E sai caca

Belo programa de eleitoral sim senhor.

Andou o anãozinho numa azáfama louca para parir isto?

Em primeiro lugar, o eleitorado tem finalmente a oportunidade de se pronunciar sobre a responsabilidade e o sentido de Estado das diferentes forças políticas. Isto é, pode e deve comparar os comportamentos assumidos pelo Governo e pela Oposição. Do lado do Governo, a construção de um conjunto coerente de medidas de consolidação orçamental, a apresentação bem sucedida, junto das instituições europeias, das suas orientações fundamentais e a disponibilidade para o diálogo com todas as forças políticas, no sentido do seu aprofundamento e viabilização parlamentar. Do lado da Oposição, a recusa liminar de qualquer diálogo, a rejeição do PEC, sem qualquer ideia alternativa, e a precipitação do País numa crise que esteve na origem directa da necessidade de recurso a ajuda externa. O eleitorado tem, pois, o direito de fazer a sua avaliação das responsabilidades de cada um na situação actual. E ninguém lhe pode confiscar esse direito.
Não posso deixar de estar de acordo. Mas se existe vacuidade na política aqui temos um belo exempo da mesma.
Quem, como o Partido Socialista, deu provas inequívocas de compreensão do que é o interesse nacional e como ele se deve sobrepor ao calculismo e ao tacticismo partidário, é uma garantia firme de assunção dos grandes desafios que temos pela frente – a combinação entre consolidação orçamental e favorecimento do crescimento económico e das reformas estruturais – com sentido de Estado e com responsabilidade.

Aló alô planeta Marte. Conseguem ouvir-me?


O PS está bem consciente das suas tarefas principais na governação:
  • Enfrentar e superar os efeitos da maior crise económica mundial dos últimos oitenta anos;
  • Reduzir o défice e controlar a dívida, para assegurar a consolidação das contas públicas e a sustentabilidade das políticas sociais, restaurar a confiança nos mercados de dívida soberana, assegurar o financiamento da economia portuguesa e contribuir para a defesa do Euro e do projecto europeu;
  • Promover o crescimento da economia, combater o desemprego e reduzir os factores estruturais de desequilíbrio externo, apoiando as exportações e desenvolvendo a aposta nas energias renováveis e na eficiência energética;
  • Prosseguir, com ambição, as reformas para a modernização do País e do Estado e para a competitividade da economia;
  • Promover a igualdade de oportunidades; qualificar os serviços públicos, a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde; garantir a segurança social pública e prosseguir o combate à pobreza e às desigualdades sociais, para uma sociedade mais justa.
Reduzir o défice. Parece-me bem. Já que o fizeram crescer para lá do razoável parece-me bem que queiram agora limpar a porcaria que fizeram.
Promover o crescimento da economia? Ok. Taxando ainda mais as empresas provavelmente e deprimindo ainda mais o consumo interno. A parte de restaurar a confiança dos mercados é uma blague.
As reformas de modernização devem ter a ver com o TGV , Aeroporto e com coisas parecidas. A superficialidade e generalidade destes principios dá para tudo. E para nada.

  • Concentrar os esforços numa internacionalização da nossa economia que promova o crescimento das exportações de forma sustentada e sustentável;
  • Valorizar a oferta nacional no mercado doméstico para apoiar a redução do desequilíbrio externo;
  • Concentrar os apoio públicos ao investimento nos sectores de bens e serviços transaccionáveis e na promoção da inovação;
  • Promover parcerias estratégicas de internacionalização que envolvam as maiores empresas nacionais, a rede de pequenas e médias empresas e as instituições de inovação e qualificação;
  • Reforçar a especialização nas actividades com maior incorporação de valor acrescentado nacional, em particular em área como as fileiras florestal, agro-alimentar e do mar, com o sector do turismo e com a produção de bens e serviços de elevada incorporação tecnológica;
  • Intensificar a aposta nacional na redução da dependência energética, valorizando a fileira das energias renováveis e a utilização eficiente da energia.
Agora é que é. Desde o primeiro ao último ponto é o inverso do que fez durante 6 anos. E até parece que é uma continuação do que fizeram antes. Não há dúvida que para mentirosos não lhes falta nada

Esta quase me fez cair da cadeira

Mas o PS também não comete o erro, que outros cometeram no passado, de desistir da economia e parar o País, enquanto decorre o processo de consolidação orçamental. Bem pelo contrário: a nossa governação não virará as costas à economia nem ao problema do desemprego e manterá a dinâmica reformista para a modernização do País e do Estado e para o reforço da competitividade da economia portuguesa. Construindo o Futuro.
De quem é que eles estão a falar? Quem é que esteve no Governo enquanto o desemprego disparou a economia entrou em recessão duas vezes e pôs o consumo interno num dos piores estados de que há memória? Devo ter estado em coma e perdi anos de governação do PSD e do CDS com certeza.

Assim, no âmbito da reforma do sistema de Justiça deve ser dada prioridade às medidas que visam melhorar a eficiência geral do sistema e, em particular, às que permitam aumentar a celeridade dos processos e, de entre todas, as que tenham por objecto:
  • A garantia do cumprimento dos contratos de arrendamento;
  • A execução de créditos e a cobrança de dívidas; e 
  • A liquidação de empresas em situação de insolvência e o pagamento aos seus credores.
Por outro lado, a redução dos custos de contexto e o reforço da Justiça como factor de competitividade exigem mais transparência, melhor acesso e previsibilidade acrescida.
Na verdade, tanto os cidadãos, para defesa dos seus direitos, como as empresas, para os seus negócios, devem poder:
  • Conhecer o tempo que um processo possa previsivelmente durar e confiar nessa informação;
  • Utilizar o serviço público de Justiça de forma simples, sem demoras, com prazos em tempo util e com um nível de atendimento desburocratizado, pontual e elevado;
  • Contar com garantias acrescidas de tratamento igual em situações iguais, diminuindo-se os factores de incerteza e aleatoriedade nas decisões judiciais.
Finalmente, o PS intensificará a aposta nos meios de resolução alternativa de litígios como forma de promover a competitividade da economia e a qualidade dos serviços judiciais para as pessoas, proporcionando formas mais rápidas, acessíveis e baratas de resolver conflitos, designadamente através:
  • Da concretização de novos serviços de arbitragem, nomeadamente em áreas como a cobrança de dívidas (acção executiva) e os conflitos em matéria tributária;
  • Da intensificação dos serviços de mediação familiar, laboral e penal, entre outros;
  • Do alargamento faseado da rede dos julgados de paz.
Assim, o Governo do Partido Socialista disponibilizar-se-á para o diálogo com todos os agentes do sector e com as forças políticas com assento parlamentar, tendo em vista a consensualização e a concretização de iniciativas relevantes para reforçar o contributo do sistema de Justiça para a competitividade da economia portuguesa.
Este é o mesmo Partido Socialista que  politizou a níveis nunca vistos o MP e a justiça. (Se bem se lembram dois membros do CSM designados pelo PS queriam mudar nota de Muito Bom de Rui Teixeira que mandou Paulo Pedroso para prisão preventiva. Depois de Pedroso ter perdido o seu belo pedido de indemnização, já ninguém se lembra que o Supremo deu razão a Rui Teixeira e acabou com as veleidades desse inocente político que queria receber uma maquiazinha do Estado.)
O mesmo PS que fez desaparecer o fundo que mais não é que dinheiro à guarda do Estado e que tem de ser devolvido a intervenientes nos processos, que deixou de dar as verbas necessárias aos tribunais para comprar papel, toner e pagar as contas de telefones àgua e luz.
O mesmo PS que criou uma "nova" lei do arrendamento que não é coisa nenhuma, que não paga as suas dívidas aos fornecedores.
Agora quer magicamente que as pessoas saibam quanto pode durar o processo quando ele entre no Tribunal.
Se pensasse num programa de simplificação legislativa e de simplificação do Código de Processo Civil talvez pudesse aspirar a alguma destas coisas. Mas com estas intenções não vai conseguir nada.

Se isto é a reforma da Justiça podem bem limpar as mãos à parede porque isto não é NADA. É o tipo de coisa que eu me sentava a escrever e paria em 10 minutos.

Nem vos aborreço com o resto das vulgaridades que constam deste programa Eleitoral.
Após 6 anos de governação e sabendo (esperaria eu) que medidas concretas se podem implementar para resolver problemas, temos um programa que é um chorrilho de boas intenções e que quase parece ser um programa para deitar abaixo um governo que tem sido de outro partido qualquer.
Não esperava muito mais, porque na verdade este documento de 70 páginas mais não é que um folheto de propaganda vago e vazio.

Qualquer partido tenha ou não experiência de governo escreve isto. O mais fascinante é perceber que estando nós na situação em que estamos, temos um partido que passou 6 anos pelo Governo e produz, desculpem-me, uma merda destas. Não há uma matriz ideológica, não há um rumo estratégico não há nada de substancial neste documento.
O que este programa revela é o ponto de não governação a que o PS chegou. Nem depois de 6 anos sabe sequer o que fazer para conseguir um minimo de resultados.

Isto é tremendo.

Os compromissos que não se podem fazer

Nestes dias do politicamente correcto em que muitos tentam passar uma esponja sobre o passado recentíssimo, ainda há quem não aceite certas condições de "estabilidade".

E isso é bom ou mau?
Depende. O consenso pode não ser necessariamente bom. Sobretudo se uma das partes do consenso é a verdadeira encarnação do mal.

A história recente dá-nos dois exemplos de como esses entendimentos podem ser verdadeiramente danosos.

No advento da II Guerra Mundial em 1938 e após alguns anos com o Partido Nazi de Hitler no poder, a Europa vivia aterrorizada com a possibilidade da repetição da Grande Guerra.

Os países que potencialmente podiam entrar numa guerra com a renascida Alemanha tremiam de pensar que 20 anos depois iriam passar de novo pelo sofrimento de uma guerra na Europa.

A Oeste e a Leste a Inglaterra e a União Soviética fizeram acordos com Hitler no sentido de evitar a tão temida guerra.

O 1º Ministro Inglês Neville Chamberlain ficaria para sempre associado à patética tentativa de fazer um acordo com Hitler.
No regresso de Munique em Setembro de 1938 mostrava aos jornalistas e ao povo que o esperava o documento assinado pelos dois países. O tratado de paz.

