A desfaçatez total

Se a mentira e a manipulação em política pagassem imposto, o país estava numa situação fantástica.
José Sócrates a cada dia que passa consegue dar mostras da sua completa falta de espinha dorsal.

Dizia ele hoje em Santarém um sem fim de baboseiras, certamente para estúpido comer, que ficarão na historia como algumas das afirmações de campanha mais desvairadas alguma vez proferidas.
 “Pensavam que estas eleições eram favas contadas, que iam ter uma vitória, mas enganam-se bem”
Não sei bem em que planeta ele vive ou se acha que por dizer que ganhou vai de facto ganhar, mas num momento em que alguns indecisos começam a dar mostras de o querer ver pelas costas, ele anda com estas frases popularuchas para tolos.

Mas vai mais longe e é aqui que a sua desonestidade completa vem ao de cima
“Eu lutei com todas as forças para que Portugal não pedisse ajuda externa, porque sei os custos que isso tem para o país”, referiu. Já o líder do PSD, contrapôs, “mostrou que está disposto a tudo. Ele fez tudo o que estava ao seu alcance para que o país fosse obrigado a pedir ajuda externa, para poder impor a agenda do PSD”
Pois este asno, desculpem-me a expressão, que gastou dos cofres do Estado como se não houvesse amanhã, que delapidou todo o esforço fiscal imposto aos portugueses ao ponto de por o país a um mês de não ter dinheiro para pagar salários, vem agora insinuar que os outros sempre quiseram a ajuda externa porque isso servia os seus interesses políticos.

Isto vem de um fulano que silenciou o ministro das Finanças que numa réstia de honestidade e de bom senso disse que se os juros chegassem a 7% forçariam o país a pedir ajuda.
Ajuda essa que todos os parceiros desejavam que acontecesse sob pena de arrastar o Euro para um abismo e provocar crises bem mais graves na Espanha e sobretudo no gigante italiano.

A meros dias de não haver dinheiro para pagar os salários dos funcionários públicos e completamente entalado pela banca que se recusou a financiar as suas loucuras, age agora como se toda a culpa deste pedido de ajuda fosse da exclusiva responsabilidade dos outros.

Não é desejável a nenhum nível que tenhamos de aceitar as condições de quem nos dá dinheiro para podermos comprar o que comemos, mas quem provocou esta loucura foi ele e os seus dois miseráveis governos durante 6 anos.
O que este aldrabão insinua é que um devedor pode chegar ao banco e desatar a fazer exigências acerca da forma como quer que lhe emprestem o dinheiro. Como se por acaso ao não aceitar essas condições (do banco) não arriscasse a ficar a dormir debaixo da ponte.

A situação de completa perda de poder negocial perante os nossos credores foi provocada por ele quase na sua totalidade. Endividou-se (ou melhor endividou-nos) até ao pescoço e insinua que tinha a situação sob controlo. Como se por acaso alguma coisa que tivesse sido feita por ele não lhe tivesse rebentado na cara.

Atribui responsabilidades a dois partidos que tiveram uma breve passagem pelo governo e que agora percebemos que em termos de incompetência (altissimamente empolada pelos media) estavam a anos luz daquilo a que ele conseguiu chegar.

É com agrado que vejo finalmente os "silenciosos" a mostrar o bem que lhe querem. Fico espantado com a percentagem absurda de gente que ainda manifesta intenção de votar no PS, talvez por medo do desconhecido.
Mas retirando os casos de clubite parece-me uma posição duma cobardia inqualificável. Depois do que este homem (e não meto o partido no mesmo saco apesar de no PS haver um longo historial de incompetentes cleptómanos) causou de sofrimento a muitas famílias, a muitos pequenos empresários, do assédio moral absurdo que se exerceu sobre professores e magistrados, com a vergonhosa atitude relativamente aos notários com um acordo quebrado deliberadamente, ainda há quem ache que podia ser pior.
Por acaso podia... O que este país merecia era que de facto ficassem um mesito sem receber com este governo em funções para entenderem no bolso o que não entendem no cérebro.
Ver toda a banca em pânico sem receber os milhares e milhares de prestações de créditos durante um mês, os supermercados às moscas por falta de dinheiro e os carros parados por falta de combustível porque os donos não o podiam pagar.

Num país em que a poupança é praticamente nula nas famílias esse era um cenário absolutamente plausível.
E nessa altura nem Sócrates com o seu apalermado brio, ou Jerónimo e Louçã com os seus "não pagamos" teriam nada para dizer a um povo enraivecido e com tendências homicidas.

Só que como esse cenário não chegou a acontecer por muito pouco, muita desta gente apesar de ter apertado o cinto durante 6 anos, ainda vai recebendo "o seu" e está convencida que tudo isto foi empolado acreditando neste arremedo de homem, aldrabão até à espinha dorsal ausente, e habituado uma vida inteira a mentir  para chegar onde quer.

Quando ele diz:
“Quem vai vencer é o partido que defende Portugal”
É capaz de estar a pensar no seu partido, mas a verdade é que o que parece que vai acontecer é que pelo menos o partido e o homem que destruíram Portugal não vão levar uma vitória como recompensa.

Os restos que ele deixa vão ser dificílimos de gerir num país de subsidio dependentes, de empresas de regime a viver de contratos leoninos e de um aparelho de Estado a gastar como se o saco não tivesse fundo. Gestores de empresas deficitárias a receber prémios, benesses e salários totalmente injustificados.

Espero bem que tenhamos um governo de maioria  que saiba ouvir, que saiba decidir e que por uma vez faça aquilo que tem de ser feito sem se ficar só pelos anúncios. Não vão ter uma tarefa fácil, mas pelo menos o ar insalubre que respiramos há anos e anos vai desanuviar.

Quando Sócrates perder, e isso vai acontecer, espero que tenha alguma vergonha na cara  e desapareça da cena política no dia das eleições.
Se não fizer isso, o partido fá-lo-á por ele. Nem que para isso o tenha de fazer passar por aquilo que ele fez a outros militantes do PS na sua ascensão.