Previsões e certezas

Confesso que quando ouço alguém dizer que Sócrates irá ganhar as eleições legislativas, alterno entre o divertido e o incrédulo.

Pergunto-me como é possível que alguém tenha uma visão tão curta que ache que o povo votante é estúpido a ponto de fazer a mesma asneira 3 vezes.

Se nos reportarmos ao resultado de 2005, o PS teve 45.05% dos votos com 120 mandatos de deputados.
Isto depois de um período de insatisfação ampliado pela "fuga" de Durão Barroso para a UE e de uma apurada campanha de descredibilização do governo anterior.
A ajuda de Vitor Constâncio não foi uma questão de pormenor. A intoxicação com o deficit e a famosa previsão até à centésima ajudaram a cimentar no eleitorado uma necessidade de mudança.

Eleições de 2005
PS - 45.05%
PSD - 28.70%
PCP - 7.65%
CDS - 7.26%
BE - 6.38%

Passaram-se 4 anos e o povo votante percebeu que todo o esforço que tinha feito não tinha dado em nada. Pelo contrário as coisas tinham piorado significativamente. O ataque demagógico a classes profissionais inteiras e os episódio muito pouco claros em que se viram envolvidos membros do Governo, em especial o 1º ministro, causaram uma erosão e um descontentamento crescente na sociedade portuguesa.

Mesmo assim, e fazendo uso de medidas eleitoralistas e atacando a oposição acusando MFL de "representante" de velhas ideologias, conseguiu nova vitória eleitoral.
As lutas internas e a instabilidade no PSD nada trouxeram de positivo a um partido que poderia ter crescido muito mais que uns meros 0.4%

Eleições de 2009
PS - 36.55%
PSD - 29.11%
CDS - 10.43%
BE - 9.82%
PCP - 7.86%

Mesmo assim o tombo do PS foi notável. Perdeu 9% e viu-se numa situação de minoria na AR.
Mas continuou a agir como se fosse uma maioria. A ponta do iceberg começou a ser evidente. Os anos anteriores tinham ajudado (e de que maneira) a arruinar um país com uma economia estagnada há mais de 10 anos.
Um endividamento absurdo quer privado quer público colocou-nos numa situação de pura indigência perante os nossos parceiros da UE.
O Governo e o PS não podem mais esconder aquilo que foi a (des)governação socialista desde 2005. Um caminho seguro para a ruína.
Países que enfrentaram de forma muito mais pesada a crise financeira de 2008 apresentam hoje indicadores de recuperação firmes ao passo que Portugal, pela incapacidade do seu governo que persistiu na negação das evidências, está ainda numa espiral descendente.

Se em 2009, o PS ainda usou os dinheiros públicos para aumentos eleitoralistas e pôde esconder o verdadeiro estado das coisas, hoje já não pode.
Não pode esconder mas ainda tenta fazê-lo. Apanhado com a boca na botija tenta alijar responsabilidades apontando para o único partido com hipóteses de ganhar as eleições - o PSD.
Mas fala só do que se passou desde há um mês atrás branqueando completamente o que foi a sua actuação muito antes de qualquer situação de instabilidade. Com os sucessivos PEC nas mãos sempre afirmou peremptoriamente que todos eles iam ser a solução para os problemas.

Já nem a treta da defesa do Estado Social é credível. Sobretudo quando sabemos que uma das medidas do PEC IV era a de congelar as pensões mais baixas e de reduzir as deduções à colecta em sede de IRS, dois componentes claros desse Estado Social que ainda resta. O governo olha para isso como "despesa do estado".

Desde as eleições de 2009 o PS mostrou a sua verdadeira face de um partido sem ideologia, governado por gente sem princípios e sem palavra. Por um partido e por um governo que tem causado verdadeiro sofrimento no povo eleitor. E sofrimento onde lhe dói mais - na carteira, e por arrasto no estômago.

Achar que o PS pode passar incólume a tudo isto é no mínimo ridículo. O povo ainda consegue perceber quem lhe fez o quê. Não basta retórica para imbecis e um tom assertivo na conversa para que as pessoas deixem de sentir na pele o que lhes caiu em cima desde 2005.

Tentando fazer previsões, eu diria que o PSD ganhará as eleições mas as diferenças mais significativas serão no CDS e no BE. No CDS no sentido da subida e no BE numa descida.

O PS irá provavelmente ficar com uma expressão eleitoral semelhante à que o PSD tem hoje, e o PCP será mais ou menos o mesmo. O  PCP é sempre o mesmo.
Mesmo tendo oportunidade de pertencer a uma plataforma alargada de salvação nacional, prefere ficar de fora e mantendo a legitimidade para criticar.
Jerónimo podia mandar tatuar na testa a frase "contra a política de direita", uma vez que é sempre o que diz de cada vez que abre a boca. Não há novidade nenhuma a vir daquele lado.

Louçã pode ser um excelente tribuno, mas como quase todos os bons tribunos é muito bom em conversa e por aí se fica. Pode ser um excelente economista mas Deus nos livre de um dia ele ter hipótese de transformar o país no seu ideal político e económico.
Cada vez mais se comporta como um líder único dentro do BE e isso trouxe alguma inquietação aquando da moção de censura ao governo. Não acredito que o eleitorado fuja do PS para a esquerda radical. Não nos esqueçamos que esse eleitorado veio do espaço político do PSD em 2005 ao ter sido o PSD "empurrado" para a direita pela ocupação do PS do seus espaço político (em teoria, apenas em teoria).

A outra coisa que me faz esboçar um sorriso é quando alguém diz que o PSD não tem um programa de governo. Bem, na verdade não tem o PSD, o CDS, o PCP, o BE e nem sequer o PS.
O primeiro programa de governo elaborado com a liderança de Vitorino, foi triturado e atirado à rua no 1º ano de governação socialista. Desde aí foi navegação à vista, casuística e completamente desconexa.
A única parte do programa que ficou foi a elaborada pelas agências de comunicação a soldo do governo.

Daí a crença de Sócrates e dos seus próximos que a propaganda bastava para manter a máquina oleada. A chatice é que a realidade não se compadece com o teatrinho montado pelo governo e agora o cenário caiu e não há agência de comunicação que lhes valha.

Estou seguro que Sócrates precipitou esta situação ao perceber que era impossível gerir o caos que criou. Se o PSD engolisse o PEC ele ganhava, se não engolisse, ganhava na mesma.
É duma infantilidade gritante pensar que a não comunicação do PEC ao PR e à oposição foi apenas um lapso numa formalidade sem sentido. Sócrates melhor que ninguém sabe o que iria deixar a oposição irritada e as consequências dessa irritação. Aceitou passar por um tipo sem carácter só para conseguir o seu objectivo.

Mas parece-me que o que se passou a seguir não foi muito bem planeado. O PS ficou possuído dum terror absoluto de perder o controle das coisas. E sobretudo perder o controle de quem vai auditar o estado em que deixaram o país.

Uma auditoria aos desmandos destes 6 anos revelará provavelmente a coisa mais assustadora que o PS pode enfrentar. Não sabemos da missa a metade...

Sabemos agora que o governo andou a "martelar" as contas e que afinal o deficit não era de 7.3%. Número que foi ele também a base de uma campanha de propaganda do governo.
A aldrabice do nosso governo não andará muito longe daquela em que a Grécia foi apanhada. É também uma aldrabice deliberada e consciente conseguindo ainda omitir tudo o que foi desorçamentado através de díidas de empresas públicas e PPP's.

A fantástica prestação em 2010 era afinal uma fraude. Mais uma a juntar a muitas outras que foram acontecendo todos os dias desde 2005.

Mas ao bom estilo PS, lá apareceu Teixeira dos Santos a dizer que já tudo se sabia etc etc. Pois se se sabia porque é que ele não fez logo as contas bem? Porque é que teve de ser o Eurostat a por o dedinho no nariz das entidades (in)competentes e dizer - Vá, vamos lá a fazer melhor as continhas ok?

Haverá sempre aqueles que estão em negação e que vão votar no PS esteja na sua liderança o palhaço que estiver. Mas há outros que não se reveem nesta liderança nem nesta maneira de fazer as coisas. É o eleitorado "flutuante" que pode fazer a diferença. E que a vai fazer nestas eleições que se avizinham.

Sócrates não terá outro remédio senão demitir-se. O que vai depois acontecer a um partido que elegeu este indivíduo com 93% dos votos? Renova-se TODO? Os seus apoiantes fazem uma viragem de 180º e fazem o mea culpa?
Muito improvável. Vão virar a casaca precipitadamente e aguardar 4 anos para ver se voltam ao gamanço descarado dos recursos do país.
Partidos assim não se renovam. Fazem apenas uma retirada estratégica para voltar à carga de tempos a tempos.

Se uns não estão preparados, dos outros então nem falemos sequer

Fernado Medina, porta voz do governo veio hoje afirmar que o PSD não está preparado para governar o país.

Assumo que por oposição que ele ache que o PS está.

E é aqui que temos uma pequena divergência de opinião.

Se estar preparado para governar é fazer desaparecer milhares de milhões de Euros em 6 anos e por o povo português de cócoras com as mãos na cabeça a deitar contas à vida, então eu prefiro de longe alguém impreparado do que isto. Seja lá quem for. Pode ser alguém de ideias novas e não comprometido com a roubalheira e com a incompetência notável que o PS demonstra para gerir o que quer que seja.

É quase surreal a forma como estes personagens se tentam dissociar da porcaria que vêm fazendo estes anos todos. E nada melhor que um porta voz (que é assim uma espécie de megafone a contrato) do governo para nos vir dizer isto.

O pináculo da propaganda. Anuncia-se a campanha eleitoral mais suje de que há memória. Estas criaturas estão dispostas a tudo para poderem manter uma mão dentro do saco (ou as duas).

Absolutamente abjecto.

E os sinais de incompetência estão por todo o lado

Jorge Sampaio está descontente com a organização da Capital Europeia da Cultura 2012 em Guimarães.

Em Novembro já tinha escrito umas coisinhas acerca dos orgãos directivos desta Organização.

Não me surpreende, portanto, que as declarações da dona dum currículo "com esteroides" possa fazer afirmações destas
A presidente da FCG, Cristina Azevedo, desvaloriza as críticas, preferindo realçar que as recomendações expressas na moção podem permitir "encontrar uma metodologia para que cada um possa entender melhor o que está a ser montado" para a Guimarães 2012. "Vemos isso com bons olhos e teremos com certeza de encontrar um espaço para fazê-lo", assegura a responsável.
As palavras clássicas do bullshit aparecem logo em duas frases:
"Metodologia"
"Encontrar um espaço"
Clássico. Os ineptos refugiam-se quase sempre (ou sempre) num discurso "redondo" e sem qualquer significado. Aparentemente foi a única coisa que aprendeu ao longo da sua extraordinária carreira. A tal que justifica um salário óptimo + benefícios. Depois do tempo em que está em funções ainda vai ter de encontrar uma metodologia e tem a certeza de vir a encontrar um espaço para fazê-lo (o que quer que isso signifique).

Asseguro que neste momento em que vivemos, eu e mais uns milhões de portugueses não teríamos nenhuma dificuldade em "encontrar um espaço" onde colocar a briosa presidente durante um espaço de tempo alargado... não paga bem, mas pelo menos a comida é grátis.

É este tipo de gente que torra milhões que depois nem fazemos ideia para onde foram.

Vejam lá ao que isto chegou que até o ex Presidente Jorge Sampaio, campeão do bullshit e dos lindos discursos inconsequentes, está agastado (para por a coisas duma forma suave).

Os boys e as girls do PS revelam mesmo uma qualidade muito "acima" da média.

