Manias de país rico

Ministério da Justiça cancelou hoje 8 novos campos da Justiça.

E fê-lo por manifesta falta de meios. O negócio que foi a ocupação dos edifícios de escritórios na Expo dá uma boa ideia do que foi uma gestão ruinosa dos dinheiros públicos. As rendas pagas pelo Campus de Lisboa são absurdas. Mais ainda, o Estado obrigou-se a pagá-las quer ocupe ou não os edifícios por um período de vários anos. Ou seja, se sair amanhã ainda tem de pagar por contrato uma série de anos de renda. Que tal hein?

São contratos como estes que fazem as delícias dos promotores. No caso da Expo, de promotores com espaços de escritórios "encalhados" e totalmente inadaptados à função.

Existe esta ideia peregrina de que um edifício serve para qualquer função. Foi isso que pensaram os génios Alberto Costa e Alberto Martins. Uma demão de pintura e fica impecável.

Esqueceram-se de pequenos detalhes como sejam elevadores separados para arguidos e magistrados, casas de banho minimamente adequadas ao número de ocupantes ou até o facto de os gabinetes de juízes com processos de elevada responsabilidade e perigosidade terem paredes de vidro e estarem virados para a rua.

Como se não bastasse este disparate, foram lançados mais concursos para outros Campus de justiça. Desta vez a construir, alimentando um sector empresarial que vive exclusivamente deste tipo de esquemas, financiados por bancos que depois "alugam" o património ao Estado por rendas "simpáticas". Mas nem sequer se está a falar de ter o património no fim do contrato. Não há fim do contrato e o património nunca é do Estado.
Não há dúvida que no que diz respeito ao Estado, o arrendamento foi sempre uma prioridade. Ao contrário do que se passou com o arrendamento de habitação.
De uma forma ou doutra era sempre dinheiro seguro nos bolsos da banca. Estranhas coincidências.

Num ano em que os tribunais têm o seu orçamentos drasticamente cortados, que vivem com equipamentos avariados, sem consumíveis e à beira de um ataque de nervos, gastar milhões por ano em rendas de edifícios novos, abandonando os velhos supostamente para vender é uma verdadeira loucura.
Desde as ideias imbecis dos hoteis de luxo para o Tribunal da Boa Hora até outras semelhantes, de tudo a gestão socialista fez com o património do país. Com o nosso património.

E ainda surpreende muita gente que o buraco a tapar seja gigantesco. Não houve uma única área da governação socialista em que não se estourasse dinheiro como se não houvesse amanhã. Pois o amanhã chegou e vamos nós pagar.

Não sei é pura incompetência ou dolo, mas a verdade é que dos milhões de endividamento que o Estado contraiu, uma enorme fatia foi para pagar estas negociatas duvidosas e completamente insustentáveis do ponto de vista financeiro.

Espero bem que Paula Teixeira da Cruz tenha determinação e coragem para fazer o que se impõe. Sabe-se bem o que está errado com o sistema e algumas das correcções são apenas pequenos detalhes. Detalhes esses que foram sempre muito convenientes a alguns.

Só tenho pena que por causa da situação calamitosa a que os governos anteriores fizeram chegar a justiça e os tribunais em geral, sejam agora estes a pagar com uma significativa limitação de orçamento.

Não houve uma coisinha que os miseráveis governantes do PS tivessem feito como deve ser. Nem uma...

Os media (6)

Ontem à hora de almoço aparecia na SIC Notícias em rodapé (num dos 720 rodapés que aparece no noticiário) a notícia da demissão da Directora Geral do Orçamento. Supostamente por divergências com o Governo.

Na verdade começou por estar escrito "demissão no governo" e mais tarde foi alterado para "demissão nas Fianças".

Depois, lendo o Público, parece que a montanha pariu um rato
“A minha carta de demissão do cargo de Directora geral da DGO não invocava nenhumas discordâncias com as opções de política orçamental adoptadas pelo Governo”, refere numa nota enviada pelo Ministério das Finanças.
Maria Eugénia Pires reagiu num curto comunicado à notícia hoje avançada pelo Diário Económico, dando conta de que a demissão da responsável pela Direcção-Geral do Orçamento já tinha chegado à mesa de Vítor Gaspar e que a razão da demissão se prendia com divergências de política orçamental.
A responsável, que fora nomeada no ano passado pelo Governo de José Sócrates, justifica a saída com o fim “do ciclo da execução orçamental de 2011 e o fim da preparação do ano de 2012”.
“É por isso o momento oportuno para efectivar a minha saída da DGO, que estava a ser ponderada há já algum tempo”, justifica.
Pensando bem faz um certo sentido. Este Governo apanhou a execução orçamental de 2011 a meio e não mudou a Directora Geral. Agora parece ser oportuna essa saída, tanto mais que são estes os mandatos que por lei socialista acabam com o mandato do Governo.

Mas os media, ávidos por encontrar cisões no núcleo governamental, fazem notícias de coisas relativamente banais. A tal ponto que a sra. tem de enviar um comunicado à imprensa para fazer saber da normalidade da situação.

O grupo de asnos que dá pelo nome de grupo parlamentar do PS, pediu a audição da Directora Geral demissionária. Vá-se lá saber porquê. Para tentar encontrar esterco onde não o há.
Se o PS quiser encontrar esterco, basta olhar para o seu alinhamento e precisará de contentores para o armazenar. O fedor é indescritível.

Que o PS use a baixa política e a criação de questiúnculas para se fazer notado não surpreende. O que é mais estranho é o facto de os media de uma forma geral ficarem todos contentinhos porque se demite um Director Geral. A determinação desta gente em tentar encontrar divergências no Governo vai o ponto de quase inventar uma suposta saída da equipa governamental usando títulos enganadores. O jonrnalismo está cada vez mais ao nível do Correio da Manhã.
Não sei se é assim porque a população o exige ou se a população gosta deste tipo de jornalismo porque não lhe servem mais nada. Tem de ser imediato, sensacionalista e "picante".

Mas descansem camaradas Jerónimo, Seguro, Louçã e todos os que esperam que este mandato governamental não chegue aos 4 anos. Se tudo correr bem, não só será normal como daqui a 4 anos poderemos estar a suspirar de alívio.
Espero sinceramente que assim seja, porque senão corremos o risco de ter o PS no poder outra vez a destruir tudo o que se consegui com o esforço dos contribuintes.
Portugal precisa de sair do buraco e não é com jornalismo de merda e com políticos de merda como encontramos no PS que o conseguiremos fazer.

A tristeza de tudo isto reside na constatação de que o jornalismo que temos corporizado pelos chefes de redação, directores de informação e jornalistas avulso, não passam de uns tipinhos que em vez de informar preferem "deformar". E o curioso é como Sócrates, o vigarista, andou anos em Estado de Graça apesar de se perceber desde o primeiro dia que tipo de fulano nos tinha caído na sorte.

Mais um bom serviço prestado aos cidadãos por parte dos srs. jornalistas. Muito bom trabalho.

Ainda a emigração...

Confesso que há uma coisa que me começa a irritar em todo este discurso da emigração.
Passou-se da condenação bacoca e desproporcionada das palavras de Passos Coelho para uma espécie de "preocupação" pelo facto de que os que emigram são os mais qualificados.

Ora bem... Isto parece pressupor que os que cá ficam são pouco qualificados. Parece pressupor também que à saída de uma universidade são mais qualificados do que os que estão empregados e exercem há anos e anos.

Não estou a entender porque é que os licenciados e mestrados pós Bolonha são mais qualificados que os pré Bolonha. Só se for uma questão de quantidade.

Se calhar muitos dos que têm hoje uma licenciatura são francamente menos qualificados do que os que o fizeram há 7 ou 8 anos. E não é que não houvesse problemas com a sua empregabilidade nessa altura.

Desde sempre houve emigração de portugueses sejam eles com grau superior ou não. Bastou a nossa adesão ao espaço único para se assistir a uma enxurrada de gente qualificada a sair do país. Entretanto terão voltado. Querem então dizer-me que esses que já emigraram, já amadureceram e se tornaram excelentes profissionais são afinal menos qualificados que estes?

Começamos a andar aqui à volta de um erro fatal. Muitos dos que emigram fazem-no porque deitam as mãozinhas de fora e procuram outros horizontes. Ou porque o mercado é escasso para os seus skills ou porque simplesmente não há empregabilidade para todos. Mas acham que se o mercado não consegue, pela nossa escala, absorver investigadores e doutorados e mais não sei o quê vai ter capacidade para o fazer daqui a 10 anos?
Acham que com a quantidade de advogados que as universidades põem cá fora todos os anos vai haver processos e trabalho para todos? Não é só uma questão de crise. É uma questão básica de desajuste entre a formação e dimensão do país. Que agora ainda se encurta mais.

Parece que de repente estamos a perder todos os talentos que alguma vez tivemos. O que diferencia esses talentos sem experiência profissional de qualquer outro talento igual de há 10 anos atrás? Nada. Para os dois o 1º emprego é sempre mal pago e serve sobretudo para aprenderem.

E não se iludam. Já conheci portugueses com cursos superiores que trabalharam no estrangeiro e que são grandes flops e outros sem essa formação que nunca saíram e são excelentes profissionais.

Portanto vamos lá a ter alguma calma quando chamamos a esta a geração com melhores qualificações de sempre e quando estamos a dar a ideia de que o país fica entregue aos nabos. Há muitos por aí sim senhor, vão-se também embora muitos nabos. Mas há muita gente que cá fica que todos os dias faz um excelente trabalho com empenho e dedicação.

Façam lá o favor de entender que será sempre difícil arranjar emprego para um aluno brilhante com um curso de física. Ou será sempre díficil para alguém que faz um curso de relações internacionais.
À entrada para um curso desses, seja em que altura for, quantas hipóteses de emprego podem achar que existem quando saírem? Querem fazer o favor de ir a uma dependência bancária e perguntar aos funcionários do balcão na casa dos 30 anos qual é a sua formação? Aposto convosco que apanham uma mão cheia de "gestores de empresas". E isso não é over qualified por acaso?

Problemas de interpretação?

Uma sra. do Bloco dizia hoje toda zangada que afinal o Governo tinha mentido quanto ao acordo da troika impor a não participação de capitais públicos na EDP.

A explicação para isto era o facto de o acordo dizer supostamente isso mas a empresa ganhadora tinha participação de capitais públicos de Estado Chinês.

Sra. do Bloco, quando a troika fala dos capitais públicos é dos capitais públicos portugueses com cujo Estado assinou o acordo. O âmbito do acordo era com o Estado português e os capitais em causa eram os capitais públicos de Estado Português.
Não creio que isso pudesse significar que toda e qualquer empresa de energia (ou não) de qualquer país do mundo não pudesse ter capitais públicos. Que eu saiba não estava o embaixador chinês a co-assinar o acordo quando isso aconteceu.
É até licito pensar que quando o FEEF pediu a contribuição chinesa para o fundo soubesse que o dinheiro era em grande parte de Estado Chinês.

Estas declarações podem indiciar aquilo que é tão comum nos nossos dias que é o de ter pessoas a ler textos que depois não conseguem interpretar. São para todos os efeitos analfabetos funcionais (é assim que lhes chamam). Juntam um "comboio de letras" mas não percebem patavina do que estava no texto.
Mais estranho ainda é desafiarem a estatística. Num casos desses existiria uma probabilidade de 50% de acertarem na interpretação certa. Não sei porque raio de carga de àgua é que acertam sempre na outra...

Como eu não acredito que a sra. seja uma analfabeta funcional só posso pensar que acha que nós o somos. Quer uma quer outra hipótese não são muito lisonjeiras nem do ponto de vista intelectual nem do ponto de vista de honestidade.