Como a história veio a demonstrar Hitler não era de confiança.
Já tinha dado mostras disso com a repressão dos seus opositores e com os seus constantes discursos da Grande Alemanha. A Anschluss (anexação da Austria em Março de 1938) deixavam antever o pior.

Mas em nome da paz, a Inglaterra aceitou fazer um acordo improvável com uma das piores personagens da história.
Percebe-se hoje quão inocente foi a pretensão de Chamberlain. Em 1939 a Polónia foi invadida e a França em 1940.
Quebrando o acordo com Estaline, Hitler invadiu a União Soviética em 1941.

Isto ilustra até que ponto não se pode fazer compromissos com certas pessoas.
Salvaguardando as devidas distâncias, Sócrates não é Hitler, mas como ele, já deu mostras suficientes de ser o problema e não a solução.
E não se pode fazer um acordo com alguém que defendeu com unhas e dentes, mentindo bastas vezes, tudo o que fez de errado.
Com alguém que até os seus correlegionários qualificam de autoritário e teimoso. Teimoso nos erros.

A política não é só feita de determinação. A determinação no erro é tudo menos uma qualidade. E Sócrates faz tábua rasa dos pareceres técnicos e de todas as opiniões que apesar de fundamentadas não são as suas.

Não é possível fazer acordos e assumir compromissos com gente assim.
O consenso com quem nunca os quis fazer não é possível nem desejável. Para Sócrates o consenso é subjugar todos à sua forma de ver as coisas.

Isto é sem tirar nem por o que Sócrates entende por compromissos




E ele sabe muito bem onde pode meter a sua forma de fazer as coisas.
Haja uma maioria absoluta sem Sócrates e o PS ficará de fora durante anos. Se for necessário o acordo com o PS só pode ser sem ele.

O maior mentiroso da história política portuguesa recente tem mesmo de desaparecer de cena. Para nunca mas voltar.

Excel & PowerPoint Management

Abençoada Microsoft.

Sem ela a gestão moderna não existiria Estaríamos reduzidos a fazer contas em Supercalc ou gráficos em Harvard Graphics.

Mas o Excel e o PowerPoint trouxeram a gestão moderna com eles. A gestão à portuguesa.

A capacidade de mudar números de uma coluna para a outra trouxe uma nova dimensão à gestão moderna - a aldrabice com suporte digital.

Passado depois a Power Point consegue-se dar uma imagem de enorme sucesso de uma empresa (ou de um Estado) com um buraco monumental nas contas.

Convivo com isso no meu dia a dia. Convivemos com isso todos nós
Gestores que fazem análises e tomam decisões com números errados. E que lhes juntam mais alguns factores de distorção para que os seus "objectivos" não fiquem em risco.

No meio de tudo isto os extraordinários "planos" estão suportados em nada. E Deus nos livre se aparece algum "maluco" imbuído de realismo a apontar a verdade das coisas. A verdade dos números.

Foi assim que este Estado foi gerido. A importância dos números num Excel é muito maior do que o dinheiro contado em caixa. Desde que o Excel demonstre que está tudo bem, pouco importa se não existe dinheiro na conta. Não há mas devia haver. O Excel demonstra-o.

Como a excelente execução orçamental deste ano. Deve faltar uma parcela - os pagamentos a fornecedores.
Ou a redução de funcionários públicos - os que passaram para o sector público / privado mas ainda com vinculo.

Mas o Excel demonstrará estas duas áreas de sucesso desta governação. Basta mudar o range da fórmula SUM ou até apagar o valor numa célula do Excel. Voilá!! Contas acertadas.

A possibilidade de não se avançar com as portagens em algumas SCUTS porque isso poderia cair dentro dos "novos" critérios do Eurostat e agravar o deficit é um exemplo perfeito de como fazemos as coisas.
Se as portagens foram cobradas o investimento da PPP conta para o deficit do ano do contrato. Apesar de entrar dinheiro que ajuda a reduzir as indemnizações compensatórias, é mais importante que o deficit se mantenha baixo e que as ditas indemnizações (rendas) se mantenham como estão.
Ou seja, vamos manter o diferimento dos custos para deficits de outros anos. Ou nem sequer reflectir esses custos no deficit. São as maravilhas da desorçamentação que se conseguiu com as PPP's.

Todos os princípios de justiça do utilizador / pagador, da igualdade de tratamento de todos os portugueses que usam as SCUTS e mais uma série de belas justificações, vão pelo cano abaixo por causa das "novas" regras do Eurostat.

Ou seja, mascara-se a realidade ainda que isso custe mais dinheiro ao Estado que somos todos nós. Irei pagar portagens de SCUTS em que não ando enquanto os que andam nelas com frequência pagarão provavelmente menos que eu dada a taxa de imposto que pago.
E tudo isto para não agravar o deficit (??). O contabilístico, porque o deficit em caixa aumenta.

Como é que isto é possível?
Ao contrário de uma empresa que quando se acaba o dinheiro fecha as portas, o Estado pode decretar que se cobre mais aos clientes. Retroactivamente e sem melhoria de serviços. O Estado pode confiscar mais um pouco da riqueza Nacional para poder continuar a forjar números do deficit para enganar o Eurostat.

O problema de ter o Estado gerido como uma empresa é básico. Nem todos os gestores empresariais são bons e muitos deles estão em empresas a ganhar pipas de massa. Acham mesmo que os gestores do Estado estão neste lote dos bons?
Desiluda-se quem pensar que a honestidade em certos níveis da Administração Pública é um atributo desejável. Não é. E mesmo que fosse seria mais difícil de encontrar do que uma virgem em Las Vegas.

Os quadros técnicos de Estado há muito que foram colocados à margem. Ou porque não são da confiança política ou porque podem não pactuar com as manipulações. Contratam-se assessores e consultores que dirão que sim a tudo. Afinal pelo que recebem, prostituir-se e despojar-se de princípios não é necessariamente mau.

Não é por acaso que nos últimos anos até as leis são "contratadas" a gabinetes de advogados. E depois temos a legislação que temos. E é por isso que temos o Estado que temos.

Longa vida à Microsoft e a todas as versões do Office que ela deitar cá para fora!!!

2011 - Ano zero?

Já há uns dias que não escrevia nada. Limitava-me a ler e a ouvir.

Mas num arremedo de fúria escrevi vários posts de uma assentada.

As coisas mudaram pouco. O Governo continua numa altura como estas a persistir numa campanha de propaganda, seja com a exibição de valores fantásticos de execução orçamental, seja com a habitual campanha de negação da realidade.

A mensagem resume-se a denegrir a imagem e a competência do líder do maior partido da oposição e a deixar cair judiciosamente na comunicação social pequenas notícias que comprometam alguns dos actores políticos com possibilidades de chegar ao poder.

Este tipo de campanha surda servida a conta gotas visa criar na cabeça das pessoas uma ideia, já muito arreigada, de que todos são iguais e portanto mais vale votar na porcaria que já conhecemos e não arriscar noutro tipo de porcaria.

A questão fundamental é que nada se pode comparar ao que este Partido Socialista e o seu líder fizeram durante 6 anos de poder.

Apesar de eu estar absolutamente crente que não há "santos" em política, neste caso sabemos bem que entre não ser santo e ser um absoluto demónio vai uma diferença considerável.

Cavaco Silva cometeu erros. Disso não há dúvida nenhuma.
Desde os seus tempos como PM em que aceitou toda a espécie de acordos com a CEE que acabaram por destruir completamente o nosso aparelho produtivo, até ao seu mutismo esfíngico como PR, não se pode dizer que ele tenha contribuído muito para retirar os país da situação em que ele está.

A sua visão estrita daquilo que são as suas competências impede-o de se "mexer". Fica-se pelos discursos de circunstância, ora duros ora suaves, sem nunca tomar posições que lesem a "imagem" de um Presidente de todos os Portugueses.

O que eu acho é que o consenso não pode existir entre ladrões e entre os que são roubados. E de uma certa forma é isso que Cavaco pensa que se deve fazer. Com certo tipo de pessoas não há negociação possível.

Com estes governos incompetentes e arrogantes não há qualquer consenso que se possa atingir. Há coisas que têm um valor absoluto e não se compadecem com retóricas e percepções. São como são.

Ele espera que o impossível aconteça. Que um Governo incompetente faça o que é correcto.
Isso seria excelente se estivéssemos a lidar com gente de bem, com alguma honorabilidade e com espírito de serviço.

Mas não estamos. Estamos a lidar com um grupo que teve como única preocupação minar todas as estruturas de poder da sociedade de gente da sua cor independentemente da sua qualidade ou carácter. A máquina que apoia o partido de governo caracteriza-se por um completo alheamento relativamente ao bem comum. Eles visam o seu próprio bem e o seu próprio enriquecimento. O poder pelo poder. O poder como meio de obter riqueza.

O PS caracterizou-se por estar solidário com um líder que lhe deu isto - poder e riqueza. De formas muito pouco claras na maior parte dos casos. Hoje descobrimos que existe todo um exército das sombras que domina as mais diversas estruturas de poder e de decisão em Portugal. E domina-as com um propósito basilar - perpetuar-se nelas.

Não tenho muita dúvida que por força da ajuda externa algumas destas sinecuras tenham de desaparecer. Quem chegar ao poder a seguir irá acabar com outras, provavelmente substituindo os seus detentores por "amigos" seus. Mas também não tenho qualquer dúvida de que a inventiva que os portugueses têm para contornar as regras entre em funcionamento assim que um novo ciclo se inicie.

Seja como for estamos a contrair mais dívidas para pagar dívidas. E teremos de as pagar também.
Mas como fazê-lo num tecido produtivo completamente arruinado e espartilhados por acordos com a UE ou com a abertura de fronteiras?
Quem no seu perfeito juízo vai hoje investir na agricultura ou pescas depois de termos colocado tudo isso no nível 0?
Como é que os privados têm meios de investir em projectos inseguros e potencialmente desastrosos?

Começámos a vender a nossa independência como país quando entramos para a comunidade e aceitamos em troca o dinheiro que entrava. Quando pensámos que podíamos ser um país de terciário a viver de "margem".
Foi aí que demos um enorme tiro no pé.
Houve gente que se aproximou do nível de vida Europeu. Até houve quem o ultrapassasse. O nível de remuneração para certas funções neste país é impossível de conseguir num qualquer país civilizado da Europa.
Só que a maioria perdeu. E perdeu porque o objectivo de quem distribuía a riqueza não era a de a repartir por todos.

Era ficar com a maior fatia para si.