Esterco

É o que lhes sai da boca, é o que têm dentro da cabeça e é o que nos deram em abundância durante estes 6 anos de governação do esterqueiro-mor - Sócrates

Desde o geriátrico e disléxico ex ministro da Segurança Social até ao clone mal parido de Sócrates. Esterco.

Começo a ter sentimentos de alguma violência para com estes miseráveis. A raiva que se apossa de mim quando ouço estas personagens abjectas na televisão começa a preocupar-me.

É a maior quadrilha de sem vergonhas que já tivemos ao leme deste país.

Estes cobardes cleptómanos, a única coisa que sabem fazer é por as culpas nos outros. O seu miserável passado, ainda tão recente, é trocado agora por um sem fim de acusações diárias a um partido da oposição que esteve reduzido à condição de espectador durante a maioria absoluta e nestes quase dois anos a tentar ter algum sentido de estado para salvar a barraca. Diga-se de passagem, esperando que esta corja se queimasse bem queimada.

Mas o que não esperava era a falta de vergonha e de carácter que todos eles parecem demonstrar. Alguns deles, como Luis Amado remetem-se a uma posição de rectaguarda com medo de perder o seu prestígio.

Os outros? Bem os outros já não tinham nem reputação nem vergonha. Chafurdar ainda mais no esterco em que andaram não é algo a que digam que não.

A prestação de Vieira da Silva na Comissão de Economia e Finanças é de o correr da sala a pontapé. Será que aquela criatura tem filhos e netos que se orgulham dele? Mas que pedaço de idiota temos nós como ministro da Economia. Venha o tipo dos corninhos mil vezes.
O homem não sabe falar e quando fala parece um débil mental.
Lacão, com o seu sinalzinho demoníaco e aquele ar imprestável também lá vai debitando porcaria.

Quantos socialistas estarão neste momento profundamente envergonhados pelo estado a que o partido chegou? Quantos se revêm neste grupo de propagandistas vazios, aldrabões, falsos e despojados de vergonha?

Esterco. Não há outra palavra. E fico furioso quando penso que estas atitudes são determinadas pela esperança que esta corja tem de enganar ainda mais uma vez os eleitores.

Porcos no meio de esterco. Não passam disso.

Quantas fundações existem? Qual é a sua situação fiscal?

Bem, parece que não é possível saber.
Uma auditoria do TC não conseguiu apurar qual é a dimensão do Universo das fundações de direito privado.

No entanto a DGCI tem registos de mais de 40 mil, alguns dos quais repetidos.

Mas a eficiência da DGCI no que diz respeito ao saque dos salários dos trabalhadores, parece não ser a mesma nestas entidades

“a DGCI apenas tem conhecimento das situações relevantes do ciclo de vida das fundações quando estas o declaram em sede de sujeitos passivos, evidenciando deficiente articulação com o RNPC e com as entidades competentes para o reconhecimento e acompanhamento dos diversos tipos de fundações”. “Também por esta razão, não há garantia do cumprimento das obrigações declarativas”
Ou seja, só sabem que elas existem quando estas declaram alguma coisa. Não há nenhuma garantia de que não declarem informação à administração tributária quando o deviam fazer.

Eu gostava de ter este estatuto. Este ano decidia que não declarava nada. E a DGCI encolhia os ombros e dava atenção a outro caso qualquer.
Até podia decidir fazer isso todos os anos.

Percebe-se bem porque é que estes organismos grassam pelo país e dão guarida às mais eminentes personalidades da nossa vida partidária.

Ter um tribunal de contas que não consegue apurar a dimensão da desgraça diz bem da forma como tudo isto foi pensado. O objectivo é precisamente este. Sair fiscalmente impune.

E tem resultado lindamente, a julgar pela carga fiscal que acaba por incidir em quem não foge às suas obrigações fiscais.

O PCP já se pôs à margem

Ainda pensei que o PCP poderia ter uma oportunidade de fazer cumprir algumas das suas ideias para o país.

Não me chocaria ver um membro do PCP numa pasta como a do Emprego e Solidariedade Social ou até do Ambiente ou da Agricultura. Têm gente capaz para exercer essas funções.

Seria uma excelente oportunidade para tentar influenciar as políticas de um governo o mais alargado possível.

Estranhamente preferia isso a ter de ver um qualquer socialista reciclado a fazer parte dum executivo.

Infelizmente Jerónimo de Sousa já pôs um fim nessa possibilidade.
Não entendo como é que se pode por um lado criticar uma rejeição liminar e precoce duma moção de censura (a do BE) por parte do PSD, sabendo pela sua apresentação que essa moção visava também o PSD e ao mesmo tempo fazer exactamente a mesma coisa antes de se saber o que quer que seja de um programa de Governo que o PSD ainda tem de apresentar.

Receio bem que o PCP prefira fazer o papel do tipo que está de fora e critica todos façam o que façam. Ou que prefira mandar mas mandar sózinho. Afinal essa foi sempre a linha ideológica (e prática) de todos os partidos comunistas que servem de exemplo ao velho líder do PCP.

Continua a reger-se pela velha máxima de que o trabalho e o capital são irreconciliáveis. Um tem de significar o aniquilamento do outro.

É no fim de contas uma posição confortável. Não ter de estabelecer compromissos, de ter de encara a dura realidade na tomada de decisões e de poder tornar-se impopular junto de alguns sectores da sociedade.

É uma pena. Até que gostaria de ver como actuaria um ministro do PCP num governo de salvação Nacional. Ainda não é desta. Pode ser que com um líder nascido mais recentemente que não olhe para o antigo bloco de leste como o sitio da terra onde quase se chegou  à perfeição social, se venha a poder contar com o PCP para alguma coisa. Com este já percebi que só se pode contar para ir a uma "manif" gritar contra qualquer coisa.


A fama já chegou longe

Ri-me um bocado com este video que me mandaram hoje


No meio de tanta desgraça ainda há quem consiga manter o sentido de humor...

O que seria diferente se tivéssemos sabido a verdade?

Na verdade eu acho que nada seria diferente.

E por uma simples razão: Nós sabíamos a verdade. Mas não ligamos a esses detalhes.

Não foi apenas um economista a dizer o estado em que estávamos. Seria difícil ter sido só um olhando para a estagnação do país nos últimos 10 anos.

Desde os primeiros anos de crescimento anémico que muitos apontaram o dedo ao mal. E os governos sucessivos disseram que iam resolver tudo.
Durão Barroso com o seu famoso discurso do "pais de tanga" disse-o e quase foi apedrejado. Acusaram-no de falta de sentido de Estado, de baixar o discurso a um nível impróprio de um primeiro ministro. Acusaram-no a a ele e ao PSD de estar apenas a denegrir a imagem do desistente Guterres.

E apareceu Sócrates. Com o seu pendor reformista e com a promessa de que ia acabar com a bandalheira. E a bandalheira estava no funcionalismo público. Foi como um doce para todos aqueles que detestam esperar mais de 5 minutos numa repartição de finanças ou num hospital. Os funcionários eram a razão da ineficiência do sistema e tinham de ser postos na linha.
A péssima formação de um aluno que acaba o secundário era a exclusiva culpa dum corpo docente acomodado e pouco preocupado com o seu dever.
A culpa dos atrasos na justiça eram do símbolo máximo de poder (o magistrado judicial) que se refastelava com meses e meses de férias não cumprindo as obrigações que o seu elevadíssimo salário ditaria.

Logo que assisti a esta manipulação nos primeiros meses do 1º governo fiquei preocupado. Verdadeiramente preocupado.

Todos os bodes expiatórios apontados eram por diversos motivos incómodos para Sócrates e para o PS. Os funcionários públicos pela massa salarial que representam, e os magistrados pela independência e pelo potencial de apanhar os "camaradas" nos esquemas em que eram (e são) especialistas.

E aí se começou uma era de anúncios repetidos que por si só bastavam para resolver os problemas. Os media bebiam aquelas palavras como se fossem uma verdade divina, nunca questionando nem confirmando a sua aplicação. Chegavam a ser anunciadas várias vezes em debates na AR e o primeiro ministro ganhava sempre. Pois claro que ganhava.
Foi destruindo no partido aqueles que poderiam fazer-lhe frente, deixando apenas um restrito grupo de camaradas amestrados e inertes.

Completamente autoritário e incompetente obrigou os seus ministros a alinhar pela sua batuta, despindo-os de qualquer autonomia e de relevância. O desprezo a que os votou foi de tal forma imenso que nem discutiu com eles as medidas que foi apresentar a Bruxelas. Algo que nem Salazar se lembraria de fazer.

No fim do 1º governo, Manuela Ferreira Leite bem avisou o país para o que iríamos enfrentar em breve. Mas mais uma vez não ligamos porque a senhora é velha e Sócrates tem mais "pinta".
As televisões e a imprensa encarregaram-se de reforçar esta ideia até à nausea. A senhora não tinha boa imagem televisiva e foi até ridicularizada por aparecer com uma imagem mais "leve" numa entrevista com Judite de Sousa.

Ninguém quis saber. E ainda há muitos que não querem saber. Quando o Estado e as suas empresas faltarem com o salário ao fim do mês, talvez muitos dos que votaram em Sócrates se apercebam do ponto a que este país chegou apesar dos inúmeros avisos.
Pode ser que nessa altura pensem que o que quer que venha a seguir não pode ser tão mau. Ou talvez pensem na sua infinita estupidez que a culpa foi de facto de Passos Coelho por não ter negociado. Não devemos nunca subestimar o raciocínio bizarro de um imbecil.
Há gente que por uma questão de fé pode ser torturado até à morte sem culpar o torturador.

A ascensão de Sócrates ao lugar de 1º ministro irá ficar na história como uma das coisas estranhas que pode ocorrer pelo voto popular. Não nos esqueçamos que Hitler foi eleito por um povo desesperado e envergonhado pelas condições impostas pelos vencedores após uma guerra perdida.
A crença em líderes mal formados é infelizmente uma realidade. E Portugal é a prova mais que provada que a história se repete.

Sócrates não tem estatura, formação ou carácter para ser alguém que lidere um país.
Nem uma junta de freguesia. A sua única competência é destruir o adversário recorrendo à mentira à manipulação e a estratégias que envergonhariam um Borgia.

Mas ele foi eleito. Duas vezes. E foi eleito para líder do PS mais uma vez por uma margem digna da URSS ou de uma qualquer ditadura. O partido está nas suas mãos e quando ele cair o partido cairá estrepitosamente.

Em condições normais os membros destes executivos e toda a corja de boys colocados judiciosamente no aparelho de estado sentar-se-iam no banco dos réus por gestão danosa de um país inteiro. E antes deles os que estiveram com Barroso e com Guterres. Poderíamos ir até mais atrás com o desbarato e as fortunas rápidas que se criaram com a enxurrada de fundos da CEE.

Infelizmente isso nunca acontecerá, mas fica pelo menos a satisfação de tudo isto irá custar a Sócrates naquilo que a que ele dá mais importância - no ego.

E cá vamos nós outra vez

Menos de 24 horas passadas, aí temos já uma série de "ideias" que na verdade não são outra coisa que mais do mesmo.

A falta de imaginação e de soluções de quem nos governa ou quer governar é de bradar aos céus.

Dizia que Saldanha Sanches que "demasiado imposto mata o imposto".
E temos bastantes exemplos disto.

Lembram-se de quando Guterres resolveu a injustiça de os todo o terreno pagarem apenas 20% de IA? E que acabava por ser uma forma de muitos encherem este país com jipes de duvidosa eficiência energética?

Ele era Range Rovers e Pajeros por todo o lado. Não havia marido que não optasse por dar um carro de assalto à esposa. Era para as crianças andarem mais seguras diziam eles.