O mais completo desprezo pelos utentes

A CP é daquelas empresas que corporiza tudo o que é insensato, mal gerido e mal percebido quer pelos gestores quer pelos trabalhadores.

Não será certamente generalizado a todas as pessoas que trabalham na empresa, mas o resultado sentido por todos é inegável.

Há dias atrás a CP fez greve. Estava contra a austeridade, contra a redução das horas extraordinárias etc etc. Basicamente contra tudo o que possa significar um sacrifício para que a empresa não se afunde completamente.

Foram decretados serviços mínimos que não terão sido cumpridos. Foram abertos processos disciplinares a alguns funcionários (maquinistas, creio) por causa do incumprimento destes serviços mínimos.

Em solidariedade com estes trabalhadores os maquinistas vão fazer outra vez greve.

O desrespeito pelos utentes que já pagaram os seus passes e dependem destes serviço todos os dias é total. Seja por que razões for, na CP usa-se a greve quando se precisa de tempo para ir "mijar".
Esta gente sabe que se a empresa estiver no fundo do buraco há-de vir mais uma mala cheia de dinheiro dos contribuintes para que tudo continue a funcionar e que os salários sejam pagos.
A greve é um direito que está associado a um dever. E o dever é usar esse direito com razões legítimas e de força maior.
Com este hábito peregrino de fazer greve por solidariedade, ou porque queremos forçar a que a administração faça uma coisa qualquer, haveria todos os dias milhares de empresas em greve neste país.

É totalmente inaceitável que o dinheiro dos contribuintes seja usado para sustentar este tipo de atitude de gente que pensa que haverá sempre uma mãozinha do estado a colocar lá dinheiro que eles decidiram deitar pela janela fora.

O nível de acountability desta gente é nulo. O respeito pela sua função (servir o utente) não existe. Estes grupos parecem pensar que a CP existe para eles se servirem.
O mesmo se pode dizer dos miseráveis gestores que a empresa foi tendo ao longo dos anos. Se calhar ainda em maior escala.
Mas a verdade é que a CP causa a ela própria enormes prejuízos, e por atacado ao Estado. E o Estado somos nós.
De cada vez que esta corja faz uma greve por porra nenhuma, o dinheiro dos passes já lá canta.
Mas a receita dos bilhetes vai pela borda fora.
Podem dizer-me que essa receita não cobriria os custos. Mas pelo menos cobriria uma parte.
Se for óbvio que se não andarem há menos prejuízo, é legítimo pensar que então não são precisos maquinistas para comboios que não se movem. E como tal é melhor fechar a CP e por um cadeado na porta.

Depois podem ir fazer greve para a porta do IEFP só para ver se chateiam alguém.

Este tipo de impunidade acontece porque estes indivíduos estão habituados a trabalhar num sistema em que é impossível serem responsabilizados pelo que fazem. Nada lhes acontece. Basicamente têm as empresas em que trabalham reféns dos seus caprichos.

Quando os maquinistas decidem que vão fazer greve em solidariedade pelos colegas alvo de processo disciplinar a CP pura e simplesmente fica vazia da sua função - ter comboios a andar. Acabou a festa.

Estes trabalhadores têm uma responsabilidade acrescida em relação a todos os outros colegas. Se eles decidem não trabalhar, todo o esforço de todos os trabalhadores da empresa é deitado por terra. São forçados a ver a empresa enterrar-se um bocadinho mais porque aqueles que se sentem imprescindíveis e impunes na empresa decidiram desrespeitar todos os outros.

Sou apologista de que existam serviços num país que devem ser assegurados com um máximo de eficiência e com um mínimo de prejuízo. Os transportes caem nessa categoria. Aceito que os impostos que pago sirvam para custear o deficit dessas empresas. Mas isso apenas e quando as pessoas que trabalham nessas empresas têm sentido de responsabilidade e respeitam o esforço alheio.
O esforço que lhes paga os salários (pelo menos em parte).
Quando acham, que lá por o dinheiro que os sustenta não ter cara podem cagar olimpicamente no esforço de todos desde os colegas aos utentes ,eu começo a pensar se não é mesmo melhor privatizar e deixá-los ao sabor do mercado.
Aí talvez aprendam a respeitar toda a gente que paga o bilhete. Porventura menos gente porque os bilhetes ficam mais caros, o que levará inevitavelmente à dispensa de alguns deles.

Têm uma oportunidade de ouro para nos fazer perceber que o serviço público faz sentido. Ainda que deficitário (não na amplitude que tem hoje) é algo em que um Estado tem um papel a desempenhar.

Quando fazem gracinhas destas a única coisa que conseguem do cidadão contribuinte é o apoio da privatização da empresa.

Cavaco, Cavaco, porque no te callas Cavaco

Não percebo realmente o que vai na cabeça desta "múmia paralítica".

De cada vez que se pronuncia, ou é incoerente ou parece ver a realidade com uns óculos com lentes pintadas a preto.

Durante os Governos de Sócrates andou com a conversa da cooperação estratégica. Temia-se que a sua proverbial rectidão e conhecimento de finanças públicas a par com o seu papel no PSD fosse causar alguns empecilhos ao governo.

Estava tão determinado em mostrar que não ia ser uma força de bloqueio, que se calou perante todas as tropelias atentatórias do Estado de Direito. Esteve calado aquando da tentativa de subordinação do poder judicial ao executivo, este calado com o gabinete do 1º ministro a supervisionar a actuação das secretas, calado perante os contratos ruinosos para o Estado e denunciados pelo TC etc etc etc.

Cavaco deixou passar tudo em silêncio. Só se aborreceu com o estatuto dos Açores. Não é que não fosse de se aborrecer, mas quando o fez e depois de tudo parecia apenas preocupado em afirmar a posição de importância do SEU lugar. Tudo o resto não ameaçava o seu estatuto ou a sua importância. Deixou passar em silêncio.

Esperava-se uma maior actuação durante o segundo mandato. Não vai ter outro, não precisa de ser popular e demagogo.
Sabemos bem que no 1º nada fazem para poder ter um segundo mandato. No caso de Cavaco é também para nada fazer, ou ainda pior para se por a criar "casos" a partir de coisas que ele sabe que são uma imposição dos nossos credores. Se não na forma, pelo menos na substância.

Entra este governo e anuncia as medidas gravosas de suspensão do pagamento dos 13º e 14º mês. Vai Cavaco e faz um discurso a levantar a questão da equidade do esforço etc etc. Passaram-se semanas com toda a gente a falar daquele discurso.
Até a esquerda radical o vem defender aproveitando mais uma oportunidade para desancar o Governo.
Semanas depois fala-se na possível extensão da medida ao sector privado. Quando interrogado Cavaco afirma que isso não fazia sentido!!!

Então que porra de equidade estamos a falar oh Sr. Presidente? Ou bem que é entre os dois grandes sectores da economia ou bem que não é.
Ou bem que sabe que dum lado isso é despesa e como tal a cortar por imposição da Troika e do outro é receita que se fosse implementada era batota de acordo com o acordo da troika (a regra dos 2/3 1/3).

Pensei que o homem  estivesse maluco. Aquele discurso da equidade foi para quê?  Equidade entre os cortes dos nossos funcionários públicos e os que que trabalham na Índia?
Percebo agora, que tal como Sampaio, Cavaco precisa de dizer umas coisas. Para sabermos que está vivo e que ainda pode discursar em ocasiões importantes. E como tem de encher tempo a falar, diz merda. Como dizia merda Jorge Sampaio ("há mais vida para lá do deficit", dizia ele).

Fazem uns discursinhos todos redondos que devem ser para agradar ás massas. "Ouviste? O Presidente também é contra todos estes sacrifícios... pois pois".
Resultado prático? Nenhum. Começa e acaba nas palavras. É a versão mais calma da propaganda súcia. Conversa fiada. Tédio enlatado. Modus Operandi de uma classe política que acha que o importante são os discursos.
"Excelente discurso", dizem depois os comentadores de discursos. "Péssimo discurso", dizem outros comentadores de discursos. E se acham que não há comentadores de discursos, liguem a rádio ou a televisão e vejam por vocês próprios. Não encontram outra coisa. Jornalistas? Isso não temos.

(Nota: Ontem no carro ia a ouvir a TSF se bem me lembro. Um boletim médico lido por um médico do Hospital da Luz dizia que Eusébio tinha uma pneumonia bilateral.  Um jornalista perguntou "Sr. Dr. pode explicar o que quer dizer bilateral?". "Nos dois pulmões" respondeu o médico. Continuou dizendo que a pneumonia é uma infecção aguda que no caso de Eusébio se manifestava nos dois pulmões. Na pergunta seguinte o jornalista pergunta de a infecção é grave ou não!!!. O homem tem uma infecção AGUDA. Está nos CUIDADOS INTENSIVOS. O que é que este estúpido jornalista pode deduzir disso? Ou será que acha que a sua audiência é composta por estúpidos como ele?)

Como vêm jornalistas não temos. temos na esmagadora maioria dos casos, imbecis e ignorantes encartados.

Continuando acerca de Cavaco...
Ou o homem enlouqueceu e esqueceu-se de tudo o que sabe de Economia ou então tem mais de político do que de técnico. E mesmo não tendo nada a perder neste mandato quer que as pessoas "gostem dele".

Não é com conversa que se gosta dele. E com esta conversa há muita gente que nele votou que já começa a não o entender e a achar que lhe devia ter dado um valente fora.
Não votei nele mas isso não me deixa descansado. Podemos muito bem ter no presidente alguém que constantemente cria mal estar e que nada aceita para que se resolvam problemas endémicos do país. Só para não ficar calado.

Ele que mais que ninguém devia saber como isso é importante. Cavaco arrisca-se a ficar na história como o 1º Ministro da oportunidade perdida e como o presidente que ajudou a por o pé em cima quando precisávamos mesmo de nos levantar.

Nas próximas ocasiões em que este homem tenha de fazer discursos de Natal ou Ano Novo seria excelente se chegasse ao microfone e dissesse "Bom Natal e Bom Ano Novo". calava-se e saía pelo outro lado.
Tchauzinho. Vá comer filhozes homem. Cuidado com o colesterol

Seguramente deve haver alguma coisa útil para fazer

Aqui estamos nós 3 ou 4 dias volvidos sobre as afirmações de Passos Coelho sobre a possibilidade de se emigrar para encontrar oportunidades de trabalho.

Ele disse o que toda a gente com dois dedos de testa sabe há muitos anos. E faz há muitos anos. Foi duma frontalidade "brutal" para os delicados ouvidos portugueses.

E desde sábado passa-se por qualquer televisão ou por qualquer jornal e a merda é sempre a mesma. Vai da condenação até às dicas sobre o melhor sítio para emigrar. Esquizofrenia total.

O PS e a oposição agarram esta oportunidade com unhas e dentes. As figuras do regime, até o sr. que coordena (ou coordenava) as Novas Oportunidades não resistiu a meter uma bucha acerca da emigração no seu discurso de defesa das Novas Oportunidades.

Leva-se isto a um ponto tal que entrevistavam alguém na TSF hoje de manhã que dizia que a tal agência que Rangel propòs não fazia falta nenhuma porque já havia uma coisa assim.

Ou seja, quando se fala da emigração como se fosse uma novidade de sábado, sabemos agora que os consulados já têm um papel activo na ajuda e aconselhamento de quem emigra.
Então, afinal a emigração existe? De gente qualificada? Olha o espanto.
Os mesmos jornais que se deliciam a dar voz a todo este disparate, publicam informação sobre os melhores países para emigrar. O Público tinha ontem uma peça sobre a emigração para Angola. Tinha um artigo ante ontem sobre o atraso dos vistos para Angola por causa do período de férias da embaixada. E que tal se se pusesse toda esta gente em fila e se varresse a chapadão?

