A mentira que nos corrói

E vão quantos anos disto? 6? 7?
Não que não fossemos aldrabados a torto e a direito antes, por um pequeno período de 2 anos, ou ainda antes por um simpático crente com muita empatia e pouca coragem.

Mas isto? Isto é absolutamente inédito. Pelo menos desde que me conheço.

Um 1º ministro absolutamente falso e demagogo. Que para cada frase que diz faz o contrário.
Um manipulador, um agitador.

Que manipulou as pessoas contra os magistrados para que não acontecesse outro Casa Pia. As férias de 3 meses, as estatísticas de processos falsas, a insinuação das mordomias.

Depois foram os professores. As horas de faltas, os horários "minúsculos" o desleixo com os alunos.
Quando o "povo" estava servido de matéria para pensar e sem que os visados tivessem acesso aos media completamente embevecidos com o líder reformador, partiu-se para o esmagamento.

E o povo gostou. Gostava de ver o "poder" dos magistrados ser arrastado pelo chão. Porque o povo gosta de ver os "poderosos" cair em desgraça. Os que têm o poder de o castigar quando comete um crime, ou quando não paga uma dívida, ou quando decide que o filho fica com a mãe ou com o pai por causa do divórcio.
Todos tinham uma coisa contra eles. Pelo menos 50% tinham. E foi pondo o pé em cima do 3º poder, ainda independente do executivo e muito incomodativo.

Com os professores o povo também gostou. Porque eles não punham os seus filhos na ordem. Que é para isso que são "pagos" com o dinheiro dos seus impostos. Dos impostos que evitam pagar.
Para fazer com os filhos aquilo que eles não querem fazer. Ensinar-lhes a ser alguém.
O povo gostou porque não se admite que um licenciado que exerce uma das tarefas mais nobres desde tempos imemoriais, receba 2000 euros de salário e dê 30 horas de aulas. E ainda por cima têm férias que se fartam.... meses delas.

Quando não chegou, foi com a saúde. Os médicos cheios de privilégios e a "defraudar" o estado com os seus consultórios.
O povo gostou. Até pedia que os médicos fossem OBRIGADOS a trabalhar no serviço público para "pagar" de volta a benesse da sua formação.

Ao mesmo tempo modernizava-se o país. Computadores portáteis "portugueses" importados e vendidos por uma empresa amiga.
O grande salto em frente da banda larga para os estudantes. Com dinheiro duma fundação que ficou a dever dinheiro aos operadores.
E alcatrão, muito alcatrão. Mais uma auto estrada para o Porto. E o aço. Um comboio rápido que vai para Norte Sul e Leste. E que poupa 20 minutos na viagem.
E concessões. Para contentores, estradas e pontes. Estradas para lado nenhum.

Em vez de apostar no comboio como factor de redução da nossa dependência energética, reduziu-se a sua qualidade e abrangência para logo a seguir nos proporem um comboio tão rápido tão rápido que só ele, sozinho, ia ser a solução para todos os nossos problemas. Desde o emprego à acessibilidade até à cura das varizes.

Agora não há nada. Tira-se ainda mais a quem tem pouco para se dar mais a quem já tem de sobra.
A educação é "racionalizada" e "requalificada". As escolas juntas e amalgamadas. Os professores despedidos.
Fica-se sem médicos porque se lhes paga miseravelmente. Mas depois contratam-se a empresas que parasitam o trabalho dos outros. Mas é melhor assim, porque isso é pagamento de "serviços " e não custos com pessoal. Génios da contabilidade.

Depois corta-se nos salários e aumentam-se taxas. E inventam-se outras. Quem estava mal ainda fica pior.

Mas perante tudo isto diz-se que a oposição quer destruir o Estado Social. E que o governo quer salvar o país do FMI.
O mesmo governo com o mesmo Ministro que pôs o país no chão endividando-se mais de mil milhões de euros por mês. Um senhor de cabelos brancos esquizofrénico e incapaz de acertar uma previsão que seja.
Um governo com um só ministro - o 1º. Mas que, no entanto, paga a todos os outros pelo trabalho que não fazem e pelas mordomias que não merecem.

Um ministro das finanças que diz agora que faremos tudo para cumprir os objectivos orçamentais.
O mesmo que não fez nada quando eles foram pulverizados.
O mesmo que não acertou uma previsão desde que está em funções.
O mesmo que pôs um limite nos 7% de juro da dívida para uma intervenção externa.
O mesmo que garante agora que vai apertar ainda mais o garrote.
O mesmo que não consegue saber quanto o estado gasta nos seus diferentes organismos.

Um governo vazio, falso e incompetente.
Um líder partidário mentiroso, demagogo e gasto. Com um discurso abjecto.

Como é que em 37 anos de democracia conseguimos eleger alguém assim? Como é que um sistema partidário deixa subir gente assim até ao topo? E como é que um povo alienado olha para alguém assim e o elege duas vezes?
Sem ideologia, sem princípios e sem palavra.
Como podemos esperar que no meio de toda esta mentira não haja consequências?
Um país que se esboroa a pouco e pouco, que perde a identidade e se refugia na "bola" e nas novelas para esquecer aquilo em que se tornou.

Um país em que os "jovens" tiraram "cursos" sem empregabilidade em universidades criadas para o lucro e que agora esperam que lhes reconheçam a valia do diploma. Que mesmo assim não deitam as mãos de fora e tentam a sorte fora do país enquanto ainda podem. Que só se mexem por causa de uma música depois de anos a viver à custa dos pais.

A mentira corrói-nos como  um ácido. Desagrega tudo e enfraquece o que sobra. Mas foi-nos servida como um doce e a maioria comeu-o.

Os "eleitos"

Uma das coisas que caracteriza o português é a forma como se verga perante sinais de poder, ou riqueza.

E faz isto, para logo a seguir e pelas costas resmungar entre dentes uns impropérios a quem acabou de se vergar.
Por vezes esta última parte nem acontece, tão habituado está a ter que pôr um título académico antes dum nome, ou a depender dos gestos de boa vontade dos poderosos.

E esta forma de ser, alimenta o ego daqueles que se imaginam um dia a serem tratados por Sr. Ministro, ou por Sr. Doutor em situações completamente fora da esfera profissional em que esses títulos deveriam ser usados.

Os portugueses adoram bajular. E há os que adoram ser bajulados.

Isto vem a propósito de dois casos recentes com dois eméritos socialistas. Na verdade num dos casos ele nem estava presente mas foram os seus "serviçais" que foram os autores da brincadeira.

O 1º caso foi o do sr. Vara. Entrou por um Centro de Atendimento médico passando à frente de toda a gente, entrou pelo gabinete de uma médica e exigiu um atestado médico porque estava cheio de pressa - precisava de apanhar um avião.
Os outros utentes viram isto mas não o impediram. A médica viu isto e não o pôs na ordem e os comentadores de jornal fizeram o que fazem melhor.... comentaram.

Não havia nenhum pai musculado e com mau feitio na fila de espera com a sua criança doente ou um esquizofrénico desvairado por ali que lhe assentasse um pontapé no cu para o fazer voltar à realidade. Foi pena.
No fim, este arremedo de licenciado em Relações Internacionais pela Independente, "defecou" em cima de todos (no sentido figurado) e saiu com o que o levou lá - um atestado.

Na quinta feira a coisa de um certo modo repetiu-se. A uma ambulância em serviço de urgência para atender uma senhora com um enfarte, estava parada num sítio que impedia o trânsito. Foi-lhe ordenado que saísse por um elemento da PSP para que o carro do Sr. Ministro da Justiça pudesse passar. Vazio.
Iam buscar sua Exa. a casa e certamente não havia forma de avisar o sr. Ministro que por uma situação de emergência poderiam demorar um pouco mais.
A PSP diz que isto pode acontecer por um motivo de força maior. Estou seguro que fazer passar o carro do sr. Ministro, sem o sr. Ministro lá dentro é muito mais importante do que o socorro a uma vitima de um enfarte que provavelmente paga impostos que servem para pagar o "merecido" salário do sr. ministro, do seu condutor e demais comitiva. Isto é sem dúvida um motivo de força maior.

O triste disto é que já nem é preciso ir um pomposo dentro do carro. Já basta um condutor e um policia da segurança do pomposo.

E quando li isto lembrei-me de um caso a que assisti há uns anos em Monsanto. Na descida antes do Pina Manique há um semáforo. Esse semáforo estava vermelho e havia uma fila considerável de carros à espera de arrancar. Era noite e Inverno.
Por esses dias havia uns dignitários importantes em Lisboa que se deslocavam para um lado e para o outro cheios de batedores da GNR e filas de carros de segurança.
A dada altura uma comitiva dessas vem a descer Monsanto e depara-se com a fila no semáforo. Sem mais delongas o batedor da frente começa a ultrapassar toda a fila e ao passar por um carro à minha frente que estava um pouco mais chegado ao eixo da via, assenta-lhe uma sapatada na porta do condutor com as suas garbosas botas de montar com esporas

Fiquei estupefacto. A fila arrancou e o condutor parou um pouco mais à frente ao pé da embaixada do México.  Ao passar por ele vi o painel da porta do condutor todo metido a dentro.
Parei, dei-lhe o meu contacto e disse que se precisasse uma testemunha ao apresentar queixa que desse o meu nome. Fui o único que o fez. Ele nunca me ligou nem soube mais do caso. Aquele condutor terá pago o arranjo do bolso dele.

Muito pior do que os donos são os sabujos que fazem tudo para lhes agradar.

Eu não digo?

Num outro blog (PALAVROSSAVRVS REX) vi um post que me remeteu para um outro blog onde se dá conta de duas "boas" notícias...

A primeira tem a ver com a satisfação do autor por um tribunal ter condenado um blogger a pagar uma indemnização por difamação a um jornalista.
Pode ser um motivo de regozijo sim senhor. No entanto se os jornalistas fossem processados por difamação, imprecisão, facciosismo, má fé e quiçá até subordinação ao poder económico (se houvesse consequências penais e deontológicas para isto), acho que os tribunais estariam CHEIOS de "briosos jornalistas" e os cidadãos estariam bem mais descansados quanto à forma como os media se comportam.

