor média final do curso de Relações Internacionais  Prémio Associação Industrial do Minho
  • 1988  Melhor média final do curso de Relações Internacionais Prémio Fundação Eng.º António de Almeida
Filiações
  • ANPRI – Associação dos Profissionais de Relações Internacionais - Associada e Presidente do Conselho Fiscal
  • APAF – Associação Portuguesa de Analistas Financeiros - Associada

(Suspirando) Yep, pelos vistos tinha razão. Organismos públicos, leccionar em universidades etc etc.
Então, sou pessimista? ou realista? Por uma vez na vida queria ter descoberto um CV que não fosse sendo aldrabado ao longo do tempo, com inconsistências de datas e posições. Queria mesmo ter encontrado algo que me provasse uma vez na vida que o meu pessimismo céptico não tem fundamento.
Depois de tanto traquejo a leccionar sobre Marketing estava à espera de ver uma posição de Directora de Marketing de uma empresa. Mas é da Bolsa de Derivados do Porto ... É mais ou menos como ser director de Marketing do Hospital de S. João... Ou da prisão de Alcoentre.


Tenho mesmo de arranjar os amigos certos.

Só não percebo como se acaba um curso em 86 e se recebe um prémio da melhor média em 87 e outro em 88, mas posso ser só eu que sou mal intencionado. Ou os tipos estavam baralhados e continuaram a dar o prémio à mesma pessoa porque em 87 e 88 não houve notas mais altas ou então há qualquer coisa de errado nesta atribuição de prémios à nota mais alta.
Também tenho a leve suspeita que falta uma filiação na lista, mas lá estou eu...
Deixo ao vosso critério qualquer consideração acerca da "carreira" que leva uma pessoa 24 anos após uma licenciatura de 4 anos (numa altura em que eram quase todas de 5), uma pós graduação de um ano (mestrado? não me parece...) a auferir um salário de 14.300 Euros por mês, mais benefícios. Deve ser por saber tocar piano... (Eu sabia que a porcaria da viola não me levava a lado nenhum)
E nem quero escavar para saber os CV's dos vogais... é que almocei há pouco tempo e receio vomitar...

Actualização
Não resisti. Fui escavar. Aqui está um documento sobre um dos vogais executivos. Nada mais nada menos que um documento da EDP a cujo Conselho Geral de Supervisão pertence

http://www.edp.pt/pt/aedp/governosocietario/orgaosgovernosocietario/conselhogeraledesupervisao/CV%20CGS%202010/MMonteiro.pdf

Transcrevo aqui o conteúdo desse documento

MANUEL FERNANDO DE MACEDO ALVES MONTEIRO

  • Nasceu em 12 de Abril de 1957.
  • Licenciado em Direito.
  • É Administrador das sociedades CIN, Novabase e AICEP.
  • É Membro do Conselho Coordenador da SEDES.
  • É Presidente das Comissões de Vencimentos das sociedades AICEP – Global Parques, SA, AICEP Capital, Douro Azul, SGPS, SA e Sardinha & Leite, SGPS, SA.
  • É Membro dos Conselhos Consultivos da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica – Porto e da Porto Vivo, Sociedade de Reabilitação Urbana - Porto, SA.
  • É Membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP desde 30 de Junho de 2006, tendo sido reeleito em 15 de Abril de 2009.