A probabilidade de ter só gente bem formada nos lugares importantes é muito remota. Como já assistimos muitas vezes,os mais insuspeitos quando chegam ao poder transformam-se em criaturas desprezíveis. Num sistema que "recompensa" o ser "esperto" e o ser "sacana", os honestos e impolutos acabam sempre por ser triturados pelo sistema.

Os incapazes não querem gente capaz no seu seio. Isso iria revelar as suas limitações e é muito problemático.
Não precisamos só de uma mudança de pessoas.
Precisamos de uma mudança de mentalidades.
Precisamos que o nosso povo saiba assumir as suas responsabilidades, que re-descubra a honorabilidade, a importância de dar a palavra de honra e de dizer a verdade.

Enquanto isso não acontecer teremos políticos aldrabões, cleptómanos, negligentes e muito muito egocêntricos.

Não é o FMI que pode mudar isto. Somos nós. E eu não vejo que isso mude com um bailout. Somos assim há séculos e a forma de pensar de um povo não se muda da noite para o dia.
Lamento muito dizer que acredito que dentro de alguns anos ainda estaremos pior do que estamos hoje.

Os dias de campanha

Estamos em campanha eleitoral.
É a sensação que fica quando a todos os momentos temos alguém do Partido Socialista e aparecer nas televisões a falar da defesa do Estado Social, ou da importância de se chegar a uma solução para o futuro ou simplesmente a dissertar sobre o árduo trabalho que o governo fez e faz para que POrtugal se possa erguer das cinzas.

Todos sem exepção só querem falar do futuro. O passado já lá vai e seja de quem for a culpa interessa agora focarmo-nos no que aí vem.

Típico de quem não tem vergonha, ética e um pingo de pudor.

Este PS destruiu o país. Começou com Guterres que, sobre más fundações, construiu a torre de assalto ao Estado em todas as suas vertentes.
Consciente ou não, preparou o caminho para os piores do PS assaltarem definitivamente o poder e o próprio país.
Portugal foi saqueado de Norte a Sul e de Este a Oeste por um exército das sombras actuando à margem da legalidade durante anos a fio.

Não estavam nada preocupados com o futuro do país. Estavam preocupados com o seu futuro e com o poder do partido.

Conseguiram isto à custa da maneira muito portuguesa de lidar com as questões - enquanto chegar para mim estou-me marimbando para o que se passa ao lado.

E agora, sabida que é a dimensão da catástrofe, estão apenas empenhados no futuro.

Pois eu acho que devemos estar focados no futuro mas não podemos de forma nenhuma esquecer o passado e sobretudo o passado recente.
E não o podemos esquecer porque corremos o risco de voltar a ver esta gente, reciclada e com mais uns aninhos às costas, voltar a aparecer na cena política a pretender meter a mão no saco outra vez.

Temos de apontar a dedo os Sócrates, os Mários Linos, os Teixeiras dos Santos e todos aqueles que vão tentar reabilitar-se como acontece a todos os que morrem.

Aliás, já é notória a tentativa de branqueamento de imagem de Teixeira dos Santos. De acordo com as brilhantes mentes ele é apenas uma vítima da teimosia e desfasamento da realidade de um primeiro ministro ignorante incompetente e teimoso.

Pois eu digo que se Teixeira dos Santos juntasse às suas "qualidades" como académico alguma espinha dorsal não aceitaria isso. E não o aceitaria nunca para um segundo mandato.
A sua marca indelével no descalabro que vivemos não se pode apagar. Seja a sua cobardia perante um 1º ministro sem escrúpulos e moral, ou a sua manifesta incapacidade de acertar com uma medida que fosse. Isto para já não falar na sua voluntariosa colaboração em todas as mentiras que Sócrates e o seu séquito deitou para a praça pública durante 6 anos.

Pois eu acho que Teixeira dos Santos junta a incapacidade à cobardia. E isso é muito pior do que ser apenas incompetente.
Tivesse agido como Campos e Cunha e teria algum crédito mesmo após prolongada acção governativa. Assim não!

De todos os outros o que se pode dizer? Sabedores de que precisavam de estar nas boas graças de Sócrates, que mantém o partido debaixo do pé, pouco há dizer deles. A não ser que a juntar à sua mais que evidente incompetência juntam o pior dos defeitos - lambedores de botas.

O que esta campanha do PS quer fazer, sim porque apenas o PS parece estar em campanha com a ajuda óbvia e todos os meios de comunicação, é passar a ideia de que eles são impolutos, capazes e determinados numa solução de futuro.

Pois não são. São sabujos, comprometidos e ocos ideologicamente. A sua única ideologia é a da perpetuação no poder, diga Assis o que disser dos elevados padrões ideológicos do Partido Socialista.
Este Partido Socialista está reduzido a um alinhamento de notáveis que a única coisa notável que apresentam é a capacidade de se adaptar a tudo o que lhes exijam desde que isso signifique uma fatia das mordomias.

Como é que os votantes de outros partidos poderão conviver com as figuras altas do Partido Socialista num governo de "salvação nacional"? Os mesmos que o destruíram?

Qual é  a pasta para Sócrates? A economia? As obras públicas?

A campanha vai aquecer. E eu espero sinceramente que apesar dos apelos de fair play que o PS e gente ligado ao PS não se cansa de fazer sejam enviados para o lixo. Por muito que custe, a oposição deve fazer saber até à exaustão o que o PS fez a este país.
O PS nunca se absteve, e não o faz nos dias que correm, de tentar assacar culpas a quem não as teve.

Tirem as luvas, ponham a soqueira e vão-se a eles. Deem-lhes o remédio que eles usaram contra a oposição, classes profissionais e todos os que foram achincalhados e deitados abaixo por não terem um cartão rosa.

Deixem-lhes o ego em papa.
Problemas excepcionais exigem soluções excepcionais. O que sobrar do PS virá negociar de chapéu na mão. Não deixem a maior corja de ladrões de que temos memória passar impunes apenas por sentido de Estado.

Eles merecem. Fizeram tudo por merecer. Não pode haver contemplações

A escumalha mentirosa

De cada vez que Assis aparece com a sua retórica baixa sinto uma incrível vontade de o esbofetear.

Agora aparece a dizer que o PSD tem como objectivo desmembrar o Estado Social.

Esta má imitação de ser humano talvez devesse lembrar-se do que o seu partido fez nos últimos 6 anos na degradação do Estado Social. Mesmo naquelas áreas em que se devia ter alguma estabilidade e garantia.

Repugna-me a ideia de que haja gente que pense que estes fulanos deixaram as coisas em boas condições.
E o pouco que fizeram foi de forma completamente falsa à custa de endividamento.

A bela reforma da segurança social não passou de por as pessoas a trabalhar mais, e a receber menos depois da reforma.
A não haver qualquer respeito por carreiras contributivas de 40-45 anos, pondo estas pessoas que contribuíram toda uma vida a ter quase vergonha de usufruir daquilo a que têm direito.

Por outro lado o RSI continuou a ser dado de forma completamente injustificada a gente que apenas o recebe porque vive num mundo de economia paralela sem "rendimentos" visíveis.
Um desgraçado cumpridor e que tenha algum rendimento, ou pasme-se com alguém da família que os tenha, perdeu o direito às ajudas mais básicas do Estado.

E suposta Educação Pública Superior paga hoje valores de propinas dificilmente suportáveis por muitas famílias, para já não falar das miseráveis deduções fiscais em educação. Deduções essas que o partido desta criatura propôs baixar severamente ou mesmo eliminar.

O partido deste fulano instituiu as taxas moderadoras para actos médicos com tempos de internamento abaixo de um determinado número de dias. Se alguém tivesse o azar de  ficar "pouco aleijado" ou "pouco doente" lá tinha de desembolsar os valores das tais taxas moderadoras. Isto enquanto o sr. Ministro dizia que a medida não era para sustentar o SNS. Era só para desencorajar os utentes de usar os serviços sem justificação.
No meio de todo este processo o fecho de serviços hospitalares tornou a vida em locais do interior cada vez mais impossível.

Foi o partido deste fulano que nada fez pelo desemprego de grande duração e que apertou de tal forma os critérios para receber desse fundo que magicamente se evaporaram milhares de beneficiários.

O abono de família retirado a famílias com um número razoável de filhos, mostrando até que ponto o apoio à familia é inexistente neste país.

Foi o partido deste fulano que agravou as custas judiciais de tal forma que muitos cidadãos ficaram sem poder aceder à justiça. E foi o mesmo partido que andou a brincar com a lei das custas judiciais de tal forma que neste momento nem sabe se a justiça é cara ou não. Foi o partido deste fulano que colocou a orçamento da justiça no vermelho. E não foi pela massa salarial dos seus agentes. Foi por pura e simples incompetência. E esse é um buraco que nunca tinha acontecido. Foi da autoria desta corja de inúteis que tivemos como ministro da Justiça. Entre Alberto Costa e Alberto Martins não sei quem consegue ser pior mas estão os dois num nível tão abismalmente baixo que parece impossível.

Foi o partido deste senhor que usou fundos de pensões e dinheiros da segurança social para mascarar buracos imensos nas contas do Estado e que andou 6 anos apenas a tentar camuflar tudo aquilo que não fez.

Mas aquilo que fez é muito pouco socialista.

As empresas do betão e do alcatrão nunca tiveram um período tão bom. Com obras feitas à custa de dívida e com rentabilidades garantidas impensáveis em contratos de parceria. A risco 0.

Por tudo isto quando ouço este palerma a dizer este tipo de coisas fico furioso. Não só porque ele parece ter a espinha dorsal de uma lesma como sei que é mais uma estratégia de mentir para se "safar". Entre os tolos, os de memória curta e os mal intencionados como ele, espera conseguir enganar mais uma vez os eleitores.

Estão num clima de campanha suja ao mesmo tempo que supostamente estão empenhados numa plataforma de entendimento nacional.

A este tipo não lhe deviam lavar a boca com sabão. Deviam era obrigá-lo a beber uma garrafa de Fairy. Talvez assim nos livrássemos da sua repugnante cara de todos os meios de comunicação.

Analfabetismo digital e má educação

O Facebook é cool. O Facebook está na moda.

É como um pote de mel, atrai as moscas.

Lello é uma mosca varejeira atraída pelo cool. E uma mosca varejeira não é uma mosca qualquer. É como uma mosca normal... mas pior.

E coloca mensagens no Facebook para os "amigos". O problema é que como parece perceber pouco do assunto, coloca as mensagens que eram para os amigos de forma a que todo o mundo as veja.

