A importância do número 4

A aprovação do PEC IV tinha sido a salvação para todos os males.

Já não vinha o FEEF, não havia crise política, as vacas continuavam a dar leite e seriamos felizes mais 2 meses...

O facto de o PEC ser a 4ª versão para resolver 3 tentativas falhadas, incluindo o falhado orçamento parece não entrar na cabeça de ninguém.

Um orçamento aprovado no fim de 2010 tem de ser suplementado em Março com um PEC apos 2 meses de "fabulosa" execução orçamental.

E o mais belo de tudo é que nos tentaram vender a ideia de que estava tudo bem e esse PEC era só por uma questão de "segurança".

Pelos vistos desde essa altura passou de ser um mero suplemento a ser a nossa salvação. Se afinal fosse um suplemento era isso mesmo, um suplemento.
Se não for isto indiciador de mais uma aldrabice não sei o que será.

Tal como é um perfeita aldrabice que esse plano resolvesse os nossos problemas. A 4 de Março representantes da banca já tinham dito que não havia volta a dar. Não era com IVA a 23% no leite com chocolate que iamos lá.
Os políticos Europeus são na sua paior parte estúpidos e tão incompetentes como os que temos cá, mas há gente neste mundo a saber o suficiente de economia e a saber fazer contas para perceber que isto não ia a lado nenhum com estas medidas absurdas umas em cima das outras.

Naquilo que é fundamental não se toca. Naquilo que é um sorvedouro de milhões e milhões nunca se pode tocar.E nem falo dos incompetentes bem pagos que andam à volta do poder. Falo mesmo no dinheiro que eles gastam em imbecilidades totais e na sua mais que comprovada incompetência na gestão.

E perante estes factos querem fazer-nos crer que o PEC IV é que era o definitivo?
Este governo parece um drogado a ressacar. É sempre desta. Só precisa desta dose e depois larga. E francamente merece tanta credibilidade como um drogado.

Enquanto isto, vai insistindo em obras faraónicas e vai pagando dezenas de milhões por elas. Incompletas. E que assim vão ficar durante uns bons anos.

Sócrates pensou que se safava com a estratégia. Meteu judiciosamente no PEC IV medidas que SABIA que o PSD nunca iria aceitar, porque as tinha já recusado no OE, e esperou que se o governo caísse por causa disso, poderia sempre culpar a oposição.
E calculou que até às eleições o país se safava.
Mas a banca já fartinha de avisar e de comprar dívida pôs um fim à brincadeira. Fechou a torneira e forçou-o a fazer aquilo que ele bem sabia ser inevitável: pedir ajuda.

Hoje no discurso do congresso parecia que estávamos a ver alguém que esteve na oposição durante 6 anos. Alguém que lutou contra o desbaratar do Estado Social levado a cabo pelo PSD e CDS. Assistimos à burricada socialista a aplaudir de pé. Assistimos a um bandalho como Almeida Santos a defender princípios de esquerda como se essa fosse sequer a sua prática estes anos passados.
Assistimos a uma ópera bufa aplaudida pelos militantes do PCUS.

Pergunto-me como é que tudo isto é possível e em que país vive esta gente. E sobretudo que espécie de povo eles pensam que vive aqui.

A gente que vive aqui sabe que viria o PEC V e o VI e sabe-se lá mais o quê. E que no fim viria o FEEF desse lá por onde desse. E sabe que teríamos de aturar este governo incompetente mais uns meses.

Abençoada a hora em que Sócrates, planeando ou não, se demitiu. Abençoada a hora em que passou a ser um zombie governativo.

Só quero ver agora é se ele espera fazer uma aliança com o PCP e o BE ou se pensa fazer uma aliança com o outro lado do espectro político.

Duma coisa eu tenho a certeza. Com ele o PS não fará alianças com ninguém. Ninguém quer para parceiro um aldrabão certificado. Ou o PS se livra dele ou vai ao fundo com ele.

E convenhamos que este ultimo cenário nem era nada desagradável.