A segunda boa notícia já entra no domínio do mais puro desconhecimento do autor do blog. Basicamente está contente porque é um bocado espesso. E sendo assim temos de olhar para ele com a complacência com que olhamos para os menos dotados intelectualmente. Não com raiva e sobranceria, mas com uma postura pedagógica tolerante e formativa.
o presidente o Supremo Tribunal de Justiça, Noronha de Nascimento, único com competência na matéria, decidiu finalmente pôr o Juiz de um tribunal inferior na ordem em relação à questão da destruição das escutas que envolvem o primeiro-ministro. A segurança jurídica e a Justiça assentam na arquitectura hierarquizada os Tribunais.
 E porque é que eu digo que o rapaz é um bocado espesso.
  1. As escutas foram autorizadas por um magistrado competente
  2. A autorização incidiu sobre o telefone de Vara e não de Sócrates e como tal para a aprovação não era preciso ser um magistrado de um tribunal superior.
  3. Apesar de as intercepções telefónicas não poderem ser usadas para incriminar Sócrates (com a decisão bem enviesada de Noronha do Nascimento) podem conter matéria que possa ilibar outros acusados
  4. Não existe hierarquia nos tribunais no sentido que o autor parece entender. Um juíz de primeira instância não tem de receber ordens de outro de um tribunal superior. Tem sim de respeitar as sentenças emitidas por um tribunal superior em caso de recurso. Por exemplo ordenar a repetição de um julgamento.
    Mas em sede de RECURSO.
  5. Neste caso a decisão do Presidente do Supremo não foi dada em sede de recurso e como não existem "ordens" dos tribunais superiores no sentido que o autor parece pensar, o caso é debatível. Tanto o é que está em "debate"
  6. Pela ordem de ideias do autor um juiz de 1ª instância estaria hierarquicamente subordinado a um da Relação e este a um do Supremo. Não é assim.
  7. A estrutura hierarquizada dos tribunais, como o autor lhe chama, tem a ver com a hierarquia de recurso para os intervenientes nos processos e não na dependência hierárquica ou funcional dos magistrados dos vários níveis
Daqui se percebe que o autor está mais numa postura de wishful thinking do que de conhecimento da realidade.
Mais ou menos como quando se diz " a lei diz...." e recebemos como resposta "pois, mas devia ser assim e assado e frito e cozido". Isto de gente que nem sequer percebe como deve ler um contrato de seguro ou quais são os mais básicos direitos que lhe assistem (e os deveres também). De repente todos são legisladores.
O tipo de legislador que criaria dois tipos de penas (morte e perpétua). Para tudo. Desde o furto ao homicídio...

Não vou tecer muitos comentários acerca da forma como o lado "socialista" vê este caso. Não merece muito comentário. Mesmo que estivéssemos perante o crime mais hediondo, o sectarismo  imbecil desta boa gente (que vai desde ministros, militantes do PS até a autores de blogs) rapidamente arranjaria uma desculpa ou se refugiaria numa questão legal técnica para manter impoluta a imagem do "companheiro".

É isto que a política tem de mais nojento. A incapacidade total de aceitar que entre os "nossos" há maçãs podres, quanto mais apontá-las...

Diz bem da estirpe intelectual e dos princípios éticos desta boa gente

Actualização (1-3-2011) : Para o sr. jornalista não ficar na dúvida, ou até persistir na sua redutora visão do sistema de justiça, nada melhor que a opinião do próprio presidente do Supremo (que ele parece tanto admirar) para lhe esclarecer as ideias.
Esclarecimento no Público

Se não fosse o WiKiLeaks...

Hoje ri-me um bocado depois de ler no Público o que o embaixador dos EUA pensava do ministro Severiano Teixeira.

No dia 13 um leitor enviou-me em texto que eu publiquei onde apontava uma falha indesculpável de conhecimento do nosso ex-ministro da defesa.

Instado a comentar a situação do Egipto na SIC Notícias, Severiano Teixeira demonstrou uma ignorância atroz acerca da história militar dos conflitos na região.
Errou datas, errou até o resultado da guerra (do ponto de vista de vitoriosos e perdedores) e errou até nas razões para a ascensão de Mubarak no aparelho militar egípcio.

Pois o embaixador Thomas Stephenson diz isto de Severiano Teixeira:

Thomas Stephenson tece comentários específicos sobre antigo ministro da Defesa Nuno Severiano Teixeira, num outro telegrama enviado a 6 de Março de 2009: “Embora seja reconhecido como um académico brilhante, Teixeira é considerado um ministro da Defesa fraco, não muito respeitado pelas chefias militares, ridicularizado pela imprensa e com pouca influência dentro do Governo português.” O embaixador diz que quando Severiano Teixeira sucedeu a Luís Amado no cargo “não tinha experiência em liderança nem experiência militar”. Por seu lado, o secretário de Estado da Defesa, João Mira Gomes, actual embaixador português na NATO, é descrito como “quase o oposto de Teixeira”. Nenhum dos dois quis fazer comentários ao Expresso.

O curioso é que com num espaço de minutos, o ministro deixou transparecer, para os mais atentos (e não fui eu porque não vi a sua intervenção), aquilo que o embaixador foi constatando. A ponto de enviar um telegrama com essa avaliação para a Secretaria de Estado.

A pergunta que me ocorre imediatamente é: E quantos mais haverá assim entre os nossos governantes?
Notem que nem sequer estou a colocar esta pergunta por ser o PS a estar neste momento no governo. Ao longo dos anos tive a oportunidade de conhecer outros "responsáveis" nacionais de outros partidos com graus semelhantes de ignorância e incompetência.
Quantos são os considerados "académicos de prestígio" que se revelam como uns incapazes em exercício de funções políticas da mais elevada responsabilidade?

Muitos. Assim de uma assentada conseguimos identificar 2 que ainda estão em funções. O que nos leva também a perguntar: E quem é que os reconhece como académicos brilhantes? Têm alguma obra publicada relevante? Dentro e fora do país? Algum reconhecimento internacional?

Não digo que não tenham, mas é estranho como é que estas qualificações de "brilhantes" correspondem muito pouco à prática real.

Na verdade parece-me que não. E há uma razão fundamental para isto. É que os académicos REALMENTE brilhantes não precisam de cargos políticos para se sentirem completos. São normalmente pessoas dedicadas à sua área de conhecimento que olham até com uma certa desconfiança para a forma como os governantes fazem as coisas.
Podem ter alguma sobranceria intelectual para com a classe política mas tendo em conta as diferenças óbvias que os distinguem destas pessoas, qualquer um sentiria desdém por gente tão "fraca".

Numa universidade acaba por ser fácil. Não há muita réplica. O trabalho até é feito pelos assistentes deixando para os catedráticos apenas uma função de ... catedráticos.
Os casos em que há guerras entre pares são muito pouco mediatizadas e raramente saem dos limites da Universidade.
Mas de vez em quando emergem do meio universitário alguns que por necessidade de reconhecimento, muito mais do que por espírito de serviço, acabam em altos cargos do estado português.

O resultado está à vista. Anos e anos de desnorte, vaidade, inoperância e incompetência.
E esse resultado não passa despercebido a países como os EUA (e seguramente a outros).

Não basta ser 1º ministro para se ser sério

E se provas faltassem...

Sócrates respondeu ao presidente da Jerónimo Martins que “não basta ser rico para ser bem-educado”.

O contexto é simples: Alexandre Soares dos Santos afirmou que se devia parar de mentir quanto  ao facto de estarmos em recessão.

E não podia ter mais razão. E esta mentira já vem de longe.
Existiu sob a forma de gastos estatais loucos, sob a forma de endividamento sem fim e para os mais distraídos, nas constantes declarações de Teixeira dos Santos que negou até à exaustão o estado em que tinha colocado o país.

Ele só descobriu no 2º mandato o que sabia desde o 1º mandato. Mas se o dissesse nunca o PS teria ganho as eleições. E em vez de omitir, mentiu.

Sócrates já é um profissional do "ramo" há muito tempo. Começou com as suas habilitações literárias, continua com a comunicação do seu currículo à Universidade de Columbia que à data levantou alguma celeuma pela quantidade de imprecisões relativamente à sua carreira académica, e é visível na sua prática diária.
Se não fosse conhecido como um mentiroso seria conhecido como?

Alexandre Soares dos Santos está cheio de razão. O governo mente. Ou melhor, mentem os poucos ministros que abrem a boca. Sócrates, Rui Pereira, Pedro Silva Pereira e um ou outro que são quase forçados a dizer alguma coisa. O da Agricultura mentiu ontem em resposta ao CDS. O da Justiça mentiu esta semana. A da Saúde mentiu em Janeiro acerca do controle das despesas.
Teixeira dos Santos tem mentido menos. Mas não é que tenha tido um ataque de honestidade. Tem falado menos, só isso.

Ninguém acredita em nenhum dos membros do Governo.

Se chamar mentiroso a um mentiroso é falta de educação, pois que seja. Sejamos todos mal educados e façamo-lo.

É triste ver que a melhor coisa que Sócrates encontra como réplica a ser chamado mentiroso seja chamar "mal educado" de volta.

Uma coisa estou seguro. Este desgraçado 1º ministro (mentiroso) nunca trabalhará no grupo Jerónimo Martins.

Gente de bem

Há uma boa dezena de anos (talvez mais) conheci pessoalmente José Magalhães.

Começava a ter alguma notoriedade porque no meio de uma turba imensa de "tecno ignorantes" tinha descoberto o "browser".

Por esta altura tinha deixado o PCP e integrado a bancada do PS. Além do seu discurso rebuscado e muito pouco típico dos "comunistas", achava que tudo se resolvia com a Internet. Transformou-se no arauto das "novas tecnologias".

Era um tipo desagradável, sobranceiro e, como muitos "intelectuais" bem falantes deste país, tinha a desgraçada tendência para ser condescendente e paternalista no meio de pessoas, que acerca do tema (tecnologia), sabiam muitíssimo mais do que ele.
Extrapolava a sua superioridade tecnológica do parlamento (onde não é difícil convenhamos), para meios em que o mais ignorante na matéria era precisamente ele.

Era o tribuno "digital" como passei a chamar-lhe. Um vazio cheio de si apenas suportado por um discurso um pouco mais elaborado que o normal.

Depois desapareceu por uns tempos vindo a ressurgir com uma casaca nova nas hostes do PS e já com um "lugar" de Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.
Um egocêntrico como ele percebeu rapidamente que não se vive só do discurso. É preciso estar no sitio certo para singrar na vida e o PS era muito mais adequado ao objectivo.

Com Sócrates foi Sec. de Estado Adjunto da Administração Interna e mais recentemente Sec. de Estado da Justiça.

É este génio das tecnologias de informação que está na base da adjudicação à Critical da actualização da aplicação dos tribunais (Citius) para a nova versão (Citius+) por um ajuste directo de 1 milhão de Euros.
Esta empresa de créditos firmados, foi também a que implementou o sistema do cartão do cidadão que falhou tão miseravelmente no dia das eleições presidenciais. Feitas as contas terá sido também por esta altura que J. Magalhães estava no Ministério da Administração Interna.
Mas a implementação foi um "estrondoso sucesso". Foi o director Geral e a sua equipa que estragaram tudo. Não foi?
Façam os vossos juízos...

Foi ele que esteve na base da saída de João Correia do Ministério em Novembro de 2010.


Hoje no Público saiu uma notícia sobre o não pagamento dos duodécimos devidos a João Correia de subsídio e férias e de Natal. Curiosamente são os serviços tutelados por este individuo os responsáveis por este "erro" (será erro?).
Foi a esposa deste indivíduo que viu demolida uma casa construida ilegalmente na Arrábida.

Este convicto "democrata" dizia esta semana numa entrevista com Mário Crespo que não admirava que o Campus da Justiça fosse mais caro que os anteriores edifícios. Afinal estava localizado num dos melhores sítios de Lisboa, quase deixando perceber que os funcionários e magistrados lhe deviam agradecer por estarem numa zona que é "prime rib" em termos imobiliários (palavras do próprio).

O que este génio amante de anglicismos deveria saber e "não sabe", é que os edifícios que são hoje alugados pelo Ministério da Justiça foram concebidos para escritórios. Esquece-se que estavam "encalhados" para aluguer apesar de estarem numa das zonas mais nobres de Lisboa e que nem assim a negociação do seu aluguer terá sido feita como deve ser.
Talvez devesse ser informado que os elevadores são partilhados por magistrados e arguidos, que os gabinetes dos juízes têm paredes de vidro e não há qualquer segurança nesse facto. Que não há sequer coisas simples como um armário para ter os processos perto das salas de audiência.