Atribui agora o seu deslize a uma deficiência tecnológica. Eu atribuo o "deslize" a uma deficiência de outro tipo.

Lello junta a estupidez e falta de chá à falta de tomates. Não percebo como é que podemos ter gente desta estirpe em lugares potencialmente executivos neste país. Ou melhor, percebo, e isso é que é assustador.

Podia ser o Secretário de Estado das desculpas esfarrapadas. Só Deus sabe quanto o PS precisa de um cargo desses.

Em nome da Rosa?

A nossa "democracia" baseia-se no princípio da representatividade.

Os partidos propõem-nos listas de deputados nas quais votamos e das quais saem as pessoas que representam o povo português.

Quando nos deparamos com pessoas como José Lello percebemos até que ponto o sistema funciona mal. Eleito sabe Deus em que lista, chegou aos mais altos cargos do Parlamento. E chegou talvez ao mais baixo que se pode chegar como pessoa e como representante da nação.

Já são históricos os seus dislates, mas agora passou da incontinência verbal à mais pura falta de educação.
E mais grave ainda porque usa o Facebook para fazer saber ao mundo o quão borgesso e malcriado é.

Apelidou de "foleiro" o Presidente da Républica
“Este presidente é mesmo foleiro. Nem sequer convidou os deputados para a cerimónia do 25 Abril”

Como o sr, se sente despeitado por não ter sido convidado, diz isto do mais alto representante do Estado que é o único eleito de forma directa, o que é muito mais do que se pode dizer dele.

Cavaco Silva não é da minha simpatia como pessoa, mas como um símbolo espero que seja respeitado não só fora como dentro de portas.

E ser respeitado não é ter um deputadozeco que foi incluído numa posição elegível sabe-se lá como, pago pelo dinheiro dos impostos dos cidadãos que trabalham, a insultar alguém que deveria ser merecedor de respeito sobretudo por um titular dum órgão de soberania - um deputado.

Como ele há mais no Partido Socialista. Dão-se mal com a crítica e com a hierarquia. Habituados que estão a ser tratados com todas as mordomias há muitos anos, esquecem-se dos seus deveres e lembram-se apenas dos direitos. Que no caso deste senhor são claramente imerecidos.

Não sei se José Lello é um asno ou se é apenas malcriado mas o que ele diz passa largamente do combate político e cai na mais banal mal língua. Como podemos encontrar no meio de qualquer conversa de café.
Lello é um exemplo perfeito da porcaria que elegemos e que no fim nos olha de cima como se o cargo de repente lhe desse o estatuto que por ouras vias não consegue ter.

Pode não se concordar com o discurso. Pode não se gostar do personagem mas no mínimo deve-se respeito. E Cavaco Silva sempre se deu ao respeito e respeitou os outros, Os mesmo não se pode dizer desta triste criatura.

Alguém devia explicar a este analfabeto digital que nos dias que correm a Internet é impiedosa e fulgurante a propagar a estupidez.
E se há uns anos isto não passaria dum triste episódio protagonizado por mais um dos inúteis que pululam na AR, hoje isto é lido globalmente. Em 5 minutos uma pessoa como este "ressabiado" torna-se mundialmente famosa.

É isto o que se supõe que seja um potencial membro dum futuro Governo de base alargada?

É triste mas compreensível

Aparentemente o povo finlandês tem uma palavra a dizer no que diz respeito a emprestar dinheiro a caloteiros pavões.

Apesar de estar do lado quem recebe, não poso deixar de me colocar na situação de um finlandês que vive num clima agreste, que é parte dum país que lançou uma revolução tecnológica invejável e que paga de impostos um ror de dinheiro.

Alguém que paga conscienciosamente as suas contribuições para que outros concidadãos possam ter aquilo que é um verdadeiro estado social.
Alguém assim, ver o seu governo emprestar dinheiro a amantes de corrupção, despesismo e pura incompetência, deve doer até às entranhas.

Para vos ser muito honesto eu não daria nem um cêntimo a um país como o nosso.

E porquê?

Porque nós não diferimos assim tanto de um país da África sub sahariana. Não me posso esquecer de um documentário sobre a ajuda a países africanos. No caso o Uganda.
Um donativo para esse país que tem uma ou duas ambulâncias no hospital central da sua capital, foi desviado para comprar TT's para funcionários do estado enquanto o seu povo morre no chão à entrada do hospital.

A comparação é extrema, mas é em grande parte correspondente ao que se tem passado neste país.
Com todo o dinheiro da CEE para diminuir as assimetrias, com toda a carga fiscal sobre os cidadãos, este estado e recentemente este governo, apenas soube gastar em seu benefício e deixar que desaparecessem milhões em corrupção. Quase nada deixou para fazer aquilo que era realmente importante.

Um finlandês que olha para isto (e se vem cá passar um Verão deve ficar fascinado com a abundância de estradas de 1ª qualidade) deve pensar que nós somos o Uganda. E a ladrões e caloteiros não se empresta dinheiro.

Nada ajuda ter um clone mal amanhado do 1º ministro a dizer que o projecto Europeu está em perigo. Pode estar, mas é porque países como o nosso geridos por gente totalmente incompetente ajudam a retirar riqueza a países que a ganham e a merecem. A solidariedade é muito bonita mas nós demos provas que pouco mais sabemos fazer do que andar de mão estendida. E isso para um alemão ou um finlandês é absolutamente intolerável. Eles são eticamente superiores e têm toda a legitimidade para querer que nós saiamos do Euro e deixemos de os arrastar connosco.

A declaração aparvalhada de Soares de que o governo da Finlandia é de extrema direita não colhe. Seja de esquerda ou de direita um tipo esperto não empresta a larápios. E isso é o que nós somos aos olhos dos países mais desenvolvidos.

A forma como a Europa irá olhar Portugal no futuro (e já no presente) é com desdém. Como já olham a Grécia. Uns azeiteiros aldrabões que cheiram a suor e que desbaratam tudo o que lhes dão.
A Irlanda é uma outra história. A ganância da especulação perdeu-os.  Apostaram tudo num par de duques.
Mas estes dois países com séculos de história (e a Grécia com uma história muito mais relevante do que a nossa) foram arrastados pela lama por governos Socialistas.
Se a Grécia mentiu descaradamente nas suas contas nós fizemos quase o mesmo. Omitimos, desorçamentámos e usámos artifícios incríveis (a dita engenharia financeira feita por "Engenheiros" de finanças como o genial Teixeira dos Santos). Acredito que Campos e Cunha tenha visto o nível das reses e se tenha posto a milhas assim que pode.

Ora aí está um trabalhinho de limpar as mãos à parede. Podem orgulhar-se

Queremos mesmo independentes?

Depois de assistir à campanha de maledicência que caiu em cima de Fernando Nobre, parece-me que o que os portugueses odeiam mesmo é a mudança.

Sabendo nós que não existe a possibilidade nas legislativas de haver listas de independentes, a única forma é que os partidos os possam incluir nas suas listas.

E porque é que isto parece repugnante a muito boa gente? Porque a maioria não consegue conceber que possa haver alguém integrado num partido que possa não seguir a cartilha partidária quando chega a altura de votar.
Não se consegue aceitar que quem seja eleito por um partido tenha liberdade de aceitar ou não medidas perfilhadas pelo partido.

Ao olhar para a prática passada eu diria que tem sido assim. Muito poucos deputados violam a disciplina de voto mesmo quando ela colide com o seu discurso. Alegre, um permanente contestatário das políticas do PS nos últimos seis anos, apenas não votou alinhado com o partido uma ou duas vezes.
A seu socialismo saltitou entre um pseudo socialismo com laivos de neo liberalismo do PS e um comunismo trotskista encapotado do BE.

Era Alegre um independente? Talvez. Mas se o era porque é que abraçou com tanta sofreguidão o apoio de dois partidos?

Se alguém quer tentar entrar na luta política de forma a ter impacto, ou entra no seio dos partidos que não estão nada virados para aceitar gente que pense pelas próprias cabeças, ou cria um partido.

E lá voltamos ao mesmo.

Não é por acaso que Alegre com o seu "movimento de cidadania" ou Nobre se viram numa encruzilhada depois dos seus resultados eleitorais.

Criar um partido? Não. Isso era reduzir um movimento de cidadania aquilo que já temos de sobra.
O que é que faz um movimento de cidadania? No nosso sistema político muito pouco ou nada.
Pode tentar usar os seus "votos" como forma de pressão ou engodo para os partidos instituídos, como o fez Alegre (o homem do milhão de votos) ou então desaparecer.

E assim lá vai o espírito da coisa. Por-se à margem dos partidos é, no nosso sistema político, uma condenação à morte e ao esquecimento.

Entrar nos partidos como independente? Isso é, logo para começar, uma contradição de conceitos. Um partido é tudo menos independente de si próprio. Os aparelhos partidários não estão dispostos a aceitar mentes livres e potencialmente discordantes dentro de si.

A não ser que apareça alguém que comece a pensar fora dos limites do habitual. Alguém que aceite que existe uma diferença fundamental nos votantes de hoje e que consiga abarcar essas diferenças dentro de si.
A renovação dos partidos não se faz só pela idade dos seus membros (até porque parecem ser mais tacanhos e com menos visão do que os antigos) mas sim pela capacidade de abraçar novas ideias e novas formas de fazer as coisas. Talvez a colocação de Fernando Nobre como cabeça de lista por Lisboa seja o primeiro passo para o reconhecimento de que existem valores que são dignos de abraçar e que vão muito para além da normal cartilha partidária.

Será que o PSD vai ganhar votação com isto? Talvez vá.

Eu que votei Fernando Nobre e não voto PSD não fico nada chocado com a situação. Ficaria muito mais chocado se o visse numa lista do PS. Aquilo que Fernando Nobre defende e a sua prática de honestidade e de entrega não é de todo compatível com o bando de malfeitores que é o PS de hoje.

No PSD o líder parece estar a mudar cabeças e formas de fazer as coisas. Se isso é um sinal de renovação, então é um bom sinal e aplaudo-o.

O mais provável é que não vote no PSD, apesar de Fernando Nobre estar como cabeça de lista. Mas gostaria que um grupo de independentes competentes fizesse parte de um futuro Governo.

Esta mudança nos nossos arreigados esquemas mentais resulta do marcado sectarismo que caracteriza a política portuguesa desde o 25 de Abril. Muito poucos olham para isto como uma forma possível de sair deste impasse que o sistema político português criou.

