Zap, zzuut, zilch

Abordagem radical.

Muda o governo e limpa-se toda a informação dos PC's dos funcionários que já lá estavam e irão continuar. Corta-se o acesso à Internet, talvez para evitar que saia alguma informação e começa-se de novo.
Como se nada existisse antes.

Foi isto que aconteceu no Ministério da Economia e das Finanças dias antes da tomada de posse do novo Governo.
Uma operação sistemática de limpeza de informação foi ao ponto de eliminar todos os emails profissionais da rede restrita chamada RiNG.

Nas finanças, houve inclusivamente recolha física de equipamentos.

Eu diria que perante uma operação tão sistemática de obliteração de informação, alguém não quer que alguma coisa venha a lume.

Para quem quer assegurar uma continuidade isto é no minímo altamente limitador desse objectivo.

O contraste com o caso recente dos emails de Sara Palin (ex- Governadora do Alasca) são evidentes. Ao abrigo do Freedom of Information Act todos os emails trocados num contexto profissional ou mesmo pessoais que tenham usado os sistemas do Estado são obrigatoriamente preservados e potencialmente revelados.

Aqui a transparência parece ser um conceito verdadeiramente alheio a esta gente. Pode até ser que isso seja a prática corrente dos vários Governos, mas não devia ser.

Seja como for, uma atitude destas não revela nada de bom e pode muito bem ser interpretada como uma forma de apagar o "rasto" de coisas menos recomendáveis.
Se fosse apenas por uma questão de confidencialidade, os funcionários permanentes destes ministérios estão obrigados a respeitá-la. Isto é muito mais do que uma simples rotina.

Saiba mais aqui: Jornal i

Pimba.... Aí está a prenda de Natal

Não me agrada nada. A mim e a ninguém com toda a certeza.

Mas era mesmo inevitável. Depois do belo número que o INE deitou cá para fora ontem já era de esperar que a fantástica execução orçamental do 1º trimestre tão publicitada de formas ínvías pelo ex-Governo desse este tipo de resultado.

Claro que agora aparecem á superfície todos aqueles que apontam já ao PSD e ao CDS a responsabilidade desta desgraça. A desgraça de verem 50% do subsidio de natal reverter para o Estado.

Mas esquecem-se doutra desgraça. Os 7.7% que nada têm a ver com eles. São os belos resultados da gestão socialista no 1º trimestre do ano.
Usando informação manipulada, claramente apontada por muitos especialistas à medida que os números iam saindo, foram dando a ideia que tinham o monstro sob controlo. Não tinham, obviamente. Já em Abril isto era evidente.

Mas sabiam que se mentissem pareceria que o tinham controlado deixando o odioso para quem viesse a seguir. E conseguiram. O governo vai agora fazer um papel verdadeiramente ingrato: Assumir a tarefa de endireitar o que os outros pura e simplesmente destruiram.

A vergonha que foi o discurso de Sócrates dizendo o que não ia acontecer mais não era do que um adiamento do inevitável para quando ele já não tivesse responsabilidades. E ele sabia que seria virtualmente impossível continuar no poder. Se o acaso o tivesse colocado de novo no poder, poderíamos esperar isto e muito pior.

Poderíamos esperar isto e mais um chorrilho de mentiras e de desperdício sem fim.

Custa-me o que nos vai acontecer, quer do ponto de vista material quer do ponto de vista moral. Custa-me que alguém que foi eleito não enganando ninguém tenha agora de passar pela fase de ser apontado a dedo porque só endireitou o que os outros destruiram.

Um gestor novo que chega a uma "empresa" falida e tenta salvar o que ainda se pode salvar, ficando com a fama dos despedimentos, da contenção e de todos os sacrifícios.
O anterior sai ileso deste julgamento e dentro de 4 anos só se lembrarão deste. Que provavelmente deixará a situação muito melhor do que a encontrou.

Não tenho dúvidas que daqui a 4 anos, os partidos do governo vão ouvir esta argumentação pouco séria em campanha eleitoral dos mesmo que lhe puseram isto nas mãos. O povo tem memória curta e selectiva. É também motivado por partidarite e cegueira.

Só espero que este esforço não seja em vão. Afinal já somos "esforçados" há 6 anos e o resultado foi nulo. Ou pior, o resultado foi uma desgraça. Agravou-se com o desperdício de todos os cêntimos retirados à população em impostos agravados e mais qualquer coisa emprestada pelo estrangeiro.

Tenho imensa pena que isto nos aconteça mas tenho a convicção que com Sócrates e a sua linha autista e incompetente seria muito pior

7.7%

Deitaram o número cá para fora.
Depois de uma execução orçamental em que, afirmava o governo, até tínhamos folga, os números oficiais dizem que afinal estamos só 1.8% a mais do que aquilo que será o alvo no final do ano.

Mais grave, o princípio do ano, especialmente o 1º trimestre é o mais favorável de todos.

Aqui está mais um balde de estrume cortesia da porcaria que se chamou XVIII Governo Constitucional.

Ainda me consigo espantar com o facto e haver gente tão alucinada e irresponsável que manda números falsos para a comunicação social nas esperança de que "tudo corra bem".

Foi esta a estratégia de Sócrates e das suas eminências pardas. Que sairam sem grande chinfrim e que estão prontos a ingressar nas suas Universidades e administrações empresariais como se nada tivesse acontecido.

Até o chefe, modesto, vai estudar filosofia para Paris.

Por cá ficamos nós para pagar esta sublime e competentíssima execução orçamental.

Vamos sem dúvida ser forçados a fazer um esforço adicional para cobrir estas mentiras, mas ao menos uma coisa me deixa mais descansado: É que com eles acabaríamos como a Grécia, arruinados e envergonhados.

Há pouco A.J. Seguro quando instado a comentar este número perdeu-se na sua já lendária vacuidade. Começou a comparar taxas homólogas e a dissertar acerca dos critérios. Como se o número não existisse e fosse um mero exercício de retórica.
Não surpreende. Ele leva o conceito da conversa vazia até um patamar nunca antes atingido. Podemos dormir descansados com ele como líder do PS.

Se isto é o melhor que o PS tem para dar (e receio bem que sim) o PS está perdido. Não vai por os costados no poder durante vários anos. Vão entrar na onda fratricida ao competir pelo pouco que resta.

Resta-me agradecer a toda a nobre linhagem de negligentes, irresponsáveis, ladrões e incompetentes do PS e não só, que nos trouxe até aqui.
A todas as figurinhas sombrias que "venderam" lugares em troca de silêncios, de contratos e de concessões.

Para todos eles, desejo que vão para o diabo que os carregue e espero sinceramente que quando Sócrates tentar regressar, reabilitado e culto, que haja alguém que lhe enfie com um ovo podre na tromba.

O asno mentiroso e teimoso

Não gosto nada de comentar outros blogs ou outros bloggers. Acredito que, como eu, escrevam os seus textos para dar voz aquilo que lhes vai na alma.
Mas começo a ficar verdadeiramente preocupado quando percebo que o que vai na alma de muita desta boa gente é um bocado, como dizer.... desonesto

Um tal de Jumento que escreve um blog (coisa já de si fantástica) insiste agora em descobrir mentiras em Passos Coelho. deve ser por comparação a Sócrates e porque pense que vai conseguir quebrar o recorde.

E percebo também que é mais um daqueles que não deixa que a verdade e os factos atrapalhem a sua "agenda" pessoal, clubística e sectária.
Assim, insiste em que este Governo, o 19º é maior que o anterior. Como tal até se dá ao trabalho de não aceitar comentários que repõem a verdade. Só lhe interessa a sua opinião, porque aparentemente a verdade não lhe "dá pica".

Assim dei-me ao fastidioso trabalho de fazer um levantamento dos Ministros e Secretários de Estado (e adjuntos) dos dois Governos.
No primeiro caso temos 53 e no segundo temos 45.
Notem que a coisa complica-se seriamente porque num mesmo site há listas diferentes. Na verdade acabei por escolher a mais favorável para o XVIII Governo, já que numa outra totalizava 55 elementos. Aqui por exemplo dá 55 (http://www.portugal.gov.pt/pt/GC18/Documentos/Organo_GC18_2.pdf) uma vez que João Correia não consta deste documento.
Não me peçam que encontre as diferenças entre as duas listas de nomes....

O que quer dizer que no computo geral há 8 a menos.
São menos 8 carros oficiais, menos 8 motoristas menos 8 salários menos 8 ajudas de custo, menos 8 grupos de assessores de secretárias de adjuntos etc etc, 14 vezes por ano durante 4 anos. Eu diria que não me importava nada de viver com esta poupança anual... mas isso sou eu que não sou nada ganancioso.

Resumindo. Gosto que quem escreva num Blog e pretenda ser sério e debater seriamente, o seja de facto.
E o chorrilho de distorções nos posts deste tal de Jumento está muito aquém do sério.
Na verdade é uma pura manipulação e segue a linha do jornalismo Nacional que já nem se rala em comprovar um facto. Tão simples como ir ao Portal do Governo. Mas isso dá muito trabalho e basta repetir um disparate que se ouviu ou se quer fazer ouvir a "torcida" come e até comenta a favor.
Pode ser apenas lapso, mas ao moderar o primeiro comentário (que não aceitou) tinha uma pista e um link para poder repor a verdade.
Mas isso não era lá muito compatível com o estilo "má língua" que perpassa em tudo o que escreve. vai daí deixa ficar o erro e persiste nele num outro post.
Só lhe posso desejar as melhoras e esperar que um dia ganhe alguma credibilidade.

Ser fiel à verdade é uma coisa rara e muito difícil. Escrever algo que pode ser uma crítica a um amigo, conhecido ou até alguém com que se simpatiza é difícil e tem de ser um exercício de grande auto controlo. Já percebi que é ainda mais raro do que eu pensava. Ser demagogo, e manipulador da verdade é um caminho muito mais fácil.

Aqui vos deixo com as listas, numeradas por conveniência...

PS: Quando Passos Coelho falou em 11 ministérios não devia estar a incluir o seu... talvez porque não haja um 1º Ministério. Daí que há 11 ministérios mas 12 Ministros (duh!)