  • Foi Administrador não executivo da Jerónimo Martins, SGPS, SA, Presidente da Euronext Lisbon e Membro dos Conselhos de Administração das Bolsas de Paris, Bruxelas e Amesterdão e da Euronext NV; Foi CEO da BVLP-Bolsa de Lisboa e Porto e da Interbolsa. (eu diria que o link está aqui...)
  • Foi Presidente da Direcção do Instituto Português de Corporate Governance, Presidente da Associação
  • Portuguesa de Analistas Financeiros, Vogal do Conselho Consultivo da CMVM, Presidente da Casa da Música / Porto 2001, S.A..
  • Desempenhou cargos em órgãos executivos de organizações internacionais ligadas ao mercado de capitais (Executive Board da FIABV - Federação Ibero-Americana de Bolsas, da ECOFEX - Federação Europeia de Bolsas de Futuros e Opções, do IFCI – International Finance and Commodities Institute e ECMI – European Capital Markets Institute).
  • Agraciado com a distinção “Chevalier de L´Ordre Nacionale de la Legion d´Honneur”, por Decreto do Presidente da República Francesa.
Este homem mata-se a trabalhar caramba! Com tanto trabalho ainda nos morre a meio do mandato. Como é que ele sabe a uma dada altura em que reunião está?
Nada mau para uma pessoa com uma licenciatura em Direito. Meninos ponham aqui os olhos. Quando o Marinho Pinto não vos quer a fazer o estágio, podem sempre enveredar por aqui.

Mas há ainda uma vogal executiva. Carla Maria do Nascimento Morais.
E se a informação que se encontra me espanta sempre, espanta-me ainda mais a que não se encontra.
A única referência que encontro é uma publicação em Diário da Répulica de 2008 (http://dre.pt/pdf2sdip/2008/07/135000000/3120931209.pdf). Um nomeação do Gabinete do Ministro de Ambiente em 2008 como coordenadora do Eixo Prioritário 2. Aposto que foi lá que a Carlinha conheceu a Tininha que por essa altura estava na CCRN.
Mas não encontro NADA. Nem uma nomeação, nem um CV (ainda que aldrabado... claro que seria aldrabado).
E isso, nos dias que correm, é bem mais sinistro do que encontrar alguma coisa. Nem a indicação de uma licenciaturazinha em Relações Internacionais nem nada... Às tantas tirou uma licenciatura em coordenação de eixos regionais (aposto que as há).

Nil desperandum! Consuetudinis magna vis est e "eles" deixam sempre "rasto". Não vou lá de Google, vou lá de Baidu

Serei adivinho?

A bela solução do pagamento de portagens nas SCUTS é uma ideia digna de débeis mentais.
Como quase tudo o que envolve tecnologias de informação e processos pensados pelo poder político.


Quando esta brilhante ideia veio à baila, desde logo suspeitei que na pressa de implementar o sistema tudo o que fossem detalhes práticos básicos fossem esquecidos.
A mais óbvia era a forma como se ia proceder com os veículos de aluguer. Quem pagava e como.

Em Junho quando isto estava em discussão vi imediatamente as debilidades de tal sistema. Claro que... foi feita a implementação com todas as falhas possíveis

Hoje o Público publica uma notícia de um cidadão inglês que alugou um carro no aeroporto, andou com ele durante um par de dias e "tentou" pagar as portagens nos CTT.
Quando o tentou fazer, os correios estavam fechados. Mesmo assim disseram-lhe que nunca poderia pagar uma vez que os dados só estão disponíveis 48 horas depois.
Acontece que este cidadão tinha de voltar ao Reino Unido, mas mesmo assim, pediu a amigos portugueses que o fizessem por ele (isto é uma pessoa com princípios éticos e de honestidade bem acima da média).

Acontece que as instituições portuguesas não parecem ter ética, organização ou a mais básica inteligência.
Além das portagens dos 3 dias em que circulou com o carro, os CTT exigiam o pagamento de outras portagens que tinham sido cobradas fora do período de uso do carro por este condutor (é um carro de aluguer, lembram-se).

Obviamente este senhor quer pagar o que gastou e não o que gastaram outros antes dele, mas isso provou-se ser uma tarefa impossível nos CTT.

Este é apenas um pequeno exemplo do desvario idiota que se apossou destes nossos políticos pensadores. Isto não só não gera receita como pode muito bem criar processos judiciais para as empresas de aluguer de automóveis que, nas mãos deste estado demente e cleptómano, as vai accionar para sacar mais uns cobres a alguém. Partindo do principio que não vão estar oneradas de coimas e das simpáticas penalizações que prevêem que se pague desde o INÍCIO do troço.