E que tal se se pusesse o líder parlamentar do PS nesse alinhamento e lhe dessem chapadas até ficar com as bochechas negras?
O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, acusou esta manhã o Governo de “brincar” com os portugueses numa alusão às declarações de um secretário de Estado, do próprio primeiro-ministro e do eurodeputado do PSD Paulo Rangel sobre as oportunidades de emigração.
Número de portugueses a emigrar disparou 41% o ano passado (8 Junho 2011)

Nunca houve maior crescimento de emigração do que no período em que o PS esteve no Governo a não ser provavelmente com a grande vaga de emigração anterior ao 25 de Abril.

Mas enquanto nessa altura saiam pessoas de baixas qualificações, com estes senhores no poder, muita gente com qualificações percebeu que este país não era para eles. E saíram. Independentemente de se ter falado nisso ou não, as acções e inacções do Governo PS em relação a quase tudo levaram a uma fuga maciça de pessoas com altos graus de qualificação. Em 2009 estão estimadas 70 mil saídas. E esta taxa de saída  não deve ter abrandado por aí além. Pode mesmo ter aumentado.

Já suspeitava que este país só funcionava na base da chapada e da mão de ferro. Somos um povo incapaz de se concentrar no que é importante e de unir forças para atingir um objectivo comum. No momento presente seria talvez o crescimento do país e a saída da situação de quase banca rota em que nos encontramos.
Mas isso parece ser impossível.

Vai-se desde a imbecilidade mais básica à malcriadice pura e simples. Apesar de ser óbvio que essa pode ser ou que já é uma alternativa para muitos, toda a minha gentinha acha por bem ter o seu bocadinho de gozo por causa da afirmação.

A energia que se gasta a discutir uma não questão é um bom indício da nossa incapacidade de dar atenção às coisas realmente importantes no momento devido.
O mais fantástico é ver gente do PS a atirar pedras porque alguém disse o óbvio enquanto eles em surdina foram causando uma torrente de saída de cabeças deste país.
E o mais giro é que os media andam à procura de um nome português de cada vez que é anunciada uma descoberta científica. Até fazem reportagens sobre os portugueses qualificados no estrangeiro.

Depois, quando a oportunidade se apresenta fazem isto. Alimentam isto durante quase uma semana.
Não há pachorra para aturar toda esta conversa de porcaria quando temos pela frente a obrigação de ter 4.5% de deficit no fim de 2012, com emigrantes ou sem eles.

O que choca tanto as pessoas?

As repercussões das declarações de Passos Coelho são curiosas.
Se avaliássemos o seu impacto pelo eco mediático das mesmas seríamos forçados a concluir que foi cometido um crime de lesa majestade.
Foi Seguro que chamou demissionário ao 1º ministro, foi Mário Nogueira que disse ao 1º ministro para emigrar, são os comentadores/jornalistas que se desdobram em encontrar toda a espécie de segundos significados nas palavras etc etc.

Os professores sentem-se ultrajados. Sentem-se apontados como excedente num país com cada vez menos oportunidades.
Não é de estranhar. Só não se sente quem não é filho de boa gente.

Mas sejamos realistas. Aquilo que começa agora a ser sentido pelos professores já atingiu outras classes profissionais há bem mais tempo.
A necessidade de procurar oportunidades de emprego fora do país já acontece com muitos. Perante um mercado de trabalho que paga cada vez menos por trabalho especializado muitos profissionais viram-se forçado a sair.
É quase constante ver notícias de investigadores portugueses a trabalhar fora do país. Não tinham oportunidades de enriquecimento profissional ou pura e simplesmente não tinham oportunidade de emprego.
Seja para os países de língua portuguesa, seja para outra parte do mundo, os portugueses com graus académicos elevados emigram desde há muitos anos. No início do século XXI era por uma questão de remuneração. Ganhava-se muito mais na Alemanha, Inglaterra ou US. Mais tarde foi por uma questão de oportunidades independentemente do salário.
Hoje parece ser uma escolha entre ter um emprego ou não ter.

A nossa pirâmide etária está a ficar desequilibrada. Há menos jovens, fruto duma política altamente lesiva da família. Um casal jovem tem de pensar duas vezes antes de ter um filho. A casa precisa de ser um pouco maior, e o Estado tem uma fiscalidade absurda para casais com dependentes.
Temos hoje famílias com um orçamento limitado que olham para um filho como mais um peso financeiro que não podem ou não querem suportar. Para muitos isso significa abdicar de um certo nível de vida que não querem perder. Abdicar da liberdade de não ter ninguém a cargo.
Raros são hoje os casais com 2 filhos e muitíssimo mais raros os que têm mais de 2.

Cada vez chegam menos crianças ás escolas. No interior esse problema ainda é mais agravado com a saída de gente mais jovem à procura de emprego nos grandes centros populacionais. Chegados lá, assentam arraiais e já não voltam.
As necessidades do sistema de ensino passam a ser menores nesses sítios e em todo o lado de forma generalizada. Ano após ano hé menos crianças. E isso significa menos necessidade de professores.
Por outro lado chegam todos os anos profissionais ao mercado de trabalho com essa formação. E o desequilíbrio entre a oferta e a procura começa acentua-se.

Assistimos recentemente à não renovação de contratos e muitos outros casos de gente que não é colocada nos concursos. Mas parece continuar a persistir-se num modelo completamente desequilibrado esperando que por artes mágicas haja uma solução para ele.

Segundo o PS a solução parece ser a de contratar toda esta gente quer faça falta ou não. Não existe nada semelhante com as profissões liberais nem se espera que o sector privado da educação resolva o problema até se chegar ao equilíbrio. Espera-se que o Estado o faça.

E o PS fez isso em doses maciças. E sugou uma percentagem de riqueza que nos põe a trabalhar mais de meio ano só para sustentar as suas loucuras. E quando mesmo assim não chegou, pediu emprestado e comprometeu os nossos rendimentos futuros a 10, 20 ou mais anos.
O PS sempre mostrou uma grau de cobardia considerável para enfrentar os problemas. Comelou com Guterres a querer agradar a "todos". 

Sócrates quis agradar apenas a alguns. Os que importavam mesmo. E quando chegava perto de eleições tentava agradar a mais uns quantos.

Aquilo que Passos Coelho disse é dum realismo brutal. Se deve ou não ser dito por um 1º ministro já não sei dizer. Eu prefiro alguém que não me minta do que alguém que passa a vida a dizer-me que está tudo bem até me espetar a faca. Mas isso sou eu. Haverá quem goste de ser enganado.

No sector privado em que não há almofadas. Ou partem para outra ou emigram ou então estão condenados a ficar desempregados durante uns bons anos.


Seja qual for a aposta deste governo ou doutros terá de passar por criação de emprego em sectores que não estejam sujeitos a bolhas ou situações passageiras como foram muitos dos empregos perdidos nos últimos anos.
Tem de passar por repensar as necessidades do Estado em professores, médicos etc etc.
Não se pode simplesmente dizer a toda a gente que tire um curso superior sem pensar nas necessidades do país e na sua capacidade de os absorver.

O que pode um país fazer com profissionais da área do ensino que não têm vaga para leccionar? Garantir emprego? Como? A que propósito? Se um Estado não tem capacidade de suportar os custos o que é suposto fazer-se? Mais dívida?

Não seria preciso que Passos Coelho tivesse dito aquilo. Mas também não mancha ninguém ter o realismo e a coragem para o dizer.

Uma coisa eu sei: Não é a ficar chocado e a fingir que se tem solução para os problemas que eles se resolvem.  O aproveitamento desproporcionado da situação só coloca a nú o facto de que a oposição não tem qualquer alternativa viável. Quando dizem que um 1º ministro não pode dizer coisas daquelas, não conseguem responder à pergunta: Então como se evita o desemprego na classe ?

Não têm resposta. Ela seria muito compromotedora. Limitam-se a dizer umas generalidades acerca do emprego e do crescimento.
Mas isso também eu consigo dizer. Também consigo dizer que o país devia crescer e implementar políticas que favoreçam o emprego.
E como? Aí é que está a questão.... Como? Se a única alternativa que têm é sugerir que seja o Estado a avançar com a contratação devo lembrar essa gente que foi isso que nos trouxe aqui.

Por muito que doa, esta situação económica é a correção forçada de anos de disparates. De forma dolorosa e de uma assentada. Tivessem introduzido pequenas correcções o choque não seria desta dimensão.
Só que entre inação política, incompetência, ligeireza e o mais puro dolo, o PS chegou ao ponto de falir o país. Nada do que Seguro possa dizer do fundo da sua completa irrelevância muda o facto de estar rodeados de camaradas que deram o seu contributo para afundar um país pela 3ª vez em 37 anos.

Quando dizem que nos faltam políticos sou tentado a concordar. Mas não assumam que eles existem no PS. Ser político e tomar sucessivamente péssimas decisões não é ser político. É ser criminoso. E isso foi bem demonstrado nas últimas semanas com as declarações revoltantes de membros do PS. Um deles o ex 1º Ministro.
Não há muito mais a dizer.

Diálogos

- Oh Pedro Nuno, ainda bem que o encontro. O que raio foi aquela preleção em Viana?

- Bem sr. Secretário Geral, sabe, o ambiente, as pessoas. As coisas acontecem...

- Pois, mas não num assunto delicado como este. Ainda para mais acabaram de me dizer que você é um dos nossos especialistas em Economia.

- E sou. Sou eu o o João. Somos do melhor que o partido tem.

- Pedro, Pedro... Eu sei que você é do melhor que temos. Infelizmente o Teixeira já não nos liga e o Vitor foi-se embora. Mas acha mesmo que a solução para os nossos problemas de dívida é não pagar?

- Sr. Secretário Geral desculpe-me. Mas o nosso Secretário Geral anterior sempre me disse que isto é como numa empresa só que em grande escala.

- Como numa empresa? Como assim?

- A ideia é em 1º lugar arranjar custos. Para abater no IRC. Depois investir o capital dos outros. E finalmente gerir as coisas quando nos pedem o dinheiro de volta

- Gerir como?

- Dizendo que estamos em reunião ou que fomos para fora em trabalho.

- Oh Santa Maria. Mas você não sabe que não pagamos IRC? Até eu aprendi isso quando estudei economia. E eu que sou licenciado em Ciência Política

- Oh sr. Secretário Geral. Eu não disse aquilo sem ter a certeza do que estava a dizer. Eu sei que estava bêbado e nessas alturas dá-me para ser sincero. Mas eu já vi estudos que demonstram que se dissermos aquilo há logo pernas tremer!!!

- Porra. De quem eram esses estudos?

- Do João.

- Caramba, mas quem é o João?

- O Galamba. Esse é economista como eu. E dos bons. Deu um baile ao Governador do Banco de Portugal um dia destes.

- O Galamba é dos nossos? E é economista também? Eu conhecia-o por ter chamado filho da puta a um tipo do PSD num blogue. E já que falamos sobre isso, o que é um blogue?

- sr. Secretário Geral. Um blogue é um site na Internet onde as pessoas escrevem coisas. É quase como um jornal mas muito mais imediato e sem se pensar muito.

- Ah. Ok. Talvez devêssemos ter um.

- Ah Ah. E temos. Temos montes deles. Há imensa gente nossa que escreve a defender-nos mesmo em casos como este. E se não conseguem defender atacam. É simples...

- Bem, o que eu lhe queria dizer é que não volte a fazer aquele tipo de de discurso. Não podemos revelar a nossa estratégia assim com rádios a gravar. Se isto vai por esse caminho quando chegar ao Congresso não tenho nada de novo na Moção de Estratégia!!

- Não se preocupe sr. Secretário Geral. De mim não se vai saber nada. E vou dizer ao João que não se ponha a revelar nenhum detalhe. Mais vale que fiquem a pensar que somos ignorantes ou que não fazemos ideia do que andamos a dizer.