XVIII Governo Constitucional

1. José Sócrates - Primeiro-Ministro
2. Luís Amado - Ministro de Estado, Ministro dos Negócios Estrangeiros
3. Teixeira dos Santos - Ministro de Estado, Ministro das Finanças
4. Pedro Silva Pereira - Ministro da Presidência

5. Augusto Santos Silva - Ministro da Defesa Nacional
6. Rui Pereira - Ministro da Administração Interna
7. Alberto Martins - Ministro da Justiça
8. Vieira da Silva - Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento
9. António Serrano - Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
10. António Mendonça - Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
11. Dulce Pássaro - Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território
12. Helena André - Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social
13. Ana Jorge - Ministra da Saúde
14. Isabel Alçada - Ministra da Educação
15. Mariano Gago - Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
16. Gabriela Canavilhas - Ministra da Cultura
17. Jorge Lacão - Ministro dos Assuntos Parlamentares


18. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro -  Dr. José Manuel Gouveia Almeida Ribeiro
19. Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação - Prof. Doutor João Titterington Gomes Cravinho
20. Secretário de Estado dos Assuntos Europeus - Mestre Pedro Manuel Carqueijeiro Lourtie
21. Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas - Dr. António Fernandes da Silva Braga
22. Secretário de Estado Adjunto e do Orçamento- Mestre Emanuel Augusto dos Santos
23. Secretário de Estado do Tesouro e Finanças - Mestre Carlos Manuel Costa Pina
24. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais - Prof. Dr. Sérgio Trigo Tavares Vasques
25. Secretário de Estado da Administração Pública - Mestre Gonçalo André Castilho dos Santos
26. Secretário de Estado da Juventude e do Desporto - Dr. Laurentino José Monteiro Castro Dias
27. Secretária de Estado da Modernização Administrativa - Profª. Doutora Maria Manuel Leitão Marques
28. Secretário Estado da Administração Local - Dr. José Adelmo Gouveia Bordalo Junqueiro
29. Secretária de Estado da Igualdade - Drª. Elza Maria Henriques Deus Pais
30. Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar - Dr. Marcos da Cunha e Lorena Perestrello de Vasconcellos
31. Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna - Dr. José Manuel Vieira Conde Rodrigues
32. Secretária de Estado da Administração Interna - Drª. Maria Dalila Correia Araújo Teixeira
33. Secretário de Estado da Protecção Civil - Dr. Vasco Seixas Duarte Franco
34. Secretário de Estado da Justiça - Dr. João José Garcia Correia
35. Secretário de Estado da Justiça e da Modernização Judiciária - Dr. José Manuel Santos de Magalhães
36. Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e do Desenvolvimento - Mestre Fernando Medina Maciel Almeida Correia
37. Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor - Dr. Fernando Pereira Serrasqueiro
38. Secretário de Estado do Turismo - Dr. Bernardo Luís Amador Trindade
39. Secretário de Estado da Energia e da Inovação - Prof. Doutor José Carlos das Dores Zorrinho
40. Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural - Eng. Rui Pedro de Sousa Barreiro
41. Secretário de Estado das Pescas e Agricultura - Dr. Luís Medeiros Vieira
42. Secretário de Estado dos Transportes - Dr. Carlos Henrique Graça Correia da Fonseca
43. Secretário de Estado do Ambiente - Prof. Doutor Humberto Delgado Ubach Chaves Rosa
44. Secretária de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades - Dra. Fernanda Maria Rosa do Carmo Julião
45. Secretário de Estado da Segurança Social - Mestre Pedro Manuel Dias de Jesus Marques
46. Secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional - Mestre Valter Victorino Lemos
47. Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação - Idália Maria Marques Salvador Serrão de Menezes Moniz
48. Secretário de Estado Adjunto e da Saúde - Dr. Manuel Francisco Pizarro Sampaio e Castro
49. Secretário de Estado da Saúde - Dr. Óscar Manuel de Oliveira Gaspar

50. Secretário de Estado Adjunto e da Educação - Prof. Doutor José Alexandre da Rocha Ventura Silva
51. Secretário de Estado da Educação - Dr. João José Trocado da Mata
52. Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - Prof. Doutor Manuel Frederico Tojal de Valsassina Heitor
53. Secretário de Estado da Cultura - Dr. Elísio Costa Santos Summavielle





XIX Governo Constitucional

1. Primeiro-Ministro - Pedro Passos Coelho
2. Ministro de Estado e das Finanças - Vítor Gaspar
3. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros  - Paulo Portas 
4. Ministro da Defesa Nacional  - José Pedro Aguiar-Branco
5. Ministro da Administração Interna - Miguel Macedo
6. Ministra da Justiça  - Paula Teixeira da Cruz
7. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares  - Miguel Relvas
8. Ministro da Economia e do Emprego - Álvaro Santos Pereira
9. Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território  - Assunção Cristas
10. Ministro da Saúde - Paulo Macedo
11. Ministro da Educação e Ciência - Nuno Crato
12. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social - Pedro Mota Soares

13.Secretário de Estado do Orçamento -Luís Filipe Morais Sarmento 
14. Secretária de Estado do Tesouro e das Finanças - Maria Luís Albuquerque
15. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais - Paulo Núncio
16. Secretário de Estado da Administração Pública - Hélder Rosalino
17 Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação - Luís Brites Pereira
18. Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas - José Cesário
19. Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional - Paulo Braga Lino
20. Secretário de Estado da Administração Interna - Filipe Lobo d’Ávila 
21. Secretário de Estado da Administração Patrimonial e Equipamentos do Ministério da Justiça - Fernando Santo
22. Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade -Teresa Morais
23. Secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa - Paulo Simões Júlio
24. Secretário de Estado do Desporto e Juventude - Alexandre Miguel Mestre
25. Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares - Feliciano Barreiras Duarte
26. Secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional - António Almeida Henrique
27. Secretário de Estado do Emprego - Pedro Martins
28. Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação - Carlos Nuno Oliveira
29. Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações - Sérgio Silva Monteiro
30. Secretário de Estado da Energia - Henrique Gomes
31. Secretária de Estado do Turismo - Cecília Meireles 
32. Secretário de Estado da Agricultura - Diogo Santiago Albuquerque
33. Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural - Daniel Campelo
34. Secretário de Estado do Mar - Manuel Pinto de Abreu
35. Secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território - Pedro Afonso de Paulo
36. Secretário de Estado Adjunto e da Saúde - Fernando Leal da Costa
37. Secretário de Estado da Saúde - Manuel Teixeira 
38. Secretário de Estado do Ensino Superior - João Filipe Rodrigues Queiró
39. Secretária de Estado da Ciência - Maria Leonor Parreira
40. Secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar - João Casanova de Almeida
41. Secretária de Estado do Ensino Básico e Secundário - Isabel Maria Santos Silva
42. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social - Marco António Costa
43. Secretário de Estado da Cultura - Francisco José Viega 
44. Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros - Luís Marques Guedes 
45. Secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro - Carlos Moedas

Afinal o governo tem o mesmo tamanho... terá?

Hoje ao saber-se da composição final do governo ouvi logo no radio pela manhã os habituais profetas da desgraça.

"Afinal o que não tem em ministros tem em secretários de Estado"
"no fim fica com a mesma dimensão"
"ter 6 secretários de Estado no Ministério da Economia é um disparate e tornará o ministério ingovernável"

Ou até
Há quem se esforce por elogiar gestos populistas como viajar em classe económica nos voos europeus ou gestos idiotas como chamar o ministro da Economia por Álvaro, mas a verdade é que a formação deste governo começou mal. Cortou-se no número de ministros mas nomearam-se mais dez secretários de Estado donde resulta que não se poupou um tostão, entregaram-se pastas a ministros sem qualificações e nomearam-se secretários de Estado para os ampararem, não se reduziu o número de pastas, antes pelo contrário, foram aumentadas e ao mesmo tempo desqualificadas.
O Jumento

Ok. Vamos assumir que esta gente ou não sabe fazer contas ou tem um problema severo de Alzheimer.
Mas que memória da treta que estes "comentadores" têm.

Fui olhar para a composição do Governo anterior e não é que tinha 37 secretários de Estado?
Mas mais curioso ainda é o facto de só o Ministério da Economia ter 4 secretários de Estado. O que juntando aos 3 daquela senhora sindicalista feia que era a Ministra do Trabalho faz 7. Ou seja um a mais para os pelouros que hoje estão no Ministério da Economia.

Como sempre, a forma como estas coisas são comentadas pressupõe que as pessoas são estúpidas ou até que é difícil obter informação da constituição dos Governos anteriores. Nem uma coisa nem outra.

Ainda estou para ver alguém do meio jornalístico fazer esta simplicíssima comparação em vez de se perder em considerações subjectivas e quiçá mal intencionadas acerca das declarações de PPC ao dizer que ia ter um governo mais pequeno.

Pelos vistos tem a menos vários ministros mas ainda consegue ter menos 4 secretários de Estado. O balanço final é, diria eu, um governo mais pequeno do que o anterior.

Se querem confirmar vejam a constituição do XVIII Governo Constitucional aqui.

Façamos as contas então:
XVIII  Governo - 17 Ministros + 37 Secretários de Estado = 54

Correcção: Falta João Correia, Secretário de estado da Justiça que se demitiu antes do fim do mandato.
XVIII  Governo - 17 Ministros + 38 Secretários de Estado = 55
XIX Governo - 11 Ministros + 33 Secretários de Estado = 44

É da minha vista ou é de facto menor? Sou só eu ou houve de facto uma redução na complexidade das estruturas ministeriais?

A forma que a "oposição" jornalística está a usar para criticar tudo e mais alguma coisa é quase infantil.
À falta de coisas realmente substanciais para criticar criticam aquilo que é muito difícil de criticar.
A não ser que sejam a favor de um governo GRANDE. E a julgar pelas reacções a um governo mais pequeno, parece que é mesmo isso que queriam - um Governo maior.

Não há quem entenda esta gente. São incapazes de dar a mão à palmatória e reconhecer que de facto o governo é mesmo mais pequeno.
Em vez disso entretinha-se hoje de manhã um comentarista a dizer que ter 6 Secretários de Estado no Ministério da Economia ia tornar aquilo impossível de gerir. Estranho.... será que nunca esteve num grupo de trabalho de 6 pessoas? Até parece que isso é algo de raro.

Não posso fazer nada a não ser constatar a incrível estupidez que muito simpatizante dos perdedores demonstra. Claro que se vierem com esse argumento do "afinal é igual" vou ter de lhes esfregar na cara com os números que estão acima. Lá vai ter de ser...

Os bons exemplos

Gabriela Canavilhas, a ex-ministra da Cultura de José Sócrates, recusou-se a fazer a passagem de pasta a Francisco José Viegas, o novo titular do sector. Argumento: ministro não passa a pasta a secretário de Estado
O que é que há a dizer perante isto?
A soberba duma ministra inútil perante a perspectiva de ter de falar com alguém "inferior".

É este tipo de soberba de personagens medianos e obscuros que só chegaram ao lugar de ministros por trepar dentro de aparelhos partidários, que são bem o retrato do que é o "político".

Gente sem qualidade, sem um mínimo de cortesia para com as pessoas, apenas porque são "ministros". Apenas preocupados com o que acham ser o seu lugar, acima dos outros com direito a tudo.

Claro que um gesto como o de PPC cai pessimamente no meio desta gente. Isto mostra até à exaustão aquilo de que são feitos.
Mas que eles fiquem chateadinhos até percebo. E francamente se ficam chateados com isso que vão para a pqop.

O que não percebo é que comentadores de jornal, jornalistas medíocres e outras criaturas digam o que dizem por toda a imprensa.

Até já se comenta que afinal o gesto de PPC de viajar em económica não significa qualquer poupança porque os membros do Estado viajam de borla na TAP.
Talvez se os génios que escrevem estas coisas pensassem que assim ficam lugares vagos em Executiva, que podem ser ocupados por viajantes que pagam, percebessem definitivamente que seja como for há sempre um saldo positivo na medida. Há sempre um custo e esse custo é menor.

Pela ordem de ideias destes cretinos não há razão nenhuma para não viajarem nos jactos da Força Aérea. Afinal já são deles e sempre é mais conveniente. Se bem se lembram isso aconteceu com Sócrates e apareceu depois a desculpa de que o avião já ia voar fosse como fosse...