O governo de repente viu que podia arrecadar muito mais receita fiscal se pusesse o IA ao mesmo nível dos outros veículos. E assim fez.

O problema é que a venda desses carros caiu para menos de 1/5 fazendo com que a receita fosse de facto reduzida. Qualquer economista com dois dedos de testa poderia ter dito isso ao Ministro da Finanças da altura, ou até o próprio ministro podia tê-lo pensado. Mas não o fizeram.

Há uns rumores sob a forma de sound bytes que nos vão chegando duma possibilidade de aumento do IVA (outra vez) ou até de um escalão mais alto de IRS para aqueles que já lá estão.
Claro que o combate à fraude fiscal abundante de gente de elevados rendimentos não vai acontecer. Ninguém vai atrás de fulanos que declaram parcos rendimentos e vivem numa casa de uma off shore, que andam com um carro da mesma off shore e que modestamente vivem com um salário de precário.
Quem sobra? Quem já é esbulhado até ao caroço com 35, 37 e 42% de IRS recebendo em troca nada.

Medidas apalermadas como por o preço bilhete dos transportes públicos em função do rendimento é no mínimo uma ideia patética.
Como vamos fazer?
Andamos com um cartãozinho para mostrar no guichet dos bilhetes que diz quanto declaramos de rendimento?
Ou mandamos simplesmente tatuar na testa?
Um cidadão rico ou pobre não ocupa o mesmo lugar? Alguém que paga mais imposto não está já a contribuir mais para sustentar as empresas de transporte público? De onde vem o dinheiro que sustenta os prejuízos dessas empresas? O carro dum rico na autoestrada não causa o mesmo desgaste que o carro dum "mais" pobre? Vamos ter de andar com uma cópia da declaração de IRS afixada no vidro do carro?

Se as empresas começarem a estender este conceito até ao limite, começamos a ter de fazer isso com a electricidade, àgua e gás. E já agora porque não no supermercado? Um rico paga o leite a 10 euros o litro e um pobre paga a 50 cêntimos. Tudo o que seja acima do preço vai para o bolso do Estado.
Chamemos-lhe INPB - Imposto de Nivelamento Por Baixo.

Podem até esticar o conceito de forma muito mais "inteligente".
O estado fica com todo o rendimento das pessoas e depois dá senhas em troca.
Dependendo do seu rendimento as senhas podem servir para comprar mais ou menos bens. Um rico recebe menos senhas e um pobre recebe mais.
Isto não é mais que a velha máxima "de todos de acordo com as suas possibilidades para todos de acordo com as suas necessidades. Afinal alguém que trabalhe mais, seja mais qualificado e se esforce mais tem as mesma necessidades - Sobreviver.


Não tarda nada estamos todos a pedir aos empregadores que nos paguem o salário mínimo uma vez que recebemos mais senhas do Estado. E isso iria ajudar enormemente na nossa competitividade. Os empregadores iriam ADORAR.

Mais vale fazer deste país o primeiro paraíso do comunismo igualitário. Vamos até onde nem a China conseguiu. Uma roupinha igual para todos, acabam-se os carros (porque até são importados) e transforma-se esta merda na Albânia de Hoxha. O Louçã vai adorar.

Este tipo de idiotices só podem passar pela cabeça de gente incapaz ou demente. E como salva de abertura não são exactamente aquilo que queremos ouvir.

Não se tira uma economia da recessão destruindo completamente o poder de compra das pessoas. Adeus consumo interno. Adeus empresas que vivem dele e adeus empregos nessas empresas.

Estes "pensadores" são incapazes de pensar "outside the box", de fazer raciocínios a partir do zero ou de pensar sequer nas razões das coisas.
A fiscalidade devia ser uma forma de providenciar aqueles que têm menos retirando aqueles que têm mais.
Mas na verdade os que têm mais não vêm nada a ser-lhes retirado e são os do meio que pagam para todos. E sobretudo pagam para sustentar a loucura despesista deste Estado. Nem sequer é para os que têm menos.
Isto não é solidariedade fiscal. Isto é confisco puro e duro. Nos impostos directos e nos indirectos.

Se o PSD começa com este tipo de ideias peregrinas e não se empenha em cortar na despesa superflua do Estado, ainda acaba a ser muleta minoritária do mesmo partido de quem andou a dizer cães e gatos nestes últimos 6 anos.

E não me venham com a história de ainda não saberem o tamanho do buraco. Em vez de panaceias fáceis façam o trabalho de casa e encontrem soluções duradouras.

Se assim não for, dentro de pouco tempo teremos gente a ansiar pela volta do desgraçado aldrabão que se foi embora ontem.

Pelo buraco eu diria que não vai só o nosso dinheiro.
Vai também a inteligência, o decoro e a vergonha


6 anos tarde demais

Deve ser realmente insuportável para alguém com a soberba de Sócrates ter de se vergar à maioria da assembleia.

Maioria sim. Apesar de ter sido legitimamente eleito o PS esteve em minoria neste mandato e foi apenas encostando-se a uns e a outros que conseguir sobreviver até agora.

Durante a maioria absoluta não precisou disso. Atirou o povo contra grupos profissionais manipulando e mentindo para obter os resultados que queria.
A sua visão economicista (talvez miserabilista) para com alguns nada tinha a ver com a atitude para com outros.
O que poupava na saúde ou na educação desbaratava com serviços contratados pelo Estado numa espiral de loucura que ainda dura este ano de 2011.

Funcionários do estado, conhecedores das matérias foram simplesmente descartados e substituídos por assessores medíocres, bem pagos e só com uma virtude aos olhos de Sócrates e de toda a pandilha governamental - não diziam que não.

Hoje assiste-se a um sem fim de assessores e gabinetes de advogados que vivem do Estado e à volta dele, criando uma teia de interesses insuportável quer do ponto de vista do regular funcionamento do Estado quer do ponto de vista económico.

Para estes nunca faltou dinheiro. Não faltou sequer para um assessor de um Director Geral das Artes enquanto se voltava atrás com a palavra dada a instituições culturais. Até a bela Canavilhas enveredou pela falta de palavra e de respeito, seguramente debaixo da mão de ferro dum Ministro das Finanças absolutamente incompetente e apostado a fazer aquilo que o seu dono mandava.

As estatísticas manipuladas, das quais se destaca o deficit de 2010 possivelmente aldrabado. Aldrabado como praticamente tudo o que este governo fez, ou melhor não fez.

E isto não foi só após a "crise internacional". Este 1º ministro e os que o rodeiam aldrabam e manipulam tudo o que seja número que pode jogar a seu favor.

Perdemos 6 anos. Mais do que perder, regredimos em 6 anos. E no final, este homem tem a suprema falta de vergonha de assacar aos partidos da oposição, que lhe foi dando balões de oxigénio, a responsabilidade do desastre. Tal como atirou para cima do PSD a responsabilidade das portagens nas SCUTS.

Nem se inibiu desse gesto de suprema cobardia à frente das câmaras de televisão.

Elegemos o pior político de que tenho memória. Muitos louvam a sua firmeza de objectivos como se isso fosse uma qualidade em si. Talvez vos deva lembrar da firmeza de Hitler ou de Estaline, ou de Mao.

Todos eles foram firmes e disso ninguém duvida. Mas todos eles foram criminosos para lá do imaginável.

Sócrates não é um democrata. Não sabe lidar com várias opiniões. Vale a dele e todos os outros cometem crimes de lesa majestade por não terem a mesma opinião. Não passa de ser mais um que se torna insuportável quando tem poder
Assim reduziu o PS a uma corja de pedintes e sabujos ranhosos. Que contêm a náusea ao defendê-lo. Alguns estão tão habituados que já nem náusea sentem. Só pode contrariar os seus princípios e convicções quem as tem. E para defender tamanho monte de trampa não se podem ter princípios e convicções.


Esta noite deve andar muita gente em pânico. Os que vivem do regime, que são contratados às três pancadas, que obtêm contratos por ajuste directo de duvidosa legitimidade estarão borrados de medo a pensar que o ciclo de 6 anos de desvario está a chegar ao fim.

Tardou, mas foi. E continuo a achar que a melhor parte de Sócrates são as costas que lhe vejo quando ele se vai embora.

Esperemos que o resto do governo também se demita...

Ontem dizia Teixeira dos Santos que se o 1º ministro se demitisse ele faria o mesmo.

É bom saber que a solidariedade evitará ter um governo em funções com um 1º ministro ausente. Seria terrível ter ainda que gramar todos os ministros após a saída de Sócrates.

É um bocado ridículo ter um ministro das finanças a dizer uma coisa destas na televisão.
Talvez devesse ter sido informado que se o 1º ministro se demitir todo o governo cai e o emprego dele vai pelo cano abaixo. Vão também todos os secretários de estado e toda a corja de assessores de coisa nenhuma que são contratados a peso de ouro fora das regras de contratação da função pública.

Não há demissões solidárias nem nada que se pareça.

Se acontecer, é um colectivo pontapé no cú na mais miserável equipa que já governou este país.

O bombeiro pirómano

As opiniões divergem.

O PS acha que a culpa é inteiramente do PSD. Porque não lhes dá mais crédito. Seria desta que tudo se resolveria se o PSD não estivesse teimosamente contra a aceitação destas medidas definitivas para resolver a crise.

O PCP e o BE acham que a culpa é do PS e do PSD. Do PS porque andou a desbaratar o dinheiro dos contribuintes e do PSD porque deixou. Não esqueçamos a responsabilidade que Cavaco teve até 1995 ao lançar as bases do despesismo de Guterres e dos que se lhe seguiram.
A raiz do mal está precisamente no exemplo dado por Cavaco. Guterres e os seus ministros eram tão estúpidos que se limitaram a seguir e a empolar os erros do predecessor.

O CDS e o PSD acham que a culpa está do lado do PS e do governo. Após 6 anos de austeridade, consegue ainda falhar previsões, errar estimativas e esconder aumentos de despesa. Para evitar outros males apoiou medidas de contenção, esperando que o PS ardesse em lume brando até se transformar em cinza. O problema é que no fogo lento estávamos todos nós. E quem ardeu fomos nós.

Uma coisa é certa. Alguém que seja ministro das finanças tem a obrigação de antecipar os piores cenários. Mesmo perante situações de catástrofe não se pode agir como se nada se passasse. A crise internacional serviu de argumento para desculpabilizar o governo até há semanas atrás.
Nunca foi referido o seu erro sistemático de previsões ou a falta de controlo da despesa do Estado (e não estou a falar daquela que é fundamental).
Perante todos os avisos preserverou  numa  rota de colisão com o inevitável. Desbataram-se milhões em cima de milhões que é quase impossível recuperar no espaço de dois anos, sobretudo quando as medidas tomadas deprimem completamente a economia a ponto de causar recessão.
O estado não fez aquilo que obrigou os portugueses a fazer. Veja-se a dimensão do desvario em DESMITOS.
Para o PS e para o governo, temos o grupo mais virtuoso que era possível.

Está a fazer o papel do bombeiro que tenta com grande esforço apagar um fogo com que se deparou. O facto de ser um bombeiro pirómano que ateou o próprio fogo é simplesmente omitido.
O bombeiro pirómano acusa os outros de não o ajudarem a apagar o fogo. E para isso tenta apagá-lo com  gasolina. Quando todos os outros dizem que o fogo ainda vai ficar maior, acusa-os de quererem que a mata arda toda e que querem apenas que ele se queime a tentar apagar o fogo.