- Ou as duas coisas. Ah Ah Ah. Sabe Pedro, nestas coisas não se pode dizer a verdade. As pessoas simples assustam-se. É preciso ser optimista. Veja lá se o comandante to Titanic apesar de tudo não salvou a situação por ter pensamento positivo

- Errr. sr. Secretário Geral. O Titanic acabou por ir ao fundo

- Eu sei. Mas o comandante foi sempre optimista. E seja como for é preciso parecer!!! Parecer!!!. Não se pode dar a ideia que somos uma corja de tolos sem nenhuma noção da realidade. É preciso continuar a dizer que sabemos para onde vamos.
E diga lá ao João, quando o vir, que eu preciso de falar com ele acerca desses blogues ou lá o que é isso. Isso é muito importante. Pode ser uma forma de ganharmos a simpatia das massas


- sr. Secretário Geral. Nós não dizemos massas. Isso é o Jerónimo e o outro senhor que é economista.

- O João?

- Não caramba! O Louçã.

- Bolas. Não me digas que esse também é economista! Mas será que no PS eu sou o único cientista político?

- sr. Secretário Geral... o Louçã é do Bloco. E temos o Adão que é cientista político mas esse gosta de fingir que é independente. Faz de conta que nem sabemos quem é.

- Do Bloco? Mas o Bloco caiu há anos. Já nem há muro em Berlim!!! Caramba, devem pensar que eu sou parvo.

- sr. Secretário Geral, o Bloco de Esquerda.

- Ora essa!! A Esquerda somos nós. Bem, já lhe disse o que eu tinha a dizer. Agora vou falar de emprego. Como criar emprego e como tirar o país de onde está. E isso eu sei. E sei porque sei como o pusemos onde está. Nós criamos 420.000 empregos em 6 anos. Se criarmos agora só metade disso ficamos com pleno emprego!!

- Certo. Mas eu já disse como se tira. E o anterior secretário Geral também. Não se ponha com novidades. A gente não paga e pronto. Começamos de novo. E o João é da minha opinião. E de economia sabemos nós. A gente diz que a culpa é da crise, que não pagamos aos gananciosos que nos enganaram e temos o povo todo a concordar connosco.

- Certo. Mas eu sou secretário geral e se alguém tem de revelar a estratégia sou eu. Vocês aconselham-me. Num partido sério é assim. Os especialistas aconselham o líder porque ele não pode saber tudo. Depois eu logo vos recompenso. Mas até lá... discrição

1 abaixo de −273.15 °C

O repenicadinho inútil ficou CHOCADO como uma virgem púdica.
A perspectiva de ter os professores a ir para Angola, Brasil, Moçambique, Timor, Cabo Verde etc etc deixou Seguro em estado de apoplexia.

O 1º ministro desistiu, diz ele. É um 1º ministro demissionário.

Quanto a isso acho estranho o erro. Demissionário foi Gueterres com o pretexto de uma eleições autárquicas. O brioso católico deitou pela janela todo o espírito de sacrifício e todo o sentido de dever e acorbardado pirou-se. Anda agora de fatiota tropical a ver como vivem mal os refugiados. Ganhou o céu.

O outro caso próximo dele é o de um senhor que depois de por um país na sarjeta se demite porque a oposição de opões ao 4º plano de austeridade (estabilidade e crescimento, segundo ele) gizado por ele e por um economista brilhante chamado Teixeira dos Santos.

Esses são dois primeiros ministros demissionários. Um deles lançou as raízes para o caos económico e o outro consumou-o na totalidade em versão revista e melhorada. Um deu-nos estradas que não precisávamos e o outro não nos deu grande coisa. Deu aos amigos e a ele próprio.

Falta ainda um outro tolo de extrema esquerda que foi defender Portugal para a Europa. Deslumbrado e mais preocupado consigo do que com tudo o resto lá se foi e não deixou grandes saudades. Tem oportunidade de praticar o inglês e o francês e de ser insultado por Nigel Farage. Não foi um mau resultado, convenhamos.

Aquilo que todos dizem há anos é finalmente entendido por alguém com responsabilidade. Há anos que biólogos, dentistas, fisícos, médicos tentam sair deste país enterrado na lama até à orelhas. Vão porque têm curriculo e estão num ponto das suas vidas em que se podem recolocar em qualquer lugar deixando para trás muito menos que a maioria.

Há depois os outros. Que não estão para largar os confortos. A comida da mãe, a roupa lavada os amigos e a bejecas à noite.

Há infelizmente um terceiro grupo. Que escolheu uma profissão em que o único, ou quase único, empregador possível é o Estado.
E esses, nos quais se incluem os professores, estão numa situação particularmente delicada dada a necessidade de corte de custos do Estado a par com a cada vez menor taxa de natalidade deste país.
O que espera Seguro que aconteça? Contratam-se todos, provavelmente com recurso a dívida ou a uma carga fiscal aumentada porque o Estado tem o DEVER de dar emprego a toda a gente que precise?
É esta a noção de um Estado cuja economia assenta naquilo que Seguro defende que seja uma economia de mercado? Será isto porventura o conceito de um Estado nos países nórdicos que Seguro tanto admira mas é incapaz de compreender?

Seguro limita-se demagogicamente a ficar chocado. O senhor da Fenprof também. Ele que também é professor e que a única coisa que faz é ser pago pelo Estado para não leccionar.
É dramático assistir num país a uma coisa destas. Mas a formação está completamente desadequada das necessidades do país. Há professores a mais, há advogados a mais e no estado em que está a construção neste país arruinado já há engenheiros e arquitectos a mais.
Se para os últimos ainda haverá uma luz ao fundo do túnel dentro de uma dezena de anos, para os primeiros e para os professores em particular não há. A não ser que os casais se entusiasmem e desatem a fazer meninos como se não houvesse amanhã. E isso não vai acontecer.

Pela primeira vez desde que me lembro temos alguém que foi eleito sem esconder ao que vinha, que nos diz na cara o que estamos a passar. Temos do outro lado um palerma piedoso que acha que se deviam dar boas notícias e não andar a assustar as pessoas.

O que me assusta realmente é que Seguro se veja como alternativa. Que a sua bancada seja o melhor que o seu partido tem e que Passos Coelho possa vir a perder as próximas eleições apesar de todo o esforço. E nessa altura António Costa possa ganhar essas eleições.

Notem que digo António Costa porque acho Seguro demasiado imbecil e demasiado incapaz de sobreviver até chegar às eleições. Será descartado quando o partido achar que tem uma chance de chegar ao poder. Ele é um parolo para queimar.

E na verdade, perante o que diz dia após dia não estou a ver melhor destino para um líder assim. Vamos deixá-lo pensar que é relevante até que desapareça.
Isso sim é ser piedoso.

−273.15 °C

Seguro, o resultado do cruzamento de um caixote do lixo com um disco riscado tem uma solução para o país.
Numa intervenção num jantar do PS em Viseu, António José Seguro disse, dirigindo-se ao primeiro ministro, que “chega de aventuras”, de “meter medo aos portugueses” e “chega de más notícias”, apelando para que Pedro Passos Coelho anuncie “medidas concretas” para o crescimento e o emprego.
“Quero lançar desde Viseu um desafio ao primeiro-ministro: [no domingo] tem uma boa oportunidade para dar uma boa notícia aos portugueses. O Conselho de Ministros vai reunir-se extraordinariamente e eu desafio o primeiro-ministro a que finalmente ponha fim à austeridade e que tome medidas concretas para o crescimento económico e para o emprego no país”, afirmou.
Seguro admitiu que “é necessária austeridade para consolidar as contas públicas”, mas defendeu que “não é preciso tanta austeridade”, sublinhando por diversas vezes na sua intervenção a urgência de uma agenda para o crescimento da economia e do emprego.
O tempo começou na tomada de posse deste Governo. Não existe passado, não existe nada nem ninguém entes disso. Passos Coelho faz o que faz por pura maldade.
Assusta as pessoas com a verdade. Não é piedoso nem mente para nos poupar os detalhes da desgraça.

Ele seria muito mais suave, cobarde e perdulário. Ele começaria JÁ a voltar ao crescimento.
Nas escala da incompetência e falta de pragmatismo, Seguro está a aproximar-se a passos largos de Sócrates e Guterres.
A sua conversinha delico doce, desligada da realidade e completamente pífia passa todos os dias na TV nos jornais e na rádio como se a opinião dum zero absoluto fosse alguma coisa a que devêssemos dar atenção.

Onde estava este palhaço enquanto o seu partido em anos e anos de Governo lançou as raízes destes descalabro?
Onde andava esta florzinha quando Sócrates começou a gastar o que não tinha como um vulgar drogado?
Quantas vezes saiu este fulano a terreiro para tentar travar a espiral auto destrutiva em que Sócrates entrou?
Quantas vezes apontou ele "preto no branco" algum erro da gestão socialista anterior?

LHC - A descoberta do bosão de Higgs e os efeitos colaterais

Ao início da tarde, em Genebra, os responsáveis por duas experiências que estão a decorrer no LHC, o gigantesco acelerador de partículas do Laboratório Europeu de Física das Partículas (CERN), apresentaram os seus mais recentes resultados na procura da famosa “partícula de Deus” – ou, mais cientificamente falando, do bosão de Higgs.

Ainda não foi desta vez que puderam anunciar ao mundo que o Higgs afinal existe mesmo, ao contrário do que os média internacionais vêm insinuando desde finais da semana passada. Algo que, no fundo, não foi uma surpresa, uma vez que no seu site, o CERN tinha há dias um comunicado que não deixava lugar para dúvidas: os resultados a ser apresentados não seriam conclusivos para afirmar a existência da partícula.