A questão é um problema de imagem e de exemplo. De modéstia.
Que Canavilhas desconhece, e que os asnos deslumbrados e incompetentes que foram seus colegas de governo e de outros governos desconhecem também.

A imprensa aborda isto com a sabujice esperada.


O Público coloca este título na notícia
Voos em classe económica para a Europa
Passos não poupou dinheiro porque o Governo não paga bilhetes na TAP
e fecha a nota com este parágrafo
Ao pôr os membros do Governo a viajar em económica para os destinos na Europa (não se sabe como será no longo curso), Passos Coelho não poupa directamente dinheiro mas liberta lugares na TAP em classe executiva, onde o preço dos bilhetes é muito superior, podendo por esta via permitir que nalguns casos a empresa venda bilhetes nesta classe que de outro modo estariam indisponíveis.
Não espero que os jornalistas que escrevem isto telefonem para a TAP para saber se a classe executiva foi de facto cheia de pagantes ou se foi à moscas.
Isso sim era uma bela forma de apresentar o balanço da medida.

O que é que se pode dizer deste tipo de informação?

O que me enoja é que mesmo é que num país arruinado por gente como esta Canavilhas e pela corja que foi posta na rua nas últimas eleições, haja ainda gente que por comer da gamela estatal (ou partidária) prefira denegrir os que são do lado contrário, quer façam bem ou façam mal. E muito pouco se preocupam por manipular e mentir apenas porque isso os deixa mais "confortados".

Há muito lixo por limpar ainda. E nas redações de muitos jornais e televisões empilhou-se lixo de forma nunca vista.

Há já muito tempo que deixei de comprar papel impresso. Desde que jornais de referência incluíram verdadeiros asnos como colunistas, nunca mais saiu um tostão para os sustentar.

Isto não é imprensa nem é informação. São ecos duma máquina partidária que neste caso está do lado dos perdedores. Não tardará muito haverá mudanças para poderem usufruir da publicidade e de negócios com o Estado. Não há verticalidade nem vergonha. resta apenas... lixo.

Populismo? Demagogia? Ou simples honestidade?

É curiosa a forma como a simpatia ou antipatia por uma pessoa ou por uma ideologia faz com que se perca a objectividade na avaliação.

As críticas à viagem em classe económica de Passos Coelho e comitiva é um perfeito exemplo disso.

Se ainda há alguns meses, ou até dias, andava imensa gente a bradar por causa de gastos sumptuários injustificados de titulares de cargos públicos, hoje consegue-se encontrar gente que vê no gesto de PPC um acto de pura demagogia e populismo.

Não tanto pelo acto em si, mas por ter havido publicidade do mesmo. Quer dar-se a ideia de que o objectivo era apenas a publicidade do acto e não a sua substância.

Calculo que seja difícil agradar a gregos e a troianos, mas por vezes estica-se a corda para lá dos limites da razoabilidade.
Enquanto se brada contra carros de serviço de titulares, por outro classifica-se um gesto que pode significar uma poupança considerável se multiplicarmos pelo número de vezes e de pessoas que viajam em iguais circunstâncias, de um mero golpe populista e demagógico.

Estou seguro que as poupanças em viagens podem ser iguais a muitos salários médios anuais.

A questão da publicidade não é mais do que o reflexo do estranho que um gesto destes tem junto de um povo e dos contribuintes que estão muito habituados a pagar passando sacrifícios, para ver os titulares de cargos públicos a desbaratar o "seu" dinheiro em coisas que não têm qualquer justificação.

Não se pode por um lado criticar Santana pela compra de um Audi A8 blindado e ao mesmo tempo criticar Passos Coelho por reduzir os custos de viagens a metade. Os dois gestos são completamente opostos e se se está contra um não se pode estar contra o outro.

Eu como contribuinte que nunca sentei o traseiro num lugar em Executiva fico agradado por perceber, que alguém que defendeu durante a campanha o rigor e a poupança, pratica o que pregou e o faz sem ter receito de parecer menor ou menos importante.

Claro que há gente que vem dizer que isto é desprestigiante para um 1º ministro ou que o gesto foi apenas para recolher simpatia junto da opinião pública e foi pensado apenas para ser publicitado. Ou mais grave ainda, que o gesto foi para dar uma bofetada de luva branca em Paulo Rangel que esteve contra essa medida há algum tempo atrás.

Pode até ser que tudo isso seja verdade. Pode até ser que a publicidade tenha partido do próprio gabinete do PM. Mas a verdade é que passámos 6 anos a assistir a golpes publicitários muito mais graves e nunca ninguém pareceu preocupar-se com isso. A não ser uma mão cheia de outcasts que eram apontados a dedo pela sua permanente má língua.

Se temos gente num governo capaz de aceitar o terrível desafio que se lhes põe de uma forma materialmente desinteressada, então fico ainda mais contente com a sorte que tivemos como país em encontrar gente assim.

Parece-me mais que os críticos estão aborrecidos porque percebem que um gesto que nunca conseguiriam ter, tem reflexos positivos junto da população. Que começa a ter a sensação de que está perante uma forma diferente de fazer as coisas.
E têm receio de que isso pode passar a ser uma bitola pela qual se avalia a dedicação e coerência com que se abraça um cargo político.

Vi uma coisa semelhante a esta num comentário a uma foto do Ministro da Lambretta. Alguém dizia nesse comentário que chegou de Lambretta e saiu de carro oficial. Claro que a chegada de Lambretta viu-se, mas a saída no carro oficial não se viu nem há foto que o comprove...

É com esta objectividade que os perdedores analisam a realidade. Porventura a mesma com que analisam o que foi a desgraça de 6 anos que nos trouxe até aqui.

E não nos esqueçamos que durante esses 6 anos houve muitos gestos demagógicos com um mero objectivo eleitoralista. Mas nunca houve um gesto que desse o exemplo em 6 anos de aperto de cinto. Nem um.
Nunca o governo se coibiu de gastar profusamente o dinheiro dos contribuintes em coisas que mais não eram do que mordomias pessoais completamente injustificadas.

Seria muito bom que duma vez por todas o sectarismo partidário não desdenhasse de um gesto exemplar.
Um pequeno gesto que nenhum outro teve. E não me venham coma história de que não o fizeram porque seria visto como populista e demagógico.
Não o tiveram porque sempre olharam para os cargos políticos como uma forma de fazer uma vida à custa da coisa pública que nunca fariam com dinheiro próprio. Essa é que é a verdade.

Onde andam os "painéis" de comentadores?

Olha...

Hoje não apareceram painéis de comentadores na SIC Notícias a realçar o facto de termos pela primeira vez na nossa democracia uma mulher como Presidente da AR.

Para comentar como uma "derrota" do PSD se transformou numa vitória regeneradora e relevante. 186 votos em 230, uma mulher, ex juiz do Tribunal Constitucional etc etc.

Fica uma notícia de 1 minuto vs. os 4 comentadores de serviço a realçar a pesada derrota de Nobre e Passos Coelho de ontem.

Curioso alinhamento editorial sim senhor... Gastou-se mais tempo com Villas Boas a ir para o Chelsea do que com a eleição de uma mulher para segunda figura do Estado Português.

Posso estar enganado mas no jornal das 9 as referências foram breves. Não sei como terá sido no das 8 e no das 7 mas tenho cá uma suspeita que não se comparou com o dia de ontem.

Ao responsável editorial da SIC Notícias só posso desejar as melhoras.

E pago eu este canal da treta?

Agora é que é. O País vai extinguir-se

Hoje 1º dia do Verão e inicio do período de fogos, é anunciada a demissão de pelo menos 6 governadores civis.

De 18 vão-se já embora 6. E um deles, o de Lisboa, deixou bem claro que sem a sua presença, ou de um sucessor vai ser o caos. Entre outras coisas os Governadores Civis (ou será que são os Governos Civis) fazem, nas palavras do demissionário, as seguintes coisas:
“apresentam uma sustentabilidade financeira invejável, com capacidade de gerar receitas próprias para o funcionamento dos serviços prestados aos cidadãos, para apoiar as forças de segurança e contribuir para o equipamento dos bombeiros voluntários de cada distrito”
Geram receitas próprias! Fascinante. Se calhar é melhor ler o decreto lei em que 40% das coimas revertem para o Governo Civil e 60% para a adm. central. Sugeria que repensasse melhor esse conceito de "gerar receitas próprias". Deve ser o único serviço público do país que gasta apenas o que "factura". E eu que não sabia que havia tanta gente a pedir passaportes...

Para o sr. Governador Civil fica um pequeno exercício. Se as coimas continuarem a existir e 100 por cento da receita reverter para a administração central poupando o seu salário, mais as despesas de representação mais o subsidio de deslocação mais o subsidio de reintegração talvez se poupe algum dinheirinho para pagar a um funcionário público (ou mais) que trabalhe de facto 8 horas e que faz falta numa qualquer repartição de finanças, ou para um médico do SNS numa localidade que não tem um.
O que lhe parece este exercício? Eu diria que esta hipótese está mais em linha com o Estado Social que tão briosamente o PS defendeu na campanha eleitoral.
Para lhe ser franco prefiro um médico do SNS do que um tipo que planeia o que fazer em caso de sismo. Sobretudo porque doentes há às carradas e o ultimo sismo sério que houve em Lisboa foi em 1755 e um outro em 1969 mas mais pequenino.

Apoia as forças de segurança e os bombeiros voluntários dos respectivos distritos.

Quanto aos bombeiros não devem ajudar que chegue porque os pobres passam a vida a fazer peditórios e angariações de fundos. Quanto ás forças de segurança o papel de apoio também não deve ser grande coisa porque nem podem fazer uma perseguição policial sob pena de baterem com o carro e terem de pagar o arranjo. Quanto ás receitas próprias gostava de saber quais são as dotações orçamentais do Estado para sustentar os Governos Civis, só para confirmar que afinal quem gera as receitas somos nós... como em tudo o que é publico e deficitário neste país.
Mas a pérola é mesmo isto
“Acresce que, no caso do distrito de Lisboa, os cidadãos estão confrontados com um risco sísmico, por vezes negligenciado, que exige um trabalho de planeamento, de preparação e de criação de rotinas de acção com uma dimensão supra-municipal”.
Eu que não dormia descansado com o risco sísmico fico muito mais sossegado por saber que temos este homem a planear de forma supra municipal a forma de mitigar os problemas de um sismo em Lisboa.

Com isto e o risco de bombas em eventuais pontes que liguem Lisboa a um Aeroporto na margem Sul (imbecilidade épica de Almeida Santos), percebemos agora que há toda uma elite neste país a pensar na nossa segurança. Mesmo que pareça que beberam uns copos a mais e estejam claramente a alucinar.
Eles estão apenas a planear os cenários mais loucos de catástrofe. Não sei como raio de safa o Japão ou a Turquia sem eles.

Noutro caso, o de Viseu, o Governo Civil estabelece "pontes" entre outras entidades do distrito. Talvez se partilhasse os números de telefone dessas entidades, a coisa se resolvesse sem a sua presença. Ou então ponha apenas umas tábuas para as entidades passarem sem molhar os pés.

A necessidade de pontes na cidade parece ser um problema da Câmara Municipal que devia mandar limpar as sarjetas. E só deve acontecer no Inverno, digo eu...