Preferem insultar, chorar baba e ranho e ser pura e simplesmente malcriados do que pensar durante 5 minutos no que um gesto como estes pode representar de renovador.

Este povo passa a vida a clamar por mudança e não se mexe um centímetro para mudar a forma de ver as coisas. Passa o tempo a chamar nomes aos políticos e aos seus vícios mas não concebe deixar de votar no partido de toda a vida. Gritou até perder o fôlego contra Sócrates e contra o clientelismo e corrupção, mas nas sondagens dá-lhe 33%.

Afinal que povo é este? Aquele que não emigra, que não muda e que não consegue ver um palmo à frente do nariz?

É o povo que produziu Sócrates e o chico espertismo nacional. Que gosta de ser fazer passar por importante alardeando títulos ou dinheiro. Que corta nos alimentos mas continua a querer mostrar o carro que não está ainda pago.
Estes políticos são o resultado deste povo. E se os políticos não mudam é porque este povo gosta das coisas como estão.
Queremos mudar tudo... mas nada de muito drástico meus amigos. A "estabilidade" é um valor acima de todos os outros.

Portugal é afinal um especialista em anunciar mudanças de fundo sem nunca mudar nada. Veja-se o que aconteceu nestes últimos 6 anos e tente-se perceber como é que o partido que  deu o golpe de misericórdia neste país ainda tem mais de 30% nas sondagens.

Queremos mudanças? Queremos mentes independentes? Não, não queremos. A maioria dos portugueses quer é continuar a mamar na teta do Estado, a pedir favores para empregar um familiar.
Mérito? O que é isso? Competência? Vade retro.
O que interessa é fingir que se trabalha, ter um ar ocupado e dizer desesperado ao fim de uma hora de reunião - hoje estou farto de trabalhar.

Preso por ter cão, preso por não ter

O dia de hoje não foi muito fértil em novidades.

Mas houve uma realmente relevante. Fernando Nobre será cabeça de lista do PSD por Lisboa e candidato a Presidente da AR.

Nada mais nada menos que a 2ª figura da hierarquia do Estado

Há muita gente indignada com esta opção e eu não consigo perceber muito bem porquê.

O facto de ele ser um independente e o facto de Passos Coelho o aceitar como tal só prestigia um e outro. Claro que no seguimento das atitudes de Alegre que se julgou durante uns tempos dono de 1 milhão de votos, esta tomada de posição de Nobre pode parecer estranha.

Mas ao contrário de Alegre ele nunca se arrogou de dono de nada, muito menos dos votos que obteve nas presidenciais.
Não se colou ao BE (ou melhor, o BE não se colou a ele) porque pensava que iria ter 1 milhão de votos de mão beijada.

Talvez a irritação de Louçã tenha a ver com o facto de Alegre estar já gasto e nutrir a secreta esperança de capitalizar com os votos de Nobre. Se calhar é isso que ele pensa que Passos Coelho fez por antecipação.

Estranho como tanta gente brada por renovação nos partidos e pela presença de personalidades independentes na vida política e depois, quando isso acontece, ficam todos enxofrados. Não existe em eleições legislativas outra forma de ser eleito sem integrar listas partidárias. O problema dos partidos é que colocam quase sempre nessas listas gente do "aparelho".

A inclusão de Fernando Nobre numa lista do PSD (ou de qualquer outro partido, já que falamos nisso) é um gesto de um desprendimento notável. É surpreendente e de louvar. Pode ser que um dia os critérios de escolha para este tipo de cargos (no governo especialmente) sejam determinados pela qualidade das pessoas e não pela sua permanência nos partidos.

Muito gostaria que num próximo governo se escolhessem os melhores, independentemente da sua cor política ou militância. Vejam bem que até não me importava de ver gente do PCP em determinados lugares. Mas Jerónimo já deixou bem claro que isso nunca acontecerá. A menos que alguém queira ser expulso do partido. E é uma pena.

Fernando Nobre vai ser alvo duma campanha difamatória de alto calibre. Mas dado o seu estofo vai-se aguentar. Disso não tenho dúvidas.

Passos Coelho surpreendeu-me pela positiva. Há qualquer coisa de pouco usual na sua forma de pensar e isso nos tempos que correm não pode ser mau.

Prefiro de longe uma forma de pensar as coisas completamente nova do que uma completamente suja como a que tivemos protagonizada por Sócrates.

A campanha eleitoral

É sem tirar nem por o período em que entramos.
Só que esta tem uma particularidade - apenas um partido.

Já assistimos ao congresso do partido único, transformado numa festa de glorificação do Líder.
As poucas vozes discordantes são relegadas para horas tardias e premiadas com assobios duma sala quase vazia.

Não há quase ninguém no PS que esteja interessado em ouvir falar de alternativas ou sequer de responsabilidades.

Durante um fim de semana de campanha todo o tempo é do PS de Sócrates. E convém realçar que é o PS de Sócrates e dos seus amigos. Almeida Santos, Silva Pereira, Edite Estrela, Mário Lino, Francisco Assis e todas aqueles que de alguma forma foram beneficiados com estes 6 anos de governação.

A campanha passa um pano sobre tudo o que foi o desvario governativo nestes 6 anos. Nada aconteceu.

Num congresso que se pretende um espaço de discussão e de troca de ideias e ideais, aquilo a que se assitiu não tem lugar.

Há algumas ausências que são significativas. Há também alguns comentários contidos de alguns dos notáveis do PS. Mas isso é a excepção. A regra é o endeusamento do Grande Líder.

Os outros partidos não se manifestaram ao longo deste fim de semana. Estão provavelmente mais preocupados com a real situação do país.
Neste momento em que e Europa nos aponta o dedo, temos um PS a querer passar responsabilidades para cima dos outros e um PR a pedir "imaginação".
A Europa olha-nos com uma enorme desconfiança. Não somos dignos de credibilidade.

Durante 6 anos os nossos representantes mentiram, omitiram e manipularam tudo o que foi possível nos encontros com os congéneres Europeus. Somos um país insignificante com um buraco financeiro muito significativo.

Sócrates empenhou o país para gerações futuras. Estafou dinheiro em plena crise como se estivéssemos em crescimento. Agora vem fingir que esteve na oposição e que a responsabilidade está com outros.

Veremos como a campanha se vai desenrolar. Mas Sócrates não pode esperar que todo o país se reveja na sua retórica falsa. A realidade é muito mais cruel.

Isto foi o que Sócrates fez desde 2005


Fonte : Luís Marques Mendes


Aqui está o paraíso na terra. E o presente não é nada comparado com o que nos deixou para o futuro. O Número de PPP's realizadas em 6 anos ultrapassa tudo o que já se fez antes. Sobretudo quando pensamos que 40.18% desse investimento foi feito em plena crise (2008/09/10).

E é no meio deste cenário de loucos que temos de pedir ajuda. Só que o governo, em plena campanha eleitoral sai de cena e deixa para a comissão o ónus de "negociar" com os partidos!!!

Admito que pessoas como os nossos governantes não precisem de se preocupar com a sua segurança financeira. Afinal ao longo de muitos anos ganharam num ano aquilo que um português médio leva 10 anos a conseguir, mas ao menos alguma decência era aconselhável.
Ao lidar com ministros da Finanças da União, não estão a lidar com os apoiantes acéfalos do congresso do PS na Exponor.
E afinal é o futuro próximo do país que está em causa.

Devia lidar-se com a conduta destes dirigentes da mesma forma que a Islândia o fez - banco dos réus.


Infelizmente somos um povo de carneiros. E a juntar a esse "temperamento" juntamos também uma profunda ignorância e falta de memória.
Somos o povo perfeito para líderes desonestos e criminosos

Este partido Socialista

É de arrepiar.

Quando perguntado a alguns delegados ao congresso quem achava que devia negociar as condições da ajuda, as respostas foram para lá de imbecis.

Desde uma senhora que disse que tinham pregado uma rasteira a Sòcrates até outras vulgaridades próprias de gente lobotomizada ouve-se de tudo.

Deixou de existir a capacidade de pensar pela própria cabeça. O congresso mais não é do que a doutrinação duma multidão acéfala tão tipica dos pregadores televisivos.

Se Sócrates berrasse por um milagre decerto que haveria gente na plateia a gritar EU! EU!

A militância partidária mais engajada não é brilhante em nenhum partido, mas o que vemos do PS é um grupo de fanáticos de um clube de futebol. Parece um gang que tudo diz e tudo fará para agradar ao líder.

À sua volta reunem-se uns quantos "intelectuais" que abraçam o líder e que não se cansam de enaltecer as suas qualidades.
A quantos não custará profundamente bajular um tipo que toda a vida viveu de esquemas para subir?
Gente academicamente superior a ter de prestar vassalagem a alguém cuja única "qualidade" é não ter qualquer barreira moral? Apenas porque eles lhes "deu" uma fatia do poder.


Mentir, manipular, e adulterar a realidade são as únicas coisas que parece fazer bem. Ver um Vitorino um Assis e outros infinitamente melhores que Sócrates a servirem de tapete é profundamente triste.

Até Alegre voltou para defender aquele de quem disse as piores coisas aquando da sua aproximação ao BE.

Entre os acéfalos os medrosos e os merdosos, este PS não tem nada. Não tem verdade, não tem objectivo, não tem honestidade sequer.

Transformou-se na cloaca de Sócrates.

A importância do número 4

A aprovação do PEC IV tinha sido a salvação para todos os males.

Já não vinha o FEEF, não havia crise política, as vacas continuavam a dar leite e seriamos felizes mais 2 meses...

O facto de o PEC ser a 4ª versão para resolver 3 tentativas falhadas, incluindo o falhado orçamento parece não entrar na cabeça de ninguém.

Um orçamento aprovado no fim de 2010 tem de ser suplementado em Março com um PEC apos 2 meses de "fabulosa" execução orçamental.

E o mais belo de tudo é que nos tentaram vender a ideia de que estava tudo bem e esse PEC era só por uma questão de "segurança".

Pelos vistos desde essa altura passou de ser um mero suplemento a ser a nossa salvação. Se afinal fosse um suplemento era isso mesmo, um suplemento.
Se não for isto indiciador de mais uma aldrabice não sei o que será.