José Magalhães não sabe muitas coisas. E provavelmente muitas das coisas que sabe fariam corar D. Corleone e far-nos-iam vomitar a nós.

Tenho pena que João Correia tenha pensado que era possível privar com gente do calibre deste indivíduo sem sair lesado. Sem sair zangado e desiludido. Teria bastado algum tempo de relacionamento para perceber como ele funciona. Atrás da conversa mole, por vezes bajuladora, está um tipo impiedoso e sobranceiro.

São elementos como J. Magalhães que vão aos poucos afastando gente de qualidade dos órgãos de poder deixando-o apenas para os demagogos, egocêntricos e incompetentes palavrosos .

Os limites

Por princípio parece-me que limitar os salários dos gestores pode ser uma forma de garantir que na administração pública nunca vejamos um gestor de qualidade.

Nessas condições será muito difícil para os realmente bons aceitar um lugar à frente duma empresa estatal.

Mas o problema está noutro sítio. Mesmo sem o limite os bons não vão para lá. E não vão porque há toda uma multidão de gestores medíocres com "melhores" amigos que acabam por ver-se nesses lugares.... e fazem um trabalho miserável.

Se este for o pressuposto (e parece não haver volta a dar), então acho muito bem que se limite o que se paga a esta gente.
Em empresas com prejuízos crónicos é impensável dar prémios a gente assim. Mas dão-se.

E não me deixa nada confortado o facto de que aqueles que são considerados "bons gestores", e porventura merecedores de excelentes remunerações, se cubram de ridículo com as afirmações que fazem.

O caso mais emblemático deste comportamento é Mexia.
Já tinha feito declarações completamente imbecis acerca do seu bónus (que davam vontade de lhe enfiar um sopapo no focinho) e mais recentemente acerca das remunerações da administração da EDP. Afirmava ele que os salários da administração não eram pagos pelos consumidores.

Agora foi um bocadinho mais longe ao afirmar que nós até temos a energia barata. O problema é que as "pessoas" não distinguem entre o valor da factura da EDP e o custo da energia...

Pois, as pessoas são tolas e não "percebem"...

O problema está em que eu não posso escolher pagar só a energia. Ou cortar em serviços extra da factura. Porque não há nenhuns. Não me importava nada de pagar apenas o preço dos Kw que gasto.

Mas o que eu pago é o meu "custo de energia" pelo simples facto de eu não poder escolher não pagar nenhuma das parcelas da factura.
Há uma parte de IVA, taxas de audio visuais, subsídios para as renováveis e taxa de potência (vulgo aluguer do contador) etc etc.
No fim eu e todos nós pagamos isto. E isso é o que nos custa "a energia".

Se calhar é esta qualidade de "chico esperto" que justifica o prémio anual que ele recebe. Se calhar é a sua capacidade de nos fazer passar por parvos que merece tanta recompensa.

Mas para tirar a prova dos 9 eu propunha uma coisa: Ponham este senhor numa empresa com concorrência e vejam o que ele é capaz de fazer.
Ou ponham-no na CP, TAP ou Carris e dêem-lhe um salário base baixinho e 10% dos lucros do ano.
Deixem o homem brilhar.

Uma rua? A sério?

Nas minhas deambulações nocturnas pelos sites do costume dei com uma notícia que me deixou abismado.

Um grupo de amigos de Carlos Castro vai pedir à autarquia que o seu nome seja dado a uma rua.

Eu percebo que certas causas precisem dos seus exemplos e dos seus mártires, mas francamente preferia que não escolhessem alguém que se caracterizou toda a vida (em que foi conhecido) por viver de "cortar na casaca" dos outros e por demonstrar comportamentos que seriam muito pouco dignos fosse qual fosse a sua orientação sexual.

Não seria concebível alguém dirigir-se à Câmara de Albufeira propor que se desse o nome de Zézé Camarinha a uma rua qualquer da zona.
As suas proezas são do mesmo nível de baixeza independentemente de ser um heterossexual assumido.

A única diferença é que não foi morto por uma jovem que tentou aliciar com dinheiro e glamour em troca de sexo.

Depois de ler um artigo na Visão acerca do mundo da moda e da noite, por onde se movia Carlos Castro, o nível de repulsa pelos comportamentos relatados foi total.

Não sou um puritano, não sou homófobo mas repugna-me o que fazem algumas pessoas para singrar na vida e a forma como outras se aproveitam disso. Carlos Castro estaria no segundo grupo.

Carlos Castro não foi notório pela sua obra. Ficou-o pela forma como morreu.
E nesse particular há gente bem mais notória e exemplos bem mais edificantes.

Há toda uma quantidade de gente neste país, anónima, que fez muito mais pelos outros e que morreu ao fazê-lo.

Que não se aceite o que fez o criminoso mas não se transforme a vítima em mártir.

A comunidade gay tem de certeza muito melhores exemplos a que se agarrar.

Os líderes "fortes" e a democracia

Parece que ao contrário do que acontece no PS ainda existem pessoas no BE que pensam pelas sua próprias cabeças.

E levam a mal o facto de não terem sido envolvidas nas decisões que são determinantes em qualquer força política.

Um membro da mesa Nacional (a mesa é grande como devem calcular...) demitiu-se por discordar da atitude, aparentemente unilateral, do líder de anunciar a apresentação de uma moção de censura a um mês de distância.

Louça parece estar a ficar embriagado com a sua própria notoriedade e "brilhantismo". O camarada que outrora defendeu a igualdade absoluta parece-se agora com os ideólogos que sempre se colocaram acima de todos os outros.
Pelo menos acredito que seja assim que os outros membros do Bloco encarem a sua atitude.

Louçã fica claramente embevecido consigo mesmo. É uma espécie de Professor Marcelo de "carga" contrária.
Após as suas típicas tiradas fica sempre com aquele sorriso trocista de quem acha que aniquilou o adversário e não consegue disfarçar um orgulho quase imbecil.

Começa cada vez mais a parecer-se com Sócrates e o BE começa cada vez mais a parecer-se com um PS onde todos se subjugam ao brilhantismo incontestável do lider.
De democratas convictos a ditadores de pacotilha. Do diálogo ao arbítrio mais absoluto.

Imagino que esse sentimento vá sendo inculcado por um povo que gosta de líderes "decididos" e "determinados".

Mas enquanto no PS todos ele sabem que podem ganhar alguma coisa com a anulação da própria opinião (uma fatia do poder), no BE o que eles têm a ganhar não é nada...
Em troca da subserviência não há nada para ganhar. E isso num partido em que a ilusão das decisões partilhadas sempre pesou , isso é mortal.

Louçã regressa ao que foi antes da reabilitação auto infligida. Voltou a ser um indivíduo que se acha intelectualmente superior a todos os que o rodeiam e despreza a "falta" de inteligência. E despreza-a também no povo português.

Como um grande líder e educador da classe operária (?) começa a colocar-se na posição do líder omnisciente e responsável único pela ascensão do Bloco.
Chega ao ponto de se arrogar de representar 40% dos cidadãos deste país. Só este atrevimento já seria digno de um puxão de orelhas mas talvez seja mais satisfatório ver o Bloco transformar-se em nada.

Passa de ser um partido comunista com vergonha em se assumir a um grupelho com um líder com delírios de grandeza.

Não posso dizer que tenha pena ou que seja uma surpresa.
Louçã sempre foi insuportável e mais vinha ficando com os sucessos eleitorais.
Fruto duma conjuntura política podre e descredibilizada, Louçã e o BE passaram a fazer parte dela.
Já não podem considerar-se outsiders

Mas não conseguem acertar uma?

Depois  da incrível fantochada que foi a aceitação da demissão do director ex Director Geral da Administração Interna, o ministério está metido em mais uma decisão brilhante.

Veremos agora quem é que o ministro Rui Pereira vai crucificar. 
Creio que depois do que se passou com a falha do sistema no dia das eleições, o director geral tinha que se demitir.
Mas aparentemente a decisão de não comunicar aos cidadãos não foi da sua inteira responsabilidade. Parece mesmo que a decisão foi tomada pela Secretária de Estado.
Foi pelo menos isto que o Director Geral demissionário deixou entender.

Mas como sabemos, gente desta estirpe prefere encontrar um cordeiro para sacrificar e no processo juntar-lhe mais algumas ofensas para afastar a culpa da incompetência própria.

Neste caso dos radares de costa, o sistema foi desligado em Novembro por ordem de um Oficial superior da GNR que incorpora a Brigada Fiscal.

Mas seguramente que a ordem veio de cima. Não imagino um militar tomar uma atitude destas sem uma ordem ou sem aprovação da tutela.

Claro que o facto de o novo sistema estar atrasado em relação à data prevista e só entrar em funcionamento em Agosto não terá pesado nada nas decisões destes génios.

Podem fazer o patrulhamento à vista... com binóculos. Sabemos como este método é eficaz com nevoeiro ou à noite.
Para quê o radar? Apenas para agradar a gente que gosta de engenhocas....

Não há uma única coisa em que este ministro acerte.
Desde os problemas de segurança e vagas de assaltos, até ao incrível negócio com os carros blindados para a PSP, até ao cartão do cidadão em dia de eleições até este episódio em que os radares de costa estão desligados, este ministro conseguiu nos seus mandatos recolher uma tal quantidade de asneiras que não seriam admissíveis sequer a um curioso, quanto mais a um ministro.

Como é que uma pessoa com alguma reputação no mundo académico se enrola em tamanha vaga de incompetência?
Muito consciente das questões formais e legais, nada sabe acerca das questões reais e concretas que lhe passam pela frente.
É apanhado constantemente com as calças na mão.

Mas há uma coisa que temos de lhe reconhecer:
O homem preserva o tacho de ministro com uma determinação que lhe falta para tudo o resto.

Mas que triste figura..

Um ministro da defesa

Nesta semana que passou e no meio do carrossel mediático à volta da questão Egípcia fiquei fascinado com um dos convidados da SIC para comentar o acontecimento.

Fascinado pela sua visão única da história recente e muito descansado por saber que tivemos o nosso ministério da Defesa entregue a tão insigne académico.

Foi ele, Nuno Severiano Teixeira.

No meio de uma dissertação cheia de lugares comuns e generalidades acerca da situação, digna de um mero leitor de sites na Internet, fiquei a saber que "Mubarak era considerado um herói nacional pela sua vitória na guerra de 1971 e pela conquista do Sinai" (palavras de Severiano Teixeira).

Quando ele disse aquilo comecei a ficar um bocado inquieto porque uma das minhas áreas de interesse é precisamente o conflito Israelo-Árabe e eu não me lembro de nenhuma guerra em 1971. Muito menos de nenhuma vitória do Egipto.

Na verdade o que se passou por essa altura foi a guerra do Yom Kippur. E tem este nome porque a ofensiva inicial dos exércitos Sírio e  Egípcio foi feita num dos dias mais sagrados do judaísmo - o Yom Kippur.

Mas isso foi em 1973. E não resultou numa enorme vitória dos países árabes.