Mas grave mesmo é que vai haver incêndios e nós bem sabemos o papel fulcral que os Governos Civis têm tido ao conter o fenómeno a níveis quase insignificantes.
Caso por exemplo do Governo Civil de Castelo Branco ou de Faro. Não fosse isso, o Algarve a a Beira Baixa não teriam uma árvore por arder.

Porque é que numa era em que a comunicação é imediata e um organismo num distrito qualquer pode receber do governo central uma qualquer comunicação à velocidade da luz ainda existem estruturas inúteis que pouco mais serviço prestam do que emitir passaportes e receber pedidos para fazer "manifs"?

Se a única argumentação que têm para apresentar é esta, é caso para dizer que não só são inúteis como não são lá muito dotados intelectualmente. Esta é a argumentação de um simplório de bairro.
Parecem completamente à rasca para justificar a sua própria existência.

A pergunta pertinente é: Se forem extintos os governos Civis, o que é que os cidadãos do distrito vão notar? Na minha opinião nada.
Eu nem sequer sabia quem era o Governador Civil de Lisboa nem faço ideia do que é que ele faz.

Representa o Estado no distrito? Na cidade onde o governo tem sede?

Fica aqui o meu apelo aos outros 12: Hei pessoal, estão à espera de quê?

Com estas atribuições (Governos Civis - Atribuições, constituição etc etc) eu diria que um Governo Civil é verdadeiramente um peso morto. Gostei particularmente do ponto em que se atribui 20% de subsidio sobre o salário se o Governador Civil residir a mais de 30Km do Governo Civil. As atribuições pouco mais são que uma página mas tudo o resto são 4.
O receber requerimentos para os mandar para a administração central deve estar um bocado em causa com esta "novidade" da Internet, não?

O detalhe do Facebook também é curioso...
Exmo. Senhor
Ministro da Administração Interna
Dr.Miguel Macedo

Lisboa, 20 de Junho de 2011
 Sr. Governador Civil... O ministro tomou posse a 21 (hoje) e até à tomada de posse  o ministro era o seu camarada Rui Pereira. Se estava a contar com o atraso dos CTT, por o post no Facebook é no mínimo prematuro...

O Estado de Graça. Onde é que ele pára?

Desde que escrevi o ultimo post que tenho estado numa situação de mero observador do triste espectáculo que os meios de comunicação social nos têm oferecido.

E percebi que é difícil dizer que uma determinada estação é pró ou contra esta coligação.
É no entanto fácil perceber para onde caem as simpatias dos "jornalistas".

E a simpatia pelo PS é óbvia. Maioritariamente.

Quando o PS subiu ao poder já tinha ficado clara a "agenda" de muitos jornalistas ao encontrarem constantes gaffes e episódios em Santana Lopes. Gaffes essas que comparadas com o que veio a seguir foram simples brincadeiras de meninos.
Mas até podia atribuir-se isso à forma pouco ortodoxa como Durão Barroso, ofuscado com o lugar, abandonou cobardemente o país à sua sorte. Digamos que Santana e o PSD tiveram o que procuraram.

Sócrates esteve em estado de graça durante anos. Ele era determinado, reformador, activo. Ele era para muitos destes jornalistas, meio babados meio imbecis, um absoluto super homem.

Só que esse super homem era super na mentira, na propaganda e sobretudo na incompetência. Seria de esperar que após nos termos conseguido ver livres de tão abjecta criatura, houvesse agora algum distanciamento das questões de mera simpatia política e fossem minimamente factuais.
Há evidentemente uma forma diferente de estar na política por parte de PPC.
Que é uma forma diferente, é. Que é melhor e mais séria, parece ser. A ver vamos. Mas pelo que nos é dado observar até agora tem cumprido religiosamente aquilo que disse. Ainda não enganou ninguém.

Só que à falta de episódios rocambolescos, inventa-se. Hoje inventou-se já uma cisão entre o CDS e o PSD por causa da eleição de Fernando Nobre.
Já se tinha dissertado abundantemente acerca da ingenuidade de Passos Coelho e acerca do seu comprometimento com um programa eleitoral que "não lhe dava espaço de manobra".

Muitos destes críticos e comentadores parecem ser mais favoráveis a um programa vago que permita mentir sem que se possa dizer verdadeiramente que se está a mentir. Não é por acaso que são ex jornalistas a liderar os gabinetes de comunicação onde se dá voz aos spins inacreditáveis e à pura e simples manipulação da realidade.
Na verdade o que temos hoje de sujo na política, o engano a omissão e a pura e simples manipulação parte em muitos casos de ex jornalistas.

Que parecem estar de alguma forma irritados pelo facto de Passos Coelho não ter precisado das suas ajudas de "linguagem" para ganhar as eleições.

À falta disso não lhe dão descanso. E francamente enjoa. Procuram casos em nada, quase como tentando encontrar uma pepita de ouro no meio de cócó de cão. É ao que muitos estão reduzidos, escavadores de cócó.

Dizia há alguns dias atrás que a informação que temos é uma merda. E a cada dia que passa isso é mais evidente. Como se quisessem esquecer que uma maioria dos votantes fez uma escolha que deve ser respeitada e que devem apenas cingir-se aos factos.

Não conseguem. Não conseguem fazê-lo. Até tentaram dar a ideia de que Assis é uma criatura que pensa pela própria cabeça, ou que Seguro é alguma coisa de substancial.

Sabemos que fez o mui digno curso de Relações Internacionais na Universidade Autónoma,  que ao ter aberto em Dezembro de 85 faz com que ele tenha pelo menos iniciado o seu "último" curso superior com 23 anos. Sim, porque andou aparentemente a arrastar os pés por um curso de gestão inacabado. Frequentou um mestrado de qualquer coisa, e aparentemente não o acabou.
Aos 34 anos era o boss da JS (o jovem mais velho de Portugal) e hoje com quase 49 anos a única coisa de curriculo que tem para apresentar é um lugar de Assistente na Universidade onde se formou. Assumo que depois de 90, o que faz com que aos trinta e tal anos tenha tido um emprego pela primeira vez...
Quando muitos de nós já estavam com obrigações profissionais há uns aninhos. Sou um pouco mais velho do que ele e aos 23 comecei a trabalhar.

Ou seja temos aqui mais um que não deve saber exactamente como é o mundo lá fora.
Vazio, pavão, e academicamente medíocre.
Leciona 10 horas por semana (de acordo com o que está afixado no site da Universidade) que é mais ou menos um dia de trabalho normal de um português. Ao qual se seguem outros 4 ou 5.
Tal como Assis que após o seu curso de Filosofia e docente do secundário envereda pela política aos 24 anos para nunca mais sair. Só gostava de saber quantos anos foi docente do secundário. 1?
Se o curso de filosofia tinha 5 anos a bem dizer não teve muito tempo para ser docente de nada.

No entanto os media falam destas duas criaturas como se fossem a salvação do país e olham para o PM recém eleito e para o seu governo, que por acaso está recheado de personagens de verdadeiro mérito, como se fosse uma coisinha de nada.
São jovens, são inocentes e são apenas uns profissionais que admitem ser competentes, mas não são POLÌTICOS.
Crime de lesa majestade - são técnicos...
São mais importantes as recusas que Passos Coelho teve, a derrota com a eleição de Nobre e a anunciada cisão da coligação. Ou a incrível situação de ter falado em 10 ministérios e acabar, imagine-se, com 11. E que ainda por cima é mau porque assim os ministros não podem dar conta do recado...

Ora vão para o raio que os parta.
Ao menos tenham a decência de dar a um governo que toma posse dentro de um ou dois dias o benefício da dúvida.

Reconheçam ao menos que pessoas como o Ministro da Economia está a anos luz do desgraçado Pinho ou do geriátrico Vieira da Silva (que mal consegue articular um frase sem parecer um deficiente mental).
Ou comparem Nuno Crato com a escritora de livros para crianças ou com a matrona Wagneriana que foi ministra antes desta. Ou Paulo Macedo com a senhora médica do sinalzinho na cara.
E nem sei com que comparar Mário Lino ou os outros ministros de quem nunca ninguém soube o nome ou sequer o que faziam. Só me lembro que a última  ministra do Ambiente se chamava Pássaro por razões óbvias. Da agricultura nem me lembro nos nomes, tal foi o papel relevante que as criaturas tiveram. As senhoras da cultura lembro-me porque uma tinha um penteado estranho e a outra era toda jeitosa. Quanto ao que fizeram? Uma pegou-se com o Rui Rio não foi? E a outra tinha um piano no gabinete.
Tivemos também o senhor da Administração interna que para inepto não lhe faltava nada. Não só mentiu descaradamente às forças de segurança bastas vezes como parecia mais preocupado em falar dos aspectos da estrita legalidade e normalidade. A competência e a acção era algo que pareciam ser-lhe completamente alheias. E Santos Silva? E Alberto Costa e Alberto Martins?
Vamos lá a ver se nos lembramos bem do nível de porcaria que tivemos nos ministérios durante 6 anos. Pode ser?

É comparar a nata com o refugo. Mas mesmo assim preferem o refugo? Para dizer a verdade não me admira muito. A maior parte da classe jornalística não passa hoje de refugo ela própria.
Advogados falhados, gestores com meio curso e jovens apalermados com mais vontade de se ouvir do que de ouvir os entrevistados. A classe jornalística, salvo raras e honrosas excepções é de um nível completamente indigno do título que ostenta.

Presunção e água benta, cada um toma a que quer

Gabriela Canavilhas era sem sombra de dúvida a personagem mais agradável de "ver" no governo de Sócrates.

Apesar da idade, bem conservada e com um certo je ne sais quoi era sem dúvida muito melhor de contemplar do que as outras ministras que passaram pelo Governo.

Mas aparentemente as virtudes começavam e acabavam aí.
Com uma visão completamente canhestra do que deve ser o papel do Ministério da Cultura fez um pouco de tudo. Ou deveria dizer "não fez" um pouco de tudo.

Desde o incumprimento de acordos feitos por ela própria, às incriveis declarações depois da demissão do Dir. Geral das Artes, até ao recente episódio de usar um Blog do Ministério para propaganda partidária, a Dona Gabriela deu-nos a conhecer a forma como alguém não se deve comportar.

A juntar a toda esta panóplia de atitudes asininas, vem agora lamentar que não haja alguém a quem passar a pasta da Cultura.
O que é de todo estranho, já que as declarações foram proferias ontem (dia 15) e hoje ainda ninguém sabe a composição do futuro Governo. Sabe-se que tem 11 ministros mas não se sabem detalhes.

E sejamos francos. A sua passagem pelo Ministério reduziu-o a uma qualidade de Secretaria de Estado, senão mesmo de Sub Secretaria de Estado.

Não deve ter grande pasta para passar, diria eu. A coisa resume-se a uma folha A4 com toda a certeza. ou a mais uma cábulazinha a la Teixeira dos Santos.

Teria sido óptimo que estes ministros de má memória tivessem feito alguma coisa durante todo este tempo, em vez de se porem agora a tentar dar a ideia de que o que fizeram foi muito relevante e que infelizmente o próximo governo não vai ter qualquer qualidade comparado com eles.