Tal como é um perfeita aldrabice que esse plano resolvesse os nossos problemas. A 4 de Março representantes da banca já tinham dito que não havia volta a dar. Não era com IVA a 23% no leite com chocolate que iamos lá.
Os políticos Europeus são na sua paior parte estúpidos e tão incompetentes como os que temos cá, mas há gente neste mundo a saber o suficiente de economia e a saber fazer contas para perceber que isto não ia a lado nenhum com estas medidas absurdas umas em cima das outras.

Naquilo que é fundamental não se toca. Naquilo que é um sorvedouro de milhões e milhões nunca se pode tocar.E nem falo dos incompetentes bem pagos que andam à volta do poder. Falo mesmo no dinheiro que eles gastam em imbecilidades totais e na sua mais que comprovada incompetência na gestão.

E perante estes factos querem fazer-nos crer que o PEC IV é que era o definitivo?
Este governo parece um drogado a ressacar. É sempre desta. Só precisa desta dose e depois larga. E francamente merece tanta credibilidade como um drogado.

Enquanto isto, vai insistindo em obras faraónicas e vai pagando dezenas de milhões por elas. Incompletas. E que assim vão ficar durante uns bons anos.

Sócrates pensou que se safava com a estratégia. Meteu judiciosamente no PEC IV medidas que SABIA que o PSD nunca iria aceitar, porque as tinha já recusado no OE, e esperou que se o governo caísse por causa disso, poderia sempre culpar a oposição.
E calculou que até às eleições o país se safava.
Mas a banca já fartinha de avisar e de comprar dívida pôs um fim à brincadeira. Fechou a torneira e forçou-o a fazer aquilo que ele bem sabia ser inevitável: pedir ajuda.

Hoje no discurso do congresso parecia que estávamos a ver alguém que esteve na oposição durante 6 anos. Alguém que lutou contra o desbaratar do Estado Social levado a cabo pelo PSD e CDS. Assistimos à burricada socialista a aplaudir de pé. Assistimos a um bandalho como Almeida Santos a defender princípios de esquerda como se essa fosse sequer a sua prática estes anos passados.
Assistimos a uma ópera bufa aplaudida pelos militantes do PCUS.

Pergunto-me como é que tudo isto é possível e em que país vive esta gente. E sobretudo que espécie de povo eles pensam que vive aqui.

A gente que vive aqui sabe que viria o PEC V e o VI e sabe-se lá mais o quê. E que no fim viria o FEEF desse lá por onde desse. E sabe que teríamos de aturar este governo incompetente mais uns meses.

Abençoada a hora em que Sócrates, planeando ou não, se demitiu. Abençoada a hora em que passou a ser um zombie governativo.

Só quero ver agora é se ele espera fazer uma aliança com o PCP e o BE ou se pensa fazer uma aliança com o outro lado do espectro político.

Duma coisa eu tenho a certeza. Com ele o PS não fará alianças com ninguém. Ninguém quer para parceiro um aldrabão certificado. Ou o PS se livra dele ou vai ao fundo com ele.

E convenhamos que este ultimo cenário nem era nada desagradável.

Cronologia do Zé

O Zé empata túneis

O Zé é fixe

O Zé é de esquerda

"O Zé faz falta"

O Zé é eleito

O Zé vende-se

O Zé é pedante

O Zé é um ditadorzeco do "gosto"


Pois é Zé.
Sempre achei que a volta que deste pela esquerda chique era apenas uma forma de por os fundilhos num lugar onde pudesses forçar os outros a aceitar a tua visão das coisas.

Agora deixamos de lutar pelas grandes causas e passamos a preocupar-nos por menus de formato A4 e porta guardanapos de aço Inox.

Não fosse isto ao nível da demência digna dos grandes e alucinados ditadores, era digno de riso até às lágrimas.

E diz bem do grau de tolerância de alguém que foi eleito para um cargo público. Chapéus de sol de pano cru, toalhas de mesa de cor única, menus de formato A4 e porta guardanapos de aço inox.

Mas há aqui graves omissões. Os talheres são como? E os pacotes de açúcar? E o que dizer das cadeiras?

Mas falta talvez o mais importante


Camarada, onde estão os uniformes?

Passamos então à ditadura do bom gosto. Esperem até o Zé começar a definir a forma como os prédios podem ter flores nas janelas ou a forma como os cidadãos têm de se vestir.

O poder corrompe mesmo. Quando estava de fora a tentar entrar era "um cidadão" preocupado com Lisboa.
Hoje é só mais um a decretar medidas dignas de um louco.

O Zé faz tanta falta como uma praga de piolhos.

Ora aí está

Sócrates, o fulano que bateu no fundo e continuou a escavar.

Até nestes momentos "patrióticos" se percebe o desonesto que este indivíduo consegue ser. Na sua comunicação ao país lá voltou a dizer que se fosse o PEC IV reprovado pela maioria parlamentar nada disto teria acontecido.

O fulano que nos trouxe kilómetros ao longo de 6 anos sempre a caminhar em direcção ao abismo, culpa agora outros por aquilo que ele diz ser o último passo.

É caso para perguntar se apenas há um ano atrás não estaríamos em situação de fazer o retrocesso, não fosse a cegueira e a mão cheia de certezas que ele sempre demonstrou.
Mesmo num governo minoritário sempre teve o apoio suficiente para poder inverter o crescimento da despesa do Estado, de não fazer contratos ruinosos em parcerias, de não estourar dinheiro que não tínhamos num TGV para lado nenhum.

Sempre usou o argumento da imprescindibilidade das medidas que apresentava para salvar o país. E sempre o enterrou um bocadinho mais.

Mesmo com um PEC IV, apresentado da forma que foi, fazendo tábua rasa do que acordou com o PSD, chantageou tudo e todos a aceitar o copo de cicuta que lhe estava a apetecer dar de beber aos outros.

Hoje Portugal está enterrado até ao pescoço, besuntado com mel à espera das formigas. Foi ele que escavou o buraco e que compactou a terra. O coveiro nacional.

Ele e a corja súcia que o acompanha já descobriu a tecla na qual vai bater durante a próxima campanha

Ai se não fosse o chumbo do PEC IV...
Pois se não fosse o chumbo, seria o PEC V e o orçamento de 2012 e o PEC VI etc etc. Até o resgate ser muito maior e ter os bancos a entrar em colapso.


Li  hoje declarações de alguns políticos a culpar a banca por terem concertado a posição de não comprarem mais dívida do Estado.

Quero lembrar esses "políticos" que esses bancos têm responsabilidades para com clientes que lá depositaram todas as suas economias e que esperam que elas lá estejam para que quando um dia precisarem delas, porque o governo e o estado Social foi devastado, tenham uma forma de sobreviver.

Preferia esta esquerda apalermada e utópica que os aforradores de uma vida ficassem sem nada? Para satisfazer as suas ânsias de soberania que nunca fizeram nada para defender?

Que ficassem expostos a activos tóxicos (dívida soberana) quando não o estiveram com a crise de 2008?

No meio da estupidez de uns e da cegueira de outros colocaram 10 milhões de portugueses na vexante posição de ter sido ajudados 3 vezes em 34 anos de democracia.

Portugal vive numa situação económica ficticia desde 1974. À custa de se endividar. Fazendo obras que não são fundamentais para que sucessivos primeiros ministros sejam associados à sua realização.

Nos ultimos seis anos a dívida disparou. Obra feita haverá com certeza. Era fundamental? Talvez não. Foi paga pelo seu justo preço? Seguramente que não.

Muito poucos enriqueceram muito com a mama estatal. Enriqueceram políticos, empresas do regime, amigos de políticos, familiares de políticos etc etc.
Nas empresas públicas deficitárias deram-se compensações a dirigentes que não se dão aos de um empresa privada de sucesso. Tudo à custa do contribuinte e do endividamento.

Construiu-se à parva e deu-se crédito a 120% a gente que hoje não pode pagar.
A empresas que não vendem os apartamentos. A construção civil bateu na parede. E segundo Cavaco Silva era a "indústria" mais importante do país.
As autarquias adoraram, a imaginar o IMI que isso significava e o Estado com o IMT (ou a extinta sisa) que daí vinha.

Feitas bem as contas, esses apartamentos devolutos de luxo de semi luxo e rascas são propriedade de bancos alemães e espanhóis.
As empresas também directa ou indirectamente. Já agora também os bancos...
Foi assim que se lixou a soberania. Não foi desde o dia 23.

Mas enquanto mamavam pouco estavam ralados com a venda a retalho do país a quem nos emprestava dinheiro.

E para os senhores políticos tão chocados com a atitude da banca, sugiro-lhes que agarrem no dinheiro do partido e o emprestem ao primeiro caloteiro que lhes bater à porta a pedir emprestado. Sem juros de preferência.
Porque essa coisa de ganhar dinheiro com empréstimos é uma coisa de "direita".

Mas que enorme corja de f***** da p***!!!
(desculpem-me mas não posso evitar. Cheguei ao limite com esta nojeira)

A oposição interna

Carrilho desanca Sócrates todos os dias em que tem oportunidade.

Ele dá voz aquilo que muitos pensam e não se atrevem a dizer. Apenas se atrevem os que não são do PS.

E é aí que reside a diferença. Carrilho é do PS e ainda que se lhe possa apontar que isto possa ser uma vendetta pela sua saída do cargo de embaixador também é verdade que a análise é duma lógica irrepreensível, ou não fosse ele filósofo.

Não gosto da atitude muito nacional que os inimigos dos meus inimigos meus amigos são, mas tenho de reconhecer que não vejo qualquer lucidez de análise noutros Socialistas. Veja-se o caso de Almeida Santos ou de Carlos César.

Não sei o que é que apareceu primeiro, a galinha ou o ovo, ou por outras palavras, se foi a critica de Carrilho que lhe valeu o lugar ou se a saída do lugar causa a critica agora, mas se tivermos de olhar para quem conhece melhor o personagem, então teremos de olhar para quem priva ou privou de perto com ele.

Não gosto nada de Carrilho como político. Deu mostras de um carácter mais que duvidoso nas eleições autárquicas. Culpou o PS dessa altura (que não é muito diferente do de hoje) pela falta de apoios.
Acusou tudo e todos pela sua derrota. Na verdade a culpa deve ser integralmente dele. Não é simpático, não é o tipo de individuo de fazer alguma coisa de relevante e o seu curriculo governativo não é inspirador de muita confiança.
Mas uma coisa ele é: Filósofo.
E quanto a isso está uns pontos bem acima da maioria dos cretinos acéfalos do PS de hoje. Nem cultos nem filósofos nem competentes. Sabem apenas baixar a cabeça em veneração a um déspota de meia tigela que sem o poder não é nada.