Tudo isto porque alguém não quis fazer cabines de portagem ou porque não tinha dinheiro para o investimento ou pura e simplesmente porque não tinha espaço para as por, ou ainda, e isto parece-me a hipótese mais provável, porque tinham de garantir a facturação duma empresa e dum organismo criado à pressa para receber uns milhões de fundos públicos.

Basicamente o que temos aqui é uma fantochada. Nada que não esperasse, aliás. Não há circunstância em que o Estado se meta com ideias que envolvam tecnologias de informação em que não se espete de cabeça no chão. As especificações de qualquer sistema que faça, ou pague para se fazer, são tão superficiais e infantis que é caso para perguntar se as pessoas que pensam nisto têm qualquer experiência no ramo.

Só posso deixar uma sugestão - façam o mesmo na Via do Infante. Onde todos os Verões andam milhares de carros alugados por turistas. Façam-nos viver com a imagem de quão incompetentes e idiotas são os portugueses.

Fazer um sistema destes sem acautelar o básico - informação em tempo real para pagamento das portagens - é de tal forma absurdo que só pode resultar da pressa, da incompetência e da óbvia intenção de lixar o cidadão português. Esse pobre diabo que ao viver no país é "agarrado" 48 ou 72 horas depois. Os estrangeiros que andam de carro alugado e o entregam no aeroporto quando se vão embora, irão deixar as portagens por pagar e quando, 48 ou 72 horas depois, forem à procura deles para pagar não os encontram.

Ficarão as empresas de aluguer de automóveis com o "menino" nas mãos. Prescrições, acções judiciais e outras palhaçadas do estilo irão seguir-se. Como o enquadramento legal deste processo é mais ou menos alinhavado à pressa há uma quantidade de receita importante que nunca entrará nos cofres públicos. Mas as indemnizações compensatórias às concessionarias não deixará de ser pago - com ou sem esses valores de portagem.

O Estado já nos tinha habituado a completos disparates na implementação destes sistemas mas nada de tão flagrantemente mau. As vozes que chamaram a atenção para os carros de aluguer e carros estrangeiros foram inúmeras. Ninguém quis saber. Inventaram esta patacoada de ir aos CTT pagar (agravado de taxas obviamente). Mas nem assim é possível fazê-lo pelo simples facto de que quando se vai aos CTT (mesmo que seja no dia a seguir) não há informação do que deve ser pago.

O prémio dos burros do ano vai sem dúvida para a equipa que pensou nesta solução.

Deve haver um secretário de estado e alguns consultores metidos em tão brilhante implementação. Sem dúvida que há. E não podemos deixar de aplaudir a forma atabalhoada e incompetente como conseguiram imaginar um sistema em que todos perdem à excepção do SIEV e da empresa que vende os identificadores.

Como não tenho qualquer dúvida que esse era o único objectivo de tudo isto (administradores, vogais, consoantes e toda a tralha associada) não é de admirar que na implementação dos detalhes práticos não tenha sido investido muito pensamento inteligente. Não era essa a ideia. Mas mesmo que fosse, iam ver-se à rasca para pensar inteligentemente.

Falta de treino...

Será que somos todos estúpidos?

Ontem, pela "mão" do Ministro dos Negócios Estrangeiros, foi-nos servido mais um tema de debate. A coligação entre a oposição e o Governo como algo de desejável.

Tenho de reconhecer que apesar de serem umas verdadeiras nulidades no que diz respeito a governar um país (assumindo que era esse o objectivo e não o do "governarem-se" bem...) são brilhantes em atirar temas nonsense para a discussão pública.