Um pouco de história para o sr. ex-ministro ficar a par...

A ofensiva inicial em duas frentes colocou Israel numa situação desesperada. A ofensiva nos Golan a Norte e no Sinai a sul fez com que, além do desnorte inicial, Israel tivesse de lutar em duas frentes com tropas escassas.


O Egipto atacou atravessando o Suez e abrindo brechas nas arribas de terra usando jactos de água para abrir caminho aos tanques.
Durante a 1ª semana a força árabe sob o comando da Síria e Egipto ganharam terreno de forma considerável.

Mas na segunda semana tudo mudou.
Foram chamados os reservistas que foram para o campo de batalha com qualquer transporte que conseguiram encontrar. Autocarros, carros particulares ou qualquer outra forma de transporte serviram para esses reservistas chegarem à frente de batalha.
A força aérea Israelita usando os seus F4 e Mirage abateu 277 aviões inimigos negando às força árabes o suporte aéreo que tanto precisavam. As forças aéreas árabes ficaram incapacitadas. As baterias de misseis Sírios foram destruídas pela força aérea Israelita que as atacou voando sobre território Jordano e atacando o flanco Sul desprotegido.
Há pilotos Israelitas com números de vitórias em combate muito pouco típicas do combate aéreo moderno.

Uma ofensiva nos Golan e no Sinai dizimou quantidades enormes de tanques inimigos.
A ofensiva a norte parou a escassos kilómetros de Damasco. A uma distância em que a capital da Síria podia ser bombardeada por artilharia.
Forças Jordana entraram em território Sírio para ajudar na defesa da capital e foram dizimadas.

Estas batalhas permitiram a captura de quantidades massivas de material intacto.A sul uma batalha que envolveu 2000 tanques (a maior batalha de blindados depois de Kursk (2º Guerra Mundial) deixou destruídos 264 tanques egípcios contra apenas 10 israelitas
No Sul a captura de T54, T55, T62 e PT76 de fabrico russo engrossou as fileiras de Israel. A norte T55, T62 e Centurions jordanos iguais aos que já dispunha Israel.

Os T54 e T55 foram reconvertidos e colocados ao serviço com os nomes de Tiran 4 e Tiran 5. A sua arma foi mudada mas permaneceram essencialmente o mesmo tanque.
Alguns foram reconvertidos para transporte de tropas e ficaram conhecidos como Achzarit.

Sabendo tudo isto fiquei surpreendido com o elevado conhecimento de um ex Ministro da Defesa (se ele tivesse sido ministro das finanças não me surpreendia já que temos uma história extensa de ministros da finanças que nada sabem sobre o assunto) que se enganou na data do conflito e se enganou em relação a quem o ganhou.

Na verdade, Israel atravessou o Suez abrindo uma brecha por entre dois exércitos egípcios forçando o Egipto a assinar o cessar fogo a 110 Km quilómetros do Cairo.

O Sinai ficou na mão dos Israelitas até aos anos 80 e foi devolvido após a assinatura do tratado de paz com Saddat (que acabou por resultar na morte deste por ser considerado por certas facções egípcias como um traidor)


Como se pode ver, após a guerra do Yom Kippur uma parte do território Egípcio a Oeste do Suez foi ocupado por Israel. A norte uma parte do território Sírio a Leste dos Golan ficou também sob controlo Israelita.

Após a derrota, o Egipto "vendeu" internamente a ideia de que a campanha tinha sido uma estrondosa vitória. E de facto foi enquanto os Israelitas não se reagruparam e fizeram a contra ofensiva. Parte desta manobra de propaganda interna foi a criação de heróis. Mubarak foi um deles. Pelo seu fantástico papel na acção da Força Aérea (que acabou dizimada). Foi promovido a Marechal em 1974.

E chega de história.

Ora bem... O ex ministro da defesa não só demonstra uma séria ignorância na matéria como nem sequer tem o cuidado de não a mostrar na televisão. Nem sequer se prepara para a ocasião.

Aparece por ali debitando vulgaridades e incorrecções para um público que pensa ser ainda mais ignorante do que ele. Isto é um pouco o sinal da qualidade de quem tem governado este país. Uns académicos convencidos que não precisam de saber mais nada e com a plena convicção de que sabem tudo o que há para saber.
Tenho imensa pena que Nuno Rogeiro não estivesse também nesse programa, mas estou seguro que nessa eventualidade Severiano Teixeira não diria o que disse com aquela superioridade intelectual que caracteriza os ineptos.

A interpretação dos factos é frequentemente distorcida pelos intervenientes num conflito, mas a história regista estes eventos. Num mundo em que o acesso à informação é incrivelmente fácil, percebemos até que ponto somos governados por gente sem conhecimento, sem estatura e sobretudo sem vergonha.
Posso aceitar que alguém que não se debruce sobre o tema não tenha certeza de datas.
Já não acho tão normal que não saiba quem venceu um conflito.

Seria completamente estranho ouvir alguém dizer que quem ganhou a 2ª Guerra mundial foi o Japão e a Alemanha.
Mas aparentemente temos académicos que não sabem o mais básico acerca daquilo que leccionam.
Sabem quais são as áreas de especialidade deste homem?

Principais Áreas de Investigação:
- História Contemporânea
- Integração Europeia
- Política Externa
- Defesa e Segurança Internacional

Não acreditam? Vejam vocês mesmos aqui.

Não há dúvida que sobre história contemporânea estamos conversados. Será que ele lecciona alguma coisa sobre engate de estrangeiras? É que o homem parece leccionar no Curso de Relações Internacionais.

Deve passar férias no Algarve...

Este artigo foi-me enviado por um leitor deste blog (António J. Freire) a quem agradeço desde já.
O facto de o limite de caracteres por comentário não o ter dissuadido merece um agradecimento suplementar.  

Isto faz-nos pensar como é que estas pessoas recolheram tão notáveis curricula. É espantoso que sendo as áreas de investigação a História Contemporânea e a Defesa e Segurança Internacional não saiba na ponta da língua tudo o que seja detalhe sobre os conflitos recentes. Seria no mínimo a sua obrigação.
Meter uma asneirada destas significa que o seu conhecimento sobre os conflitos em causa é verdadeiramente sumário e isso é preocupante. Não é o que se espera dum ex-ministro da Defesa.
Ainda por cima dar voz aquela que foi a versão egípcia para consumo interno, diz bem da qualidade da investigação que deve realizar nestas áreas...

O nó górdio

Com a pequena clarificação do BE acerca da sua moção de censura tudo ficou um bocado mais confuso.

Louçã, certamente "desconhecedor" do conceito de moção de censura afirma que a que ele vai propor é contra o governo...e contra o PSD.

O homem não é maluco, nem burro. Portanto esta estratégia parece ser mais uma forma de evitar que a sua moção produza efeitos do que outra coisa qualquer.
Com estes pressupostos não é muito fácil que o PSD vote uma moção contra si próprio, ainda que por uma moção contra um partido da oposição raia os limites da demência.

O PCP vota o que lhe aparecer, mas quanto aos outros partidos da oposição a coisa fica mais nebulosa.

Sócrates esqueceu-se que é apenas secretário Geral do PS e exige ao PSD que clarifique a sua posição. Isto obviamente com uma argumentação típica dos mistificadores e aldrabões de alto quilate:

Que assim o "fabuloso" esforço do PS pode ser deitado por terra
Que cada dia que passa nesta incerteza é a demonstração do desprezo pelos portugueses (ele lá saberá, já que tem desprezado os portugueses como nunca ninguém o fez)
Porque o PSD ao não anunciar a sua posição está a "passar das marcas"
etc etc etc

O homem está em pânico. E como um jogador de poker em início de "carreira" está a demonstrar um imenso nervosismo por causa de um parceiro que nem sequer está a fazer bluff. Está simplesmente calado.
O que o PSD devia fazer era fazer sofrer esta criatura até ao dia da apresentação e votação da moção. Se bem que depois talvez tivessem de chamar as senhoras da limpeza para limpar a urina da cadeira que está destinada ao primeiro ministro na assembleia da república. Mas que seria lindo de ver ah isso era.

A maneira elegante de esta coisa passar é só uma. Um outro partido apresentar outra moção. E apresentá-la em termos decentes e não a fantochada que o BE fez ao tentar colar a oposição à actuação do Governo, votando a sua moção a um insucesso seguro. Se mais provas fossem precisas do demagogo que é Louçã, esta seria a prova final.

Se o PCP se chegar à frente, talvez deixe o BE num embaraço e tire o PSD do embaraço.
E no fim acabe com o sofrimento que este país tem vivido por ter este 1º ministro e a sua corja de lambe botas a comandar os seus destinos.

Vá lá, aceitam-se apostas. Quem será o outro partido que apresenta uma moção?
PSD? Se assim for o PCP talvez vote sim, o CDS também e o BE vote contra (era lindo ver esse gesto de coerência)
PCP? O PSD talvez a votasse se fosse posta em termos decentes, o CDS também e o BE não tinha outra opção.
O CDS? Aí acho que o PCP votaria contra e o BE também.

Está uma embrulhada monumental no parlamento. A respiração ofegante do PS e do governo ouve-se aqui.

O intelectual, o proletário, o filósofo e sua amante

Louçã, Jerónimo, Sócrates e a bancada do PS.

Por razões diferentes, todos num desnorte total.

Já tinha dito que achava a falta de coerência de Louçã algo de verdadeiramente aberrante. Hoje, antes que eu pudesse tecer algumas considerações acerca do seu comportamento, Louçã excede-se outra vez e contradiz o que disse menos de 24 horas antes. O homem é bipolar de certeza.

Anuncia uma moção de censura para daqui a um mês.
Deixa o PCP com a boca a saber a papel de música e o PSD num duelo interior.

Sócrates fica em pânico (disfarçado com indignação) e a bancada do PS começa a imaginar o que vai acontecer a tudo o que é tacho e nogociata em curso.

O que vão eles fazer perante esta situação.
Quanto ao PCP não me parece descabido que vote a favor da moção. Afinal de todos sempre foi o mais coerente e se ainda por cima a moção vem da esquerda não há razões para dizer que não.

Quem fica numa posição complicada é o PSD. Em vez de tomar a iniciativa porque esperava por uma sondagem favorável fica agora numa posição de ter de "por o dinheiro onde pôs a boca", como dizem os ingleses. Agora é que se vai ver se defendem o interesse Nacional (i.e. Forçar eleições tirando estes miseráveis do poder) ou se fica de tal forma assustado com a perspectiva que se abstém.

Uma coisa é certa: Louçã com toda a sua incoerência irá capitalizar este gesto. Gente farta de Sócrates e sem grande noção do que é o BE ou do que defende pode ir dar-lhe o voto.
O PCP é relegado para segundo plano mo meio da esquerda radical.

O PSD pode muito bem ter um ataque de cobardia e recuar. Mas isso vai de certeza custar-lhe votos daqueles que acham que ainda assim é um partido diferente do PS.

Querem saber a minha opinião? Dentro e um mês o governo cai. E o Presidente recém empossado irá ter de convocar eleições porque não tem outro remédio.
Eu tinha falado em eleições no início de 2011 (no fim do 1º trimestre) e parece que não me enganei.