No entanto, e por mero acaso, foi descoberta uma nova partícula sub atómica que está a intrigar os cientistas.
"Estávamos com a nossa atenção virada para a descoberta do bosão de Higgs e nem nos apercebemos que como resultado das colisões aparecia algo de muito diferente", declarou Samuel Adams, chefe da equipa que analisa os resultados das colisões.
"É uma partícula estranha. Pelo seu comportamento decidimos chamá-la de administrão.
A primeira coisa que salta à vista é que está sempre rodeada de neutrões. E num dos resultados de uma colisão anterior aparecem vice-neutrões (candidatos a neutrões , mas que ainda não atingiram o grau de apatia suficiente)
O que nos fez olhar para os resultados foi o facto de nas diversas colisões ao longo do tempo, esta partícula parece ser cada vez mais lenta e torna-se mais pesada.
Ao mesmo tempo os neutrões e os vice neutrões que a rodeiam parecem ficar mais excitados energeticamente à medida que o administrão ganha massa.
Na altura da colisão, seguem trajectórias desordenadas a enorme velocidade afastando-se dele."
"A cada colisão parece tornar-se mais lento. Os neutrões e os vice-neutrões trocam constantemente de posição. Não percebemos estes resultados" afirmou Atari Asahi, membro da equipa internacional de investigadores.
A comunidade científica está confusa com estes resultados. Ao fim de várias décadas de pesquisa parece muito pouco provável que se descubra algo desta dimensão. A procura do bosão de Higgs tem norteado as pesquisas do cientistas nos últimos anos. Talvez por isso se tenha ignorado algo que é bastante mais visível do que o efémero bosão.
"Pela sua massa, o administrão já devia ter sido descoberto. Mas o facto é que a massa vai aumentando e tem aumentado duma forma não linear ao longo do tempo. É possível que nas nossas observações anteriores o administrão não fosse detectável."
A forma como os neutrões e os vice neutrões interagem com o administrão é bizarra. Mas mais bizarra é a forma excitada como se comportam as outras particulas que rodeiam o administrão.
"Parece ganhar massa à custa do que os rodeiam. Temos de olhar para esta partícula em maior detalhe, mas ela parece aumentar de massa à custa das outras.
Não se mexe muito, é lenta e de trajectória irregular. Salta de núcleo em núcleo mas só o abandona depois de drenar toda a energia.
Se tivesse que o qualificar chamar-lhe-ia uma particula parasita
Provavelmente o bosão de Higgs não aparece porque o administrão se encarregou de o fazer desaparecer", gracejou Samuel Adams.
"Não é plausível que uma partícula possa fazer desaparecer outras partículas. Não pode simplesmente criar o "nada"" rematou.
O que Gianni Peroni, porta-voz da experiência ATLAS, e Danniele Moretti, porta-voz da experiência CMS, explicaram, é que os avanços experimentais feitos nos últimos meses – e até nas últimas semanas – pelas respectivas equipas têm sido espectaculares. E que os detectores de partículas estão a funcionar tão bem, com um tal nível de sensibilidade, que permitem entrar agora numa fase em que os sinais que vierem a ser detectados no LHC em 2012 poderão finalmente fornecer mais pistas acerca desta descoberta fortuita mas enormemente significativa.
No entanto, a cientista não descartou nenhum desfecho: “Este excesso pode ser devido a uma flutuação, mas também poderá ser algo de mais interessante. Não podemos concluir nada nesta fase. Precisamos de mais estudos e de mais resultados.” Todavia, também afirmou que, “dado o excepcional desempenho do LHC este ano, (...) podemos esperar resolver o enigma em 2012".
Como em todas as áreas de conhecimento a especulação corre livre perante acontecimentos como estes.
"Será o administrão matéria negra (dark matter)? pergunta Estelle Artois.
Talvez nunca venhamos a saber, mas o facto é que o aumento de massa desta particula corresponde com grande exactidão aquilo que se verifica a uma escala enorme com os buracos negros. Pode ser  o elo de ligação entre o infinitamente pequeno e o infinitamente grande."
As consequências desta descoberta são impossíveis de antecipar.
"A existência do administrão é a prova definitiva contra a teoria do desenho inteligente (Intelligent Design).
Não há nada de inteligente no comportamento do administrão e da sua relação simbiótica com os neutrões, vice neutrões e as outras partículas envolvidas.
Ao olhar para estes resultados quase me atreveria a dizer que Deus não existe" rematou Samuel Adams rindo-se.
O LHC entrou em funcionamento em 2008 e a sua função é esmagar partículas subatómicas umas contra as outras a altíssimas velocidades, na esperança de que dessas colisões resulte a produção do bosões de Higgs.

Durante um largo período o LHC esteve parado para reparações e existe a crença entre muitos dos investigadores da equipa que esta partícula recém descoberta possa ter estado na raíz do problema do LHC.
"Perante estes resultados atrevo-me a dizer que existe uma relação entre esta partícula e a avaria do LHC em Setembro de 2008.
Parece-me plausível que esta partícula possa ser a responsável por um problema de milhões de Euros.
Algo assim não seria inédito e estávamos em 2008. Nessa altura ainda não estávamos atentos e não demos pela sua existência.
Talvez a sua primeira manifestação tenha sido precisamente esse problema" afirmou Stephan Grolsch, responsável pela instalação
 os brinquedos para crianças que até agora estavam a ser vendidos como sendo bosões de Higgs, aparecem agora à venda com o nome da nova partícula

Portugal devia “marimbar-se” para os credores

Estas foram as sábias palavras de um dos Vice Presidentes da bancada Parlamentar do PS - Pedro Nuno Santos.

O que vai na cabeça de Sócrates já nós sabemos desde a sua extraordinária conferência multilingue.
Sabemos agora que há gente com lugares de importância no alinhamento actual do PS que têm exactamente a mesma visão do maior aldrabão que país elegeu como 1º ministro.

E não é de admirar. Um mafioso rodeia-se de mafiosos. Não deve ser muito fácil gente com alguma espinha dorsal conviver com tipos deste calibre.

Estes fulanos são o exemplo perfeito daquilo em que se tornou a nossa sociedade. Uma sociedade em que uma palavra nunca é para cumprir, em que as obrigações assumidas não são respeitadas.

E depois admiram-se dos níveis de litigância nos tribunais cíveis. Isto que este desgraçado idiota disse num jantar de Natal é aquilo que milhares e milhares de portugueses fazem.
Contraem dívidas e contam com a morosidade da justiça para se safar. Com isto tornam a justiça ainda mais morosa. Perante uma enxurrada de processos que este tipo de atitude gera, não há sistema que consiga dar vazão.

O erro está em pensar que com a dívida soberana as coisas se passam da mesma maneira. Uma coisa é não pagar um carro e andar a fugir com ele durante uns meses. A outra é endividar um país e deixar de pagar o que se deve.
Numa situação em que estamos a viver de crédito, fazer isso que esta criatura diz significaria o colapso do país. Dizer esta barbaridade, mesmo que seja num jantar de Natal, só pode ser resultado de completa imbecilidade ou por o próprio se estar a "marimbar" para o sofrimento horrível que o país inteiro passaria se isto acontecesse. Deve estar a contar com algum pézinho de meia que conseguiu por ao fresco.
 
Pedro Nuno Santos, um dos vice-presidentes do grupo parlamentar do PS, afirmou que se estava a “marimbar para o banco alemão que emprestou dinheiro a Portugal nas condições em que emprestou”, sugerindo que o país deve suspender o pagamento da sua dívida para deixar “as pernas dos banqueiros alemães a tremer”.
Questionado sobre se as suas declarações não podem comprometer o trabalho que Portugal está a fazer no sentido de cumprir o memorando de entendimento assinado com na troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) e trabalhado ainda pelo anterior Governo e suscitar uma reacção adversa por parte dos mercados, o deputado reafirmou ao PÚBLICO que o seu discurso não foi feito no sentido de Portugal não cumprir o acordo: “Nunca disse que a dívida não deve ser paga. Mas a dívida é a nossa única arma para podermos impor condições mais favoráveis, pois a recessão é o primeiro passo para nos impedir de cumprir o acordo”.
Pedro Nuno Santos asseverou também que o facto de a cimeira europeia da passada semana não ter acalmado os mercados é “mais uma prova de que chega de nos submetermos aos credores e aos mercados”. “É incompreensível que os países periféricos não façam o que faz o Presidente francês [Nicolas Sarkozy] e a chanceler alemã [Angela Merkel]. Deviam unir-se. Eles reuniram-se antes da cimeira para decidirem o que deviam decidir os 27 [Estados-membros] e os periféricos deviam fazer o mesmo”, reiterou.
No entanto, no polémico jantar, Pedro Nuno Santos disse: “Estou a marimbar-me que nos chamem irresponsáveis. Temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses. Essa bomba atómica é simplesmente não pagarmos”, afirmou o deputado no polémico jantar. “Ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos”, disse também Pedro Nuno Santos na altura.
in Publico (15/12/2011)
Isto é o limite máximo da falta de vergonha. Não há forma de descer mais baixo do ponto de vista de honorabilidade pessoal.
O mais grave é que estes tipos fizeram isto durante anos a fio. Hoje continuam na bancada parlamentar do PS. E este como Vice Presidente.
É esta a escumalha que Seguro nos quer fazer acreditar que está empenhada na solução dos problemas do país.
Com este tipo de discurso alguém acha possível que estando no poder poderia sair alguma coisa de bom? Alguma coisa no interesse do país?

Como é possível que tenhamos deixado que gente como este indivíduo tenha chegado a um lugar em que pode vir a ter os destinos do país nas mãos. O grau de irresponsabilidade e de falta de respeito pelos compromissos, sejam eles quais forem, não tem paralelo.

Na verdade não é nada com que Sócrates e os seus governos não nos tivessem já demonstrado. A má fé nas negociações, a ligeireza e a superficialidade das decisões, a negação das consequências do seus actos foram a imagem de marca deste PS. Para eles a propaganda era o que importava. A substância era secundária.


Imaginem-se a ter emprestado dinheiro a alguém que não vos paga. Imaginem agora que ele vos aparecia á frente e dizia uma coisa destas. O que faziam? Eu diria que esse alguém sairia bastante "torto" da conversa.

Esta forma de pensar está tão arreigada em alguns de nós, que se permitem dizer estas coisas falando de um país que poderia passar fome se uma coisa destas acontecesse.

São estes os que querem o melhor para Portugal.

Os anjinhos...

No seguimento da auditoria feita pelo Min da Justiça ao sistema de Apoio Judiciário foram revelados fortes indícios de declarações fraudulentas de serviços prestados.

Isto quer dizer, a provar-se as incorrecções detectadas,  que houve advogados a receber ou pretender receber verbas do Estado por serviços que não fizeram.

Houve uma altura em que esses honorários eram definidos pelo magistrado que em primeira mão assistia á performance do advogado oficioso em tribunal.
Muitas das vezes não passava de um mero "peço justiça" quer pela impreparação quer pela forma ligeira com que vêm muitas dessas "defesas". Se existe uma justiça para pobres e para ricos é precisamente porque muito pouco se pode esperar de um advogado oficioso. E precisa de um advogado oficioso quem não tem meios de pagar um advogado "a sério".

Desde há algum tempo que os valores pagos saíram de fora da alçada do tribunal. Pasosu a ser uma coisa entre o Ministério e os advogados.

E asssiste-se ao ridículo  de um advogado ser muito melhor pago do que qualquer interveniente num processo, mesmo que não tenha feito praticamente nada.
Como todos os portugueses, os advogados têm no seu seio  gente desonesta e gente que não o é. E os que o são, cedo devem ter percebido que o controlo exercido sobre as suas "declarações" deveria ser próximo do zero.
Assim, descobriram uma maneira de juntar uns cobres ao seu rendimento declarando actos que nem sequer realizaram. Não são todos, mas são alguns a fazê-lo seguramente.

Como classe profissional, os advogados, deveriam pugnar para que fossem removidos do seu seio os desonestos. Não só dão mau nome à classe como um todo, como são desonestos.
Ser desonesto é ,neste caso particular, receber dinheiro público por serviços não prestados.

Acontece que a reacção aos resultados desta auditoria foi imediato. E o pior possível.
Pedem a demissão da ministra. Se o ridiculo matasse a manifestação que estão a planear para sexta feira não teria ninguém.
Num documento que vão entregar no Ministério da Justiça e a que o PÚBLICO teve acesso, os advogados consideram grave a actuação da actual ministra e pedem a sua substituição “por uma pessoa com perfil mais adequado para o cargo”.
O que é que entendem por "perfil mais adequado"? Alguém que não mande averiguar da justeza dos pagamentos ou alguém que perante indícios de fraude se cale? É este o perfil que desejam? Ou alguém como o bastonário em que muitos terão votado? Que passa a vida a falar das "corporações" e que tem uma atitude totalmente "corporativista" perante indícios que o deveriam fazer pensar se não é altura de limpar a classe em vez de se limitar a evitar que muitos acedam a ela?

Das duas uma. Ou são alguns que têm rabos de palha, ou são estúpidos como pedras e estão a servir os interesses dos que são desonestos e nunca deveriam ser desculpados antes de o processo de "explicações" chegar ao fim.

Isto só vem acrescentar mais desconfiança acerca da forma como durante anos têm usado o sistema para nalguns casos se aproveitarem das suas lacunas.

Chamar aos resultados de uma auditoria difamação é chegar ao ponto mais baixo de defesa de alguém que não a tem. É exactamente aquilo que os criminosos invocam quando alguém os denuncia - Isaltino, Valentim Loureiro, Duarte Lima etc etc.

Pelos vistos em vez de tentar resolver os problemas que têm preferem manter os status quo e apontar as baterias a quem encontra coisas a corrigir.
Os meus parabéns Srs. Advogados.
Quando se arrastaram os magistrados pela lama, com acusações e desinformação constante, potenciada pelas declarações dementes do Bastonário, sempre os magistrados se mostraram dispostos a resolver os problemas existentes e a lutar por uma magistratura de maior qualidade.
O dever de reserva impediu-os de fazer espalhafato mas sobretudo de se defender.

