O mentiroso

É difícil encontrar alguém que tenha as características do nosso primeiro ministro demissionário.

Estranhamente ainda tenho de encontrar uma que seja boa. Alguns dizem que a sua determinação é uma delas.

Mas só se a determinação estiver ligada a uma série de outras qualidades. O que não é o caso.

Podemos dizer que Al Capone era um tipo determinado. Mas a verdade é que essa determinação era posta ao serviço das suas acções criminosas que custaram um número muito respeitável de vidas.

Não estou a falar de coisas comparáveis, até porque Sócrates nunca suja as mãos. Prefere que sejam os outros a sujá-las e tem à sua volta uma corja de sabujos que alegremente se sujam em vez dele.

A sua característica mais evidente é a mentira. O homem é um mentiroso sem paralelo.
Não só o fez para subir ao poder, como vem mentindo descaradamente a todo o país acerca da verdadeira situação e do papel que ele próprio desempenhou para se chegar a esta situação.

Mente ao responsabilizar os outros pela situação. mente ao dizer que o país tem forma de sair dela sem recorrer a ajuda externa. Mente aqueles com quem fez acordos no passado (assumia-se que fossem acordos de cavalheiros) ao dizer fora das reuniões o contrário do que lhes disse.

Mente à imprensa ao dizer que não se falou de um empréstimo intercalar no conselho de estado.

Já Passos Coelho dizia que nunca mais se reunia com ele sem testemunhas. Agora Bagão Félix acusa-o directamente de mentir acerca do teor das discussão no Conselho de Estado.

Isto só é possível porque em política existe um certo prurido em chamar os bois pelos nomes. Não se diz mentira, diz-se inverdade. Não se diz aldrabice nas contas, diz-se diferentes critérios etc etc.

Sabendo isto, Sócrates acha que os outros vão ter alguma dificuldade em ultrapassar a barreira do "politicamente correcto" e não o irão contradizer ou pelo menos terão algum pejo em expô-lo como um mentiroso. Barreiras essas que ele não tem problemas nenhuns em ultrapassar. E é isso que deixa os outros políticos completamente surpreendidos e incrédulos.

Mas o problema de Sócrates é que a sua mentira é tão enorme e tão constante que "os outros" já perderam completamente a vergonha e não hesitam passar essa barreira. Sócrates é um mentiroso. E são vários os exemplos em que outros colegas políticos não hesitam em dizê-lo.

Do ponto de vista dos políticos do PS isto é entendido como um abaixamento de nível. Do ponto de vista de quem está de fora isto é apenas a confirmação do que já se sabia.
No PS desdobram-se em apelos a um discurso "elevado". Não há nada mais penoso para o PS do que trazer-se a questão da absoluta desonestidade de Sócrates constantemente à baila. É algo que eles preferiam esquecer.

Mas a mentira não é o único atributo deste nosso desgraçado político. Da mentira decorre uma outra série de atitudes. A teimosia em persistir com as mentiras é também uma característica marcada deste indivíduo.
A teimosia em não solicitar a ajuda externa tem apenas a ver com o seu objectivo de colocar todas as culpas na oposição. Para depois poder vir a terreiro culpar os próximos governantes da entrada do "FMI" como ele tanto gosta de dizer.

Prefere ver uma série de pessoas neste país sem receber os seus salários e ter algum ganho político do que fazê-lo e ter de dar o braço a torcer. A ter de ser exposto como um mentiroso completo.

Esta expectativa é algo ingénua. Não é com um último gesto de desespero que Sócrates pode apagar toda a sua miserável governação de 6 anos. Conseguirá para alguns, mas a maioria sabe bem o que teve como primeiro ministro desde 2005.
Mesmo que não houvesse políticos a dizer que ele mente acerca do que se discute à porta fechada já se sabia há muito tempo que Sócrates é mentiroso até ao núcleo. Desde a sua carreira académica até à sua passagem por lugares de governo, terminando com a sua actuação como primeiro ministro.

Os políticos são por definição mentirosos. Não fazem o que prometem, não são sinceros quando falam em nome do povo ou do país, não estão demasiadamente preocupados, ao contrário do que dizem, com o  povo que não é mais para eles do que um rebanho de vacas leiteiras.

Mas mentir a este nível nunca tínhamos visto. É talvez a pessoa mais desprovida de escrúpulos que podíamos ter como líder. Os seus objectivos pessoais não são minimamente compatíveis com os objectivos de Portugal como país.

Temos mesmo de por este fulano para trás e votá-lo ao mais absoluto ostracismo. Gente como Sócrates na política é perigosa  a ponto de a descredibilizar completamente. O que ele destruiu em 6 anos vai levar uma geração para endireitar. Deus queira que haja alguém que consiga.