É este o papel deste desgraçado governo. Que desde incompetente a desonesto foi tudo o que se possa imaginar. Secundado por uma turba acéfala de boys sem carácter que veremos na linha da frente para a "reestruturação" do partido.
Todas os ineptos que se passearam pelos media a apoiar as medidas mais inacreditáveis do líder, estarão num congresso a apoiar a sua alternativa. Gente que nunca soube fazer nada mais além de viver da política e dos tachos que ela traz, não irá de forma nenhuma perder uma oportunidade de voltar a estar numa lista ao parlamento ou a uma função qualquer que possa acumular com o que já tem.

Foi nisto que se tornou o PS. Um partido apodrecido, que silenciou as vozes discordantes e que fez subir os melhores bajuladores. Até os adversários assumidos desta corja como o foram João Soares ou Manuel Alegre se renderam aos factos e permaneceram 6 anos à espera. E para isso tiveram que defender com alguma frequência um líder de tendências totalitárias e absolutamente teimoso e incompetente.

Não sei se o tiro lhe saiu pela culatra ou se tudo isto foi planeado. Mas a verdade é que agora até  responsáveis Europeus confirmam a mentira de Sócrates ao dizer que havia margem para negociação e que não se tinha comprometido com nada. Para Jean-Claude Juncker é claro que está a lidar com um aldrabão. Que lhe diz uma coisa de maneira formal e regressa ao país para mentir despudoradamente a todos.
Simular uma abertura para negociações, apresentar uma alternativa ao PEC IV que em nada muda aquilo que era a versão base.
Grande parte das medidas são o rasgar puro e simples do acordo que tinha sido feito com o PSD para viabilizar o orçamento. Todas as medidas com que o PSD não concordou (alterações no IVA, redução de deduções em IRS) voltaram neste PEC para que fossem negociadas (??).

A mais absoluta má fé, uma forma de fazer política baseada na coação e extorsão, que não difere muito dos gangs de pior reputação da história. Foi este fulano que elegemos duas vezes. É este fulano que diz que se vai recandidatar uma terceira.

As medidas do desespero

Sou um desconfiado militante com quotas em dia, não há dúvida nenhuma.
Ouvi há bocado na SIC notícias esta "medida" do governo. Vim á procura e encontrei uma explicação no Público

No Programa de Estabilidade e Crescimento divulgado esta tarde, o Executivo recupera uma medida prevista no Orçamento do Estado e garante que irá promover “a reestruturação, em 2011, dos serviços e organismos da Administração Central do Estado, mediante extinção, fusão ou externalização de estruturas administrativas”.

Além disso, fica-se a conhecer o número total de cargos dirigentes superiores, intermédios e equiparados que deixarão de existir ou que não serão ocupados após a cessação das comissões de serviço. Ao todo estão em causa 991 lugares, que correspondem a 15 por cento do universo global dos dirigentes públicos.

O PEC não actualiza, porém, a lista de organismos a extinguir ou reestruturar divulgada em Outubro do ano passado e que o Ministério das Finanças já garantiu que seria reformulada.
Eu diria que o mais provável é que tudo o que seja assessor de ministro, de director, de presidente de câmara, de chefe de gabinete, de senhora das fotocópias e afins perdure fora do abrigo desta medida.

Notável é também a reformulação dos 50 organismos que iam (iam.... pois parece que não se pode extinguir nenhum, porque os pobres ficariam no desemprego segundo a brilhante mente de João Galamba) ser extintos.
O governo deve ter percebido que as pessoas não se iam evaporar sozinhas e acaba por ter de reformular a lista.
Não há certamente nenhuma necessidade de muitos dos que ocupam lugares nesses organismos, pelo que a transfrência para sítios onde possam trabalhar e fazer falta é uma impossibilidade.
Medida sobre medida, nunca se passa do anúncio e da cortina de fumo.

Mas há mais.
Na proposta do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) de 2011-2014, que acaba de ser divulgada, o executivo estima conseguir até 350 milhões de euros com receitas adicionais de capital, decorrentes de concessões na área do jogo, comunicações e energia, mas também da venda de património, resultado da “reavaliação sectorial do potencial de imóveis desocupados para alienar”. De acordo com o Governo, esta medida terá um impacto equivalente a 0,2 por cento do PIB.

A este aumento das receitas de capital irá juntar-se uma redução das despesas com investimento, até ao máximo de 400 milhões de euros. Este corte resultará da recalendarização de projectos cuja implementação estava prevista para este ano, como é o caso da construção de equipamentos escolas, outros equipamentos colectivos ou infra-estruturas de transportes. De acordo com o executivo, a poupança nestes projectos equivale a 0,45 por cento do PIB.

A poupança resultante das receitas e das despesas de capital representa mais de metade do esforço adicional de consolidação que o Governo quer implementar este ano, ou seja, 0,45 por cento do PIB face a um total de 0,8 por cento.
Nas obras do Estado aparecem as escolas mas não existe preto no branco a suspensão do TGV.
O projecto mais consumidor de recursos (num futuro próximo) poderá ou não estar englobado naquilo que é referido como infra-estruturas de transportes. Estará?  Querem apostar?

Não importa fazer nada. Basta anunciar que se faz alguma coisa. Mais tarde alguém vai fazer a "contabilidade" final e vai apanhar uma surpresa assustadora.

Como é que este governo e este partido Socialista podem falar de confiança quando não são dignos de confiança nenhuma? Não há um anúncio sério, taxativo e sem qualquer ambiguidade. Nunca.

O pânico

Este país está mesmo virado às avessas.

A mentira é verdade e a verdade é mentira. Não é fácil encontrar o caminho no meio da confusão e da retórica a que temos assistido nestes últimos dias.
Alguma dessa retórica é duma infantilidade gritante. Outra raia os limites da esquizofrenia. E outra é pura e simplesmente mal intencionada.


João Tiago Silveira
“o PSD escolheu insultar e avançar com factos que não correspondem à verdade, falou em mentiras, falou em deslealdades, falou em aldrabice”.
“o PSD disse que o Governo tinha assumido compromissos sem o conhecimento dos portugueses” e que “já não havia negociações a fazer”
“Eu queria repudiar isto violentamente. É absolutamente falso que assim seja”.
Silva Pereira
Silva Pereira confirmou também que o PEC vai ser entregue amanhã no Parlamento e manifestou a disponibilidade do Governo para dialogar com a oposição, de forma a "poupar o país" a uma "crise perigosíssima" para a economia portuguesa. "O Governo está inteiramente disponível para negociar", disse.

"A Economia nacional precisa de manifestações de confiança"
António Costa
"o que é importante na vida política nacional é que a temperatura baixe, que as pessoas esclareçam o que há para esclarecer, negoceiem o que tem de ser negociado, e encontrem uma solução que corresponda à defesa do interesse nacional”.
“Não sei se Passos Coelho quando disse isso porventura ainda estava com algum dos equívocos que uma má comunicação tinha gerado. Eu próprio confesso que só no domingo à noite percebi que as pensões mínimas não estavam congeladas. Porventura, muita gente tomou posições com base em posições equívocas.”
“Há um conjunto de objectivos gerais que o Governo assumiu junto da União Europeia e um conjunto de propostas que o Governo apresentou. É necessário discuti-las e trabalhá-las”
José Lello
“Estamos a privilegiar a forma em detrimento da substância. No passado sempre aconteceram circunstâncias semelhantes, aliás, em 2004, o Governo do PSD e CDS apresentou pura e simplesmente o PEC definitivamente a Bruxelas, sem passar nem pelo Presidente da República, nem pelo Parlamento, nem pelo povo português”
Perante isto, só há 3 possibilidades.
Ou o leitor atento pensa que de facto o governo fez TUDO para salvar o país da crise e o PSD (que como sabemos é o único partido com assento parlamentar além do PS) é o responsável pela desgraça em que nos vamos encontrar.
Ou, pelo contrário, pensa que o PS e o governo passaram a usar a velha estratégia de repetir a mentira até à exaustão, esperando que ela se torne verdade
Ou ficam tão baralhados que dizem "eu nem quero saber". Que é por acaso uma forma muito corrente de os portugueses resolverem os problemas. Sobretudo os mais graves.

Já tenho uns anitos de vida. Já vi as coisas mais fantásticas em política. Mas não me recordo de ter visto em política a aplicação perfeita daquela anedota que envolve um "determinado" indivíduo dum "certo" grupo étnico que vai a julgamento por causa de ter morto outro à facada.
Quando interrogado acerca do episódio diz: Sr. Dr. Juiz eu estava sossegado a arranjar as unhas com o meu canivete na mão. O homem veio para mim e atirou-se 7 vezes para cima da faca. O que é que eu podia fazer?

Se o medo e a cobardia matassem... estávamos todos mortos

António Costa. José Lello, Francisco Assis, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão.

Todos com uma coisa em comum. Estão borrados de medo.

Ou ainda há alguém que acredite que pedem agora compreensão ao PSD a bem do país?

É que todos eles tiveram 6 anos para pensar no bem do país e só pensaram no seu próprio bem. Tudo estava fine and dandy.

Não passavam de bocas da reacção os avisos de Manuela Ferreira Leite e de outros como Medina Carreira que diziam há anos que iamos a caminho da desgraça.

O facto de Sócrates ter forçado esta situação de forma calculada não me sai da cabeça. Ele sabia que só poderia forçar um gesto de tomada de posição do PSD ultrapassando tudo aquilo que seria aceitável.
Sabendo que estava à beira de ter de pedir ajuda, forçou a situação dizendo agora que se tivermos ajuda do Fundo Europeu é por culpa do PSD.
Este fulano é incrivelmente perigoso e desavergonhado. Ele sacrifica quem quer que seja, povo português incluído, para tentar sair ileso duma situação que ele próprio criou.
Dos seus correlegionários já não estou tão seguro. Parece-me mais o desespero de se verem a perder o tacho. Seguramente preferiam manter-se agarrados a um governo em avançado estado de putrefação do que agarrados a nada. E é mais ou menos isso que antecipam - uma travessia do deserto. Ver-se ao fim de 6 anos de "plenos poderes" a ser mais um deputado que diz que não. Não estão habituados. É natural.

Passos Coelho e o PSD parecem ter mesmo tomado uma posição de princípio. E desenganem-se aqueles que acham que agora é uma catástrofe.
O PSD e a CDU de Merkel são do mesmo grupo no Parlamento Europeu. Não duvidem que Merkel estará avisada do que se vai passar.
Imagino que venhamos a ter uma surpresa com a evolução do juro da dívida soberana. É que não há ninguém desde analistas a políticos que acredite em Sócrates e na sua capacidade de fazer alguma coisa.

Por estes dias vi na Sky um economista dizer que era inevitável que Portugal pedisse ajuda para manter o Euro sólido. Acrescentou que a possibilidade de Portugal conseguir reformas capazes com este executivo eram nulas. Aparentemente não há ninguém que não tenha dado pelo embuste que é Sócrates e o seu incompetente ministro das finanças.

E para aqueles que ainda tentam justificar um voto em Sócrates com o argumento de que os outros são iguais, só quero lembrar-vos que Sócrates teve a hipótese de evitar isto. Foi avisado à saciedade, mas com a sua tipica soberba ignorou tudo e todos e persistiu.
Ainda persiste em coisas como o TGV. Virtualmente defunto ainda quer deixar betão ligado ao seu nome nem que seja empenhando o que resta do país.
Nunca antes nenhum governante se viu confrontado com a banca rota. Muitos lançaram as raízes do mal, é certo, mas desde há 6 anos que tendo sido detectadas poderiam ter sido corrigidas.
Não houve estratégia a não ser a de colocar os boys no poder. Boys esses incontroláveis a ponto de não se conseguir controlar a despesa.
Nunca antes tivemos um 1º ministro que mente descaradamente de cada vez que fala. Em tudo.
Desde a defesa do Estado Social até à criação de emprego até aos fundamentos deste PEC IV. São 6 anos de mentira que começaram com a manipulação dos números de deficit ainda na sua 1ª campanha eleitoral. Da criação de 250 mil empregos que até aos 9% de desemprego ainda tinham alguns acéfalos do PS a tentar demonstrar. Da suposta reforma da Segurança Social que mais não foi do que tirar mais e dar menos de volta. Da reforma da justiça que se ficou por incontáveis revisões dos códigos penal e civil que nunca acrescentaram nada de eficácia aos sistema. Bem pelo contrário. O caso da revisão do código penal feito á medida do processo Casa Pia de que tanto se falou na altura. Pouco importava por fora das prisões delinquentes perigosos se isso servisse para "safar" um amigo do PS. Afinal é o "povo" que tem de gramar a criminalidade. Eles têm segurança e não se arranja um delinquente perigoso e estúpido a ponto de tentar carjacking com o carro do 1º ministro (é pena...)