Finalmente, vamos livrar-nos deste desgraçado que arruinou o país e de toda a corja de yes men de que ele se rodeou.
Quanto ao resultado não há muitas dúvidas. Mas o que eu quero mesmo ver é o banho de sangue dentro do PS. Vai ser um espectáculo.

Até já tenho palpites para quem muda de lado.

Mas tenho a certeza que Silva Pereira (a imitação de pechisbeque de Sócrates) está condenado também.

Só não consigo "saber" quem se vai candidatar contra Sócrates. O mais certo é ele demitir-se da liderança do partido para não ter de passar pela vergonha de perder a eleição. É que ele é muito corajoso quando acha que pode ganhar e desta vez ele vai ser esquartejado ao vivo e a cores.

A cada dia que passa uma surpresa. Mas ao menos amanhã vou trabalhar com um sorriso nos lábios. Livrámo-nos do político mais desonesto que Portugal teve nos últimos 37 anos.
Aleluia.

The guy we love to hate

Sócrates...

Parece ser o que pensa Louçã.
Na sua cabeça distorcida, Louçã deve preferir odiar Sócrates a odiar outro qualquer.

Se não for assim como se explica que Louçã não vote favoravelmente uma moção de censura para evitar dar o poder à direita?

Será que Louçã duvida da capacidade catalisadora do PCP e do BE junto dos trabalhadores (e jovens, ou dos jovens trabalhadores desempregados... hum... se estão desempregados e são jovens e nunca tiveram um emprego, podem ser considerados trabalhadores?) ? Será que ele duvida que este dois partidos juntos consigam uma maioria absoluta?
A julgar pela amostra junta, duvida.

Se eu fosse do comité, ou da mesa ou secretária ou lá o que é aquilo que o BE tem, propunha desde já a exoneração de Louçã do cargo de MegaPapa da extrema esquerda. Despromovia-o a diácono e pespegava com ele no exílio em Rabo de Peixe. Falta de confiança no povo é coisa que não se pode admitir, sobretudo quando sabemos que os abstencionistas são TODOS do Bloco e que só não votam porque não são apologistas dessas "cenas burguesas" de gastar papel nos dias de eleições.

Isto vem de alguém que defende que o que o Governo tem feito é pior do que faz a "direita". Mas... a outra direita ele não vai ajudar.

Por esta lógica de ideias, Louçã esperará até a esquerda ficar em maioria de novo. Sem ele, porque a esquerda que tem alguma hipótese de chegar ao poder é o PS... de novo. Mas sem o PCP e sem ele. Sim, porque misturar um par de partidos de entre estes três seria como tentar misturar água e azeite. Nem o PCP suporta Louçã e o BE, nem o PS suporta nenhum dos dois... Que impasse. Vamos ganhar teias de aranha se ficarmos, como Louçã, à espera que desta crise saia uma vitória de esquerda.

Eu esperava jogadas tácticas por parte do PSD deixando o PS afundar-se ainda mais, mas confesso que não esperava que o paladino da coerência ideológica se saísse com esta.

Quase parece que quer lá Sócrates para continuar a dizer mal de tudo o que ele faz (e com razão, diga-se)

Só que com este gesto prefere sacrificar um país já na penúria a passar a decisão ao povo através do voto. Porque o voto é capaz de lhe ser pouco favorável. E vamos ser a terceira força política, e tal...

Uma aplauso de pé para este democrata que põe os interesses do país à frente de quaisquer outros.


Amigo Louçã, camarada, se é que o posso tratar assim, o voto da sua bancada de intelectuais com real experiência da vida (oops. académica) é mais ou menos irrelevante.

As surpresas que a vida nos traz!!! Até o PCP parece ser mais coerente com o que disse durante seis anos e com a abertura suficiente para deixar o povo expressar-se em eleições.

Arre bolas... estamos mesmo em crise.

Uma pequena reflexão sobre a crise e outras coisas

Por esta altura já devem ter percebido o meu desencanto com um país que pensei, há muitos anos trás, que poderia ser um sítio ideal para se viver e ter um futuro.

Francamente pensei isso com a entrada de Portugal para a CEE. Acreditei, talvez por inocência, que iríamos ficar a parecer-nos com um país civilizado, livres da endémica pequenez das mentalidades e capazes de nos afirmarmos na Europa no meio dos melhores.

Cedo percebi que a proverbial "esperteza" saloia dos portugueses iria levar a melhor. Com a enxurrada de dinheiro que todos os dias chegava a Portugal começou o desbarato.
Passou-se do dinheiro suado ao dinheiro fácil. As empresas surgiam por todo o lado como cogumelos e havia sempre um "fundo perdido" ao qual de podiam candidatar.

O Estado dava o mote. Começava a apostar em infra estruturas em falta e começava a caminhar a passos largos para a hecatombe que hoje vivemos.
Para agradar ao "eleitorado" distribuía cegamente (e se calhar não tão cegamente assim) o dinheiro que não tinha custado a ganhar.

Lembro-me de pensar pelos idos anos 90 que a CEE iria um dia chegar para cobrar a factura. Medir o nosso sucesso na aproximação e que nessa altura todos os gastos sumptuários iriam tornar-se evidentes.

Portugal "sacava" a um nível nunca visto. Os sinais exteriores de abundância eram incríveis. Os carros, o boom salarial, a tecnologia começavam a entrar pelas nossas vidas a dentro como se fosse uma coisa impossível de parar.
Começou nessa altura a esquecer-se que os que trabalhavam tinham direitos. Começou-se nessa altura a fazer passar a ideia de essa coisa das horas extraordinárias eram uma coisa do "socialismo" e que o esforço desmedido no trabalho já era suficientemente compensado.
Ainda assim havia alguma segurança. Apesar de muitos patrões e gestores adoptarem uma atitude muito americana do "arrume as suas coisas, está despedido" eles sabiam bem no fundo que isso não passava dum teatro. Que a prova de justa causa e a possibilidade de irem para a tribunal numa situação dessas era uma realidade.
Havia as rescisões por mútuo acordo em que quase nunca se ficava com a indemnização mínima. Havia ainda uma certa noção de que um trabalhador caro não era igual a um barato. O saber não era igual em todas as pessoas.

Hoje isso parece estar esquecido. Hoje as coisas reduzem-se a um simples raciocínio: Se posso ter um tipo a trabalhar sem direitos por 800 Euros por mês, porque tenho um a 2000?
E os "patrões" têm tido esta atravessada, não só pela sua incrível curteza de vistas mas também porque a sua ganância interminável não os deixa ver mais longe.
As empresas tornaram-se sítios onde os cargos de direcção traçam a linha entre os que têm todos os direitos e vantagens e os que trabalham precariamente e não têm direito a quase nada. Nem à garantia de que um bom desempenho significa a manutenção do lugar.
Esses estão sempre sujeitos à cotação do dia e podem muito bem ser dispensados em troca de alguém mais barato.

O abaixamento das indemnizações por despedimento que está em cima da mesa vem facilitar aquilo que faltava - Despedir trabalhadores com direitos e maior antiguidade de forma mais barata para um potencial preenchimento de lugares por gente mais barata e mais dócil.

Algures pelo meio entre os empresários e gestores de topo está toda uma massa de directores intermédios sem escrúpulos ou apenas receosos de que um dia o dedo aponte para eles, que põem em prática estas ideias ditadas pela infinita ganância de quem está acima.

Falam de condições da economia, mas ao mesmo tempo que fazem isto não se coíbem de se aumentar plafonds de cartão de crédito ou de aumentar o valor do renting dos seus automóveis para poder comprar o almejado Mercedes ou BMW série 5 (que agora está mesmo "giro").

O resultado final do ponto de vista de gastos acaba por ser igual, ou até maior depois da entrada do novo Código Contributivo que agora passa a onerar as despesas com as viaturas de "serviço" com segurança social por parte das empresas.
Mas do ponto de vista do custo do trabalho, ele decresce. A boa saúde das empresas do ponto de vista financeiro corresponde a uma pior saúde financeira dos trabalhadores. A ausência de direitos, a precaridade do trabalho e a exposição a todas as arbitrariedades destes gestores e patrões.

As decisões políticas parecem ser feitas à medida de um pequeno grupo em vez de por a economia ao serviço de todos. De que serve um país "próspero" quando só uma pequena parte da sua população pode disfrutar dessa prosperidade?
De que serve o conceito redistributivo da fiscalidade se de cada vez que é preciso distribuir a quem mais precisa se diz que não há dinheiro para isso?
Para que faço eu o esforço de pagar os meus impostos se não for para isso? Não é certamente para pagar o que o Estado me dá em troca.

A saúde tem de ser assegurada por seguros que pago, a escola dos meus filhos é paga por mim. As estrada melhores são pagas a concessionários, as taxas e impostos municipais não se transformam em serviços que a autarquia me dá. As ruas estão arruinadas, a iluminação pública em estado miserável, o mobiliário urbano destruído ou inexistente e ainda sou ameaçado por um tipo de fato de macaco que está com o livrinho das multas na mão à frente do meu carro há 10 minutos à espera da hora em que o ticket do parquímetro expire.

Porque raio afinal quer um país ter algum grau de riqueza? Se não for para todos terem melhores condições de vida e aliviar as necessidades dos que não podem trabalhar ou que tiveram um azar na vida perdendo o emprego ou até vitimas de doença, para que raio pagamos, eu e todos nós, os nossos impostos?

A resposta é fácil. Para dar mais a quem já não precisa. Para o estado dar contratos leoninos a empresas que depois garantirão emprego aos governantes que lhes deram negócios.
Duma certa forma estamos a pagar um fundo de desemprego. O dos políticos que depois saltam para as empresas que tanta gratidão lhes devem.
E se há uns anos havia dinheiro para isso e para o resto da população, hoje o bolo é menos e é preciso cortar nalgum lado.

E a fatia menor do bolo não será certamente para quem decide como estas políticas são postas em prática.


A coberto da crise tudo conseguiram fazer. Conseguiram que as pessoas olhem para quem ganha 1500 euros como um sacana a a abater.

E esta manobra de diversão faz com que as pessoas esqueçam onde o nosso dinheiro é realmente mal gasto.


Na verdade a austeridade só afecta aqueles que nada fizeram para a merecer. Os que sempre viveram faustosamente à custa da coisa pública nunca sentirão estas dificuldades. E foram eles precisamente com a sua ineptidão e má fé que causaram tudo isto.
O Estado desbarata milhões em negócios ruinosos. Mas ao serem ruinosos para o Estado são muito lucrativos para a outra parte. E a dada altura esses "favores" serão pagos. Podem passar 5 ou 10 anos mas serão. Temos alguns excelentes exemplos disso.

Já nem se ralam em parecer sérios. Perdido por um , perdido por mil.

Ainda há gente séria no PS?

Apesar da repulsa que sinto por Sócrates e pelo "seu" PS, ainda consigo ter algum apreço por algumas pessoas que militam no partido.

Algumas delas vão aparecendo na comunicação social, tão habituada a ceder às pressões e à propaganda Socretina.
Como dizia há algum tempo atrás, só agora os media se "atrevem" a dar voz aos críticos de Sócrates. Parecem antecipar o fim de ciclo e sabem que Sócrates tem as mãos amarradas e não lhes pode fazer nada.

Henrique Neto é um deles e António José Seguro é o outro.