Pois D. Gabriela, eu vou atrever-me a sugerir que volte para casa e pratique ao piano, porque se não forem os concertos a coisa vai ficar muito complicada.

Pode sempre tentar arranjar um lugarinho nos Açores porque o amigo Carlos César ainda se aguenta até às próximas regionais. É de aproveitar enquanto pode.

Devo confessar que a sra. seria a pessoa de quem menos esperaria declarações com tão pouca elegância.

A operação de limpeza

Por estes dias que correm, algumas memórias do que se passou há apenas algumas semanas parece que se esvaíram.

Sócrates já é falado no passado, um passado distante. Os candidatos à liderança do partido ainda que completamente comprometidos com ele e com a sua forma de pensar e agir, não estão nada interessados em falar nesse passado e na sua evidente falta de opinião enquanto ele estava no poder.

Isto é mais óbvio com Francisco Assis, que nunca se fez rogado em defender e repetir as teses do líder. Nunca se coibiu de empolar histericamente toda e qualquer afirmação do PSD (em particular).
Assis nada mais foi do que o eco de Sócrates.

Não terá o atrevimento de romper com aquilo que foi o seu passado recente, mas tudo faz para que não se fale disso.

Seguro foi mais cauteloso. Estava dentro quando precisava e fora quando convinha. Dentro para não ser completamente ostracizado pela turba acéfala de apoiantes de Sócrates e fora quando tentava capitalizar para a sucessão do líder.

Os dois sabiam que Sócrates não iria durar. Ambos se posicionaram de forma a poder aproveitar-se disso.

Mas Costa foi o mais cauteloso e talvez o mais inteligente. Não se candidata.
E não o faz por mera protecção. Sabe que durante 4 anos o PS vai andar num desnorte total. O mesmo acontece ao PSD quando sai do poder. Tritura líder após líder na esperança de encontrar alguém que como Sócrates lhes devolva aquilo a que pensam ter direito - o país.

Costa vai assistir de fora a essa luta, com o pretexto de estar muito ocupado na CML. A desculpa perfeita que nenhum dos outros dois tem.

Mas independentemente do que possa acontecer a Sócrates e ao seu sucessor, é importante que nos lembremos do que nos vai acontecer a nós por causa deles.
A desculpabilização em que todos serão unânimes no PS é algo que não muda com a mudança de líder. Irão todos fazer finca pé na sua qualidade de meros espectadores de uma crise externa. Vão até dizer que a política que levaram a cabo não era de esquerda porque foram forçados a aplicar outra; uma política de direita.

É uma forma curiosa de assacar as culpas a quem não esteve no poder, dizendo que se limitaram a fazer os que os outros fariam.
O facto é que desde 2005, a forma como o país foi conduzido foi absolutamente ruinosa. Com ou sem crise, desde que o PS chegou ao poder os indicadores económicos começaram a agravar-se. Depois da crise, a sua negação nada ajudou.
A tentativa de mascarar o problema contraindo mais divida e esforçando ainda mais do ponto de vista fiscal o tecido económico causou efeitos devastadores.
Há hoje um desconfiança total acerca do comportamento de Portugal do ponto de vista económico. O risco de default está acima dos 40% por oposição ao da Espanha que se cifra em 20%.

O legado de Sócrates e do PS é pesadíssimo. Mas aquele que é hoje um partido derrotado e sem líder tudo fará para que isso seja esquecido.


Começou a operação de limpeza das responsabilidades do PS no que foi a desgraça nacional destes últimos 6 anos. Nas próximas legislativas aparecerão de cara lavada, amnésicos e propondo um país melhor. Outra vez...
Talvez se safem. Cabe ao próximo governo por em prática um enorme aperto de cinto. Vai ficar com o estigma da austeridade mais selvagem de que nos lembramos e isso não dá votos.
A única coisa que pode evitar um novo ciclo de PS dentro de 4 anos será a lembrança do que foi este período que passamos e de que nunca mais nos vamos esquecer.

Pouco me importa que ganhe Seguro, Assis ou Costa (quando ele se candidatar). Importa-me mesmo é que todos estes que foram cúmplices com o líder do maior roubo a que Portugal já assistiu, possam voltar a ter uma oportunidade de voltar ao poder. Isso sim, assusta-me.

Obrigado sr. Dr.

Teixeira dos Santos é um velhinho simpático.

Incapaz de acertar uma previsão ou de se impor a um chefe que não passava de um asno, mas ainda assim simpático.

Fez uma cabulazinha para o novo governo muito bem organizada. As negociações em curso e a consequente escolha do ministro das Finanças fica muito facilitada. Até se esperava uma sugestão do sr. Teixeira para o sucessor, mas por falta de lembrança ela não foi feita.

Mas a cabulazinha não só diz o que é preciso fazer, como diz quem são as entidades envolvidas e o ponto do MoU a que se referem.
Isto sim é serviço. Muito acima do que se pede a um ministro em funções de gestão corrente.

Se não fosse isto o novo governo iria andar perdido.
Já os estou a ver a correr pelo corredores a gritar "Manda-me o PDF do Teixeira, pá. Sem aquilo não consigo fazer nada".

Gostei mesmo foi deste ponto:
Pendências em tribunal: Realizar uma auditoria dos processos pendentes a fim de definir medidas mais precisas. [MoU]
Auditoria às acções pendentes, incluindo processos executivos, insolvências, processos tributários e laborais.[MEFP]
Muito bom!!
Estava mesmo à espera de ver algo do estilo:
Realizar um estudo sobre as medidas legislativas a adoptar para evitar catástrofes naturais.
ou
Implementar medidas para um crescimento forte e sustentado da economia. A taxa de crescimento alvo será de 2 dígitos anuais.
Ora se o sr. Teixeira desaparecesse da paisagem, com os seus adjuntos, secretários e demais corja era um enorme favor que nos fazia a todos. Tomar as pessoas por parvas a este nível e publicar um documento destes no site do Ministério não é digno do pior adjunto, quanto mais de um ministro...

A informação que temos... é mesmo uma merda

Francisco Assis é um homem "corajoso", "tribuno experiente" etc etc etc

Isto tudo de alguém que entrou na politica aos 24 anos como Presidente da Cãmara de Amarante. Como curriculo profissional não está nada mal.

E é alguém assim e outros como ele que se atrevem a falar da experiência de Passos Coelho e de Portas.

Ora aqui está alguém que desde 1989 (pelo menos) vive da coisa pública. Que vai "relançar" o debate no PS. Relançar? Ou retirar do coma? Do coma intelectual em que ele próprio esteve mergulhado estes 6 anos? Não terá a língua com um sabor estranho?

Já em tempo tinham feito uma campanha parecida com Vitorino. Pois ele era o melhor comissário que já tinha passado pela Europa, ele era o autor do programa do PS, ele era alguém de reconhecido valor... Tudo.

Seguro também ele é uma personagem que vai ter os seus apoios na TV.
A SIC então nem sequer se controla. Em vez de falar em negociações para um governo, fala antes em negociações para um governo DE DIREITA, como que a querer dar um tom depreciativo à coisa.

Por estes dias eu acho que depreciativo é ser de esquerda. Aquela esquerda que espetou com o país na ruína. Aquela esquerda que perdeu as eleições e que acha que se explicou mal.

Fazia bem um pouco de vergonha na cara a muitos no meio jornalístico. Suponho que não tardará muito alguns voltarão a andar a lamber as botas a quem está no poder, enquanto que outros vão ser sempre aquilo que foram - umas nulidades sectárias.

Este tipo de coisas extravasa largamente o dever de informar e o decoro. São o perfeito exemplo de mau perder, de manipulação e de muito pouco entendimento do que é a escolha pelo voto.

Sim, porque não sei se repararam mas neste momento 50.5% do votos expressos foram para o PSD e para o CDS somados e há uma maioria absoluta na assembleia.
50.5% dos votos significa que o PS o PCP e o BE juntos têm menos votos que os outros dois. A maioria social de apoio, nas palavras do ilustre António Costa, parece-me que é ao contrário do que ele pensa.

Pode invocar-se que ainda faltam os abstencionistas e esses também vivem cá. Certo.
Mas esses se quisessem votar na esquerda tinham-no feito.
E não nos esqueçamos que deve haver grossa inflação de inscritos nos cadernos eleitorais e que provavelmente a abstenção real é menor.

Mas já que falamos nisso, o PS tinha uma maioria social de apoio em 2009? Nunca ninguém deu por isso.

Vamos lá pelo menos a tentar ser sérios e olhar para os números em vez de tentar manipular a realidade a la Sócrates ok?

Ana Gomes e o "efeito besta"

Ana Gomes saiu-se hoje com algo de verdadeiramente incrível.

Na sua forma habitual, truculenta e desbocada, vem lançar suspeitas sobre Paulo Portas e comparar um possível e potencial risco de o ter como ministro a .... Strauss Khan.

Sem querer ofender as bestas que parecem ser bem mais honestas e claras do que esta senhora, não posso deixar de passar em claro o que as declarações desta "virtuosa" socialista significam quando analisadas sob várias perspectivas.

Esta sra. deputada, que disse algumas coisas nada abonatórias de Sócrates e que veio antes das Europeias prestar-lhe vassalagem para manter o lugar no PE, talvez não esteja em posição de dar lições de moral a ninguém.

Ela que veio beijar os pés a um líder, que desde a sua idade adulta andou metido em esquemas do mais questionável, devia saber melhor do que ninguém aquilo que disse, juntamente com os seus camaradas quando Sócrates foi apanhado na teia de mentiras que é a sua vida - Inveja, mau perder, cabala etc etc

Mas mais grave que isto tudo é que ela foi das que se atirou ao ar quando Santana em 2005 disse que "preferia o regaço das senhoras" e que havia outros que preferiam outras companhias.

Mas isto não espanta. Desde um palerma do PS a ter um discurso xenófobo nesta campanha até esta peixeira inqualificável a falar de questões de orientação sexual, o PS parece ser afinal um antro de preconceituosos que nada têm a ver com aquilo que dizem defender. Em suma, não passam duma corja de hipócritas com que tivemos de lidar durante 6 longos anos.

Convém só lembrar à D. Ana Gomes que o sr. Kahn é do PSF e que os socialistas são sempre os primeiros a saltar a terreiro defender os "camaradas" sejam eles, violadores pedófilos, burlões ou corruptos. Desde que seja um camarada pode ser um violador em série, porque a solidariedade partidária está acima de tudo. Talvez isto explique porque é que em vez de expurgar o partido de maus elementos, o partido seja uma espécie de porto de abrigo para tudo o que é execrável aos olhos da sociedade.

Aparentemente são também os primeiros a saltar a terreiro quando se trata de difamar os outros. Sobretudo quando com enorme tolerância democrática... perdem

Ana Gomes precisava um bom par de chapadas no focinho para aprender a saber perder. E não é que pudesse causar algum dano. O mal que havia para fazer já está feito. Um chapadão só podia ajudar.

Se mais delongas - Ana Gomes é sem nenhuma surpresa, uma verdadeira desgraça como política e como pessoa. Mesmo não a conhecendo como pessoa (Graças  Deus), alguém que profere este tipo de afirmações e faz este tipo de insinuações porque perdeu umas eleições, é a todos os títulos um asno.