Não é possível que os outros sejam iguais. Ainda há gente honorável e de princípios algures na política. Já sabemos que Sócrates não é um deles. Mas que os há, lá isso há.

O que preferem? Morrer às mãos deste carniceiro ou tentar uma hipótese de salvação? Se me disserem que assim está bem, então sou mesmo forçado a concluir que este povo tem TUDO o que merece.

Por uma vez na vida tirem o cu das cadeiras, usem a cabeça para pensar, vejam o que a vossa vida se degradou nestes 6 anos e no dia em que houver eleições vão votar e não se ponham com desculpas do dia de praia ou que os outros são todos iguais. Se são, votem em branco mas ao menos votem, caramba.
É que à conta dos abstencionistas andamos todos a gramar com maiorias de chacha e com políticos que não destoariam numa cadeia cheia de burlões.

Se ainda me pudesse espantar com alguma coisa

Estive a ouvir na TSF esta manhã a discussão no parlamento. O tema foi, obviamente o PEC IV.

Se ainda houvesse alguma dúvida acerca do carácter de Sócrates, as palavras de hoje são mais uma confirmação do ponto a que este indivíduo pode descer.

Não só mente descaradamente como, ao fazê-lo acusa os outros de o fazer. Foi o caso do Presidente da República que Sócrates insinua ter sido informado do PEC IV antes do seu anúncio em Bruxelas.

Apesar do comunicado da Presidência e de ser ter falado neste assunto até à exaustão, Sócrates insinua que terá falado com Cavaco Silva numa conversa privada.
Isto é claro, depois de dizer que informou os portugueses antecipadamente.

O respeito que Sócrates tem pelas pessoas deste país, desde o mais modesto trabalhador até à mais alta figura do Estado, é ZERO.
Não só os desrespeita pela sua mentira constante como o faz depois dizendo que foram os portugueses que se esqueceram do que ele disse. Não só são esquecidos como são mal intencionados.

Até António Costa acusa Teixeira dos Santos de ter feito um discurso desastroso, certamente para poupar o líder à vergonha. Culpa-se o yes man em vez do chefe. Sócrates, esse, fica sempre impoluto aos olhos dos camaradas do partido.

O facto é que estamos perante um mentiroso. Usa contra os outros a mesma argumentação que demonstra até à náusea que ele o é.

Já tínhamos visto alguma baixa política em Portugal ao longo destes anos pós 25 de Abril, mas Sócrates abriu um precedente - O mais alto detentor de um cargo executivo neste país é ao mesmo tempo o maior mentiroso que este país já teve.

Se nós detectamos isto no dia a dia, o que dirão os seus congéneres Europeus? O que dirá um ministro Francês ou Alemão do carácter deste indivíduo nas suas costas?

A resposta encontramo-la provavelmente nas taxas de juro da dívida soberana. O discurso e a prática estão em pólos opostos no que a Sócrates diz respeito.

A minha dúvida é só uma: Se houver eleições e se o PS perder (o que me parece inevitável) como é que se pode fazer um governo de base de apoio alargada com este fulano como Secretário geral do PS? A ter uma pasta ministerial?

Ou o PS se depura internamente e arranja um líder capaz para os próximo mandato ou então passará um mau bocado durante uns anos.
Não há nenhuma forma de reabilitar a imagem de Sócrates junto dos portugueses.
Não há um réstia de esperança para o PS se mantiver um líder assim. O PS tem algumas figuras capazes, mas não muitas. Não nos esqueçamos que para estar perto do poder e dos lugares mais apetecíveis muitos dos "livres pensadores do PS" se transformaram em sabujos do chefe durante estes últimos anos. Não há assim tantos que tenham sobressaído como alternativas sérias a esta loucura despótica de Sócrates dentro e fora do partido.
Carrilho não é seguramente um deles.

O Governo tenta agora a todo o transe voltar atrás "sem voltar atrás". Mas a questão não está só no conteúdo. Está também na forma.
Deixar toda esta mentira e desrespeito pelas instituições e pelos partidos que representam a maioria do povo português passar impune é dar um péssimo sinal a gente como Sócrates.
Isso apenas levaria a que repetisse ad nauseam a mesma estratégia, sabendo que o medo e a intimidação resultam sempre que precisar.

Está nas mãos da oposição por um fim a isto. E isto não pode passar em claro. Não pode.
A pouca credibilidade que o sistema partidário tem hoje seria ainda reduzida perante o suportar deste tipo de desaforo cometido por um primeiro ministro mentiroso ate à medula.

Polícia bom, polícia mau

A história repete-se de novo.

Aquilo que vimos há muito pouco tempo com a aprovação do OGE repete-se agora com o PEC IV.

Do lado do PS temos os caceteiros e os mendigos.
Nos caceteiros incluem-se Lacão, Silva Pereira e o próprio Sócrates.
Nos mendigos alinham Maria de Belém e Assis

Enquanto uns encenam um teatro denso e negro, com um cenário quem que vai faltar liquidez para pagar os salários, um período de taxas de juro a subir em flecha e uma austeridade forçada (ainda mais gravosa) pela irresponsabilidade do PSD, outros como Maria de Belém (que passa a vida a dizer que pensa pela própria cabeça) apela à responsabilidade, sentido de estado e a todas as "qualidades que sabe que a oposição tem".

É difícil perceber o raciocínio desta gente. Será que eles se convencem que a falta de confiança e o grau de risco que pagamos nas taxas de juro não tem nada a ver com eles?
Será que acreditam mesmo que o governo ainda goza de algum prestígio e confiança internacional perante os parceiros e os analistas económicos?

Olhando para a credibilidade de que goza o PS e Sócrates no nosso país eu diria que eles são o problema e são talvez o único empecilho à solução.

Todos os que eu ouço defender (sim, ainda os há) esta situação fazem-no lançando um manto de medo e de cenários apocalípticos se houver uma alteração. Depois de mim o dilúvio, é a máxima mais referida nos dias que correm.

A aberração económica que Sócrates e os seus rapazes criaram acabou por nos afectar a todos e não há uma única situação que este governo reconheça como desperdício. As instituições redundantes e inúteis por esse país fora que dão guarida às "bases" de apoio do PS, ou os cargos inventados em instituições úteis como sejam as administrações hospitalares são vistas por este governo como coisas necessárias. Supérfluo para eles é o que se gasta em pensões ou em comparticipações de medicamentos ou em deduções do IRS!!

Todo o desperdício, despesa insensata, prémios a gestores que nunca viram as suas empresas dar um euro de lucro que fosse, são normais e indiscutíveis.
O próprio governo não faz ideia do dinheiro que se desbarata nisto. E mesmo que soubesse não quereria de forma nenhuma "zangar" os seus boys. É que neste momento não é possível garantir-lhes um para quedas dourado. Todos eles estão condenados pela sua inação e total incompetência a ficar afastados da árvore das patacas durante uns bons anos.

Se o PSD tiver a coragem de fazer este Sócrates voltar para debaixo da pedra de onde veio só peca por tardio. Se este Teixeira dos Santos voltar a lecionar num curso de economia é uma verdadeira afronta ao sistema educativo universitário deste país.

Tivemos neste últimos seis anos o grupo mais incompetente, despesista e despudorado que este país já teve. Secundado por um parlamento e uma maioria de uma lealdade canina que alterou leis para proteger correlegionários e "amigos".
Tivemos o assalto a empresas privadas de boys incompetentes, como foi o caso de Vara que dias depois de se licenciar na Independente em Relações Internacionais entrava como administrador da CGD dando depois o salto para o BCP.
À vista de todos e perante a impotência geral. Não existe pior situação com outros, que não existiria com estes no poder. Se ficar pior é porque é inevitável seja com quem seja.

Mas há uma coisa que não podemos esquecer. Quem cavou o buraco foi este 1º ministro coadjuvado pelo seu Ministro das Finanças que foi incapaz de prever ou acertar uma coisa que fosse durante os seus mandatos em 2 governos. Omitiram ,mentiram e manipularam como o estão a fazer agora com este PEC IV.
Então propõem-se medidas destas apenas por "precaução"? Ou será que o artigo no jornal alemão, que dava conta de mais um buraco orçamental dias antes deste anúncio, estava certo até à última virgula?

Têm mesmo a certeza que isto é o melhor que temos? Não há melhor?
Não é possível.
Simplesmente não é possível.

O incompreendido

O nosso primeiro ministro é uma vítima.

Ele só quer mesmo o bem estar do país e manter o estado social. Gosta de negociar e a seguir a Guterres é talvez o 1º ministro que mais gosta de consensos.
É um dos maiores visionários no que diz respeito a questões económicas que o país já teve à frente dos seus destinos


E como é que ele demonstra estas coisas?

Patriota - Aumentando a divida de 80 para 150mil milhões de euros 5 anos, e comprometendo gerações com concessões e parcerias de 50 anos. Assegura assim o futuro das empresas nacionais que vivem do Estado. Ao mesmo tempo garante-lhes uma corrente interminável de quadros superiores já formados nos corredores do poder, para que essas empresas não tenham de recorrer a head hunters ou às entediantes entrevistas de candidatos. Isto sim é pensar no futuro do país

Com uma paixão pelo estado social - Reduzindo a despesa pública para que o estado possa continuar a dar aos cidadãos que mais precisam. Contém essa despesa congelando as pensões de reforma, reduzindo a escandalosa comparticipação em medicamentos ou mesmo reduzindo as prestações sociais em caso de desemprego para incentivar os desempregados a entrar no mercado de trabalho.

Adepto de consensos - Apresentando medidas certas e justas que são alvo de consensos quando negociadas à posteriori. Sabendo de antemão que não violam qualquer acordo feito com outros intervenientes, porque ele diz. Mantendo firmes as intenções de continuar com obras de grande envergadura usando dinheiro emprestado porque sabe que existe consenso (só pode haver) quanto ao efeito multiplicador das mesmas. Se o consenso não existe é claramente um problema dos outros e ele luta e lutará sempre por conseguir esses consensos. Algo que foi especialmente bom a fazer durante o 1º mandato.

Especialista em economia - É sabido que num país num estado de crescimento residual a melhor forma de o animar é aumentando a carga fiscal sobre as famílias e as pequenas empresas, deixando as grandes empresas gozar de regimes de isenção ou bonificação fiscal. Assim, os grandes investidores  sentem-se motivados a criar riqueza e a dar vitalidade à economia. Quanto maior for o perdão ou a ajuda (como foi o caso do BPN) mais confiantes se sentem os grandes investidores para lançar novas iniciativas.
O caso da RTP que recebe "algum" dinheiro dos contribuintes seja de forma directa ou através da taxa paga nas contas da EDP insere-se nesta estratégia. A RTP força as outras televisões a uma competição que resulta na criação de postos de trabalho nestas televisões. Veja-se o caso de Judite de Sousa e do outro senhor que agora não me lembro como se chama.