Henrique Neto também descreveu um cenário de absoluto controle do PS pela parte de Sócrates e dos seus amigos, onde mais uma vez se inclui Almeida Santos, e Henrique Neto não está numa posição delicada para ser ouvido como está Carrilho. A sede do poder e pelas coisas que o poder traz são descritas por Neto como o dia a dia deste PS em que a critica interna foi silenciada e qualquer posta em causa do líder esbarra com os "porteiros" da casa. Mais cedo ou mais tarde esses militantes são relegados à posição de militantes de base.

Posso imaginar que Carrilho, agora sem necessidade de lealdade à liderança do PS, tenha tido algum rebate de consciência e tenha resolvido dizer aquilo que vai na cabeça de muitos. Ela já nada tem a perder. Assim como assim mais vale ser fiel às suas convicções.

Hoje até Assis defendia a ajuda da UE ao contrário de seu obstinado líder. Será uma estratégia combinada ou será já um posicionamento para um PS em que se possa confiar para um governo de base política alargada?

Uma coisa é certa. Neste momento o PS precisa de encontrar alguém que seja um substituto do líder em queda.
Sócrates não sobreviverá a uma derrota. Quando se vai a jogo com todas as fichas é a glória ou  a bancarrota e Sócrates já passou o seu momento de glória há muito tempo.

O mentiroso

É difícil encontrar alguém que tenha as características do nosso primeiro ministro demissionário.

Estranhamente ainda tenho de encontrar uma que seja boa. Alguns dizem que a sua determinação é uma delas.

Mas só se a determinação estiver ligada a uma série de outras qualidades. O que não é o caso.

Podemos dizer que Al Capone era um tipo determinado. Mas a verdade é que essa determinação era posta ao serviço das suas acções criminosas que custaram um número muito respeitável de vidas.

Não estou a falar de coisas comparáveis, até porque Sócrates nunca suja as mãos. Prefere que sejam os outros a sujá-las e tem à sua volta uma corja de sabujos que alegremente se sujam em vez dele.

A sua característica mais evidente é a mentira. O homem é um mentiroso sem paralelo.
Não só o fez para subir ao poder, como vem mentindo descaradamente a todo o país acerca da verdadeira situação e do papel que ele próprio desempenhou para se chegar a esta situação.

Mente ao responsabilizar os outros pela situação. mente ao dizer que o país tem forma de sair dela sem recorrer a ajuda externa. Mente aqueles com quem fez acordos no passado (assumia-se que fossem acordos de cavalheiros) ao dizer fora das reuniões o contrário do que lhes disse.

Mente à imprensa ao dizer que não se falou de um empréstimo intercalar no conselho de estado.

Já Passos Coelho dizia que nunca mais se reunia com ele sem testemunhas. Agora Bagão Félix acusa-o directamente de mentir acerca do teor das discussão no Conselho de Estado.

Isto só é possível porque em política existe um certo prurido em chamar os bois pelos nomes. Não se diz mentira, diz-se inverdade. Não se diz aldrabice nas contas, diz-se diferentes critérios etc etc.

Sabendo isto, Sócrates acha que os outros vão ter alguma dificuldade em ultrapassar a barreira do "politicamente correcto" e não o irão contradizer ou pelo menos terão algum pejo em expô-lo como um mentiroso. Barreiras essas que ele não tem problemas nenhuns em ultrapassar. E é isso que deixa os outros políticos completamente surpreendidos e incrédulos.

Mas o problema de Sócrates é que a sua mentira é tão enorme e tão constante que "os outros" já perderam completamente a vergonha e não hesitam passar essa barreira. Sócrates é um mentiroso. E são vários os exemplos em que outros colegas políticos não hesitam em dizê-lo.

Do ponto de vista dos políticos do PS isto é entendido como um abaixamento de nível. Do ponto de vista de quem está de fora isto é apenas a confirmação do que já se sabia.
No PS desdobram-se em apelos a um discurso "elevado". Não há nada mais penoso para o PS do que trazer-se a questão da absoluta desonestidade de Sócrates constantemente à baila. É algo que eles preferiam esquecer.

Mas a mentira não é o único atributo deste nosso desgraçado político. Da mentira decorre uma outra série de atitudes. A teimosia em persistir com as mentiras é também uma característica marcada deste indivíduo.
A teimosia em não solicitar a ajuda externa tem apenas a ver com o seu objectivo de colocar todas as culpas na oposição. Para depois poder vir a terreiro culpar os próximos governantes da entrada do "FMI" como ele tanto gosta de dizer.

Prefere ver uma série de pessoas neste país sem receber os seus salários e ter algum ganho político do que fazê-lo e ter de dar o braço a torcer. A ter de ser exposto como um mentiroso completo.

Esta expectativa é algo ingénua. Não é com um último gesto de desespero que Sócrates pode apagar toda a sua miserável governação de 6 anos. Conseguirá para alguns, mas a maioria sabe bem o que teve como primeiro ministro desde 2005.
Mesmo que não houvesse políticos a dizer que ele mente acerca do que se discute à porta fechada já se sabia há muito tempo que Sócrates é mentiroso até ao núcleo. Desde a sua carreira académica até à sua passagem por lugares de governo, terminando com a sua actuação como primeiro ministro.

Os políticos são por definição mentirosos. Não fazem o que prometem, não são sinceros quando falam em nome do povo ou do país, não estão demasiadamente preocupados, ao contrário do que dizem, com o  povo que não é mais para eles do que um rebanho de vacas leiteiras.

Mas mentir a este nível nunca tínhamos visto. É talvez a pessoa mais desprovida de escrúpulos que podíamos ter como líder. Os seus objectivos pessoais não são minimamente compatíveis com os objectivos de Portugal como país.

Temos mesmo de por este fulano para trás e votá-lo ao mais absoluto ostracismo. Gente como Sócrates na política é perigosa  a ponto de a descredibilizar completamente. O que ele destruiu em 6 anos vai levar uma geração para endireitar. Deus queira que haja alguém que consiga.

Devo ser mesmo o Mr. Normal

Desde sempre achei que as minhas previsões andavam muito perto da realidade.
Não sei porquê, mas a verdade é que no meu pessimismo militante (eu chamo-lhe realismo) deve haver qualquer coisa de senso comum.

Um destes dias escrevia que tinha a percepção de que o PS iria ter um resultado nas eleições próximo daquele que o PSD teve em 2005 e que o CDS iria subir com o BE a descer.
Não me perguntem porquê. Não sei responder, mas a verdade é que "sinto" que vai ser assim.

Para enorme surpresa minha dei com um blog (Margem de Erro) em que é feita uma análise das sondagens ao longo do tempo.
E não é que a evolução aponta exactamente para isso?

Mais interessante que o gráfico, é o artigo e a explicação destes valores. Vejam aqui: Margem de Erro

Uma realidade paralela

Posso ser eu que não ando a tomar medicação. Ou pode ser que vivamos numa sociedade em que a estupidez mais completa se sobrepõe à lógica e à racionalidade.

Alguma destas coisas tem de ser.

Só posso concluir isto quando vejo uma notícia de subida dos juros da dívida soberana e logo a seguir vejo comentários a imputar ao Pedro Passos Coelho, Paulo Portas, Jerónimo de Sousa e Louçã a responsabilidade da subida dos juros da dívida.

Só posso acreditar que esse discurso venha de gente descerebrada na qual o discurso nojento dum PS em decadência produz resultados.

Sim, é verdade. Há gente que por uma manifesta falta de treino, não consegue usar o cérebro e prefere repetir como um papagaio  tudo o que o líder deita cá para fora, por muito nojento e demagógico que seja.



Se olharmos para este gráfico é imediatamente aparente que o aumento da despesa do Estado que estava num valor abaixo dos 7 mil milhões em 2005 disparou para mais de 9 mil milhões em 2010.
Quando visto ao lado do sector empresarial do Estado, em que a dívida aumentou desmesuradamente é caso para perguntar para onde raio foi esta despesa feita?

O curioso de tudo isto é que esta informação é acessível pelo público e muito mais pelas agências que avaliam o risco das economias Nacionais.
E não só parecem saber bastante mais que Teixeira dos Santos como, de certeza, sabem mais que o vulgar comentador de jornal.
E é com este "retrato" infame da nossa economia que acham que Portugal tem um nível de risco elevadíssimo para contrair dívidas adicionais. O aumento da taxa de juro é um "seguro" para uma eventualidade de default.

Do ponto de vista de racionalidade esta é uma situação absolutamente indesmentível. Os "mercados" não são exactamente uns tipos com um ar conspirador e chapéus pontiagudos reunidos numa cave escura a planear a destruição de países.
Não precisam de ser. Países como o nosso auto destroem-se. Não precisam de ajuda.

E espiral de gastos que enriqueceu muito boa gente que vive à conta do Estado (e não estou a falar daqueles que trabalham para o Estado) o que fez florescer fortunas enormes nos últimos anos sem qualquer razão aparente.
Essas fortunas fizeram-se em grande medida à custa de endividamento externo. Todas as empresas do regime, todas as mordomias inexplicáveis de gente que "vive" no sistema delapidou o país de recursos que deviam ter sido muito melhor gastos.

Claro que o PS vai querer dizer que a responsabilidade de tudo isto é dos partidos da oposição que no dia 23 puseram Sócrates no seu devido lugar.

Mas a verdade é que a responsabilidade é do primeiro mandato de Sócrates. Alguma vem também detrás, dos governos Guterres. Apesar de tudo Cavaco, ainda que tenha feito muita asneira com os fundos de coesão, não transformou o país em "lixo". O nível de dívida e de despesa que ele deixou foi incomparavelmente menor. A economia tinha algum crescimento, ainda que muito dele correspondesse quase directamente às verbas da CEE.

Mas a génese disto que vivemos começa verdadeiramente com Guterres e com os que se lhe seguiram.

Sócrates levou isto ao limite. Desde 2005 o declive da curva é arrepiante.

Querer branquear isto é algo que se espera do PS. Num partido que já deixou de ser sério há muito tempo não é de esperar que reconheçam um bocadinho de culpa da situação.
Mas o que surpreendente é que a maior parte dos papagaios nem sequer consegue (ou não quer) fazer uma análise da informação que lhes chega todos os dias.
Estão para ali virados e repetirão o que o líder disser nem que seja a coisa mais imbecil da história.