Agora que acontece isto com os advogados, berram "difamação" pedem a cabeça da ministra e portam-se como uma corja acéfala que mais parece determinada em proteger "esta forma de fazer as coisas " do que em resolver os problemas existentes na classe.

O prestígio da classe já não é brilhante. Mais ainda para aqueles que tiveram o azar de ter advogados incompetentes nos seus processos que fizeram com que os tivessem perdido. Alguns deles por pura e grosseira incompetência.
Juntem a isso uma berraria por terem sido descobertas fraudes cometidas por alguns.
Fica o retrato completo.

A culpa é do Governo

Foi-se a fábrica da Nissan que iria produzir baterias para os seus carros eléctricos. Foram-se 200 postos de trabalho (mais exactamente 194) com esta desistência de última hora.

E a culpa é do Governo.
Não havia incentivos contratualizados, não havia nada mais que uma intenção da Nissan, materializada nas instalações da fábrica.

A Renault-Nissan fez uma reavaliação do investimento e chegou à conclusão que a capacidade de produção que tem chega para os veículos que irão produzir até 2016
A japonesa Nissan, justifica o porta-voz da fabricante, António Pereira-Joaquim, decidiu suspender a construção da fábrica depois de concluir que as outras quatro onde já são produzidos os mesmos componentes (em França, Reino Unido, EUA e Japão) bastam para o grupo “atingir um milhão e 500 mil veículos eléctricos vendidos até 2016”. “As quatro fábricas estão a ter níveis de eficiência muito elevados e a empresa preferiu as que estão próximas de centros de produção de veículos eléctricos”, explicou ao PÚBLICO.
Com esses dados em cima da mesa e com as obrigações que tinha para connosco, parece ter optado por não ir avante com o investimento. No mundo empresarial  é assim. Não iam abrir uma fábrica para ficar a trabalhar a longe da sua capacidade tendo de reduzir a produção noutras que garantem já essas necessidades.
Aparentemente não haveria compromissos com o Estado Português que não pudessem ser quebrados. De acordo com o Governo não havia qualquer obrigação contratualizada.
As instalações já parcialmente construídas não têm ainda destino definido. Dos 200 trabalhadores planeados estavam contratados 6 que serão colocados na estrutura da empresa. E foi assim a mudança de estratégia da Renault-Nissan.

Não é muito fácil evitar que isto aconteça. Mesmo em casos em que havia contrapartidas aconteceu nos tempos de Sócrates com alguma frequência. Lembram-se da Quimonda?
Ainda estou para saber se a postura de "dá cá de volta o dinheiro" deu algum resultado. Faz-se um barulho dos diabos, os trabalhadores perdem os seus postos de trabalho e depois tudo é silêncio.

Num caso em que nem há dinheiro para pedir de volta, acho que nem barulho vai haver. Porque não há por onde o fazer.

A não ser, claro está, vindo do PS, do PCP e do BE. Andam numa azáfama doida a pedir esclarecimento do Governo. E para quê? Para fazer o seu papel de "fogueteiros" para todos nós pensarmos que estavam muito empenhados em que isto fosse para a frente. Do que dá para ver nem o Governo de Sócrates se preocupou muito mais do que lançar a primeira pedra e fazer-se passar por um 1º ministro muito amigo do ambiente. Passado o momento mediático esqueceram-se de contratualizar a coisa ou nem estavam em posição de o fazer.

Agora Basílios e outros que tais berram como borregos porque a empresa se foi embora segundo eles  porque o Governo deixou de apostar na mobilidade eléctrica.
A Nissan, que tem como vice-presidente o português Carlos Tavares, rejeita que o projecto dos carros eléctricos “a nível global” esteja comprometido, assim como “não se pode dizer que haja alterações” quanto à aposta neste nicho no mercado português, sustenta o porta-voz do grupo.
Mais um banho demagógico da esquerda anti capitalista e perdulária. Mais um espalhafato que dentro de 6 meses já caiu no esquecimento.

Talvez fosse altura de aprenderem que quando uma empresa decide deslocalizar ou pura e simplesmente não se implantar, de pouco serve a berraria apalermada de partidos políticos. Mesmo com incentivos e fundos do Estado eles sabem muito bem quando chega a data de "expiração" e nunca dão ponto sem nó.
Talvez fosse altura da AR e dos seus deputados perceberam que a este nível empresarial há gente que faz o trabalho de casa com alguma competência, ao contrário da classe política que se fica sempre pela rama e por uma incompetência que é a sua imagem de marca.

Deputados : A group of assholes that hits rock bottom and keeps digging

17 mil irregularidades no apoio judiciário são TODAS resultado de manipulação?

A auditoria que foi conduzida ao sistema de apoio judiciário resultou no apuramento de 17 mil irregularidades que teriam lesado o estado em meio milhão de Euros.

Por outro lado a ordem dos Advogados, na pessoa do bastonário responde que houve manipulação da informação e que dessa manipulação resulta este número pouco lisonjeiro.

Podia falar de incorreções, que podem sempre existir, ou de um cruzamento incorrecto de informação, mas prefere falar em manipulação. Manipulação implica neste caso dolo.

As palavras do bastonário não são inocentes, nem é a falta de colaboração da Ordem numa auditoria que poderia ter evitado potenciais erros ou até aquilo que a Ordem invoca - manipulação.

O facto é que são declarados e pagos actos praticados por advogados que não correspondem à realidade e que são pagos pelo Estado.

São ao todo 1035 advogados que já estão a ser notificados para se explicarem acerca das irregularidades. Terão certamente oportunidade de esclarecer erros e até eventuais manipulações.


Não creio que seja preciso ser adivinho para dizer que de certeza haverá muitos destes advogados que vão ter alguma dificuldade em explicar alguns dos serviços facturados ao Estado.

E o bastonário que passa a vida a falar de rectidão e honestidade tinha uma excelente oportunidade que está disposto a pugnar por ela num momento em que podem de facto haver advogados desonestos a aproveitar-se do sistema. Convenhamos que não é mau este tipo de "facturação" só com apoio judiciário
Entre os casos apontados como exemplo, incluem-se os de 32 advogados que em 2010 ganharam, a título de compensação por prestação de apoio judiciário, valores entre os 30 000 e os 75 000 euros.
Haverá advogados que nem com o seu trabalho normal devem conseguir facturar isto. É um bocado estranho que haja um grupo de 32 que consegue obter este tipo de compensação só de apoio judiciário que é na maior parte das vezes mau e desleixado.

Este tipo de reacção da Ordem não é mais que o resultado do corporativismo contra o qual brada Mrinho Pinto junto com aquilo que já se poderá chamar de ódio de estimação pela Ministra.
Não haverá nada que ela faça que possa ter a concordância de Marinho Pinto.
E isto extravasa as relações institucionais e passa para o domínio do pessoal. Marinho tem dificuldade em distinguir. Só não é tão corajoso quando acusa "certas pessoas" e nunca tem as "bolas" para dar o seguimento devido às acusações.

Aparentemente o Ministério não enferma do mesmo mal. E identificados os suspeitos autores de "fraudes" notificou-se o MP para proceder às diligências necessárias.

Mais uma vez temos alguém que em vez de discutir a substância se entretém em discutir a forma.

Eu diria que se há de facto erros na auditoria, os advogados não terão nenhuma dificuldade em repor a verdade dos factos.
Gostaria de ver a Ordem suspender a licença daqueles que se venha a provar que cometeram irregularidades tentando lesar o Estado deliberadamente.
Mas quanto a isso acho que posso esperar sentado por Marinho Pinto. Tenho a certeza que só por pirraça ele prefere conviver com colegas de profissão desonestos do que dar a "satisfação " à Ministra de ter razão.

Um valor Seguro

Não sei se sou eu que já não consigo olhar para esta gente com um certo distanciamento, mas a cada intervenção e a cada afirmação de A J Seguro, a coisa soa-me a foguete chocho.

Nunca o tive em grande conta. É assim uma espécie de senhor bonzinho, sempre do lado dos desvalidos com um certo pendor para Guterres.

Talvez pela falta de convicção e assertividade, quase tudo o que ouço da boca dele soa-me a vazio.

Nos últimos tempos têm sido incontáveis as intervenções quase patéticas de Seguro acerca da "crise".
Desde as suas tristes afirmações começadas por "se eu fosse primeiro ministro...", até às suas propostas mais ou menos patetas que pressupõem a existência de dinheiro para gastar em grandes gestos, nada do que tem dito é motivador ou inspirador.

Talvez porque o peso da culpa seja grande demais, ou porque continua à frente de um partido minado por gente menos do que aconselhável, Seguro parece não conseguir impor-se.

A sua triste figura quando interrogado acercas das afirmações de Sócrates (não conseguindo disfarçar o embaraço) quando comparadas com a magistral tirada de Passos Coelho estão em polos opostos.
Passos Coelho respondeu a um jornalista imbecil que nem sequer conseguiu colocar a questão como deve ser. Desarmou-o, deu-lhe a volta e deixou-o de microfone espetado como um tolo.
Seguro fez um ar comprometido dizendo que não sabia das afirmações. Claro, logo ele não sabia dos danos causados pelas afirmações meio dementes daquela desgraça de criatura.

A sua falta de carisma e desembaraço, tenta-a ocultar trazendo para a praça pública aquilo que podemos apelidar de questiúnculas.
“Aquilo que eu exijo é que o Governo do meu país não tenha a visão dos interesses da Alemanha, mas a visão dos interesses dos portugueses e das empresas em Portugal”, afirmou durante um almoço convívio do PS da Lousã.
António José Seguro disse ter poucas expectativas em relação às decisões do último Conselho Europeu, por haver uma “dupla receita que se aplica, tanto na Europa como em Portugal, que é a da austeridade pela austeridade”.
“Considero que a disciplina orçamental é muito importante e que deve haver rigor na gestão das contas públicas e que deve haver orçamentos equilibrados, mas considero que essa não deve ser exclusivamente a prioridade da União Europeia e dos Estados”, sublinhou.
Na perspectiva do líder socialista, “a prioridade deve também dar lugar ao crescimento económico e ao emprego” nos Estados-membros da União Europeia. “E aquilo a que nós assistimos nas conclusões deste Conselho em Bruxelas foi precisamente líderes europeus que só se preocuparam com a disciplina orçamental e com sanções automáticas para os países ditos incumpridores”, disse.
in Público 10/12/2011

É quase patético ter este tipo de postura num país completamente falido, sem peso Europeu e olhado por todos os outros como um país gastador que deitou as suas oportunidades pela janela fora. Quase todas elas desbaratadas às mãos de "companheiros" com os quais chegou a exercer cargos governamentais.

Como é que num país que já está dependente de ajuda externa para sobreviver acha ele que existe a capacidade de injectar dinheiro (sob que forma for) para fomentar o emprego e o crescimento?

Emprego no Estado parece estar fora de causa e sinceramente espero que ao menos ele perceba isto. No emprego no sector privado pouco pode fazer quando o abrandamento do consumo leva a que muitas empresas reduzam os seus quadros de pessoal. A intervenção estatal neste particular é limitadíssima. Quem convence uma empresa que vê a sua facturação cair a entrar numa política de criação de emprego? Como? Incentivos fiscais? Subsidiação?

Seguro parece ainda viver num momento do tempo em que se injectavam uns milhões para manter artificialmente as coisas a rodar. A construção civil quer pública que privada que subsistia graças ao lançamento de obras supérfluas e dispendiosas, ou ao boom imobiliário que Seguro devia saber acabou. 500.000 fogos novos para venda no país deviam fazer-lhe soar algumas campainhas. A não concessão de crédito para habitação ou até a imposição da troika para o abaixamento da anormal taxa de propriedade da habitação poderiam ser as outras duas pistas. Seguro parece não saber ou finge não saber.