À falta de sucesso de tentar colar a crise no PSD e na restante oposição, tentam agora "arrastar" o PSD para uma posição em que de facto estivesse por dentro da governação. Um "governito" de coligação seria ideal. Não só justificava uma remodelação como co-responsabilizava o partido que aparentemente lhes vai dar um banho eleitoral, com a governação que resta a este pobre governo.

O único problema da táctica é óbvio. O PSD sabe que quanto mais tempo estiverem no poder mais se demonstra a sua incompetência. E sabem também que não basta por Sócrates fora do poder. É preciso deixá-lo "queimar-se" de tal forma que mesmo dentro do PS se peça a sua cabeça a toda a hora. Há muitos membros do PS que trocaram as suas divergências com este indivíduo por um período de "favores" concedidos aos sabujos sem príncipios. Em troca do silêncio, um lugar aqui e um lugar ali resolvem todos os problemas. Até Alegre, que perdeu eleições para o PS contra Sócrates e o enxovalhou algumas vezes, pede o seu apoio. Até onde se pode descer?

Pedro Passos Coelho ou outro lider da oposição não é tão burro que na ânsia de ser ministro de uma pasta qualquer, hipoteque o seu futuro como primeiro Ministro em 2011.
Sócrates invoca as "tentativas" que fez antes da formação do Governo (quando ainda pensava que estava em estado de graça e tinha poderes absolutos) como um "esforço sério" a que nenhum partido aceitou responder.
Isto quase parece um debate entre débeis mentais, recheado de argumentos de má fé, mentiras e enganos quase infantis.
Não há ninguém com dois dedos de testa que ponderasse sequer uma associação com o 1º ministro mais vigarista e aldrabão da história recente de Portugal. Ninguém lhe daria um balão de oxigénio em vez de o ver assar nas chamas da fogueira que ele próprio ateou. A carreira de Sócrates acaba aqui. A nacional pelo menos, porque a Internacional pode muito bem ter começado.
Basta ver que quer o primeiro ministro mais cobarde da nossa história (Guterres) e o mais egocentrista, vaidoso e vira casacas (Barroso) lá arranjaram uns empregos jeitosos onde podem dar largas às sua veia "mundial" em troca duma módica quantia por mês. Quem sabe veremos Sócrates a fazer um trabalho destes.
Quem sabe não é agora que Vitorino (o melhor arquivista que a UE já viu) se candidata a líder do PS e o vamos ver a fazer comícios em cima duma grade de cervejas.... Anda muito caladinho esse criador do "programa do Governo".

A oposição deve estar deliciada a ver Sócrates a queimar em fogo lento e a atirar estes dislates ao ar no desespero de quem tudo pode fazer e tudo fez mal.
Mas não é só ele. A sua troupe de notáveis é de se lhes tirar o chapéu. Um ministro da Administração Interna que sabe de irregularidades de um subordinado e não o afasta "porque o IGAI não o recomendou" ou uma mnistra da Saúde que responsabiliza farmácias de venderem medicamentos a mais (quando só podem ser vendidos mediante receita médica) ou um ministro do ambiente... espera lá... nós temos ministro do ambiente? Ou um ministro da finanças que não acerta uma, ou um da Economia que desde que deixou de tomar a medicação parece um avôzinho tresloucado sem tento na lingua, etc etc etc
Ainda alquém quer prolongar isto? Devem ser loucos....

Há uma letra de uma canção que me parece bastante apropriada para a ocasião...

You said that I could trust in you
You said that it would be ok


I was madly in love with you
believed in every word you said
I counted the days and nights
that you kept out of sight
I dont think you´ll ever return

Burn motherfucker burn

Agora é aos 10%

Ainda no outro dia escrevia que não percebia muito bem como se podia qualificar o nosso Ministro das Finanças como um excelente economista.