Bem ao contrário de alguns "cata ventos" como Maria de Belém, Vitor Ramalho, Vitalino Canas ou outros membros de sub espécies rastejantes.
É este tipo de apoiantes acéfalos e intelectualmente desonestos que simbolizam para mim o que o PS tem de odioso. A subserviência ao líder.

Seguro sempre me pareceu ser alguém que pensa pela sua cabeça e não hesita em tomar atitudes de acordo com a sua consciência em vez de o fazer em função de interesses pessoais ou de proximidade aos círculos mais restritos do poder.
É comedido  na forma como defende certas medidas do executivo e sobretudo muito inteligente na forma como não fala sequer noutras.

Henrique Neto é claramente um livre pensador. Relegado para a militância de base, não se coíbe de apontar a "este" PS tudo aquilo que lhe parece errado.

E o que ele aponta não é mais do que aquilo que é evidente para todos. O assalto ao Estado e o entrincheiramento de membros e simpatizantes do partido em lugares chave da administração do país.
Esta estratégia tem levado à derrocada inexorável do Estado Português, alimentando clientelas e distribuindo o dinheiro dos contribuintes por um circulo restrito de indivíduos.

Foi com grande satisfação que li no i uma entrevista a Henrique Neto que ilustra bem a forma como o assalto às estruturas do PS foi levado a cabo por Sócrates e pelos seus acólitos.

Nesta entrevista (ver aqui) Neto aponta com extraordinária clareza a forma como Sócrates, Almeida Santos, António Costa e outros dirigentes do PS se vão co-sustentando evitando fazer as reformas que poderiam por em causa o apoio ao PS dentro da administração pública.
Não é difícil perceber que o PS e o Estado se tornaram num negócio de tráfico de influências da mais alta escala.

Curiosamente pensa da mesma forma que eu em muitíssimas questões

O PS tem algumas resistências?
Claro que tem. O próprio primeiro-ministro disse, numa reunião interna do partido, que se o partido for mexer muito no Estado está a mexer na base de apoio do PS. Honra lhe seja feita, foi muito claro. E aí o Passos Coelho tem razão. Há que dar uma volta ao Estado, porque isto é insustentável. Era preferível fazer uma reforma destas a reduzir os salários ou o subsídio dos desempregados. Eu, nas moções que fiz há cerca de dez anos, digo que é urgente acabar com os serviços paralelos ao Estado e que é urgente profissionalizar os dirigentes de topo do Estado. Isso é essencial, porque permite garantir a continuidade das políticas. Há reformas, mas não se destrói tudo o que foi feito, como tem acontecido. Isso só é possível com profissionais. Não é isso que acontece, porque foram os chefes políticos ou os amigos políticos que foram colocados em toda a administração pública. Os relatórios do Tribunal de Contas, por exemplo, são um mergulho na realidade. Qualquer pessoa percebe que estamos a caminhar para o desastre. 


O que espera de Cavaco Silva neste segundo mandato?
Não espero nada. Pelas características pessoais e por conveniência política. Não vai fazer o que fez o Jorge Sampaio, que dissolveu o Parlamento e afastou o governo. O problema vai pôr-se na Assembleia da República. É imprevisível, mas se calhar vamos viver numa paz podre.


As eleições antecipadas poderiam ser uma solução?
Acho que é impossível resolver qualquer problema com o José Sócrates à frente do poder. Nestas condições qualquer solução é melhor que a actual. Um governo PS sem José Sócrates, um governo de coligação, um governo do PSD. Ele hoje é o poder, os ministros não contam para nada. O partido não conta para nada. O que ele quer é o que se faz e o que ele quer infelizmente é quase sempre errado.


A conclusão que eu tiro é que existem pessoas de bem e pessoas que não o são em todos os partidos.
Existem dentro do PS, dentro do PSD e dos outros partidos. A generalização é sempre perigosa.

Mas também é certo que é mais provável ver os que não têm escrúpulos subir. Porque não hesitam e eliminar os outros, porque têm objectivos claros de riqueza e poder. Porque são gananciosos. Porque não têm escrúpulos, pura e simplesmente.

Não sou "socialista" mas se este homem ou alguém da estatura dele fosse o Secretário Geral do PS nesta altura, votaria nele sem hesitar por comparação a Passos Coelho.
Infelizmente não o é, e o PS de hoje vai fazer a vida negra a gente como ele dentro do partido. Os que estão ao lado do líder não querem arriscar perder a sua posição e irão manter-se com ele até ao fim. Até o PS implodir e alguém ter a consciência de que precisa de se livrar do lixo para poder sobreviver.

Aguardemos até lá. Mas entretanto leiam a entrevista porque vale a pena

A táctica... e a estratégia

Confesso que ao ler o que leio por estes dias, concluo que nunca poderia ser político.

Acho fascinante a tentativa do PS em criar remorsos de "esquerda" no partido com quem tem tido uma "caminhada" de longa data - o PCP. Uma caminhada em que sempre se pontapearam um ao outro.

Assis (o antipático de óculos, lembram-se?) acusa o PCP de ser a "muleta" do PSD conta as forças de esquerda. Assis parece apelar agora ás forças de "esquerda" com a mesma facilidade com que andou a mendigar apoio ao PSD para o OGE.
Não me espanta nada dum partido sem Norte como o PS, mas espanta-me a falta de noção da realidade e acredito que Assis tenha estado isolado do mundo nestes últimos 6 anos.


A ideia de que as políticas do PS possam ser de centro-esquerda é estonteante. O PS só adoptou políticas típicas de uma esquerda radical e equalizadora, no que diz respeito à carga fiscal, sobre os trabalhadores por conta de outrem.
Estranhamente no que diz respeito aos gastos faustosos dos gestores que nomeou terá sido francamente de direita. Ou não?

É que já não percebo nada. Tudo isto me parece bastante de esquerda, no pior que a esquerda tem.

A esquerda sempre foi conhecida por subjugar quem trabalha nivelando todos por baixo enquanto a "nomenclatura" do partido vive na abundância e no luxo. Não muito diferente do que vemos por cá.
A esquerda sempre foi conhecida por querer limitar a liberdade de expressão e até a voz dos trabalhadores (não acredito que a ausência de greves na ex URSS fosse porque os trabalhadores estavam muito felizes com a sua vida). A repressão popular em Praga e em Budapeste são do melhor que a esquerda fez em prol do povo e dos trabalhadores.
E nessa altura o PCP sempre apoiou a linha dura da URSS. Não nos esqueçamos que os mais "moderados" pós Perestroika sairam do PCP. O líder de hoje é representativo de uma forma de pensar muito consistente com 1956 (Budapeste) e com 1968 (Praga). Do lado da URSS, bem entendido...

O PS sempre interferiu de forma canhestra com o livre desenvolvimento da economia, intrometendo-se na iniciativa privada e distorcendo fortemente as regras da concorrência.
Comparando com o que foi a actuação desastrada de todos os regimes comunistas de leste que redundaram num atraso de dezenas de anos quando comparado com a Europa Ocidental, eu diria que o PS foi muito de esquerda. Tanto que o partido Comunista os devia adorar.
Sócrates considera-se amigo de Chavez. O PCP adora a forma de pensar de Chavez.

Mas o PCP não concorda com o PS. E não concorda dois motivos fundamentais.

1. Porque não foram suficientemente longe no "caminho para o socialismo"
2. Porque a "nomenclatura" não são eles

Assim, o PCP passou o tempo a acusar o PS de por em prática políticas de "direita".

Eu diria que o PS pôs em prática políticas desconexas, casuísticas e determinadas por tudo menos pela ideologia. Em suma, políticas de m****.
Limitou-se a duplicar a dívida para o dobro em 7 anos e a distribuir benesses pelos seus "amigos". Nenhuma reforma estrutural foi feita. Nem de direita nem de esquerda. Nenhuma.

A reforma da Segurança Social foi algo que se vangloria de ter feito mas não é nada que não pudesse ser feito por qualquer Governo com um estado de falência anunciada a poucos anos de distância. Põe-se o povo a trabalhar até mais tarde, reduz-se o que se lhe vai pagar quando se reformar, reduzem-se as prestações sem olhar a quem precisa e a quem não precisa,  et voilá

Isto não é uma reforma. Isto são contas de merceeiro. Uma folha de Excel lida com isto na boa. Entra X e sai Y. Se entrar X durante mais tempo e sair menos que Y durante menos tempo estamos bem. Bravo!!! Ah ministro, que coroa de glória.

Só que o PCP passou o tempo a dizer que tudo o que o PS fez estava errado.


É no mínimo natural que olhando para o estado da economia e para confiança do país e do discurso dos últimos anos, o PCP vote ou proponha uma moção de censura.

Aliás, todos os partidos com assento na assembleia o deveriam fazer. Não faz qualquer sentido que não o façam.
Por razões diferentes todos eles, mas olhando à história passada seria no mínimo estranho que uma moção de censura fosse votada contra por qualquer um deles por causa do fraseado ou de diferenças ideológicas subjacentes a um texto.

A oposição terá de perceber que o facto de manter ou por este governo para correr não pode ser determinado por quem tem mais possibilidades de vencer umas eleições. O país precisa disso. A obrigação de todos os partidos que estão na oposição é devolver a decisão ao povo.

Passos Coelho quer ver Sócrates afundar-se. Se não se afundar, o PSD não vai querer lidar com os dividendos que Sócrates pode tirar do facto de "ter evitado" a entrada do FMI.

Sócrates é suficientemente desonesto para o fazer. As culpas são da crise mas os méritos serão sempre dele. Se a oposição espera demais pode muito bem ter de enfrentar um PS reanimado quando já estava dado como morto.
E este PS reanimado é um Sócrates reanimado e isso seria mortal para o país.

Uma votação para por Sócrates fora passou a ser um desígnio Nacional, muito para lá das estratégias delineadas ou das tácticas de momento.
Isto já não é uma questão de esquerda ou direita. É uma questão da sobrevivência de Portugal como país.

Deixem-se de m**** e façam a vossa obrigação.

Crónica de uma morte anunciada

Fico contente de perceber que Marcelo Rebelo de Sousa lê este blog.

Só pode.
Há bastante tempo atrás que digo que este governo não existe.

Os sinais são óbvios. Há ministros inexistentes, ministros que não acertam uma e directores de serviços e empresas do sector público que pura e simplesmente ignoram leis e directivas do executivo.

Nunca tivemos uma situação em que os "poderes" hierarquicamente dependentes do governo tiveram tão pouco respeito pelo "chefe".
Sócrates e o PS criaram o "monstro" e agora não o conseguem controlar.

Marcelo, um adepto da estabilidade e da necessidade de aprovação do OGE diz agora que o Governo está morto. Diz agora que Passos Coelho tem nas mãos a possibilidade de por Sócrates e toda a corja socretina fora do poder com a apresentação de uma moção de censura.

Duh!....

Isso é óbvio. E é também óbvio que Passos Coelho só o fará quando a margem de vitória do PSD for suficientemente grande. E para isso é preciso enterrar um pouco mais o país.

Esta estratégia política que se abstrai daqueles de onde emana o poder (o povo) é a todos os títulos nojenta.
Se o PSD sabe como por as coisas no caminho certo não precisa certamente de assistir da primeira fila ao sofrimento de todo um país durante meses com um governo em estado comatoso.

