O Desvio

Por estes dias que correm lá se vai sabendo aos poucos o que vamos enfrentar para tapar o buraco colossal deixado pelo competentíssimo governo do Partido Socialista de Sócrates.

A triste realidade é incontornável. A cada cêntimo que nos foi tirado em impostos, os governos anteriores gastaram -no todo e ainda pediram emprestado para gastar mais.

Um poço sem fundo sem transparência e sem resultados.

Passos Coelho quer evitar a todo o custo desresponsabilizar-se apontando a pesada herança como limitadora da sua governação.
Mas é impossível não o fazer. Sobretudo quando essa pesada herança motiva um desespero de angariação de receita para o ano de 2011.

O desvio orçamental anda pelos 2 mil milhões de Euros. E este tipo de desvio não se pode só resolver com cortes na despesa durante o ano de 2011. Esses cortes que serão inevitáveis só têm expressão meses depois da sua implementação. Por outro lado a receita é imediata, ainda que correndo o risco de causar mais recessão e abaixamento do consumo com consequências directas na receita fiscal.
Mas mesmo assim, a cada medida nesse sentido o governo é acusado de que as medidas não têm expressão e foram meramente simbólicas.
Assim foi com a dimensão do governo, ou com a não nomeação de novos Governadores Civis, ou com a poupança que pode significar o aumento de um grau de temperatura num ministério.
É tudo simbólico. Mas com estas poupanças todas somadas poderemos chegar a um valor que é tudo menos simbólico. Muito rapidamente as coisas podem começar a ter valores da ordem dos milhões de Euros.

O problema é que o polvo e de tal forma grande que só perceber o que se gasta é uma tarefa de meses. Todos os dias se percebe que há algo de errado num ministério. Sejam os negócios ruinosos com o património do Ministério da Justiça, sejam contratos absurdos de serviços ou parcerias com privados que garantem milhões em lucros em prejuízo do Estado.
Quando este levantamento for feito e, queira Deus, quando houver coragem para acabar com os abusos, o país poderá começar a ver que o Estado mais não era do que a caixa onde milhares e milhares de pessoas e entidades levantavam os seus belos maços de notas. Em troca de nada.

Na conferência de imprensa do Ministro das Finanças percebeu-se até que ponto este ministro é diferente de Teixeira dos Santos e do seu optimismo bacoco e deslocado.
As suas cautelas nas previsões, a sua calma quase desconcertante e a forma como passa a ideia de que sabe o que está a fazer, contrasta com o tom fantasista de Teixeira dos Santos. Fica evidente que este ministro percebe que cada medida pode causar efeitos colaterais contrários, enquanto que com Teixeira dos Santos, os efeitos colaterais pareciam nunca existir.

De tal forma foi essa a maneira de orientar o país, que mesmo nos últimos meses duma governação criminosa, se conseguiram pulverizar os objectivos da execução orçamental.
Como se esse desvio não viesse a ser notado quase imediatamente a seguir. Como se os expedientes de esconder obrigações do Estado para com fornecedores não fossem expostos meses depois.
Parece coisa de miúdos. Não consigo perceber como é que Sócrates achava que isso nunca viria à superfície. Provavelmente achava que se ficasse mais um mandato conseguia ocultar e resolver o problema durante mais 4 anos.

Os governos anteriores tudo fizeram para esconder e manipular a informação, mantendo os portugueses num estado letárgico durante anos. Enquanto o seu ascendente nos órgãos de comunicação foi uma realidade, vivíamos num oásis. Essa fantasia acabou da pior maneira. Ainda que tenhamos hoje um PS apostado em desviar as atenções ou em fazer apelos ao silêncio por causa dos mercados.
Gente como Assis e como Seguro assistiu a toda a bandalheira do lado de dentro. Sabia que ela existia e era cúmplice com ela.
Hoje, quando postos perante a dura realidade, tenta negar as evidências ou pega em detalhes absurdos para desviar as atenções.

É necessário que se diga o que o PS fez ao país durante os 6 anos de Sócrates e durante os anos de Guterres. Tornaram o país praticamente inviável.
Não houve uma única reforma estruturante do Estado que tivesse sido levada a cabo. Fingia-se que se fazia e fingia-se que se era competente a fazê-lo.

Essa realidade foi posta no colo de Passos Coelho e deste governo. A quem agora atribuem culpas mesmo que se saiba que está no poder há um mês.
Ora é porque ainda não há medidas de corte na despesa, é porque vai aumentar o IRS este ano, porque deixam de se usar gravatas no Ministério do Ambiente do Mar e do ordenamento do Território, porque se corta nos Governos civis, ou porque tem muitos secretários de Estado no Ministério da Economia.