Previsões falhadas (sucessivamente) desde 2005, orçamentação que quase parece de dedo no ar a avaliar a velocidade do vento e uma notável incapacidade de controlar aquilo que lhe compete (a execução orçamental) não fazem dele exactamente um profissional de alto gabarito. Em escalões mais baixos da força laboral seriam o suficiente para despedimento por justa causa por manifesta inadaptação ao posto de trabalho.

Mas, a juntar à manifesta incapacidade profissional vem agora a incapacidade de se controlar a dizer disparates.

Impor um limite de 7% nos juros da dívida para pedir a intervenção do FMI é não só duma curteza de vistas fantástica como um valente tiro no pé (por esta hora o homem tem uns pés que metem dó...).

Eu pessoalmente acho que ele previu uma descida dos juros da divida e quis-se armar em bom. Mas a experiência já lhe devia ter ensinado que ele se enganou em tudo o que previu que os mercados fizessem e que estatisticamente não devia acertar o prognóstico seguinte. No entanto, o conhecimento de estatística que ele tem ou, parece ter, tem mais a ver com a forma de esconder números de porcaria debaixo de percentagens incompreensíveis e na maior parte das vezes simplesmente falsas.

Mas mais uma vez a falta de controlo sobre o que diz manifestou-se. E disse. E disse m***.

É um dos tais casos em que ele tinha ganho muitíssimo se tivesse ficado calado e nós também. Agora temos de gramar, além do seu desvario verbal, todos os desvarios de todos os pundits e de todos os aspirantes a jornalistas debater se ele devia ou não devia ter feito aquilo e se, por artes mágicas, não terá o "mercado", por pirraça, feitos subir os juros só pra chatear....

Nem a propósito

Ainda ontem escrevia que que iríamos ter eleições no 2º trimestre de 2011.
Amigo João Proença, deixe de copiar este blog se faz favor. Ao menos uma vez na vida tenha ideias próprias.

Gosto também da forma como acha que se deve resolver o problema do país - Proença defendeu a adopção de políticas que “combatam a pobreza e o desemprego” e apontou o congelamento de pensões como “algo totalmente injustificado”. 

Francamente nunca me lembraria de propor medidas tão concretas e palpáveis. Mas quanto a ideias... nem um pio. Na bela tradição portuguesa de dizer aos outros para fazerem, é sempre bom isentarmo-nos da responsabilidade de avançar com ideias.

Existem inúmeras formas de fazer isto. Uma delas seria criar um regime de redução de IRC (como se faz com os bancos) para empresas que criassem postos de trabalho. Dessa forma aumentariam as contribuições sociais por via dos pagamentos à Segurança Social e retirando provavelmente gente da dependência do subsidio de desemprego, que é uma forma de retirar dinheiro à Segurança Social.

Essas pessoas passariam a descontar IRS e a consumir pagando impostos indirectos (IVA, ISP etc etc).

Levando este modelo a um limite poderia isentar-se um investidor estrangeiro de impostos por um período de tempo para atrair investimento estrangeiro e aumentar exportações. Nada que os brasileiros não estejam a propor.

Olhando para ideias como estas, mesmo num estado cru e pouco depurado poder-se-ia chegar a um modelo viável a atractivo para o investimento e de criação de riqueza. O que se perdia? Nada creio eu. Não fazendo nada é que se perde muito. Perde-se investimento, riqueza do país e competências desperdiçadas em gente que se arrasta pelo desemprego sem um futuro à vista.

Mas estes tacanhos preferem não ter empresas do que tê-las a criar emprego e gerar riqueza, ainda que tivessem de abrir mão de algum IRS ou um pagamento por conta.

É por isso que quando vejo economistas brilhantes a falar na televisão que não são capazes de apresentar uma ideia concreta, quiçá por medo de não terem lido uma coisa qualquer num manual de economia que corrobore a sua opinião, fico verdadeiramente assustado quanto à qualidade das cabeças que temos. Incapazes de pensar fora dos moldes habituais, incapazes de criarem ideias novas. Em suma incapazes. Bons para a cátedra, inúteis para o mundo real.