A oposição perante estes exemplos evidentes de savoir faire contesta porque não consegue ter a visão de Sócrates. São pequeninos, não têm sentido de Estado nem experiência de governação. Reclamam pelo facto de serem inferiores e perceberem que o único que pode tirar o país do buraco é Sócrates. De uma forma completamente irresponsável dizem que foi Sócrates que o colocou lá. Mas o que não percebem realmente é que a crise internacional causou tudo isto. A dívida que Portugal contraiu durante estes últimos anos foi para nos proteger da crise que Sócrates já antecipava em 2005.

Começou a pedir dinheiro emprestado, mal chegou ao poder, para alguma eventualidade. O juro estava baixíssimo e ele apenas aproveitou. Seria ridículo se não o fizesse. Não só ele foi um visionário como Vitor Constâncio foi premiado pela sua competência à frente do Banco de Portugal durante este período. O reconhecimento que ele obteve do BCE foi de tal forma elevado que lhe foi dado um lugar para que ele possa fazer o mesmo a nível Europeu. Não se arranjam economistas desta competência por aí aos pontapés.

Sócrates fez circular dinheiro na economia e se Portugal está como está a ele se deve agradecer.

O homem é um visionário. É o melhor primeiro ministro que poderíamos ter tido. Abriu-nos os olhos e ao escolhermos os próximos teremos sempre Sócrates como bitola para os medir. Sabemos que não vai ser fácil ter outro assim. É como o alinhamento dos planetas. É um acontecimento raro.

Soube rodear-se das melhores cabeças. Livres pensadores intelectualmente brilhantes. Silva Pereira, Santos Silva, Lacão, Assis, Vitalino Canas, Alberto Martins, Alberto Costa, Rui Pereira, Vara...
Uma lista demasiado extensa para a colocar toda aqui. Mas por estes exemplos se pode ver quão judiciosas foram as escolhas de Sócrates. A nata. Homens fora do normal. Totalmente alinhados com o 1º ministro a remar todos no mesmo sentido. Um equipa.

Quando ele ser for veremos como os portugueses vão ficar cabisbaixos e apavorados com o futuro. Deixaremos de ter a certeza do rumo de Portugal. Estaremos completamente à mercê duma mudança radical e isso nunca é bom. A estabilidade é um bem inestimável. E Sócrates tem sabido manter o rumo do país em direção ao objectivo. Lá longe, lá em baixo. Com Sócrates sabemos para onde vamos. Que existam opiniões acerca do sentido de declive só pode ser explicado por mau perder.

Nunca tínhamos tido um 1º ministro assim e nunca teremos outro assim. Não é fácil ser um homem que subiu a pulso, que tirou o curso ao fim de semana, que fez pós graduações tão raras que as Universidades nem se lembram delas e que ajudou a transformar pantanais e sucatas em centros comerciais de sucesso
O próximo poderá ser alguém que não fez nada disto. Lembrem-se bem disto no dia de votar. Ok?

E só para não dizerem que Sócrates não fez nada, aqui fica um pequeno gráfico que mostra a evolução do nosso país desde que ele rege os nossos destinos


A bem da estabilidade

Este é agora o argumento favorito do Governo e do PS.

Depois da enorme falta de respeito ao ter apresentado as novas medidas de "contenção" sem ter informado ninguém (oposição, presidente, parlamento, parceiros sociais, povo português), começa agora um frenesim na tentativa de conter os estragos.

Assis acusa o PSD de irresponsabilidade. É a loucura total. Depois de um disparate destes feito à revelia de todos, a irresponsabilidade estaria do lado da oposição se não o aceitasse.

Não há maior atestado de menoridade que se possa passar ao PSD ao agir assim. É duma arrogância suprema fazer as coisas nas "costas" de todos e esperar que arquem com as consequências.
Santos Silva, o incontinente verbal alinha pelo mesmo tom.

Agora até o geriátrico Vieira da Silva vem dizer que a paralisação dos camionistas pode por em risco a estabilidade e a economia. Um ministro ausente, que só se dá por ele quando a dose de medicação o força a dizer disparates vem agora apontar o dedo aos outros pelo risco de colapso da economia. Um ministro que NADA fez pela economia.

Esta argumentação já nem está ao nível da escola primária. Está ao nível do jardim infantil. É, e se não for parece, uma tentativa desesperada de se manter no poder mais algum tempo.

Isabel Alçada diz que não pode fazer nada porque Teixeira dos Santos não deixa.
Pergunto eu: Então nessas condições aceita continuar a ser ministra?
É preciso muito pouca espinha dorsal para aceitar a subjugação da Educação ao Ministro das Finanças. Vá-se embora, despeça os assessores e poupe a despesa de sustentar todo um ministério inútil.

A ministra da Saúde nem abre o bico. A ministra do ambiente não existe. O das obras públicas só abre a boca para insistir no TGV.

Não temos governo. Temos um louco e um senhor nas finanças que fazem tudo o que lhes dá na veneta. Acredito até que no meio destes ministros muito poucos ou nenhum sabiam deste novo pacote de austeridade. Nem um conselho de ministros houve.

Ter um governo e o seu partido a manifestar espanto e até indignação (imagine-se) por ver a oposição atirar-se-lhes à garganta é de deixar qualquer um estupefacto.

Nunca vi nada assim. Isto é mesmo do pior que a política tem para dar. Isto é realmente baixa política. Mas mais seria impossível esperar com estes actores.

O discurso

Andamos muito numa "onda" de analisar discursos.

Mas há alguns que me chamam a atenção.

Tinha a televisão ligada e pensei que era um excerto de um qualquer discurso de Passos Coelho. Mas era a transmissão de um discurso em Viana do Castelo, suponho que para militantes e simpatizantes do PSD.

Tenho de lhe reconhecer uma coisa. Ele tem de facto a capacidade de falar de forma compreensível.
Não sei se é de tanto ouvir o discurso aldrabão de Sócrates, com argumentação de débil mental ou se é mesmo porque o discurso de PC tem uma qualidade intrínseca. Mas caramba, que diferença.

Comparado com o que ouvi, Sócrates é um vendedor de cobertores de feira, que dá uns tachos de brinde.
Sócrates fala para tontos que pretende acicatar contra certos sectores da sociedade para legitimar as suas inacreditáveis medidas. Passos Coelho falou para gente que tem cérebro.

Estou particularmente à vontade porque não voto PSD e sempre achei que PC era a versão 2 de Sócrates. Carinha laroca, boa pinta e cabeça vazia.

Mas sou forçado a reconhecer que há muito tempo que não ouvia nada que desse uma réstia de esperança às pessoas. E logo a mim que sou um pessimista militante.

Se ele conseguir acompanhar a prática com o discurso, e se capitalizar no descontentamento que o país tem com Sócrates e o PS, o PSD vai arrasar em campanha eleitoral.
Se essa campanha apresentar um Sócrates desesperado, um Assis asinino e um Lacão lambe botas, mais vale o PS começar já a pensar em trocar de líder.

É a serenidade contra a crispação, a argumentação simples e clara contra o discurso intelectualmente desonesto.
Até na questão das SCUTS PC foi mortal. Não encontro uma forma melhor de chamar cobarde, mentiroso e desonesto a uma pessoa, sem usar palavras que não sejam ofensivas. Ele conseguiu. Brilhante.

Já tinhamos ouvido de tudo. Desde os discursos delico doces de Sampaio que nunca levaram a nada até ao discurso severo de Cavaco a quem ninguém parece dar atenção ao de Jerónimo que parece ter sido tirado da unidade criogénica onde residia desde 1975 em animação suspensa.

Passos Coelho tomou uma posição de honra quanto ao acordo que não aceita que seja quebrado, tomou uma posição de responsabilidade ao dizer que se o governo não consegue governar que saia porque haverá quem está em condições de o fazer.

Para mim foi uma lufada de ar fresco. Não sei se foi para mais alguém.

Já pouco me importa que tenha tardado. Mais vale tarde do que nunca.

A mentira (parte 742)

E vai mais uma. Ou duas. Já lhe perdemos a conta.

Mais um pacote de austeridade. No qual é contemplada matéria que o PSD lutou para tirar do OGE.
Não me resta muita dúvida que o PSD vai comer mais um desaforo do grupo mais indigno de confiança com que se pode negociar - o Governo.

E a cada dia que passa as  hipóteses de o PSD poder aspirar a ter um governo estável são menores.
Ninguém vê com bons olhos a cobardia e o calculismo de um líder que sempre disse que faria o melhor para o país.
A decisão é grave e séria mas chegou o momento de acabar com isto. O país não aguenta mais. Precisa de uma esperança de que podemos melhorar e não a certeza de que nas mãos destes loucos só iremos piorar.

Para este governo não há acordo que não quebre, não há mentira que não diga.

Cavaco saberia provavelmente o que ia acontecer antecipadamente. Não acredito em coincidências.

E se não foi informado oficialmente, resta saber se devia tê-lo sido.
Seja como for há condições reunidas para que o PR dissolva a AR tal como o fez Sampaio. Tem ainda mais razões para o fazer hoje do que Sampaio teve então.

Está demonstrado à exaustão a falta de carácter e de palavra de Sócrates e dos que o rodeiam. A maioria do país não vota PS e não há um estudo de opinião que não agrave a diferença.
O país quer ver-se livre de Sócrates - definitivamente.

Todos os argumentos de estabilidade têm demonstrado que não é isso que os mercados procuram.


Provavelmente "os mercados" procuram verdade. Alguém que seja de confiança. Alguém que ainda dê a sua palavra e a cumpra.

Com esta recessão e a receita fiscal a cair, teremos ainda mais correcções antes do fim do ano. É uma espiral que não tem fim. Os portugueses suspiram nos intervalos apenas para serem mais espezinhados a seguir.

Não me lembro na minha já longa vida de ter conhecido um político tão falso e sem carácter como Sócrates.

Deitou por terra o pouco que ainda havia de pé. Aquilo que ainda se podia ter corrigido. Mas não o fez.
Enrolado num frenesim de propaganda anunciou o que não fez e fez o que não anunciou.
Quis deixar o seu nome associado à modernidade e desenvolvimento e empenhou o país até um ponto de não retorno.

Se não estivéssemos no Euro estaríamos já na mais completa miséria. Para entrar no Euro colocámo-nos à mercê na mais completa miséria.

Só faltava um maestro incompetente para guiar um país embevecido pelo "autoritarismo" até à sua própria destruição.

Não há fim para isto...

País à rasca

Ponto prévio
Antes de me começarem a acusar de fazer parte daqueles que estão no payroll do poder ou de querer limitar o acesso dos jovens ao mercado de trabalho (como se eu pudesse) devo dizer desde já que não é esse o caso.
Devo dizer também que me repugna seriamente a forma como este país se transformou numa enorme rede de tráfico de influências e fortunas fáceis à custa do dinheiro de todos. Sempre detestei, desde que comecei a trabalhar, toda e qualquer forma de nepotismo e de destruição do mérito em prol do "amiguismo".

Como já tinha escrito há uns tempos atrás sou um "Facebooker" básico. Uso-o muito poucas vezes e sempre, quase sempre, ao fim se alguns minutos farto-me do que vejo.

Por isso não tive a curiosidade de ver a página da Geração à rasca.

Alguém me disse para ir ver. Que valia a pena ler os 30 pontos do manifesto da geração com as mais altas qualificações do país. E fui ver.

Depois de ler os 30 pontos do "manifesto"... apetece-me chorar.
Eu que pensei ir passear o meus "ossos" de cota com a juventude, percebi que se esta é a geração com maiores qualificações de sempre, então estamos ... fo......