A imprensa continua a não conseguir evitar mostrar a sua simpatia pelo PS de Sócrates. A mesma imprensa que no fim do seu "reinado" disse as piores coisas dele e da sua governação.

Seja como for, se Passos Coelho não pode ou não quer falar da pesada herança, eu posso.
O que temos pela frente é o resultado da incompetência, desonestidade e puro roubo do Estado levado a cabo por Sócrates, pelos seus ministros e pelos seus amigos.
Roubou-se ao longo destes anos mais do que se pode imaginar. O Estado distribuiu dinheiro a quem não devia e tirou a quem tinha direito a ele.

Mentiram, ocultaram e manipularam as contas do Estado e a informação. Num país virtualmente falido gastou-se dinheiro em contratos ruinosos para o Estado, sabendo que a situação, se durasse, iria causar a falência do país.

E é isto que este Governo tem de endireitar. Com o nosso dinheiro.
É isto que o PS, Assis e Seguro temem que entre na cabeça dos portugueses. É disto que eles têm um real pavor - que apareça alguém que consiga ser competente, honesto e trabalhador e que exponha aos olhos de todos a porcaria que eles são.

A única coisa que sabem dizer perante as declarações de que o buraco é imenso é de que isso é contrário ao interesse nacional porque pode ter repercussões nos "mercados" internacionais.

Não deixa de ser curiosa a receita quase infantil proposta por este PS. É curiosa porque é a mesma de sempre.
De cada vez que alguém apontava as asneiradas que faziam era acusado de anti patriota, pelos efeitos perversos que isso podia causar nos mercados internacionais. Como se os mercados não olhassem para o avolumar de dívida ao ritmo demente dos governos de Sócrates.

Aquilo que os mercados vêm hoje é um dívida colossal de um país que em nada se reformou e que passou anos a fingir que fazia alguma coisa. Que gastou muito mais do que tinha para brindar os votantes com inutilidades ao mesmo tempo que metia milhões nos bolsos de empresas que vivem quase exclusivamente da mama estatal.

Qualquer pessoa com dois dedos de testa (e não precisa de ser analista financeiro) percebe que o risco de falência do país era enorme com o crescimento da dívida e com um crescimento da economia absolutamente estagnado durante 10 anos.

Entre o absoluto vazio das declarações de Seguro e a argumentação imbecil de Assis, o PS continua o mesmo. Mentiroso, sem substância e agarrado a uma matriz ideológica que deixou de ter nos anos 80.

Pretender que o PS é de esquerda, ou que as suas políticas são de cariz "mais social" do que quaisquer outras que o PS+CDS possam por em prática, é passar um atestado de burrice aos eleitores.

A ideologia defendida por este PS (tal como noutros partidos, acrescente-se) é a cleptocracia. O enriquecimento rápido e desmesurado à custa dos contribuintes. O tráfico de influências e a promiscuidade entre o sector empresarial e a política. A troca de favores por lugares simpáticos nas empresas sobre as quais se decidiu.

Isto sim é a ideologia da maior parte dos partido neste país, com o PS numa honrosa linha da frente. Ter dois candidatos à liderança de um partido que se caracterizam por ter vivido da política toda a sua vida adulta diz muito do que é o PS dos nossos dias.
Percebe-se bem a estirpe de líderes que pode um dia tomar decisões no nosso país.



A liberdade

Grossa polémica que por aí anda.
A Universidade Católica resolveu recomendar aos alunos que se apresentem decentemente vestidos nas suas instalações, de acordo com aquilo que se exige a pessoas que estão no Ensino Superior e sobretudo numa universidade privada da igreja.

Saltaram imediatamente a terreiro bloggers que viram no curtíssimo documento um incitamento à delação, uma repressão da liberdade individual dos jovens e uma intrusão inaceitável nos seus gostos e na sua vida privada.

É curioso como estes argumentos são sempre usados de cada vez que uma empresa ou uma outra qualquer instituição comete o "deslize" de sugerir um código de vestimenta.

Como se fosse razoável para alguém que frequenta uma universidade privada, cara e prestigiada, apresentar-se de chinelas de enfiar no dedo, calções e uma qualquer t-shirt com os mais bizarros dizeres.

Pergunto-me se algum dos estudantes de dessa universidade no curso de direito, tem o atrevimento de se apresentar assim a uma oral.
No meu tempo ia-se á orais de gravata e fato para os homens e com algum cuidado na vestimenta no caso das raparigas.