E já que falamos de inutilidade podemos então meter estes lideres sindicais e partidários no mesmo saco. A esquerda quer carga fiscal nos "abutres" (até eles voarem para outro lado) e acha que magicamente o dinheiro cresce nas árvores e que paga subsídios, salários de sindicalistas que nunca põem os pés nas empresas onde trabalham, aumentos substanciais todos os anos etc etc.

A direita... bem a direita não existe. Quando aquilo que chamamos direita chega ao poder deixa sempre ficar o garrote que a chamada esquerda criou sobre todos nós e ainda o aperta um bocadinho mais. É sempre a descer. E será assim, até ficar em Portugal só aquela gente sem formação, competência ou audácia para mudar de país.

A responsabilidade ... essa palavra vã

Rapidamente percebi, sobretudo quando comecei a trabalhar que esse vago conceito da responsabilidade, era apenas levado a sérios por alguns.

A maior parte dos nossos colegas nunca são culpados de nada. Nunca são responsáveis de nada. Vivemos isso no trabalho todos os dias. Desde as miseráveis chefias aos mais baixos escalões da cadeia alimentar, quando chega a hora de apurar responsabilidades, nunca as têm.

Quanto mais alto se sobre na cadeia de poder empresarial mais irresponsáveis são as chefias. Há sempre um subordinado qualquer a sacrificar para disfarçar a falta de carisma, liderança ou mesmo boas ideias. E quando não se têm ideias... contratam-se consultores estratégicos. Assim se der para o torto culpam-se os consultores estratégicos.

Na política isso é levado a um extremo impensável. Arruína-se um país, delapidam-se milhões das contribuições dos cidadãos e não há responsabilidade.
Gastam-se milhões em estudos e assessorias e consultadorias apenas para afastar a responsabilidade de um ministro ignorante, fraco e indeciso. Estamos a falar de gente que disfarça a sua falta de tomates com meia dúzia de consultores. Ainda vai aparecer um termo novo chamado ball enablers....

Um qualquer ministro incompetente e com ânsias mediáticas assina despachos de milhões e "não é responsável". A única responsabilidade é paga pelo voto.
Isto é realmente o que se tem passado todos estes anos de desgoverno desde o 25 de Abril.

Mas eis que Passos Coelho lança para o ar a questão da imputabilidade civil e penal da gestão danosa de um país. Figura essa que já existe no nosso direito e pode ser aplicada a quem arruine uma empresa por fazer os que estes indivíduos fizeram com milhares delas.

Saltam a terreiro os apaniguados do regime apavorados com a perspectiva. Agora tudo o que se diga perturba os mercados. Os mercados que vêm desde há muitos anos o rumo suicida da Economia deste país nas mãos de deslumbrados cleptómanos.

Passos Coelho só dá voz ao que pensa a maioria dos Portugueses correndo risco de que lhe chamem populista. Aliás esse epíteto é frequentemente usado com Paulo Portas de cada vez que ele dá voz aquelas verdades que são de La Palisse para qualquer cidadão trabalhador contribuinte mas que são um anátema para toda esta casta de inúteis que vive no Estado e do Estado desde que ganhou um pelo de barba na cara.
Curiosamente a esquerda não é apelidada de populista quando vem a terreiro com ideias e propostas em tudo semelhantes. Ainda estou para perceber porque é que o populismo está desviado para a direita e a esquerda não enferma desse mal.

Infelizmente receio que uma coisa dessas nunca aconteça mas seria um dia em cheio ver um Teixeira dos Santos a culpar o 1º Ministro por muitas das orientações dementes que deve ter recebido e que foi forçado a adoptar. O que sinceramente não diz muito da espinha dorsal do emérito economista.