Avance, assuma as suas responsabilidades e o povo decidirá. Acham ainda que o PS possa ter uma boa votação nas legislativas?

Estou para encontrar uma pessoa que me diga bem de Sócrates. Eu sei que o meu circulo de conhecimentos não é ilustrativo da sociedade portuguesa, mas é no mínimo esquisito que quando eu digo que Sócrates é um incompetente não ouça uma voz em desacordo.

Sócrates não sobreviverá dentro do PS em caso de derrota. E ele sabe disso. Tenta prolongar o seu poder o maior tempo possível. No congresso irão aparecer vozes discordantes e o PS irá passar por um ciclo parecido ao período pré Guterres.
Quando um partido esta fora do poder ou tem perspectivas de estar fora do poder, as lutas internas pelos poucos poleiros que restam agudizam-se.
Foi assim com o PSD e foi assim com o PS. E vai ser outra vez.

Sócrates sabe, porque fez exactamente a mesma coisa, que quando outro partido subir ao poder iremos ser bombardeados com notícias de buracos financeiros, de desperdício e de outras coisas que desafiam a nossa compreensão cometidas pelo PS e pelos seus boys.
A história do deficit que deu a maioria ao PS vai-se repetir. Só que desta vez não precisam de um governador do Banco de Portugal que faz contas erradas com precisão até às centésimas. Os valores da desgraça estão aí para todos verem. 11% de desemprego (depois de bem manipulado), 7.5% de deficit (depois de bem manipulado), +100% de dívida.
Em seis anos, a incompetência deste governo, levou-nos mais fundo do que alguma vez estivemos. A negação das evidências durante anos fez com que isto quase fosse uma surpresa. Para o governo, porque para os que pensam um pouco nunca foi surpresa.

A crise internacional teve as costas largas e serviu de desculpa. Mas a verdade é que desde que subiu ao poder, Sócrates começou determinadamente a destruir tudo o que ainda se conseguia manter de pé. A crise internacional só veio impossibilitar que se escondesse mais a incompetência generalizada de um governo e de um partido que teve uma maioria absoluta para fazer o que quis.
"Privatizou-se" o estado a níveis nunca vistos. Tentou-se gerir a coisa pública como se faz numa empresa.
Só que com uma pequena diferença - uma empresa tem de apresentar resultados. Num Estado quando falta o dinheiro cobram-se impostos. E foi isso que este Governo fez até não restar nada.

O que é extraordinário é que os bravos socialistas que poderiam ter feito afirmações como vemos hoje Ana Benavente fazer, não o fizeram enquanto esperaram, na sua posição na fila, por um lugarzinho em que se recebesse bem e se trabalhasse pouco.
Agora vêm que já não há nada no saco para eles e começam a inquietar-se. Outros percebem que a posição de distribuição de lugares lhes pode calhar a eles.

Marcelo diz que o Governo esta morto. Ah pois está. E não está só agora. Este governo é um nado morto e o anterior era um moribundo com Alzheimer e Tourette. O pivete socialista é insuportável desde o 1º ano de governação de Sócrates.

Preparemo-nos então para as eleições, porque elas aí estão antes do Verão.

Se Marcelo o diz deve ser verdade.
Ele sempre foi um sobredotado.
Ele, o grande titeriteiro, espera que com as suas palavra as coisas aconteçam.
Marcelo está pronto para o novo ciclo. Anunciou-o ontem....

A mentira (parte 741)

Sócrates lá veio outra vez a terreiro mentir descaradamente.

A propósito das afirmações de Passos Coelho, vem agora a "criatura" dizer que não haverá despedimentos na função pública.

É impressionante como Sócrates se parece com os ditadores alienados que acham que estão no controle de tudo e na verdade não controlam nada.

Às vezes faz-me lembrar o Comical Ali (o ministro da propaganda de Saddam) que dizia que os americanos tinham sido derrotados numa batalha heróica perto de Bagdad, para desaparecer rapidamente horas antes de os tanques americanos entrarem na cidade.

Este homem vive noutro planeta e ainda pensa que goza de alguma credibilidade junto do eleitorado.
O PS e Sócrates só permanecem no poder por causa dos prazos constitucionais e da estratégia do PSD que o quer queimar até ao ponto de não retorno. Não basta livrar-se de Sócrates. A coisa tem de ser tão absolutamente humilhante que o PS se queira livrar dele a seguir.
Este homúnculo que nunca soube o que é fazer ou dizer algo de verdadeiro na vida, insiste em discursar como se o que ele tivesse para dizer interessasse a alguém.

Pois se não vai haver despedimentos na função pública deveria haver. Mas que comece pelas empresas públicas com gestores pagos a peso de ouro e fora de todas as regras, pelos institutos públicos que nem propósito têm.
Os funcionários que sobrarem podem muito bem ser recolocados em organismos fundamentais que lutam com falta de pessoal desde há anos a esta parte. Tribunais, Hospitais, Finanças, Polícia etc etc.

Não lhe vão faltar lugares para recolocar aqueles que trabalham e de certeza que seria aplaudido de pé se se livrasse dos que não trabalham nem nunca trabalharam.
Mas esses são os camaradas e aos camaradas não se pode fazer uma coisa dessas.

O inacreditável de tudo isto é que Sócrates e os seus governos levaram ao limite a "privatização"  do Estado. Adoptaram atitudes típicas de uma empresa privada com dinheiros públicos em todos os serviços que não conseguiram alienar. E é este mentiroso que agora vem acenar com o fantasma da privatização? Ele que alterou as regras dos ajustes directos para ultrapassar a necessidade de concursos públicos e de forma descarada favorecer quem muito bem entendeu? Ele que dá cobertura a entidades que fazem a alienação do património do Estado como organizações mafiosas?

Querem ver o que é "privatizar" o estado? Vejam estes videos



Mas mesmo assim acredito que o PS ainda possa ter uma votação "interessante" nas próximas eleições de Junho. É que há tanto burro neste país, que ainda se ouve a frase "os outros não são melhores", "ao menos ele fez reformas" ou até "foi o melhor primeiro ministro que já tivemos".

Eu não sei se as pessoas andam distraídas ou se simplesmente se estão a ca**** para os outros e para o que se passa à sua volta, mas que é duma tremenda estupidez lá isso é.

Sócrates está terminado. Assiste-se a algo de impensável há um ou dois anos atrás - contestação no PS.
Desta vez já não vai ter uma passeata no congresso. As facas já se começam a afiar e Alegre vai ser um dos que vão estar na linha da frente. Zangado pela falta de apoio, com uma divida de 300 mil euros da campanha às costas e com a mania que é um livre pensador, será um dos que se vai atirar à jugular de Sócrates assim que puder.

Eu só gostava mesmo era que o tipo de calasse. Já não o posso ouvir com a sua argumentação para deficientes mentais e a sua vozinha irritante. De cada vez que o vejo lembro-me do que estamos a passar e do que nos espera e tenho tendências francamente homicidas. Passam-me pela cabeça formas de tortura verdadeiramente criativas.
Se alguma vez odiei um político apaixonadamente, foi este vigarista mafioso. Por tudo o que ele fez ao país, por tudo o que ele fez ao sistema partidário português e por tudo aquilo que ele trouxe à superfície nos portugueses - a inveja, a mesquinhez e a falta de empatia.
Bolas, detesto mesmo este tipo. E não o detesto só como político.
É-me impossível dissociar a sua forma de estar na política do seu baixo carácter  (ou da falta dele). O que ele é como político é um resultado directo do que ele é como pessoa. Ou então estamos perante uma patologia séria.
E o que é terrível, é pensar que gente deste calibre sobe nas estruturas partidárias a ponto de reger os destinos dum país durante estes anos.
Sem honestidade, sem moral, sem ética e sem um pingo de humanidade. O PS não tem nada melhor para propor ao país?

Mussolini attacca ancora

E aí está ele, Marinho Pinto em todo o seu esplendor.

Agora quer equiparar os requisitos para acesso ao estágio dos licenciados em direito ao acesso à magistratura.
Quer que seja apenas possível aos mestres em direito ou aos licenciados pré Bolonha.

Se bem que concordo com ele no que diz respeito à baixa de qualidade dos licenciados em direito desde há uns anos para cá, parece-me um bocado forçado que uma licenciatura reconhecida pelo Estado Português não seja reconhecida por uma ordem profissional.

Faz-me lembrar a ideia peregrina de Helena Roseta na Ordem dos Arquitectos que queria sujeitar todos a exame de acesso à ordem porque, segundo ela, havia Universidades privadas a licenciar arquitectos com um nível de qualidade muito baixo.
A melhor solução seria sujeitar todos a exame, os das Universidades "boas" e os das "más" (!!!). O que o Estado não fazia, que era velar pela qualidade dos cursos, fazia ela duma assentada na recém criada Ordem dos Arquitectos.
Estranho até como antes de haver Ordem tivemos (e temos) excelentes Arquitectos neste país sem haver Ordem para lhes dar a benção e os deixar exercer.
O mais curioso é que isto veio de uma arquitecta sem obra, que apenas estagiou e nunca exerceu a profissão.  A política cedo a retirou do mundo produtivo.
Mas quem a ouvir falar (ainda hoje) parece que está perante uma especialista em urbanismo e arquitectura.


Marinho Pinto está na mesma a todos os níveis. Quer que a Ordem se substitua ao Ministério e ás autoridades competentes que reconhecem as licenciaturas.

E existe uma diferençazinha para a magistratura. Um aluno que não consiga entrar após os exames e a frequência do curso, continua a ser um licenciado em Direito com capacidade de exercer a profissão. Ou melhor, continuava...
Na cabeça de Marinho Pinto, a ordem poderá agora decidir que depois de um aluno ter feito uma licenciatura não está habilitado a exercer uma profissão.

Uma avaliação no fim do estágio percebe-se como forma de avaliar os conhecimentos adquiridos e a certificação de que essa pessoa está pronta para tratar de assuntos de leis. Limitar a entrada é no mínimo indefensável.

Imaginem que amanhã a ordem dos médicos decide que só se podem inscrever aqueles que tenham especialidade. Ou que os economistas e gestores precisem de um mestrado para poder exercer.

Hum... talvez não fosse mal pensado a julgar pela qualidade que têm demonstrado nestes últimos anos.

Aí está Marinho Pinto a fazer o que faz melhor. Em vez de tentar resolver as causas, tenta matar os sintomas.
Mas o raciocínio dele é claramente deficiente.
Um mestre pós Bolonha faz o curso e o mestrado em 5 anos. Antes de Bolonha o curso era de 5 anos. Mesmo assim havia maus profissionais. Será que o facto de ter o título de mestre já faz deles bons profissionais?

Quer velar pela qualidade? Não será melhor a Ordem atender a reclamações de alguns clientes lesados aplicando sanções disciplinares aos prevaricadores? Ou mesmo a levantar processos a advogados por violações flagrantes da ética profissional?

Calculo que se na altura em que Marinho Pinto se inscreveu, se houvesse um bastonário que implementasse esta medida, ele não era sequer advogado. Mas já que lá está, nada melhor do que evitar que entrem outros.
Mesmo que apesar do encurtamento dos cursos tenham saído preparados.

Um dia destes começa a definir limites de média de licenciatura para poderem exercer. A universidade diz que um licenciado pode fazer o curso com média de 10 e o Sr. Marinho Pinto decide que só quer gente com média de 16.