Como muitos outros membros do seu partido, percebe muito pouco o conceito de democracia, de escolha popular e de fair play. Ou melhor, só o percebem se forem eles a ganhar.

Tal como Sócrates e muitos que se lhe seguirão, Ana Gomes representa tudo aquilo que deveria ser varrido da política.

Um verdadeiro nojo.

O canil

Era uma vez um canil. Que tinha um líder incontestado.

Um Doberman louco conhecido por Platão, agressivo e conhecido como um animal ao qual não era boa ideia fazer festas.
Habituado a uma vida de domínio e de agressões para manter a ordem no canil acabaria por morrer atropelado por um autocarro cheio de sihks, paquistaneses e moçambicanos que se deslocavam numa excursão a Évora. O que eles lá iam fazer nunca ninguém soube mas dizem as más línguas que foram lá pela gastronomia.

Houve ainda quem o tentasse salvar, mas a maior parte dos que o viram preferiram deixá-lo morrer, só de pensar o que seria tê-lo de novo em condições de morder quem quer que se aproximasse.
Foi-se... Acabou indignamente sujo, com marcas de rodados no pelo que era minuciosamente escovado pelos seus muitos tratadores. Bicho ganhador de prémios, veio a saber-se que só ganhava concursos "arranjados". Mas o que era gasto em produtos para lhe manter o ar saudável e distinto era impressionante.

Ficou o canil sem macho alfa.
E a lista de candidatos não podia ser mais díspar.  Um Rotweiler chamado Coast, um Cão de Água chamado Axxis, um Dálmata chamado Sure e um Pinscher miniatura chamado Vitinho. Havia também um Pug meio desajeitado chamado Marte (como o Deus Romano) que já tinha tentado uma ou duas vezes mandar no canil, até porque o pai já tinha sido o chefe, mas o filho não parecia ter nenhuma das qualidades do pai. A única coisa que tinha do pai era a extrema parecença com ele, especialmente o focinho.

O Rotweiler, apesar de impor um certo respeito passava muitas vezes por ser afável e dado ao convívio com os outros. Estranhamente dava-se muito bem com o defunto Doberman, mas sempre se teve a sensação de que se um dia a oportunidade se apresentasse, acabaria por o "desfazer".
Mas com a morte do líder, o Rotweiler parecia a escolha natural.

Um autocarro encarregou-se do trabalho sujo. Más línguas sugerem que o Rotweiler forçou o motorista a guinar indo acertar no Doberman, mas isso não passam de más línguas

O Cão de água, inteligente, pecava apenas por duas coisas. Um ar pouco digno quando comparado com os outros e um certo problema de vista. Desgrenhado como são todos os cães de água a precisar de tosquia, houve quem atribuísse a sua falta de vista à franja. Mas a verdade é que não tinha franja. Os tufos de pelo estavam muito acima dos olhos o que era francamente atípico da raça. Sobretudo não era nada dado a lutas. Quando enfrentava pancadaria gania muito e fugia. Por causa dessa característica preferia ficar na retaguarda. Mas mesmo assim parecia dar-se bem com o líder. Houve até quem suspeitasse que só ladrava quando o líder o fazia. Só que o fazia mais alto e ladrava mais vezes. Mas sempre no mesmo tom e com a mesma cadência.
Não se pode dizer que fosse um cão bonito. Era apenas pitoresco.

O Dálmata. Bonito, de bom porte e com um certo ar delicado. Quase parecia consciente da sua condição e furtava-se sempre a situações em que se pudesse sujar. Colaborava nalgumas sacanagens, tão típicas dos cães, mas quando se olhava estava afastado, quase querendo dar a entender que não tinha nada a ver com aquilo.

Para quem olhasse de fora, o Dálmata seria mesmo o vencedor. Mais elegante, mais alinhadinho era do ponto de vista estético o ideal para liderar o canil.

Mas o Rotweiler não estava pelos ajustes. Um cão daquele porte poderia muito bem decidir que agora era a sua vez. E o Dálmata, ao contrário do Dobermam, não era um cão possesso e resfolegante de quem se  arriscasse a levar uma dentada dolorosa.
O cão de água não tinha mesmo ar de ser líder de nada. Desde que o alimentassem com algumas sobras certamente que ficaria apaziguado e contente. Quase parecia que tinha consciência das suas limitações.

Mas havia ainda um Pinscher miniatura. Animal de pequeno porte e comportamento eléctrico; com um ladrar esganiçado que se fez ouvir durante uns tempos.
Importado da Europa, onde dizem as más linguas terá ganho todos os concursos de ensino que havia para ganhar, era considerado o animal mais inteligente de todos.
Nunca ninguém soube se era verdade.
Lá que estava ensinado, estava. Só se manifestava quando lhe mandavam e fazia alguns trabalhos que os outros não tinham pinta para fazer. Laborioso e arrumadinho fazia cócó sempre no mesmo sítio. Ao contrário do Doberman que era conhecido por espalhar bosta por todo o lado. Mas daí a ser o cão top na Europa ia uma distância considerável. É sabido que por lá há animais de outra estatura e para ganhar em concursos internacionais é preciso alguma dimensão.
Verdade ou não, passeava acompanhado do Dobermam.
Havia qualquer coisa nos dois que os unia. Talvez porque o Dobermam tenha resultado dum cruzamento de várias raças, entre elas o Pinscher. Davam-se bem.
Houve períodos em particular em que foram vistos juntos várias vezes mas sempre tentando aparentar uma certa distância

A verdade é que o Pinscher apesar de ser engraçado e activo não seria um bom pretendente ao lugar de líder. Um espirro do Rotweiler e lá iria o pobre cair no meio do campo. Também não manifestava muito a sua intenção de competir. Era mais um cão de bastidores.

E no fim havia o Pug. Feio, mais feio que o pai e sem a sua desenvoltura. Um mau cruzamento diziam uns, uma decepção diziam outros. Muito dado a desaparecer por largos períodos, quando voltava parecia que se passeava com uma certa cagança por ter estado fora. Rabinho retorcido, andar saltitante e respiração ruidosa tão típica de cães com um crânio daquele formato. Sacaninha nas lutas fingia ser conciliador apenas para dar umas ferroadas pela calada.
Teimoso e pouco dado ao ensino, não se esperou nunca grande coisa dele. O pai, esse sim, animal espertalhoco (ainda que feio) tinha um não sei quê de apelativo. O filho, népia.

Havia incerteza no canil. O mais certo era que se acabesse numa luta e que dessa luta alguém saisse aleijado.
O mais provável seria o bonitinho Dálmata safar-se.
Há algo de bizarro nestas coisas da sucessão em que muitos asseguram que ganha o cão mais bonito. Não o mais útil ou o mais inteligente, mas sim o mais bonito.
O único problema que se antecipava era o facto de o Dálmata ser "delicado".

Fosse como fosse só se veio a saber o resultado uns meses depois. Mas a verdade é depois da morte do Doberman o cheiro desanuviou muito no canil. Esse malfadado animal urinava e fazia cócó por todo o lado e durante anos não fez outra coisa. Tinha que causar algum dano...

Graças a Deus pela coragem

Ontem no fim do aclamado discurso de Sócrates uma corajosa jornalista lançou ao ar a pergunta que muitos de nós gostávamos de poder fazer
Agora que sai, acha que isso o pode prejudicar em processos judiciais em curso?
Terá sido  isto em linhas gerais o que lhe foi perguntado. No meio de vaias dos descerebrados imbecis que enchiam o Altis, Sócrates fingiu não ter percebido a pergunta.
A jornalista paciente repetiu. Os imbecis apavorados vaiaram de novo (nada melhor do que uma assembleia de Cro-Magnons para aplaudir um líder que sai). Sócrates apanhado em contra pé não tinha a ajuda do tele ponto.
Respondeu com generalidades. Com a "treta" da separação entre os poderes. Separação essa que ele tentou desesperadamente encurtar.
É tão conveniente o refúgio no "estado de direito" quando sabemos que ele não nos pode tocar, não é Sr. Pinto de Sousa?

Não convenceu ninguém. Os apoiantes só esperam que nunca se desenterre o cadáver e que ele o tenha enterrado bem fundo. Os outros nunca ficaram convencidos.
Não é normal ter um 1º ministro a saltitar de caso em caso e a ser salvo milagrosamente por questões técnicas. Ainda por cima questões passíveis de uma  interpretação e do seu contrário

Ele deixa hoje de ter imunidade. Mas mais importante do que isso, ele deixou de ter de repente uma série de amigos. Será que o "formal" e "compacto" Presidente do Supremo lhe faz mais algum favor?

Seja como for, são poucos os jornalistas que fazem as perguntas que devem ser feitas. E viu-se porquê. É que fazer aquela pergunta, naquele sítio, no meio daquela assembleia pungente com os olhos lavados em lágrimas pela saída do SEU líder, não é coisa para "meninos".

É um gesto que define profissionalmente quem o faz. É mesmo ter TOMATES.

Os meus parabéns à jornalista e a minha sentida vénia

O ódio a Sócrates

Na ressaca dos resultados de ontem vi, contra os meus princípios, o Eixo do Mal.

Já há algum tempo (em 2009) tinha escrito um post chamado a Cloaca Rosa em que tinha dado largas à minha opinião acerca do programa e dos seus intervenientes.

O programa mais não era do que um espaço de antena do PS e de Sócrates em particular. Se do lado da senhora presente a subserviência a Sócrates era óbvia, dos outros o que se tinha era um constante desancar no PSD e nos outros partidos da oposição, o que no fim acabava por ter o mesmo resultado.

Este painel disse coisas inomináveis de Manuela Ferreira Leite. Talvez com uma vitória dela nas eleições de 2009 o descrédito de Portugal nos mercados financeiros não fosse o que foi com Sócrates.

Mas adiante...

Clara Ferreira Alves falava ontem do ódio a Sócrates. Como se o país se tivesse levantado um dia e decidido que odiava o personagem, sem qualquer razão plausível para o fazer. Aquilo que é um ódio profundo a Sócrates é sobretudo um ódio aquilo que ele representou e representa de pior na nossa sociedade. Podia ser ele ou outro qualquer. Mas foi ele.
Nele reuniram-se características quase únicas. A falta de ideais, a falta de escrúpulos e a falta de conhecimentos. Uma ambição desmedida e traços psicóticos óbvios.
A eliminação dos opositores por todos os meios ao seu alcance e a tentativa de subversão da nossa ordem constitucional.
Tivesse esta criatura vivido num regime totalitário como a ex URSS ou um dos seus satélites e teria seguramente as mãos bem cheias de sangue.
Sócrates não acredita em nada a não ser no poder para si.

Porquê o ódio?

Desde muito cedo que Sócrates se apossou do "aparelho" do partido. Navegando na onda da vitória de 2005, tratou de colocar em posições chave do PS pessoas da sua confiança. A anulação do PS começou quase imediatamente a seguir às legislativas. Alguns expressaram preocupação, mas na vaga de subserviência e fascínio dos media pela sua personalidade, quase tudo foi esquecido num instante.

Muito rapidamente mostrou ao que vinha. A primeira campanha foi contra a magistratura.
A campanha das férias judiciais.
Fazendo uso de estatísticas manipuladas e da sempre presente mesquinhez do "tuga" deu-se a ideia errada de que os magistrados gozavam de um período de férias anuais de quase 3 meses. Não era raro ouvir conversas de café de gente indignada com o facto. Era inadmissível!!