E este fenómeno de ele ser um bom economista deixa-me fascinado...
O homem não acerta uma previsão desde 2005, acha que os mercados vão fazer o contrário do que realmente fazem, acha que a economia não se deprime com excesso de carga fiscal e assume que as exportações crescem out of the blue. Aparentemente é uma bela m*** de economista. Só acertou que as importações vão baixar. Mas depois de retirar centenas de euros de rendimento mensal às famílias não é preciso ser nenhum Einstein para fazer essa previsão.
Ele até pode nem ser mau economista, mas é sobretudo um capacho dum engenheiro de faz de conta que em vez de se aconselhar deve ordenar do alto da sua ignorante arrogância pensando que é omnisciente. Um esperto a vida toda, vivendo de esquemas e jogadas lambendo um cu aqui e um cu acolá que exige agora que lhe lambam o dele.... e eles lambem.


Desde 2005 passámos de duma dívida liquida de 70% do PIB para 110%. As parcerias publico-privadas enchem os bolsos de empresas que mais tarde irão receber esta escumalha nos seus quadros da mesma forma já tristemente celebrizada por Jorge Coelho, Ferreira do Amaral, Armando Vara, Fernando Gomes etc etc


Estes individuos não vão para o poder porque acreditam em prestar um serviço público ao país. Acreditam em que o público lhes preste um serviço (ou vários) sob a forma da mais abjecta vassalagem de uns ou sob a forma de compensação pecuniária na maior parte das vezes.
Que ninguém chore o magro salário dos ministros porque em despesas de "representação" estafam eles muito mais do que nós podemos imaginar. E essa informação eles não revelam ainda que sejam obrigados por lei a fazê-lo. Em resposta a um pedido recente nesse sentido responderam que consideravam o pedido ABUSIVO e sem fundamento.

Os partidos de esquerda que poderiam de alguma forma ser o contraponto de todo este disparate resumem-se a propor utopias.

Manter subsidios e ajudas sem o Estado a poder suportar e obviamente aliviando a carga fiscal dos trabalhadores (resta saber se para eles um trabalhador é um coitado que trabalha 8 horas em troca do salário minimo ou um quadro superior que verga 10 ou 12 em troca de 3000).
Taxar os bancos (como se os bancos não transferissem toda essa carga para os clientes).
Taxar as transacções financeiras (como se isso não fizesse com que os investidores estrangeiros não se pirassem para um mercado com taxas mais baixas).


Ainda não conseguiram perceber que a economia nacionalizada e o nivelamento igualitário por baixo deu péssimos resultados em todos os países do Bloco de Leste. A USSR caiu estrondosamente e passou anos de miséria a tentar reconstruir uma economia caduca, ultrapassada e ficticia.

Em suma, propõem soluções já falhadas para um problema que não é "bem" aquele em que vivemos negando-se a perceber que numa situação destas não se pode discutir o que nos trouxe aqui ao apresentar as soluções, mas sim apresentar as soluções a partir do ponto em que estamos.
Discutir o que nos trouxe cá acho muito bem, mas para já proponham medidas em face do ponto em que estamos e não do ponto em que poderíamos estar.

Não passam de soluções casuísticas sem sequer fazer uma simulação de causa/efeito. Nisso em nada diferem dos que lá estão. A cada medida que tomam ficam sempre surpreendidos com os efeitos colaterais. 

Por isso se tornam irrelevantes, panfletários e caducos. Quanto à honestidade também estamos servidos. Não há autarquia da CDU onde um qualquer fulano não se aproveita da situação com a mesma desonestidade de outro qualquer. Pessoas são pessoas e quando estão com a mão por cima da caixa do dinheiro muito poucos resistem. Portanto não se armem em virtuosos porque podres em casa todos têm.

Mas tenho que reconhecer que nunca o despudor foi tão longe como com esta gente do PS. Nunca foi tão evidente o sentimento de impunidade e a noção de que são donos do Estado.