Quando ele fala da paixão do Governo pela austeridade quase apetece perguntar quem é que ele acha que a começou.
Se bem me lembro de PEC em PEC o governo da sua cor bastante austeridade nos trouxe. E mesmo assim com toda a receita adicional conseguiu desbaratá-la e ter execuções orçamentais vergonhosas.
Portugal reported a budget deficit of 8.6 percent of gross domestic product last year, missing a government target of 7.3 percent and causing a jump in borrowing costs that increases the risk of a bailout.
The revisions won’t affect the government’s goal for a 4.6 percent shortfall in 2011, the national statistics agency said today in an e-mailed statement. The agency also revised the 2009 budget gap to 10 percent from 9.3 percent, after European Union accounting changes prompted Portugal to add more than 2 billion euros ($2.8 billion) to the 2010 deficit. The yields on the country’s two, five and 10-year bonds rose to euro-era records.
Portugal has been raising taxes and implementing the deepest spending cuts in more than three decades, aiming to convince investors it can narrow its budget gap, curb its debt and avoid following Greece and Ireland in seeking a bailout. The nation was downgraded twice in the past week by Standard & Poor’s, which said new European bailout rules may mean it will eventually renege on its debt obligations
in Bloomberg 31/03/2011
Não estamos a falar de Passos Coelho e Gaspar. Estamos a falar do bem amado Sócrates e Teixeira dos Santos. Mais tarde o deficit de 2010 foi revisto. Mais exactamente em Abril
April 23 (Bloomberg) -- Portugal’s 2010 budget deficit was revised to 9.1 percent of gross domestic product from 8.6 percent after the government added three highways onto its accounts, the National Statistics Agency said today in an e- mailed statement.
The government in March reported an 8.6 percent deficit for 2010, missing its target of 7.3 percent. Accounting changes ordered by Eurostat, the European Union’s statistics agency, forced the state to add more than 2 billion euros ($2.9 billion) to the 2010 deficit for impairment costs stemming from the 2008 seizure of Banco Portugues de Negocios SA and also for charges linked to the public-transportation system.
in Bloomberg 23/04/2011
Passar de 9.1 para 5.9 num ano (já em curso e com uma derrapagem orçamental) é algo que obviamente iria causar um enorme transtorno. E os 9.1 e o acordo dos 5.9 foram ambos da autoria do PS.

Assim, toda esta palhaçada socialista à volta do que estamos a passar e acerca da forma de a resolver é, mais do que ridícula, completamente hipócrita.
Não me lembro de ouvir Seguro discordar do TGV ou da 3ª autoestrada para o Porto, ou do desbarato de dinheiros públicos que foi a Parque Escolar com um gasto médio por escola que dava para construir duas novas de cada vez.

Se Seguro tem a memória curta ou é desonesto na argumentação não caberá muita dúvida acerca da escolha. O problema é que nós, nós que vamos pagar, não temos a memória curta e sabemos bem quem nos fez isto em 15 anos com especial incidência nos últimos 6. Anos em que ele andava mais preocupado com as declarações de voto acerca de minudências e vivia como todos os socialistas embrenhado na teia de malfeitorias, corrupção e gestão danosa que os caracterizaram.

Enquanto o PS não fizer o mea culpa terá muito pouca credibilidade para criticar. Enquanto não se emprenhar a sério na solução, será apenas um problema.
Caso esta legislatura consiga atingir os seus objectivos e trazer alguma esperança a esta país, o PS estará condenado a ser olhado como a ovelha ranhosa do alinhamento partidário Nacional - les incompetents

Onde andaste tu durante todos estes anos?

PS quer contas dos partidos e campanhas nos sites 

Os sites. Estas "entidades" são hoje a solução para todos os nossos problemas. Passaram a ter validade "legal".

O PS acha que as contas das campanhas publicadas nos sites vão ser uma forma de combater a corrupção.
Eu pensava que estas contas já tinham de ser entregues a uma entidade legítima e com capacidade de validação e fiscalização. E também pensava que as contas eram "aldrabadas" .

Ou o PS está a defender que se ponham as contas aldrabadas nos sites ou então está a defender que a entidade a quem são obrigados a entregá-las não faz nada em prevenir a corrupção.

Até há uns anos quando se queria ocultar uma coisa qualquer nomeava-se uma comissão. Agora nomeia-se uma comissão e publica-se num site.

Que me conste a existência de um site não é uma coisa obrigatória. Nem me consta que um site não seja algo vulnerável e potencialmente disseminador de informação que não está 100% correcta.

Qual é o próximo passo? A proposta de criação de uma licenciatura de WebMaster? A certificação estatal de software de Content Management?

Se viesse algo de notável destas cabeças eu ficava espantado. Assim mantém-se o nível. O nível de fingir que se propõe alguma coisa de relevante para ficar tudo como está.

A verdadeira forma de evitar a corrupção seria a de ter nas cúpulas partidárias gente honesta. Mas isso infelizmente não é possível.
Para isso avance-se com o enriquecimento ilícito com especial incidência em parlamentares e em quem tem poderes de decisão de gastos de dinheiros públicos neste país.
Só com isso prevenia-se uma enorme percentagem da corrupção e nem fazia falta site nenhum.

E quanto à fiabilidade dos sites, o exemplo recente de adulteração de sites de vários partidos devia ser por si só uma pista de que um site não passou a ter valor de lei e que um site "vive" num mundo onde a lei e a ordem não só não existem como são extraordinariamente difíceis de implementar.

Mas isso parece ser algo muito difícil de compreender para gente deste nível de ligação com a realidade.

Com Seguro é quase certo que as afirmações e propostas de m3rd4 saem à razão de uma por dia.

Boys & Girls just wanna have fun

Não sou nada apologista de desculpar os erros e as ilegalidades de uns só porque outros as cometeram e até porventura maiores.

E aborrece-me que de cada vez que se fala de lugares para os boys, os que criticam façam exactamente a mesma coisa quando têm oportunidade.
Mesmo que seja em menor escala é sempre condenável.

Vem isto a propósito da nomeação de pessoas do PSD para cargos na administração da Saúde.
Independentemente da sua qualidade creio bem que este tipo de coisas não dá boa imagem a um partido que DEVERIA primar pelo exemplo.

Não estamos obviamente a falar da escala a que o PS chegou, mas mesmo que seja 1, já é demais.

Existem de certeza pessoas qualificadas que podem ser nomeadas para estes lugares por concurso. Se forem dadas como as pessoas ideais para o lugar pouco importará de que partido são. O mais provável é que sejam independentes e só isso já deveria ser um ponto a favor.

Acontecem coisas absolutamente caricatas

Nomeação na Saúde indigna ex-autarca que anunciara estar indigitado
José Biscaia considera “uma atitude eticamente indevida” e sem “um mínimo de educação” não ter sido informado de que já não seria nomeado para o lugar.
Segundo conta, foi indigitado pessoalmente pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, a 21 de Outubro: “O ministro escolheu-me. Não aceito, venha de um ministro, venha de quem vier, o facto de me ter convidado pessoalmente e em contraponto não ter feito a mesma coisa” para informar que “a escolha era inconsequente”.
Admitiu que o facto de ser aposentado suscitou dúvidas, que, no entanto, diz ter esclarecido: “Não podia era acumular nenhum vencimento com a aposentação”, regra a que diz já ter estado sujeito quando foi gestor público “durante 10 anos na Águas do Zêzere e Côa”.
Para José Biscaia, “se havia alguma incompatibilidade” que o impedisse de exercer o cargo, “devia receber essa informação. Não quero admitir que tenha havido manobras de corredor que tenham influenciado a decisão do ministro”.
Mas se não houver explicações, restará “a péssima impressão” de que “quem devia ter normas de conduta, não serve para gerir o País, porque não sabe lidar com as pessoas e as circunstâncias”, sublinhou. 
Um autarca preterido na escolha ficou indignado. E o curioso é que nunca ficam indignados por terem visto o "tacho" voar, mas sim porque alguém "não teve a seriedade de lhe comunicar directamente".
É sempre assim. Não podem dizer que estão piurços porque perderam o tacho e então inventam estas questões de "forma" para ficar indignados.

Não há nenhuma razão para que se nomeia gente de dentro de um partido para este tipo de lugares.
No entanto, compreendo que se devem varrer todos os que foram nomeados pelos anteriores governos sob pena de toda e qualquer acção do governo e do respectivo ministério ser constantemente boicotada.

Veja-se o que é a pouca vergonha de se dar tolerância de ponto nos Açores no dia 23. Quando o Natal é no Domingo e a véspera calha num sábado. É caso para perguntar de o Natal fosse na segunda feira se também dariam mais um dia de "folga".

Não haverá nenhuma circunstância em que um PS esteja num cargo qualquer em que não vá resistir, nem que seja por pirraça, a qualquer directiva governamental. Como tal, correr com essa corja é um imperativo.

Mas ao menos ponham nos lugares gente qualificada, independente e correctamente avaliada. Se não o fizeram nunca mais se quebra o ciclo e o que vier a seguir invocará sempre legitimidade para fazer igual.

A grandeza mede-se por conseguir ser moralmente superior a estes desgraçados socialistas. Isso é dar o exemplo. O exemplo não se pode ficar apenas por dizer que se nomearam menos.

Ditaria o pudor que numa altura como estas em que liderar pelo exemplo é fundamental, que se abstivessem de fazer bacoradas destas.

É que acima de tudo os desavergonhados socialistas que beneficiaram de "tachos" sem um mínimo de competência para os exercer vêm agora apontar casos destes a cada oportunidade que têm.

Quando as previsões acertam em cheio

Já repararam que o blog mudou de aspecto.
Um par de horas de trabalho e aí está ele com nova cara. Chamemos-lhe uma mudança de imagem. Obviamente sem os custos de mudança duma EDP. Não foi preciso mudar papel timbrado nem mandar pintar carros. Foi só um par de horas de trabalho pro bono.

Mas dei com um post de Novembro de 2010 e fiquei espantado com o que é a minha visão das coisas dia a dia.
Se acertasse no Euro Milhões como acerto nestas coisas, estava a escrever este blog algures num destino de sonho (de preferência com baixa tributação de rendimentos de capital) e a beberricar um cocktail à beira da piscina. Provavelmente estaria a escrever as últimas sobre o baile do Governador. Mas não...
Estou ainda aqui, a gramar todo este disparate e a receber multas de 15 Euros por não ter pago o selo do carro em 2009 até ao dia em que foi matriculado.

Ora vejam o post

A responsabilidade ... essa palavra vã (Domingo, Novembro 07, 2010 Por Groink)

Uma nota de humor em tempos conturbados

“200 elementos vão abandonar” o Bloco de Esquerda e formar novo partido 

Apesar de não ter uma idade assim tão alta, lembro-me muitíssimo bem de forças políticas que estiveram na génese daquilo que é hoje o Bloco De Esquerda. Coisas como a AOC (Aliança Operária Camponesa), LCI (Liga Comunista Internacionalista), FER (Frente da Esquerda Revolucionária), POUS, UDP, PSR etc etc.
Eram, dada a sua expressão eleitoral verdadeiros comic reliefs nos tempos de antena para as campanhas eleitorais. Uns odiavam os outros porque uns eram fãs de Trotsky enquanto os outros eram fãs de Estaline. Fosse como fosse era de partir o coco a rir.
Com a a sua fusão no BE, estes grupos acabaram por ganhar uma respeitabilidade nunca atingida que culminou com os resultados eleitorais que lhes permitiam sonhar ser a 3ª força política do país.