Pouco importou que na sua reforma absurda se tornasse a vida impossível aos advogados e que fosse um pesadelo fazer os mapas de férias dos magistrados, ao concentrar num único mês as férias de toda a gente assegurando ainda os turnos.
Mas na justiça esse foi apenas o princípio. Havia uma clara agenda. E ela incluía uma limitação da sua capacidade de actuação em casos que envolvessem "amigos" do partido.
Mais para o fim do seu reinado juízes corajosos fizeram-lhe frente. Mas não sem enfrentar as consequências, e sem vermos um Presidente do Supremo ordenar a destruição de escutas num caso de tráfico de influências que envolvia próximos de Sócrates e ele próprio.
Nesse momento percebeu-se até que ponto a teia socialista tinha entranhado o sistema de justiça. Desde o MP até às mais altas instâncias do poder Judicial.
A separação de poderes foi posta em causa. Se não o foi na teoria, foi-o pelo menos na prática.

Depois veio o ensino. Usando a mesma estratégia que tão bons resultados tinha dado, virou o país contra os professores. Eram uns desocupados, com meses de férias e uns absentistas militantes.
O povinho fazendo sempre gala da sua limitação intelectual ligada a um inveja mortal, aplaudiu de pé.
Era preciso por a mão nessa "corja". A razão era apenas a de evitar gastar mais dinheiro com as progressões na carreira.
Agarrou-se em toda uma classe com um elevadíssimo grau de qualificações e transformou-se a mesma num grupo de aproveitadores desqualificados que "roubavam" o Estado.
Foi por esta altura a suspensão de um professor por causa de uma graçola que envolvia Sócrates ou a negação de aposentação a professores com cancro (pelo menos dois casos conhecidos nos media)
Nas escolas apareciam os simpatizantes de Sócrates e do PS, e os outros. A classe ficou virada do avesso. Quem sofreu com isto foi o ensino como um todo.
Para empolar estatísticas, facilitou-se tudo. Criaram-se as Novas Oportunidades que em vez de formar, certificavam apenas aquilo que as pessoas tinham aprendido durante a vida. Mandar um email era igual a ter qualificações em informática.
Houve ainda casos mais caricatos; o do famoso curso de futebol com equivalência do 9º ano.

Quanto á qualidade do ensino superior nada se fez. E como se podia fazer? É que entretanto soube-se que a licenciatura do nosso 1º Ministro não passava dum favor e duma "cortesia" da Universidade Independente. Obviamente com a colaboração como professor de um amigo de longa data de Sócrates. Um versatilíssimo professor que ministrou 4 das cadeiras com que ele se "licenciou".
Pouco importava que ele não estivesse inscrito na ordem. Pouco importava que ele assinasse Engenheiro quando não o era. Pouco importou a mais que suspeita celeridade e as assinaturas de favor de obras na Câmara da Guarda. Para os seus admiradores isto não era mais que uma campanha concertada de destruição do líder. E por isso alguns iriam pagar caro.

O autor do blog que expôs as inconsistências da sua "formação" foi perseguido nos tribunais. A sua vida foi virada de cabeça para baixo. A estratégia da defesa com ataque foi também usada pelo deputado do PS que "palmou" uns gravadores e depois processou os "roubados" com base numa qualquer imbecil tentativa de difamação. Se isto não é merecedor de uma condenação por litigância de má fé, não sei o que será.

Rebentou depois o caso Freeport. Caso esse que tinha ficado a marinar desde 2005. Pudera, com um dos envolvidos como 1º ministro não havia nenhum Magistrado do MP que se atrevesse a pegar em tal bomba. A intimidação à justiça logo no início do seu mandato deu frutos óbvios.

Mas rebentou mesmo assim. E aí mais uma vez se assistiu a um corropio de campanhas de contra informação. A história do tio e do primo "shaolin", as interferências meio bizarras de figuras dentro do MP e um redundar em nada dum caso que era obviamente do mais mal cheiroso que se podia imaginar.
Sócrates hoje finge que não é nada com ele. Teve a sorte de os casos terem rebentado quando tinha a pé em cima de quem o podia lesar. Agora será tarde de mais.

Não nos esqueçamos também, que dois lacaios do PS no Conselho Superior da Magistratura quiseram alterar a nota de Rui Teixeira de Muito Bom para uma outra, com o pretexto de que a sua decisão poderia vir a lesar o Estado. Isto por causa do processo cível colocado por Paulo Pedroso contra o Estado português em que pedia uns milhares de Euros de indemnização por prisão preventiva "ilegal". Só por intervenção de Laborinho Lúcio essa intenção peregrina não singrou. Por sua intervenção a nota ficou suspensa até à conclusão do caso.
Apesar dum acordão inacreditável que lhe deu razão numa 1ª instância, Pedroso recorreu duma decisão posterior da relação (o estado tinha recorrido dessa 1º decisão inqualificável). Sabemos hoje que Paulo Pedroso perdeu a causa no Supremo e que se cansou de recorrer.
Mas sabemos também que as lealdades dos lacaios do PS no CSM são bastante fortes e extravasam largamente a ética, a justiça e até o pudor.
Sabemos também que Rui Teixeira foi um juíz corajoso e independente. Apesar de a própria imprensa o ter ora demonizado ora endeusado, continua o seu trabalho com a mesma determinação e qualidade com que sempre o fez.
É de realçar também a forma como anos volvidos sobre o caso Casa Pia e sobre a prisão de Pedroso, o PS não esquece. Rui Teixeira estará sempre debaixo da mira dos lacaios e handy men do PS.

Com estes episódios se passaram 4 anos; a viver numa realidade paralela e a comportar-se como um líder todo poderoso. Sócrates fazia o que queria com o beneplácito de uma bancada do PS povoada de asnos votantes. O PS já nada mais era do que um grupo Estalinista que se levantava de forma concertada e aplaudia o grande Líder.

Chegados às eleições de 2009, era óbvio para muitos o estado ruinoso em que o país estava.
Manuela Ferreira Leite era líder do PSD. Os media tudo fizeram para dar uma ideia de que ela não era mais que uma figura salazarenta e desagradável que urgia abater.
Sócrates e o seu ministro das Finanças, que irá ficar na história como o técnico competente com menos espinha dorsal ou dignidade profissional da história, subiram os salários da função pública acima da inflação. Mas ao mesmo tempo a actualização dos escalões de IRS fez com que no fim do mês vissem no seu recibo exactamente a mesma coisa que viam antes do aumento. O estado, esse, em vez de limitar os seus gastos, eliminava até ao cêntimo toda a receita fiscal adicional. Foi o IRS, foi o IVA, foi o IMI, o IA etc etc etc.
Com a desculpa da "justiça" fiscal confiscou-se uma significativa parte da riqueza e dos rendimentos das famílias. Até ao osso.
E gastou-se em contratos, certamente celebrados por imbecis, com empresas privadas dando-lhes margens de rentabilidade absurdas e garantidas. Com isto desorçamentaram-se e diferiram-se 5 anos despesas de um nível inimaginável. Iremos começar a pagá-las dentro de um ou dois anos. Mas Sócrates já cá não está...

A par de todas estas "maravilhas" que Sócrates nos deixou, houve uma coisa realmente notável que ele nos deixou. O Medo. Pela primeira vez desde há muitos anos se assistiu a um retraimento das pessoas em dizer o que realmente lhes ia na alma. Com os exemplos passados as pessoas sabiam que em qualquer lado poderia haver um bufo.
Dizem-me os mais velhos que era esse o sentimento antes do 25 de Abril. Um bocado mais extremo é certo, mas semelhante em tudo.
Foram "abatidos" jornalistas incómodos. José Manuel Fernandes e Manuela Moura Guedes foram dois dos mais conhecidos e com direito a ameaças no próprio congresso do PS. Todos os que ele nomeou nesse congresso sentiram na pele as consequências do seu atrevimento.

Uma campanha concertada de comentadores de blogs e de artigos de jornal dava uma percepção completamente errada da base de apoio de Sócrates.
Até nos comícios desta campanha as vagas de entusiasmo e adulação não eram mais que uma parte do circo. Os palhaços viajavam todos juntos; Sócrates e os apoiantes.

Sócrates minou todas as estruturas do Estado. Delapidou o amor próprio e a capacidade do funcionalismo público sobrepondo-lhe uma estrutura redundante de assessores bem pagos e nomeados apenas por simpatias políticas. Fundações, comissões, grupos de estudos, avenças externas. Tudo isto fez disparar os custos do Estado e reduziu a sua eficácia a quase nada.
Tentou subverter a ordem constitucional e mentiu despudoradamente para obter a única coisa que lhe importa. O poder.
Hoje ainda haverá gente que acha que ele foi uma vítima da crise e das circunstâncias. Não concordo. Ele foi uma vítima dele próprio, da sua sofreguidão pelo poder e consequentemente pelo dinheiro.
Sócrates não foi mais que um "novo rico" da política. Sem conhecimentos, sem bagagem e sem escrúpulos.
Foi a personagem mais nefasta que podia ter chegado ao poder.

Dizia ontem o sr. do Bloco desse programa (Eixo do Mal) que Sócrates é determinado. Mas determinado e mentiroso. Mentiroso porque completamente despojado de ideologia (eu diria até que despojado de princípios). Por isso ele era apenas teimoso.

O problema é que ter um teimoso nos erros, com os destinos de um país de 10 milhões nas mãos, acaba por ser um potencial criminoso.
O que ele fez ao país é criminoso. Pela sua acção e pela sua inacção.

Só foi possível porque os portugueses se estão marimbando para o conteúdo e preocupam-se apenas com a casca. Vemos hoje, 6 anos depois, do que era feito Sócrates.
Muitos viram muito antes o que tínhamos feito como país. Mas foram minimizados, ridicularizados e tratados como inimigos.
Hoje temos uma factura louca para pagar. Sugeria que fossem os votantes no PS de 2005, 2009 e de ontem que paguem essa factura. Mas não sabemos quem são. Alguns terão feito parte dos 41% de abstenção. É uma pena que não possam ser só eles a pagar o que fizeram.
Seremos todos nós a pagar a loucura que deixaram este indivíduo cometer.

Ainda acham que não há razões para odiar alguém assim?

Como se vê, não só o ódio a Sócrates é fundado como é generalizado. São razões perfeitamente legítimas para alguém se tornar num líder odiado. Outros "grandes" conseguiram essa proeza no passado.

A tentativa de reduzir o enorme pontapé no cú que ele levou ontem a uma mera questão de simpatia/antipatia não pode estar mais longe da verdade.
talvez esteja para pessoas que vivem no regime, sem um grande esforço para conseguir pagar as contas e atingir os objectivos. Para pessoas como CFA que obrigam um empregado de um self service no Algarve a servi-la à mesa quando acompanhada do sr. Sá Fernandes (outro extraordinário servidor da coisa pública).

Esta gente que acha que o povo são os "outros". Que falam da saúde pública como se não usassem a privada porque a podem pagar, ou da educação como se alguma vez pusessem os seus filhos numa escola pública.