Os 30 pontos vão do óbvio ao ridículo. São o tipo de coisas contra as quais todos nós estamos, sobretudo os que trabalhamos 5,5 meses por ano para dar dinheiro ao estado.
Mas tal como temos tendência para generalizar numa conversa casual, estes foram ao limite. E estou particularmente à vontade porque muito antes de os Deolinda pensarem num hino da juventude, tal como Abrunhosa o fez antes deles, escrevi sobre o desnorte e o imobilismo que caracteriza a nossa classe politica. E fi-lo sem saber quem lia isto. Fi-lo porque achava que mesmo que houvesse só uma pessoa a ler já tinha valido a pena.

O texto que li nessa página do Facebook não é digno de um aluno de secundário quanto mais de alguém com uma licenciatura que está "pronto" para entrar no mercado de trabalho. É duma pobreza intelectual e de ideias total. É duma demagogia barata gritante. Que longe estamos do idealismo dos 60-70.

Demissão da classe política? E depois pomos esta geração "preparadíssima" a governar o país? Ou pomos quem eles acharem bem?
Esta ideia de que eles são uns virtuosos e todos os outros uns bandidos é como se de repente eles não fossem também parte do problema . Dizia George Carlin que a política é uma máquina em que entra lixo e sai lixo (Garbage In, Garbage out). Quem entra na política somos nós. Muitos são os piores de nós. Aqueles em que nós votamos ou em quem deixamos que os outros votassem porque nos estávamos a ca... para essas coisas.

Por os bancos a pagar impostos? Então e os cidadãos que podem fugir aos impostos e que o fazem despudoradamente acedendo depois a ajudas do próprio Estado porque apresentam rendimentos anormalmente baixos?
Não vejo qualquer alusão ao confisco dos resultados do trabalho dos cidadãos, da prepotência da administração fiscal ou do avanço da mentalidade de Big Brother do nosso Estado.

Como é que uma geração que desde que tem direito a voto, se rala mais com um fim de semana de praia do que em ir votar?
Que olha para essa obrigação (e conquista dos pais) como uma coisa que só os afecta quando o "bolso" começa a gritar?


E o que é mais curioso é que existe um sentimento naquele manifesto de que os que se estão a apropriar do dinheiro dos cidadãos estão de facto a apropriar-se do dinheiro DELES, duma geração que por falta de emprego, a única coisa que deve ter pago de impostos foi o IVA.

Fiquei estarrecido com o egoísmo que se retira daquele manifesto.
Não há nada de altruísta, de idealista do ponto de vista social ou político.
A ideia subjacente é : quero o MEU dinheiro.

O meu? Então e o meu? Sim o meu? Que ao longo duma carreira contributiva de mais de 20 anos foi desbaratado e que não vai sequer chegar para pagar os meus 10-15 anos de reforma porque esta geração não está para me pagar as "mordomias"?
É que a bem dizer sou EU e os outros da minha idade que estamos a pagar as mordomias dos políticos pós 25 de Abril. Não são os vintes e os trintas e poucos.
E ainda estamos a pagar as mordomias desta "geração" que apesar de ter produzido excelentes cabeças e excelentes seres humanos também produziu muito básico e muito inútil. E que conversa é esta dos direitos adquiridos quando acham que têm o DIREITO adquirido de ter um emprego condizente com a sua condição de doutoures?

É isto que uma geração com o "mais alto grau de preparação de sempre" tem para dizer acerca do estado em que o país chegou?
A geração que não queria votar, ou que votava em quimeras irrealizáveis, a geração que acha que um telemóvel é um acessório de moda e justifica que se gastem 500 euros, que gosta de curtir a noite e divertir-se, que mesmo que possa ter filhos não quer ter esse encargo porque precisa de gozar a vida?
A geração que começou a chamar cotas aos pais quando eles tinham 35 anos e que teve todas as vontades satisfeitas por pais trabalhadores e que foi para um curso numa privada com as propinas pagas pelos cotas porque não teve notas para ir para outra?

É esta a geração com o mais elevado grau de preparação de sempre?

Não. Não é esta. Ou pelo menos não é este grupo populista que cria uma aberração destas no Facebook.

TEM de haver parte desta geração que tem algum altruísmo, algum ponto no seu manifesto que expresse a sua solidariedade para com os outros que nem sequer podem almejar a um curso superior na pública ou na privada.
TEM de haver uma parte desta geração que se preocupe com outras coisas que não seja um motorista de um alto dirigente do estado ou os parques de estacionamento pagos a empresas concessionadas.
TEM de haver uma parte desta geração que tenha pelo menos meio cérebro e consiga escrever um manifesto decente.
Recuso-me a aceitar que este manifesto demagógico, superficial e completamente egoísta seja a bandeira de uma geração preparada para ter os destinos do país nas suas mãos.

Tudo o que apontam não é mais do que TODOS dizem. São verdades insofismáveis e óbvias.
A moralização do estado, o colocar do Estado ao serviço dos cidadãos.

Mas o populismo bacoco, a atirar para os chavões do BE (como o ponto 30 que diz que os bancos devem pagar impostos!!!) são a prova mais acabada de que estes "jovens" não fazem ideia de como as coisas são complexas na vida real. De como os encargos que recaem sobre quem trabalha os tem sustentado e lhes tem permitido ter aquilo que a geração dos pais não teve. Uma educação superior.

TEM de haver alguém desta geração que diga que se deve apoiar as pessoas com maiores necessidades, que a função dos impostos é a de providenciar uma vida digna aos que menos podem.

Não há nada disso nos 30 pontos. O manifesto patético podia reduzir-se a um

Acabar com o desbarato de recursos dos cidadãos em benefício de muito poucos.

e podia ter ainda mais um ponto (mas isto sou eu a sonhar)

Lutamos por uma sociedade justa, solidária, honesta e  em que todos cumpram as suas obrigações com a mais elevada ética, honra e espírito de serviço.

Bastava isto. E eu e muitos outros estaríamos na rua com eles. Assim nunca estarei.

Este grupo não é a geração à rasca. É um grupo de individualistas que diz: EU estou à rasca e EU quero trocar de lugar com alguém que NÃO esteja.

Um jovem licenciado à rasca é alguém que fez um curso de direito ou de engenharia ou de medicina com 17 e não arranja emprego. E que tem as portas todas fechadas após anos de esforço para chegar onde queria.

Não metam no mesmo saco alguém que entrou para um curso com média de 10, que andou 4 ou 5 anos a "curtir" e que saiu com uma média de 10 ou 11. Ou, que mesmo que tenha saído com uma nota excelente numa licenciatura para a qual há 100 empregos no país e depois desata a gritar:
Eu sou dos mais qualificados que este país tem e quero aquilo a que tenho DIREITO!!!!

O que é que estava eu a pensar quando achei normal que uma geração de abstencionistas convictos acordasse com uma música dos Deolinda?
Só o facto de "acordar" num concerto após 10-12 anos de desgoverno desbragado já diz bem do nível de atenção que estes jovens tiveram para a realidade que os rodeia.

A vida não se faz só de direitos. Faz-se de direitos e deveres. E muitos desta geração que agora berra só se vê com direitos. Acha que não tem o dever de contribuir para o bem estar dos outros , acha que não tem o dever de votar, de ser competente no seu trabalho, de criar algo que significativo, de ser solidário, não acha sequer que tem o dever ou a educação de cumprimentar os vizinhos do prédio onde os pais (e eles) vivem.

Tem DIREITO, não ao que os pais tiveram, mas sim aquilo que os que chegaram mais alto na nossa sociedade têm, e JÁ!!
Direito aquilo que os que trabalharam toda uma vida com ou sem curso superior conseguiram.
Não há distinções. Quem vive bem é corrupto e muitos dos que vivem mal é porque o merecem. Eles, coitados, são os únicos injustiçados no meio disto tudo. Qualificados e sem mácula.
Vivem num mundo a preto e branco com a ideia peregrina de que só eles vêem aquilo que todos os "estúpidos" antes deles não conseguiram ver.


Retiro de tudo isto aqueles que apesar de todas as dificuldades acabaram por aceitar trabalhos indignos da sua qualificação, que formaram família num país que a penaliza, que foram para o estrangeiro para poder chegar onde sonharam, e que apesar de tão maltratados como muitos outros, tiveram a força para perceber que as coisas não caem do céu depois de se ter um diploma na mão.

De facto acordam no segundo mandato!!

Confesso que fiquei surpreendido. E bem!!!

Não é que Cavaco Silva tirou as luvas, pôs a soqueira e foi-se a eles?
Estou verdadeiramente espantado. Bem verdade quando me diziam que só devia haver um mandato presidencial. Evitava-se assim que andassem a dormir 5 anos e acordassem só no segundo.

Que desperdício. 5 anos deitados à rua a ver a situação piorar para não comprometer as hipóteses de reeleição.

Tardou mas ao menos veio. Graças a Deus. Dê pelo menos voz aos que votaram nele (e eu não fui, confesso).

Os comentários da outra parte não se fizeram esperar. Assis no seu melhor, a ver a vida andar para trás não aplaudiu. Também está de parabéns pelo facto de ter finalmente revelado que se está borrifando para as penas dos cidadãos e prefere antes a paz podre onde se sente tanto à vontade.

Louçã também "esteve bem". Achava que no discurso de posse, Cavaco devia ter referido os anos em que foi primeiro ministro. (???)
Mais ou menos o equivalente a que cada vez que ele próprio se levantasse na assembleia para falar, começasse por dizer que há 20 anos gostava da Albânia.
Faz todo o sentido.


Mas enquanto de Cavaco todos nos lembramos, dele poucos se lembram.
E seria fantástico se pudéssemos voltar atrás ao tempo do PSR e da LCI. Ouvir Louçã a pregar a um povo inculto as maravilhas do Trotskismo.

É que  no renascimento milagroso do Bloco, das cinzas da UDP, PSR e LCI foi passada uma esponja pela admiração que Louçã sentia por lideres "fortes" (na mais horrível acepção da palavra) como Hoxha, Trotsky ou Ceausescu (de Estaline ele não gostava. Mas só porque se livrou de Trotsky...).
Para ele Cunhal era brando e um "revisionista".
Via-se a liderar um grupo de camponeses (já não há), marinheiros (abatemos os barcos) e proletários (as fábricas fecharam) com os seus utensílios de trabalho numa marcha inexorável contra os malvados capitalistas de cartola com os bolsos cheios de dólares.

Pergunto-me a mim próprio como é que na mesma pessoa se pode juntar uma mente científica brilhante (a julgar pelo curriculum) e um sacana despudorado, autocrático e totalmente falso no que "vende" às pessoas.
Como é possível?
Com a sua análise ao discurso de Cavaco ficou sem argumentos ou simplesmente está de acordo com o que o PS tem feito ao longo destes 6 anos?
O sectarismo não o deixa ver mais longe. Está a ficar cristalizado. Em breve não passará de mais um dinossauro deslocado.
A memória é uma coisa lixada e é talvez por isso que o tempo joga a favor de Louçã. As pessoas esquecem-se. Mas não todas...

Magistratura de influência....

Que traduzido para português comum é como tentar parar o movimento de rotação da terra com o poder da mente.
Podemos tentar mas o resultado é nulo. Mas podemos sempre tentar.

Não é segredo nenhum que os poderes constitucionais do PR são escassos. Mas existem.
A diferença está na coragem de quem os tem em determinado momento para os exercer.

E Cavaco Silva não tem essa coragem.
Quando foi da eleição para o primeiro mandato já havia sinais de termos um governo prepotente sustentado por uma maioria acéfala a conduzir o país para o buraco. Ouvia-se toda uma argumentação centrada no facto de Cavaco perceber de Economia para o colocar como o candidato ideal para o lugar.