O que me espanta nisto é que ninguém do Ministério que tutela o Ensino Superior sai a terreiro para por o dedo no nariz a Marinho Pinto e dizer:
Hei!!! Vamos lá a para com esta mania de desautorizar o Estado Português no que respeita à sua competência relativamente ao Ensino Superior ok? O "menino" vai parar de limitar o direito dos licenciados poderem exercer a sua profissão.


Este silêncio do Ministério é assustador. Mesmo que não o possa impedir e sejam apenas os tribunais a poder fazê-lo, tem a obrigação de não se deixar desautorizar por este advogado/jornalista medíocre com tiques autoctráticos


Sr. Mariano Gago, a vous de jouer

Os meus parabéns aqueles que votaram nele para um segundo mandato. Acredito que estejam satisfeitos por imaginarem que vão ter menos concorrência, mas ele há-de inventar alguma coisa que vos lixe a vocês também.
E nesse dia lembrem-se em quem votaram.

S. Francisco de Assis

Não, não é o santo.
É mais o político com ar de acólito de 2ª categoria, que à falta de bom ar achou que a política era o único caminho onde a sua inteligência podia ser aproveitada.

Este homem alterna entre a mais despudorada demagogia e desonestidade intelectual e o insulto velado a todos os que contrapõem argumentos.

Já um dia destes o tínhamos ouvido dizer que o PSD tinha um preconceito ideológico contra o serviço público.
O que é extraordinário, já que ele é o porta estandarte de um partido que contornou de todas as formas possíveis a ideia de serviço público apoiando a criação de estruturas paralelas, supostamente empresariais, para colocar todos os gestores de má pinta que o PS tinha para colocar.
Já o tínhamos visto insinuar-se com o discurso da estabilidade e do sentido de Estado junto do PSD para ver se obtinha uma aprovação para o famigerado orçamento de Estado.

Agora acusa Passos Coelho de ter uma visão paroquial da forma como um Estado deve ser gerido. Curiosa esta afirmação de alguém que nem pinta tem para segurar o copinho das óstias.

Faz-me sempre lembrar aquele nojentinho que andava na nossa turma, que não tinha amigos e que era um marrão deslocado. Que normalmente era bufo e graxista. Havia um destes em todas as turmas.

Assis parece ter uma visão muito cosmopolita e avançada de como um Estado deve ser gerido. Terá passado por Palermo? Por Nápoles? Pela Calabria quiçá?
O conceito de gestão do Estado para Assis parece ser a rede cleptómana que se montou nestes últimos anos e isso é de facto uma visão muito pouco paroquial.

A inteligência que ele aparenta ter consegue ser posta ao serviço de uma visão completamente sectária e distorcida da realidade.
Passos Coelho tem uns tiques liberais exacerbados, mas não é certamente Assis que pode dar lições do que quer que seja a Passos Coelho e ao PSD.

A sujidade em que ele chafurda  há 6 anos juntamente com os seus colegas do PS não lhe permite sequer apontar qualquer sujidade aos outros.

Parece-me que é o desespero do fim de ciclo. A travessia do deserto, a perda das benesses e a enorme martelada no ego que deve ser a perspectiva de não se ter "poder" durante uns anos. Para quem está habituado a manipular e a congeminar deve doer.

De uma coisa estou seguro. Não chegou onde chegou pelo bom aspecto. A inexistência de sorriso, os lábios finos e o ar de quem tem constantemente alguma coisa enfiada nos fundilhos, condená-lo-ão a ser sempre um cão de fila de segundo plano. O primeiro plano fica para os burros vazios com boa imagem televisiva.

A casa do Algarve....

Já está. Já saiu um comunicado e está tudo esclarecido.

Quem dera que a vida fosse assim tão simples. Atira-se com um número para o ar e está tudo esclarecido.

Só estará para quem não sabe fazer contas, digo eu.

Então façamos lá umas continhas para perceber até que ponto está tudo esclarecido.

Cavaco afirma que pagou 8.133 Euros de Sisa.

Isso significa que o valor da permuta que foi sujeito a sisa foi de 81.330 Euros.

Então vejamos

A avaliação da casa anterior tinha rondado os 135 mil Euros, pelo que o valor da nova casa teria sido 216.333. Não há dúvida que é um excelente negócio. 42 mil contos por um terreno de 1891 metros quadrados na praia da Coelha com uma casinha já em construção com uma área bruta de 620 metros quadrados e uma área habitável de 242 m2.

Eu não sei como Cavaco consegue emitir um comunicado destes e achar que tudo fica esclarecido.
Nesta altura um lote de 1000 metros quadrados em zonas muito menos nobres do Algarve e bem mais longe da praia comprava-se por 30-40 mil contos.
Na praia dos Salgados por exemplo, um terreno de 1300 metros quadrados e ainda com o processo de licenciamento dos lotes a decorrer custava 45 mil contos. A mais de 1 Km da praia.

Em S. Rafael uma vivenda de 3 quartos num lote de pouco mais de 1000 metros quadrados era vendida em 1999 por 85 mil contos (425 mil euros).

É de todo impossível que este negócio tivesse este valor. A não ser...

A não se que se omitisse o facto de já haver construção no lote. Aí o valor da permuta seria um lote "vazio" pela vivenda Mariani e aí o valor já é mais credível, ainda que seja mesmo assim muito barato.

Resta agora saber quem pagou as obras de finalização da casa. Foi Cavaco? Ou pode ter acontecido que o valor até foi pago por ele mas o valor declarado para efeitos de Sisa foi muito abaixo do valor real?

Este "esclarecimento", mais do que acabar com todas as dúvidas lança muito mais dúvidas sobre o caso. É IMPOSSÍVEL que a diferença entre uma casa de 135 mil Euros (27 mil contos) e a casa que Cavaco tem agora seja de apenas oitenta mil Euros.

Mas há algo de verdadeiramente inquietante nesta história. 
Em 1998 (Junho) a declaração de Cavaco Silva às Finanças dizia que os prédios tinham sido troca por troca e que seriam de igual valor e a estrutura em tosco da casa que já estava completa é omitida
Mas em 2000 no seguimento de uma reavaliação por parte das Finanças reavalia os prédio e determina que afinal a diferença é de 81 mil euros.
Mesmo assim acho que foram simpáticos. Só que a questão da omissão da construção em 1998 e a declaração de que os prédios eram de valor igual não me parece lá muito inocente.

Hoje ouvi uma apoiante de Cavaco dizer na SIC Noticias - "mas depois pagou e está tudo bem". Pois, é verdade, só que o facto de se pagar não significa que não se tentou evitar pagar logo para começar. Podemos dizer que a administração fiscal o "agarrou" mas pelo menos ele parece ter tentado fazer passar a coisa abaixo do radar. Bonito. 3 anos depois de deixar de ser primeiro ministro tenta "iludir" a administração fiscal acerca do valor das propriedades. Convenhamos que para uma pessoa serííssima esta tentativa não é lá muito típica desse tipo de comportamento. Podem dizer que não sabia. Que honestamente pensava que as propriedades valiam a mesma coisa. Então pergunto: E a casa que foi omitida? Não estava de óculos e não deu por ela? Viu um lote vazio em vez de uma casa de tijolo e betão?

Oh meus amigos, só é parvo quem quer. Todos sabemos que todas as entidades envolvidas terão sido muito mais brandas com Cavaco Silva do que seriam connosco. E todos sabemos que estas pessoas se aproveitam do seu estatuto para ter acesso a vantagens muito fora do alcance do português comum. Ser sério num caso destes é rejeitar esses tratamentos de favor sabendo como sabem como os portugueses têm tendência para ser uns sabujos na presença de alguém importante, influente ou que tenha simplesmente dinheiro.

Eu não consigo perceber como é que gente que tem aspirações políticas e sabe que todo o seu passado vai ser "escavado" pode meter-se em situações tão confusas. Situações que precisam de esclarecimentos, investigações e toda a espécie de explicações.

Uma coisa destas devia ser claríssima. Comprou por x, pagou 10% de sisa sobre x e assunto terminado.
Mas neste caso a casa em construção é omitida, já está em construção antes das licenças serem passadas, os dois lotes são juntos sem um parecer necessário duma entidade competente, a permuta sub avalia claramente a nova casa etc etc etc.
Mas quanta confusão acerca duma coisa que devia ser linear e simples.

Cavaco parece-me ser como todos os outros portugueses sérios: A dada altura na sua vida não o foi tanto, ou pactuou com quem não o foi para retirar benefícios para si e espera que o tempo passe uma esponja no assunto.

É uma enorme decepção Sr. Presidente. Eu sabia que o Sr. era imóvel e que escondia a sua cobardia em tomar decisões atrás da "estabilidade". O que eu não esperava é que o seu passado recente fosse tão complicado de perceber.

Quer saber a história da minha casa?
Cheguei, comprei, escriturei pelo valor que comprei e fui pagar 10% disso em Sisa às Finanças. O valor pelo que comprei é um valor plausível para o sitio e para a época. Não foi uma bagatela nem foi excessivamente cara.
Quer mais claro do que isto?

Isto nada tem a ver com o facto de ele ter ganho as eleições. Alegre perdeu e também deu mostras da sua desonestidade com a história do BPP e do texto publicitário.
O problema está na forma leve como os que votam nestes indivíduos aceitam que eles possam ter sido desonestos ou pactuado com desonestidades. Parece que o voto popular legitima passados obscuros.

Para se ser político mais do que parecer sério deve ser-se sério. À prova de bala. Há imensa gente neste país que resistiria a qualquer investigação deste tipo porque sempre fez as coisas pelo figurino.
Pelo contrário, na classe política e desde há muito tempo, há episódios estranhos, contas que não batem certo e situações que cheiram a esturro. E que nunca se chegam a esclarecer porque os adeptos de um clube dizem que os outros têm inveja e que o povo é que sabe...
Se Cavaco foi beneficiado pela relação de amizade com o construtor só tem mesmo que o dizer. Em muitos negócios as relações de amizade determinam que os valores sejam mais baixos que o esperado. Já não é assim se foi beneficiado com o fisco. Não há relações de amizade com o fisco.
Não existe qualquer hipótese de que os valores das duas propriedades terem tão pouca diferença. Houve um benefício claro neste processo.
Só pode ser uma de duas coisas:
O a outra parte da permuta tinha uma relação de amizade e avaliou a preço de custo
ou
Houve simulação de negócio por valores muito abaixo do normal.

Se no 1º caso Cavaco pode vir a terreiro e claramente dizer isto, na 2ª hipótese já não pode porque isso significa que pactuou com uma situação fraudulenta junto da Administração Fiscal. E isso é crime.
Independentemente de ter ganho as eleições o acto em si existe. O povo pelo seu voto não decide esquecer este tipo de coisas. Deveria sim decidir quem tem um passado impoluto antes de votar.
E é esta falta de maturidade política do povo português que faz com que sejam eleitos Isaltinos, Valentins Loureiros, Fátimas Felgueiras e outros semelhantes.
Depois brada aos céus a desonestidade dos políticos. Mas só os da "outra" cor partidária. Os "nossos" estão perdoados porque votamos neles. É isto a democracia? É isto um Estado de direito?