Mas as últimas legislativas foram um enorme balde de água fria. Aquilo que era um voz dissonante e pouco convencional no Parlamento (Louçã) acabou por ser vítima do seu próprio mediatismo. Tornou-se parte do sistema. O seu discurso já é um pouco mais ponderado e realista e isso, dizem alguns dentro do bloco, é responsável pela derrota eleitoral de 2011.

Louçã já não se sai com propostas como as feitas pelo lider da "tendência" contestatária
O líder da Ruptura/FER defendeu que o BE deveria ter feito uma convenção extraordinária para debater os resultados eleitorais e também posições "mais audazes" em vários domínios, como na exigência do fim das portagens em todas as autoestradas, a suspensão do pagamento da dívida ou nas políticas de apoio ao emprego.
Louçã não anda muito longe disto, mas na verdade o nível máximo de imbecilidade já não pode ser atingido por alguém que quer ter alguma respeitabilidade política, sem correr o risco de ser olhado como mais um palerma que entre dois charros tem umas ideias políticas (e quiçá nem é entre dois charros, é mesmo durante um charro).

A suspensão do pagamento da dívida vinda de alguém como Louçã seria uma impossibilidade. Ele sabe que sem o acesso ao financiamento, o país entraria em colapso. Sabe o suficiente de Economia para perceber os efeitos colaterais de loucuras radicais.

Se Louçã voltasse a adoptar este tipo de posições, muito dificilmente poderia ter algum sucesso.
E teve sucesso porque a dada altura as pessoas sabiam que não gostavam já do PS e sentiam repulsa pelo PSD. As posições expressas pelo BE, ainda que utópicas na sua maioria, funcionaram como um refúgio atractivo para muitos.

Quando se percebeu que o BE afinal não tinha qualquer vontade de fazer parte da solução e quando se chegou a altura das decisões sérias e realmente importantes para o país, o BE voltou ao seu núcleo duro.
Perdeu votos. Houve gente que finalmente se decidiu por outras opções ou foi também vitima da abstenção (a velha máxima do "eles são todos iguais" e eu não quero saber mais disto).
A Mesa acusa a Ruptura/FER - que se integrou no Bloco já "depois da sua fundação" - de, durante uma década, ter ocultado as suas divergências, "aprovando as resoluções das Convenções que agora diaboliza". Nos últimos ano, "passou a afirmar divergências de fundo sob qualquer pretexto" e há exemplos: "Intervenções tão extravagantes como o apelo à constituição de brigadas para apoiar os talibãs no Afeganistão, ou apelo ao voto em branco nas eleições presidenciais", aponta o Bloco de Esquerda.

Parece que voltamos a ter os pitorescos.
A criação de brigadas de apoio aos talibãs é verdadeiramente fascinante para alguém que por outro lado defende a igualdade de direitos entre mulheres e homens e o direito ao aborto, só para citar duas pequenas coisas. Quanto à lei de Talião não me surpreende muito de gente que apoiou regimes como o da Coreia do Norte, ou Cambodja. Comparados com eles, os talibãs são uns rapazes inofensivos.

Já cá faltavam os cómicos da política que perante a risota que causam só sabem retorquir que os fuzilamentos ou a acção directa são o único meio de mudar a sociedade.

Quantos votantes perde o bloco e quantos ganha este grupelho logo se verá. A verdade é que a descida aos infernos da extrema esquerda radical parece ainda não ter acabado.

À falta de referências políticas de uma geração que anda pelos "vintes" apela-se ao indignados aos piratas aos anarcas. Mesmo sem haver uma matriz ideológica ou um ideal de sociedade, sabem que desta não gostam. Em qual concordam é que é uma chatice.
Não sei como estes fãs da liberdade reagiriam a um regime que a retira na totalidade. Ou então esperam estar do lado de quem a retira e não do lado de quem a perde.

No fim de tudo isto o que vai sobrar é um cadáver.
Arrastando-se entre actos eleitorais com meia dúzia (ou menos) de gatos pingados na AR.
Um dia virá em que para serem notados apelarão à formação de brigadas para lutar contra a ocupação Americana da base das Lajes.

Um estranho conceito de dívida

Posso até soar antiquado, mas eu pensava que as dívidas se pagavam.

Até aceito que a ideia de contrair ua dívida é a de ter logo na mão todo o dinheiro necessário (para o que quer que seja) e ir pagando os juros e o capital com o tempo.

Se eu for fazendo empréstimos sucessivos, posso correr o risco de não poder pagar as prestações de cada um deles com o meu rendimento disponível. No meu caso particular com os rendimentos do trabalho. No caso de um país com a receita fiscal que em teoria vai aumentando com o crescimento económico.

Mas há um ponto nos países, tal como nas famílias em que se chega ao ponto de ruptura. E é aquele em que a soma de todos os pagamentos de todas as dívidas acrescidas do juro, excede a sua capacidade de pagar.
E aí entra-se numa espiral. Empréstimos contraídos para pagar os devidos, e por aí fora.
Num momento como esse o país ou o indivíduo começa a correr o risco de que a taxa de juro para cada novo empréstimo suba porque o credor acha que há um risco maior de o empréstimo não ser pago, agravando cada vez mais a situação ou até correndo o risco de os potenciais emprestadores dizerem que não. Quando os que são credores de empréstimos a vencer começam a pedir o dinheiro de volta, ele pura e simplesmente não existe.

E foi precisamente a este ponto que Portugal chegou pela mão da brilhante "gestão" de Sócrates.
Aquele que tal como eu acha que uma dívida não se paga de uma só vez, mas que ao contrário de mim tem um conceito de gestão da dívida completamente enviesado.

O que Sócrates fez com a gestão da dívida foi a espiral de empréstimos que muitas famílias fizeram mas a uma escala colossal. E tal como essas famílias entraram em ruptura, Sócrates pôs o país nesse estado.
E tal como muitas famílias fê-lo para ter um carro "de qualidade", "férias de sonho"  "gadgets da moda" etc etc. Agora não têm dinheiro para nada disto. E de sopetão passam por fazer vida de ricos a fazer vida de "sobreviventes". É o que o país foi condenado a fazer duma forma generalizada às mãos deste "gestor".

A noção que ele tem de que “as dívidas dos Estados são por definição eternas” deveria ser em bom rigor "a dívida de um estado é eterna". Mas o catch está no plural. Cada divida singular não é eterna. Vence-se o seu prazo e paga-se. E contrai-se outra. Até um limite em que o país as possa ir pagando sucessivamente.
Um Estado tem sempre dívida. Só que só a vai criando à medida da sua capacidade de a pagar.

O problema é que ele as fez em simultâneo e comprometendo mais que o PIB inteiro do país, caso fossem todas pagas de uma vez. E excedeu o limite de tal forma que os credores não emprestaram mais e chegou-se a uma situação de insolvência. E não empestaram mais porque as malditas "agências" de rating olharam para a dívida acumulada e para o crescimento da receita do Estado para as pagar e disseram "Hei!! Os papéis que esse gajo anda a passar a dizer que deve, não valem sequer para limpar o c@"

Este criminoso incompetente faliu um país.
Este criminoso incompetente que "estudou economia" (deve ter sido nos intervalos do "inglês técnico") verbaliza uma coisa que é infelizmente muito real para muitas empresas deste país. As dívidas do Estado são pagas quando apetece ao Estado e nas condições que ele dita. Veja-se a crónica dívida do SNS às farmacêuticas.


A chatice de se quebrar este equilíbrio é que para fazer face ao peso da dívida acumulada e da nova contraída para poder fazer face a despesas correntes (neste caso o pagamento de salários a funcionários públicos) é preciso que alguém dê dinheiro ao Estado - nós.
Impostos aumentados e redução dos gastos de Estado para ir gastando o empréstimo mais devagarinho.

Mas assim o crescimento da economia que deveria ir suportando as várias dívidas (e desejavelmente um crescimento acima das taxas de juro das mesmas) começa a não acontecer pela simples razão de que a carga fiscal e a redução do rendimento afecta toda a economia. Menos receita fiscal.

À espiral descendente de dívida junta-se a da redução da receita para a pagar.

Sócrates conseguiu aquilo que qualquer dona de casa nunca conseguiria. Porque sabe que no supermercado não traz as compras em troca de um papel a dizer que fica a dever. Sócrates fez isto em abundância. Isto para ele é "gerir" a dívida.

Porque é que alguém faz isto? Mesmo que fosse por motivos eleitorais e fosse ganhando eleições saberia que isto um dia lhe rebentaria na cara. Mais ainda num país com uma estagnação de crescimento de 11 anos.
Então porquê? Eu tenho uma teoria.

1. Ele sabia que isto não durava para sempre. Sabia que iria deixar a batata quente para alguém. Guterres desistiu e era bem provável que ele o fizesse (e fez com a demissão depois da não aprovação providencial  do PEC IV)
2. Ele sabia que tinha o suficiente para se ir embora daqui e não ter nenhuma preocupação material nem nenhuma preocupação moral com o que deixava para trás (veja-se o tipo de vida que ele leva e a forma quase obscena como manda umas "bocas" de Paris)

Sócrates sempre soube que isto ia acontecer. Mas como um burlão profissional sempre pensou que quem viesse a seguir logo fecharia a porta. "Já não é um problema meu".

No dia em que ouvi o discurso de despedida dele, aplaudido por todos aqueles acéfalos entendi imediatamente qual era a estratégia.
"F@ck the country and f@ck you all. I'm outta here bitches!!".

Mas ao contrário de um bom burlão, não consegue viver sem mediatismo. E agora que não tem conselheiros de imagem e comunicação, acha que já sabe o suficiente para gerir ele próprio esses aspectos da sua vida.
E saem pérolas como a da "palestra" que deu.
Já veio fazer clarificações e dizer que o entenderam mal. Mas a verdade é que a acção dele foi tão na linha do que disse que me parece que lhe fugiu a boca para a verdade. E a verdade é que ele tem mesmo estofo de burlão.

Só persistem na defesa activa de Sócrates, alimárias como Galamba, Alfredo Barroso, Paulo Campos e trampas semelhantes.
Foi a crise internacional, dizem eles. E pensam "se não fosse essa treta da crise podíamos ir fazendo isto mais um ou dois mandatos". Pois foi a crise, que resultou de outras belas formas de "gerir" dívida e crédito, que pôs a nu todas as tropelias que Estados e Governos como o nosso andavam a fazer há anos e anos.
Suponho que todos eles devem ter ideias muito concretas acerca de como gerir dívidas.
Até Galamba dizia no Diário de Notícias que não pode haver poupança sem dívida.
"Aliás, a própria ideia da existência de uma restrição dessa natureza é ilógica: a poupança não pode anteceder a concessão de crédito porque, no momento em que um crédito é concedido, o rendimento a partir do qual se pode poupar ainda não foi inteiramente gerado"
in Diário de Notícias

Este é o conceito "moderno" de um sistema económico na perspectiva de um Economista chamado Galamba.
Não consigo perceber porque é que ele não é banqueiro. Poderia começar a conceder  crédito antes de ter as poupanças dos clientes. Onde raio ele arranjava suporte para esse crédito é que eu não entendo.
Talvez fosse pedir ao pai. Ou a Sócrates, já que consta que ele até está "abonado".

É aterrador pensar que um dia destes, quando ele for mais velho e houver outras trocas de cadeiras, um tipo assim pode aterrar num lugar sério e de responsabilidade na "gestão" de uma país. E lá teremos outro "criativo" à laia de Sócrates a "gerir" coisas. Se ele não aprendeu até agora, também não é na política que vai aprender. Isso é garantido.

PS: Até Freitas do Amaral que foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, ousou hoje criticá-lo. Adoraria saber as verdadeiras razões da sua saída do Governo. Creio bem que as desculpa da saúde foi providencial.