São eles que acham que isto que aconteceu a Sócrates foi apenas uma coisa "pessoal".  Ao dizer isto ou se colocam do lado do estúpidos que pouco percebem o que os rodeia, ou do lado dos mentirosos que preferem distorcer a verdade para satisfazer os seus objectivos.
De uma forma ou de outra, não resta grande coisa...

O ar está mais puro

Sócrates foi-se. Foi-se no resultado e do partido.

 Fonte: HenrCartoon

O ambiente insalubre que se viveu durante os seus dois "reinados" chegou ao fim. Ele próprio chegou ao fim e isso é fabuloso.

Como já o tinha dito várias vezes, os seus camaradas estavam prontos para lhe preparar o caixão. Mas não foi preciso. O "esforçado" 1º ministro só se dá bem com o poder. A falta dele limita-o.

Este PS que elegeu um líder em apoteose ainda há poucos meses tem agora entre os seus algumas eminências pardas prontas para partilhar os despojos.

Seguro saindo seguramente do elevador do Altis não é nem deixa de ser candidato. Costa nos estúdios assistia com um sorriso algo jocoso à figura que Seguro fazia em directo na televisão.

Mas isso agora pouco importa. Pouco importa que esta corja se degole pelo poder de um partido vazio de ideologia e de honestidade.

Importa mesmo é que não seremos mais governados por um medíocre mentiroso. Não corremos o risco de o ver desbaratar 78 mil milhões em coisa nenhuma, tal como o fez com as centenas de milhões que destruiu em 6 anos.
De todas as satisfações que levo essa é talvez a maior.
Outros, ainda mais expostos à soberba ignorante de muitos socialistas que minam o funcionalismo público neste país, estarão ainda mais contentes do que eu. Graças a deus não sinto muito próximo o fedor dos lambe botas e dos servos do partido Socialista. Mas bem perto de mim há quem o sinta e amanhã para essas pessoas será o principio do fim da depressão em que viveram anos a fio.

Iremos passar um mau bocado e é óbvio que no momento em que estamos esse mérito cabe ao perdedor e ao seu partido cleptómano. Infelizmente as consequências políticas são pouco para o que deveria acontecer a esta gente.
Deveriam sentar-se no banco dos réus, despidos de todas as imunidades e julgados por gestão danosa de um país. Não tenho dúvida que o tráfico de influências e a corrupção estaria no rol de acusações.
Não é possível estafar tanto dinheiro (ainda por cima emprestado) sem ter havido gente a ganhar muitíssimo com isso.
Mas somos um país de brandos costumes. Somos um país de carneiros.

Uma última palavra para os "gabinetes de sondagens". Seria excelente que metessem as vossas metodologias no sitio onde elas merecem estar.
A apresentação de resultados diários deste calibre, mesmo usando o método tracking poll (que segundo os experts atenuam os desvios) mostram à exaustão a forma como as sondagens servem outros propósitos que não o da mera informação do público.

Hoje até já ouvi Ricardo Costa dizer que o argumento do Estado Social usado pelo PS durante a campanha foi um argumento "tolo". Espantoso como durante semanas de campanha nunca disse nada de semelhante, mas se atreve a fazê-lo no dia em que percebe que o longo braço do PS já não chega até ele.
Os meus parabéns pela flexível espinha dorsal.

Amanhã é um novo dia. E um dia bem melhor.

A esquerda e a direita

É por demais divertido ver a forma como aqueles que já se acham perdedores qualificam estas eleições.

Agora de repente são de esquerda. O PS retirou o socialismo do baú, sacudiu-lhe o pó e diz agora cheio de propriedade e de cagança que estas eleições são uma luta entre a direita e a esquerda.

O que não deixa de ser bizarro se olharmos para o perfil de Sócrates e sobretudo para a sua obra. Ele levou ao extremo a orientação do partido começada por Guterres.

Do ponto de vista do papel do estado, não houve partido que mais tivesse alienado as responsabilidades do Estado (uma das questões doutrinárias fulcrais do socialismo). Coisa que partidos como o PCP e BE levam para o extremo oposto. A nacionalização de tudo o que seja sector relevante da economia.

A banca, os seguros, as grandes empresas de distribuição etc etc. Isto obviamente além de serviços fundamentais como a saúde, a segurança, e a educação.

Foi neste governo que Portugal começou a ser gerido como uma empresa. E muito mal diga-se de passagem. Mas olhando à nossa volta vemos a quantidade de serviços do Estado que foram transformados em empresas públicas fugindo claramente à regras que são impostas ao Estado.

Planos de privatização de sectores fundamentais como as àguas, ou a abertura da saúde (ou deveria dizer o escancaramento) ao sector privado através de PPP's.
Este PS de socialista ou de esquerda não tem nada. Aquilo que deveria ser a solidariedade social por via fiscal (pagam os que mais podem para dar aos que menos têm) tornou-se num saque à classe média e no cortar de ajudas sociais muito importantes para um grande sector da sociedade. Esse saque foi cair direito nos bolsos das grandes empresas (do grande capital...) que ao fazer contratos leoninos com um estado completamente incompetente (ou conivente) a negociar empenhou grande parte do rendimento pago pelos portugueses.

Tentou ser de esquerda em questões como o aborto ou como o casamento homossexual, mas nem isso é apanágio da esquerda por muito que se queira. Esse tipo de convicções ou opções não tem cor política sequer.

O PS de esquerda não tem nada. Não teve nem terá nas mãos deste secretário geral. Por isso me espanta não só o aproveitamento da esquerda com fins eleitorais como me espanta também ver os saltitões do PS como Manuel Alegre ou Ferro Rodrigues que tanto vão até ao bloco como voltam a casa.

O PS é sobretudo "pragmático". Quer o poder. Se se armar em centro esquerda dá votos, ele é-o. Se estiver com a corda na garganta já é esquerda.

E agora estão mesmo com a corda na garganta. Já nem sequer disfarçam e nem tentam fazer como o líder dizendo que o PSD vai ter uma surpresa.

Perderam a fé, tal como já tinham perdido a ideologia e a vergonha e a ligação à realidade.

Este PS está reduzido a uma corja de malfeitores, de funcionários de nível intermédio nomeados à pressão que se divertiram a exercer o ser poderzinho sobre os que não eram como eles.
A assessores descontrolados e inúteis, que ora são lambe botas para as chefias ora são uns pulhas para os outros.
O PS transformou-se nestes 6 anos num negócio de extorsão e de intimidação.

Pode até ser que isto seja a "esquerda". Mas curioso é que Jerónimo que é DONO da esquerda diz que eles não o são. Louçã que acha que é mais DONO ainda que Jerónimo diz que eles são de direita. Mas depois quando fazem as contas, estes dois falam de esquerda no parlamento e metem o PS como uma parcela (??) Que tal isto como um exercício intelectualmente honesto?
Quando é que um partido de esquerda deixa de o ser? 6 anos de "políticas de direita" ainda dá para chamar a um partido como o PS de esquerda?

Seja como for preparam-se para levar uma valente pázada.
E não perdem por questões ideológicas. Perdem porque foram tão incompetentes e mentirosos que seria chocante que fosse de outra forma. Foram o grupo mais desgraçado que a governação ets país já conheceu. Deixam as finanças e o país em estado de coma. Apenas em 6 anos destruíram até às fundações aquilo que tinha levado anos a construir. Quem os destruiu foram eles próprios e a sua mais que óbvia incapacidade de gerir um país.

E nenhum destes pobres diabos incompetentes continuará a mamar da teta estatal. Péssima altura para ficar desempregado não há dúvida.
Pode ser que consigam arranjar um dos 150.000 empregos que Sócrates deve ter na manga.
Boa sorte

Sócrates: apelo ao diálogo

Caro sr. António Pinto de Sousa


É com muita satisfação que constato o seu apelo ao diálogo.
Da mesma forma que o fez durante o seu primeiro governo nas questões estruturais e importantes para o futuro do país
Da mesma forma que mostrou a sua abertura para discutir com os professores o modelo e avaliação ou da forma como dialogou com a oposição e com os agentes da justiça a reforma tão necessária para que finalmente tudo pudesse ser resolvido.

Os resultados desse diálogo, no qual foi sempre prolífico, nasceu a obra de que hoje se pode orgulhar.
Não só a justiça melhorou consideravelmente como a educação se tornou num exemplo para qualquer país civilizado.


Aliás, os resultados da sua abertura ao diálogo tornaram estes últimos 6 anos num verdadeiro prazer para quem teve a sorte de poder viver neste país bafejado pela sorte de o ter como 1º ministro.

Não é fácil encontrar reunidas na mesma pessoa as características que o sr. demonstra em tanta abundância. E só por isso lhe agradeço. Hoje temos uma bitola pela qual avaliar todos os outros que vierem a seguir. O nível que atingiu perdurará muitos anos intocado.
E isso é uma coisa boa. Queremos sempre poder apontar o seu exemplo aos nossos filhos. O seu papel na formação dos jovens continuará mesmo depois de a sua carreira política chegar ao fim.

Todos sentimos de uma forma ou de outra a tolerância com que o seu governo e os seus correligionários lidaram com a diferença de opinião.


Não nos lembramos duma capacidade de diálogo igual à sua desde o 25 de Abril.
Quem entrava para uma negociação com um dos seus ministros sabia sempre o que levaria à saída.


A sua fantástica capacidade de diálogo foi levada ao extremo com o acordo para o Orçamento de Estado de 2010 em que o sentido de estado e o bem estar dos portugueses esteve sempre presente na sua mente.


Alguns, mal intencionados, poderão achar que não está a ser totalmente sincero.

Não o conhecem. Não sabem como tudo aquilo que diz é pensado. 


Desconhecem porventura que a sua capacidade de diálogo e de negociação vem dos tempos em que conseguia negociar aprovações expeditas na Câmara da Guarda, ou notas de cadeiras no tempo da faculdade.
Serão mal intencionados e mal informados com toda a certeza.


É por tudo isto que aplaudo o seu apelo ao consenso e que constato com grande alegria que António Costa anseia pelo mesmo. Há que evitar a instabilidade social provocada por aqueles que têm mau perder.
Nunca na minha vida adulta encontrei um grupo de pessoas reunidas à volta dum líder tão em consonância com os seus valores e com a mesma preocupação com objectivos comuns.


E por tudo isto gostaria de lhe deixar a minha gratidão e o meu sentimento pessoal acerca dos últimos 6 anos e da sua capacidade como líder dialogante.

Ficar-lhe-ia imensamente grato se pudesse levar para junto dos seus a minha mensagem sentida. Lembro-me de Santos Silva, Silva Pereira, Manuel Pinho, Maria de Lurdes Rodrigues, Alberto Costa, Rui Pereira, Francisco Assis, Alberto Martins, Jorge Lacão, Manuel Alegre, Almeida Santos, Maria de Belém, Edite Estrela, Ana Gomes e tantos outros que terão de ficar sem ser nomeados.

Mas dificilmente o consigo fazer com palavras. Por isso lhe deixo uma imagem singela que espero aceite com o fair play que caracteriza os grandes homens (já sabe, aqueles que dialogam e têm o dom do consenso)





Gostaria de me cruzar consigo um dia para lhe poder expressar pessoalmente e com toda a veemência os meus sentimentos mais profundos acerca do assunto.


Sem outro assunto de momento, despeço-me respeitosamente.