Vivem num mundo paralelo em que a realidade e a ficção estão trocadas. Vivem num mundo em que se vota sempre no mesmo faça ele o que faça.
É a beleza da saber liderar as "multidões". Vai haver sempre uma mão cheia de tolos que seguem a direcção que lhes for apontada. Se juntarmos a estes aqueles que viveram lindamente desde há uns anos com o pinga pinga estatal teremos uma percentagem considerável que irá votar PS.

Mas aqueles que vivem do seu trabalho sem qualquer ligação política e que sentem já uma degradação nas suas condições de vida pensam de outra maneira. E com esses o PS não pode contar. Não estou a dizer que todos eles sejam intelectualemente brilhantes, mas pelo menos conseguem perceber no meio de todo o ruído que há um partido e um líder que são responsáveis dos últimos 6 anos de desgraça.
Ainda que a crise internacional tenha tido responsabilidade (e teve) não deixa de ser grave que um Governo absolutamente negligente e mentiroso tenha evitado fazer aquilo que era preciso fazer para estancar o problema.
Sócrates ficará para a história como o 1º Ministro e Ministro das Finanças mais incompetente que Portugal já viu e Teixeira dos Santos, secretário de Sócrates, ficará para a história como o mais ignóbil pau mandado que Portugal já teve.

Se querem ler mais acerca da nossa dívida vejam aqui: DÍVIDA EXTERNA CONTINUA A CRESCER

Carris - o transporte público é fraco... mas o privado é excelente

Não me choca que em determinadas posições se tenham alguns benefícios inerentes ao lugar. Mas isso faz sentido em empresas que pelo menos não tenham prejuízos.

É um bocado difícil de defender que numa altura em que há uma necessidade de contenção de gastos, se assista a situações destas. Uma empresa cronicamente no vermelho não pode dar-se ao luxo de fazer coisas destas.

Se esta administração conseguisse melhorar a situação anterior ainda se podia imputar algum do sucesso á equipa executiva. Mas a verdade é que a situação se agravou ainda mais em 2010.

Para conter os gastos cortou-se em carreiras existentes ao mesmo tempo que se tratou de "arranjar" uns carrinhos novos para a administração.

Fico passado quando me dizem que foi tudo  “em cumprimento escrupuloso do determinado pela Comissão de Fixação de Vencimentos”.
Não é uma questão de legalidade. É uma questão de moralidade, vergonha, ética e capacidade de perceber que TODOS estamos (ou devíamos estar) a fazer algum sacrifício.

Os "interessados" estarão seguramente de consciência tranquila. Mas não deviam estar. Este tipo de situações é imoral. E é-o mais ainda porque estes "executivos" parecem não demonstrar qualquer competência que justifique prémios, benesses e aumentos.
Deviam ser pura e simplesmente corridos e substituídos por alguém com um mínimo de capacidade de gestão. Ou simplesmente alguém com um mínimo de vergonha.
"O relatório de contas da Carris de 2010, citado pela edição de hoje do “Correio da Manhã”, indica que o presidente da Carris, José Manuel Silva Rodrigues, e os vogais da administração Fernando Jorge Moreira da Silva, Maria Isabel Antunes e Joaquim José Zeferino receberam as quatro viaturas das marcas Mercedes, Audi e BMW no ano passado. A acrescentar a esta lista há a viatura da também administradora Maria Adelina Rocha, que conduz uma viatura paga pela empresa desde 2008.

Ao diário, a Carris indicou que os veículos foram “alugados em substituição de viaturas entretanto abatidas” e que “todas as viaturas estão regime de ALD [Aluguer de Longa Duração]”. De acordo com a empresa, o “valor mensal das rendas pagas, para as cinco viaturas, em 2010, foi de 4514 euros”, incluindo manutenção e seguro. O valor comercial das viaturas ronda os 176 mil euros. A empresa sublinha que o aluguer foi feito “em cumprimento escrupuloso do determinado pela Comissão de Fixação de Vencimentos”.

Esta semana foi divulgado que os capitais próprios da Carris estão negativos em 776,6 milhões de euros e que a administração da empresa pública teve um aumento nos vencimentos em 2010. O resultado líquido da Carris foi novamente negativo no ano passado, agravando-se para 42,3 milhões de euros.

Quanto aos custos com pessoal, a administração da Carris recebeu um total de 420.556 euros em 2010, traduzindo-se num aumento nos vencimentos dos cargos de topo de quase 33 mil euros em comparação a 2009, apesar dos cortes salariais decididos na administração pública. O presidente da Carris aufere mensalmente 6577 euros brutos. Cada vogal da administração 5727 euros."

Fonte: Público

O governo em modo gráfico

Arrepiante.
É a única forma de descrever o que se passou estes últimos seis anos.

E ontem tivemos o pau mandado mor a debitar disparates da TV e a afastar qualquer responsabilidade passada e futura.

Palavras de Teixeira dos Santos que provavelmente voltará a "ensinar" na Faculdade do Porto.
“Um pedido de ajuda obriga a compromissos. (…) Este Governo não tem legitimidade, nem condições, nem credibilidade para ter a confiança das entidades externas que nos possam ajudar”
“neste momento a única pessoa que pode assumir compromissos em nome do país é o senhor Presidente da República”.


Divida Pública (%PIB)


 Divida das empresas públicas (%PIB)

Consumos intermédios do Estado (%PIB)

Consumos intermédios do Estado (Euros)

Endividamento das empresas %PIB

Fonte: Desmitos

Um programa de governo

O PS parece-se com um miúdo à frente dum piano.
Começa por tocar várias teclas mas subitamente há uma cujo som lhe agrada mais. E desata a bater nessa tecla até se cansar e voltar a percorrer o teclado.

O processo repete-se incessantemente até que farto do ruído, ou até que outros fiquem fartos do ruído, para.

Uma das últimas (e o conceito de recente é uma questão do horas) é a falta de um programa de Governo por parte do PSD.

Estranha esta obsessão, uma vez que na oposição ao PS estão pelo menos 4 partidos. Mas há qualquer coisa de mórbido nesta fixação do PS.

Seja então o PSD.

Todos os dias sabemos de mais um buraco desgraçado que se abre neste país desgraçado. A Carris, a REFER, CP etc, o metro do Porto, o pagamento de juros etc etc.

Um sem fim de desgraças que agora aparecem à superfície e que tinham andado escondidas debaixo de sacos de dinheiro que o governo deitava silenciosamente em cima dos problemas.

A dimensão da desgraça não é conhecida de todo. O tribunal de contas não consegue perceber a situação das fundações (e falemos só das dependentes do Estado), a comissão de acompanhamento das PPP's andou a "tentar" saber alguma coisa com o Governo a sonegar informação.

Os exemplos são muitos. E existe a suspeita mais do que fundada que os casos que já existem são graves e de que existem outros de que nem sequer se sabe.

O aparelho de estado está dominado e não vai sair informação acerca da real situação cá para fora antes de um novo governo tomar posse.

Governo esse que tem de fazer um programa baseado em informação que desconhece quase por completo.

Ora se nem o PS consegue saber a dimensão da desgraça, porque muitos dos seus boys são dotados de vontade própria e capazes de fazer frente à tutela, como é que um partido que está há 6 anos fora do poder pode fazer um plano coerente?

Pode quanto muito traçar linhas gerais de orientação. Abster-se de fazer promessas socratinas e garantir que irá falar a verdade ao povo eleitor. Só isso já seria uma melhoria notável.
Mas concordo que não chega. E não é por minha causa ou por causa dos outros portugueses que nunca andaram tão mal informados com tanta informação, mas sim por causa do aproveitamento demagógico que o PS irá fazer da situação.
Quando o PS afirma que os outros partidos (neste caso referiu-se especificamente ao PSD) não estão preparados para governar, sabe isto. Sabe que sonegou a informação que agora vamos recebendo a conta gotas.
E não é por falta de capacidade das pessoas que militam em partidos da oposição. Muito pelo contrário.

Se a fasquia está ao nível de Santos Silva, Alberto Martins, Rui Pereira, Teixeira dos Santos e Isabel Alçada, qualquer macaco amestrado faria melhor. E só precisava de umas refeições de fruta e um ramo onde encostar-se a coçar os ******.
Antes tivéssemos tido uns macacos nesses lugares até agora. Era muito mais divertido e davam menos despesa.

O problema de colocar gente de qualidade nestes lugares reside em dois pontos:
Será que gente com prestígio e saber se sujeita a ser achincalhado permanentemente nestes lugares?
E se mesmo assim aceitar, será que quando chega lá não se depara com uma situação impossível?

Só há uma forma de resolver isto. Um governo com o espectro político mais alargado possível.
Dói-me dizer isto, mas é bem possível que o PS tenha de entrar nessa base alargada. O PCP nunca se comprometerá. Não é um partido de compromissos. É mais um partido de eliminar os problemas do que de resolve-los (se é que me faço entender).

Do Bloco pouco podemos esperar. Tem surfado numa onda de popularidade à custa da sua retórica contestatária, com uma base de apoio jovem e sem memória e sem conhecimento da história (mesmo da mais recente). É o mocinho com os dreadlocks e a roupinha mal amanhada que gosta de espezinhar milheirais, é a mocinha que acabou de ler umas coisas na faculdade acerca de Engels e Marx, é o revolucionário meio anacrónico de 60 anos que gosta da luta de classes (pá!) e é o académico livre pensador, confortável na sua posição universitária e com uma casa cheia de livros.
Não é exactamente o partido de onde se tire uma série de gente de qualidade. Além de Louçã, reconhecido economista, não estou a ver alguém com skills no BE para poder assumir um lugar de secretário de Estado sequer. Vai o senhor que foi médico para a pasta da saúde? O senhor dos suspensórios para os Negócios Estrangeiros? Ou vai o senhor da carapinha para a Justiça?

O único com capacidade para um determinado lugar, nunca teria esse lagar vago. E ainda por cima teria de se render à realidade - o país é mandado de fora e não há cá poder discricionário para ninguém.

Quem resta? Os 3 mais à direita. CDS, PSD e PS.
Com Sócrates? Nem pensar. Quem confiaria mais neste aldrabão profissional fosse para que pasta fosse?
Só pode ser um PS que não tem dado a cara na campanha de propaganda recente. Que possa dizer - Eu nunca disse isso. Um partido expurgado da porcaria que nele tem militado e mandado estes últimos 6 anos.

E aí, o programa do Governo também será dele. Do PS. Vamos lá ver o que é que sai dali.