Como se por acaso o PR tivesse algum poder executivo e pudesse ter alguma influência nessas questões.
Vemos hoje, passado o primeiro mandato que não teve qualquer influência. Não só não o teve na questão económica como não teve em qualquer outro aspecto.

Cavaco mandou recados.
Todos os jornalistas e comentadores perdiam horas na TV e na imprensa escrita a tentar descodificar os recados de Cavaco Silva para o executivo e restante poder político.
O que é que Cavaco quis dizer com  a cooperação institucional? O que terá ele querido dizer com necessidade de responsabilidade e honestidade na classe política?
Um exercício completamente fútil da parte de todos. Ainda mais sabendo todos que Sócrates ignoraria olimpicamente esses recados. Fossem eles quais fossem.

E cá estamos nós no segundo mandato, tendo passado por um período de 5 anos em que Cavaco foi um mero espectador ou se deteve em aspectos absolutamente marginais aos verdadeiros problemas do país.
Apesar de ter alguma razão no Estatuto da Reg Autónoma dos Açores, não deixa de ser sintomático que a única coisa que o irrita seja uma questão de "poderes" enquanto o país se afunda a uma velocidade estonteante.
O que é triste é que o lugar de Cavaco, apesar de permitir mais, foi usado apenas para questiúnculas estéreis típicas das discussões diletantes de uma certa classe política.

Cavaco tem medo. Tem medo de tomar decisões, de bater com o punho na mesa.
Tem medo de ser alguém a quem se possa apontar algo.
E como não gosta de correr o risco de ser criticado, prefere não fazer nada e falar em estabilidade.

A estabilidade do seu lugar é de facto simpática. 10 anos com um salário decente, viagens em representação do Estado e discursos de circunstância não é um mau emprego.
Mas a estabilidade que ele apregoa é a estabilidade numa situação de desespero para milhares e milhares de portugueses. Gostaria de saber se ele gostaria dessa "estabilidade".

Cavaco foi em grande medida o percursor do descalabro económico que hoje vivemos.
Os fundos de coesão foram destruídos sem critério e criaram fortunas da noite para o dia. Não se produziu riqueza.
Começou a transformar o estado numa teia interminável de interesses. Começou com ele o conceito do Estado a ser gerido como uma empresa.
Destruiu-se a agricultura e a pesca. Selou-se o destino da indústria. Tornou-se a construção civil na 1ª indústria nacional.

Hoje o resultado está à vista. As casas não se vendem e há mais casas do que as necessárias para alojar a população. Só que muitas delas estão devolutas e muitas nem sequer chegam a ter dono pelos preços insanos que custam. A indústria da construção civil está com a corda na garganta.

O ensino Superior com a leva de Universidades privadas que teve início nessa altura está como o vemos.
Milhares de licenciados sem emprego, com cursos de duvidoso valor e poucas perspectivas de poderem vir a ter a vida com que sonharam.

A aposta estratégica no betão fez obras necessárias é certo, mas lançou as bases para o desvario que veio a seguir. Numa competição por Km de alcatrão Guterres (e o seu ministro Cravinho) empenharam o país até ao pescoço com as suas concessões e as suas indemnizações compensatórias.

Não fez qualquer plano estratégico para este país. Que fosse a 10 anos, ou a 5. Nada. A única coisa que fez foi deixar antever aos mais atentos que um país que não produz o que come e o que consome ficará rapidamente com a corda na garganta. E essa falta de rumo e de sentido estratégico era aparente já nessa altura.
Só que, deslumbrados com os milhões diários que entravam no país, os portugueses fizeram o que sabem fazer melhor - ignorar e aguardar.

O que Cavaco nos deixou foi em grande medida uma ilusão. Uma ilusão de riqueza, uma ilusão de progresso e de desenvolvimento.
Hoje temos a desilusão. Nada do que foi feito teve bases solidas. A abundância desses tempos tem hoje uma pesada factura para pagar. E somos nós que a pagamos.

Glossário de termos (Cavaco Silva)
Magistratura de Influência
não fazer nada
Cooperação estratégica
não fazer nada
Cooperação táctica
Igual a cooperação estratégica mas de âmbito mais limitado
Estabilidade institucional
não fazer nada e não dizer nada
Magistratura activa
não fazer nada (activamente)
Definição de linhas de orientação e de rumos para a economia nacional
não fazer quase nada
Apaziguar os mercados
Exercer uma magistratura de influência definindo linhas de orientação e rumos para a economia nacional
Sociedade civil
  1. parte da sociedade que não é militar retirando apenas os políticos civis
  2. trabalhadores por conta de outrem, pagadores de impostos que não vivem da teta governamental com lugares de nomeação política

Geração à rasca? Qual geração?

Todas as gerações estão à rasca.
A que tem 20 e tais porque não arranja emprego, a que tem 40 e tais porque tem de sustentar a anterior, a dos 60 e tais porque se vê com umas reformas a diminuir e com o custo de vida a aumentar e a dos oitenta e tantos abandonada pelas mais novas que não estão para suportar os "velhos" ou porque simplesmente não se consegue suportar a si.

Sorrio quando me lembro do que pensava daqueles que diziam que iam para "letras". Já na minha geração isso era uma condenação a uma situação periclitante.

Os cursos de "ciências" por outro lado tinham empregabilidade. Como têm hoje cá e em qualquer outro pais.
Não é por acaso que há uns anos (não muitos) os EUA davam licença de trabalho para quem quisesse ir para lá com a formação na àrea das tecnologias da informação. Hoje é a Alemanha.

Mas nesses países não se pedem licenciados em Ciências Sociais ou em Relações Internacionais, cursos que abundam neste país e em que formaram muitos recém licenciados que à falta de melhor seguem pelos mestrados e doutoramentos. Sempre existem umas bolsas para isso e é melhor do que não ganhar nada.
Mas estão condenados a ficar por cá com pós graduações ou sem elas.

No ranking da empregabilidade os cursos de ciências não têm demasiados problemas. Ao contrário duma multidão de cursos cujo diploma não serve para quase nada neste mercado de trabalho deprimido e escasso.


Acresce ainda a isto o facto de não ser liquido que todos os licenciados tenham saído das universidades com uma formação adequada.

Veja-se o Direito, curso que proliferou por Universidades do país, públicas e privadas, e que hoje tem um excesso de licenciados. A ordem nem lhes quer dar hipótese de exercer. Formação deficiente argumenta.
E de facto há muitos já a exercer que nem português sabem escrever. É de fazer chorar as pedras ler documentos escritos por muitos advogados deste país. Quanto à competência técnica ou à simples capacidade de interpretação duma lei então nem se fala.

A incapacidade de escrever um simples texto. Algo que é muito comum nos dias que correm. A explicação de um conceito ou de uma ideia é na maior parte das vezes uma tarefa impossível.

E o que dizer do domínio de línguas estrangeiras que muitos demonstram? (estou também a piensar no niosso primeieiro ministro).
Numa acta de reunião vi escrito para o termo "ficou acordado" a tradução "it was awaken". É excelente saber que alguém estava acordado na reunião.

Isto seria impensável há 15 anos atrás. Não era possível tirar um curso sem o domínio básico da língua. Ou fazer um curso técnico sem dominar o inglês. Não só se exigia isso, como muita da bibliografia era em línguas estrangeiras. Toda a minha vida universitária se fez com livros em inglês e francês. Será que isso já não acontece hoje? Era inevitável dominar pelo menos o inglês.


Ao longo dos anos tenho assistido a uma degradação enorme nas pessoas que chegam ao mercado de trabalho. E piora inexoravelmente.
Também noto um sentimento de insatisfação pelo facto de a riqueza e o sucesso não chegarem depressa. Já não se espera por nada.
Há uma total incapacidade de perceber que quando se chega ao mercado de trabalho se é completamente "verde". São necessários anos de experiência para se ter o "traquejo" necessário para nos lançarmos a voos mais altos. Mas esta percepção não existe. A arrogância juvenil atribui esta incapacidade ao bloqueio feito pelas gerações mais velhas que simplesmente se querem "proteger".

Os empregadores têm uma enorme culpa nisto. Ao haver centenas de candidatos para um lugar, não se paga o salário justo. Paga-se o salário que um desesperado vai aceitar. E o esmagamento salarial é inevitável.
Com a globalização isso é ainda mais evidente. Em certas áreas o outsourcing consegue recursos fora do país a preços incríveis.
Primeiro foi o Leste e o Brasil. Já quase acabou a brincadeira nestes mercados, porque agora os bons são tão caros ou mais que os portugueses e têm mercados mais interessantes para trabalhar - Alemanha, França e UK.
Depois foi a Índia. Mas lá só ficou o que não presta ou na melhor das hipóteses o mediano. Os realmente bons foram para o Canadá, EUA e UK. Afinal é perfeitamente normal que eles queiram o melhor nível de vida possível e não é na India que o vão ter.

Estabelecido o patamar salarial que estes mercados criaram, aplica-se agora a receita a recém licenciados portugueses que perante uma inflação de "mãos" disponíveis no mercado aceitam qualquer porcaria que lhes apareça. E não têm outro remédio. O aceitar dessas condições causa um abaixamento salarial para todos.
É a média do mercado dizem eles. Saem da universidade e o máximo que podem aspirar são uns 1000 euritos por mês a fazer um trabalho que rende ao empregador 4 ou 5 mil nesse mesmo mês. E se conseguirem 1000 já vão cheios de sorte. Um indiano em IT ganha qualquer coisa como 150-200 por mês e as empresas vendem-nos a 250-300 por dia.
Entre pagar 1000 a um português ou 200 a um indiano, adivinhem quem é que a empresa vai escolher?

O problema não existe só cá. Existe um bocado por todo o lado, mas em Portugal tem uma expressão anormal.
E tem essa expressão porque há 20 anos atrás se começaram a criar Universidades como cogumelos. Que fizeram excelentes negócios e que largaram na rua milhares de "licenciados" sem qualquer perspectiva de futuro.
Legitimamente todos tinham aspirações de ter um canudo esquecendo-se que milhares como eles o iam ter todos os anos.
Hoje é isto que vemos. Não há cursos médios e há licenciados desempregados. Não se arranja um fulano que arranje uma canalização em menos de 2 meses mas há centenas de licenciados sem emprego a ir para a rua no dia 12.

Qual é a solução? Por todos os que têm mais de 45 anos na rua para arranjar emprego para todos estes jovens?

Se este fosse um país normal com uma taxa de desemprego de 4 ou 5% este problema não se punha mas perante o estado em que estamos o que é que é suposto fazer? Desempregar os que têm emprego para contratar estes a preço de saldo?
E não se esqueçam que o tempo passa a correr e por esta ordem de ideias quando esta geração estiver nos quarentas vai estar a geração dos vintes e fazer pressão para que eles larguem o lugar. Vou gostar de ver a maneira como se comportam perante esse "conflito" geracional.
Suspeito bem que vão fazer exactamente o mesmo que a geração que está hoje empregada e com 20 anos de trabalho faz - tentar manter o emprego e chegar ao fim do mês sustentando a família e um ou dois filhos no ensino superior.
Com sorte terá sabido incutir-lhes o conceito de empregabilidade aliado à vocação. Com sorte terá ajudado os filhos a estudar e conseguir entrar para um curso difícil. Com sorte não terá filhos em casa aos 35 anos para sustentar.
Com sorte terá mudado o mundo. Será justa e empática com os trabalhadores que deles dependem, pagará o valor justo pelo trabalho e será tudo aquilo que esta geração dos quarentas não é.

Veremos... Mas eu acho que vou esperar sentado. Já era isso que a minha geração dizia....