O Futuro próximo

Temos pela nossa frente 6 meses de roubalheira desatada. Porquê?
Porque eles sabem que lhes restam 6 meses e porque sabem que quanto mais destruido deixarem isto para quem vier a seguir, mais dividendos políticos podem retirar disso.
Vamos assistir ao caos da execução orçamental do 1º trimestre. Depois disso o governo irá cair, seja por dissolução da AR por parte do imóvel Cavaco Silva, seja por uma moção de censura da oposição. No 2º trimestre de 2011 teremos eleições. A execução orçamental por essa altura terá derrapado o suficiente para levarmos com outro pacote de medidas de austeridade desta vez aplicadas pelo novo governo.
A velha frase do "isto está pior do que pensávamos" já foi usada por Sócrates e apoiada por Constâncio, um dos mais brilhantes incompetentes economistas do nosso país. Cego como uma toupeira, surdo como uma pedra mas suficientemente bom para ser promovido.

Quero ter a esperança de que há gente decente no PSD que possa ajudar a resolver este descalabro. Manuela Ferreira Leite era um dessas pessoas, mas este país não gosta de "velhas". Prefere vigaristas bem parecidos que saibam mentir bem. E nesse particular convenhamos que a lista de mentirosos compulsivos que este governo apresenta está bem acima da média.

Assiste-se já ao afiar das facas no PS. João Soares, António José Seguro etc etc. Até Vitor Ramalho numa destas noites falava em código para Angelo Correia deixando entender que havia "gente" no PS pronta a "tomar" o lugar deste pinóquio caído em desgraça que dá pelo nome de Sócrates. Até este, um dos sabujos de estimação de quem tínhamos de aturar a verborreia inconsequente no Frente a Frente da Sic Noticias.
João Soares agora virou um critico, ele que ia sempre fazer o seu espectáculo de defesa de Sócrates aos mesmo Frente a Frente (isto nos intervalos de estar a vir e estar a ir para um sitio qualquer no estrangeiro) e obviamente sem os típicos "maniqueísmos politico-partidários"  com que ele gosta tanto de acusar os interlocutores.
Se isto é o melhor que o PS tem para nos dar, arre bolas, fechem-nos todos na sede reguem aquela porcaria com gasolina puxem-lhe o fogo e vendam o terreno para um condomínio de luxo.
Ideologicamente são uns zeros, visão estratégica de futuro só têm uma - chegar ao poder e mantê-lo.
Todas as grandes figuras do saber que lhe estão associadas são de se lhe tirar o chapéu: Sócrates, Teixeira dos Santos, Constâncio, Jorge Coelho, Rui Pereira, Guterres, Mariano Gago, José de Magalhães (comunista reciclado), Elisa Ferreira, Maria de Belém, qualquer coisa Canavilhas, Ana Jorge, Valter Lemos, Maria de Lurdes Rodrigues, Santos Silva, Mário Lino. Alberto Costa, Alberto Martins etc etc. A lista é interminável

Nem com muito esforço conseguiríamos pensar na elite dum partido ou um governo com gente deste nível. Só com muitos anos de depurada escolha é que se conseguia chagar aqui. Levou exactamente 35 anos e esta foi a bela merda com que nos presentearam.

Desculpem a linguagem mais crua deste comentário mas é para afastar a raiva de me sentir completamente impotente.
Vote o que votar vou levar com porcaria. E com a ajuda dum povo alienado com bola, novelas, subsidios e a perspectiva de umas férias de 5 dias em Cuba iremos conseguir transformar Portugal numa Albânia da UE em que vamos andar vestidos com roupa de feira e circular em carros decrépitos enquanto olhamos para os fatinhos de 30.000 dólares do chefe do clã e sonhamos com o dia em que algum deles decida dar-nos a mão arranjando um lugarzinho de contínuo no Ministério.
Vamos voltar ao tempo das benesses régias. Vamos ter uma cleptocracia Africana bem na pontinha da Europa. O meu bem haja