Aliás, no meu tempo seria impensável alguém andar a passear-se pela cidade de chinelas de enfiar o dedo. Isso estava quanto muito reservado para a praia. Perdeu-se completamente o sentido de decoro. Perdeu-se a noção de que a nossa liberdade acba quando começa a dos outros.
Só há direitos. Deixou de haver deveres.

E se no caso presente a sugestão é deveras branda, eu diria que sendo a universidade uma instituição privada, pode muito bem decidir a terminação da frequência de um aluno que não se apresente vestido de forma decente.
Assim o fazem outras universidades de prestígio por esse mundo fora.

Se os meninos querem ir de xanatas e camisolinha de clube de futebol, talvez seja boa ideia pensarem em ir para uma outra universidade do Estado onde os responsáveis se coíbem de qualquer gesto que se possa confundir com uma violação do politicamente correcto.

Todos os dias me deparo com gente vestida de formas que me levam a pensar que ou têm problemas de visão ou que não têm qualquer espelho em casa.

Rapazolas com calças com a virilha ao nível dos joelhos, moçoilas com uns pneus de meter medo aos 14 anos a sobressair entre uma t-shirt manhosa e uma saia claramente 3 números abaixo. E xanatas. As malditas xanatas brasileiras. Flip Flops como lhe chamam os Americanos. O pináculo da ordinarice na vestimenta.

Obviamente os pais destas criaturas nada se preocupam com a aparência dos filhos. Provavelmente compram-lhes roupa cara que os faz parecer porcos e descuidados.

Estes jovens irão aprender da pior maneira quando chegarem ao mercado de trabalho (se alguma vez o fizerem). As primeiras impressões contam tremendamente. A forma como nos tratam decorre quase directamente da 1ª impressão. Muitas vezes isso muda com o tempo e com o convívio com as pessoas, mas para isso é preciso que haja mais que uma oportunidade.

Já fiz entrevistas a candidatos que se apresentam de forma incrível. Numa situação de responsabilidade e extremamente importante para eles - um emprego. Se vão a uma entrevista de emprego como vão beber umas bejecas na tasca da esquina mais vale que fiquem pela tasca da esquina.

Entrevistei um com uma carapinha rasta, feita de tranças num cabelo que não devia saber o que era uma lavagem havia anos. Cheirava mal. Um misto de suor e cheiro a pé. O que era espantoso já que estava de xanatas. Com os pés completamente encardidos.
Era um génio (nas suas palavras...). A um génio tudo se atura não é?
Com piercings que fariam disparar qualquer detector de metais num aeroporto.  E no fim dizia-me que não "curtia" a "cena" da autoridade. Preferia ser ele a decidir o que fazer e quando fazer.
Perguntei-me quanta erva é preciso fumar para ir a uma entrevista de emprego naquele preparo e esperar que alguém o contrate... Quem é suficientemente corajoso para por um piolhoso daquele calibre a trabalhar numa empresa?
Nunca mais me esqueci da criatura. Assumo que hoje ainda andará à procura de emprego.

Preferem fingir que a sociedade e as regras de comportamento esperadas não existem. Sejam elas certas ou erradas, existem.
E ou se aprende a viver com elas ou se fica de fora. E as mudanças sociais nunca foram feitas por quem esteve à margem da sociedade. Do lado de fora a olhar para dentro. Nunca se esqueçam disso.

Somos todos amigos.... ou quase

O debate entre António José Seguro e Francisco Assis foi soporífero.

Com a excepção de um ou dois apontamentos mais interessantes aos quais não resisti sem esboçar um sorriso.

O primeiro foi a "vitória" de António José Seguro como cabeça de lista por Braga. Uma proeza inédita com 32.85% dos votos. Ao contrário da derrota estrondosa de Assis no Porto por 35.03%.

Só isto foi motivo para uma "contida" explosão de Assis seguida da típica reacção dos vermes incendiários "temos de manter o nível etc etc". Estilo Caius Detritus na Zaragata de Asterix.

Atira-se com uma insinuação para a mesa e depois pede-se elevação à outra parte.
Assis cai nestas armadilhas com uma facilidade estonteante. Tenta controlar o discurso de réplica mas nota-se que está verdadeiramente furioso. Aperta os lábios, muda a configuração dos sobrolhos e começa "finamente" a contra atacar.

A segunda foi a do "laboratório" de ideias. De facto parece-me que se o PS não produzir as suas ideias em "laboratório" elas não vão surgir de outra maneira. Seguro é mais um produto desta era moderna da reunitocracia. O Homem adora reuniões e está pronto a andar de avião para trás e para a frente para se reunir com quem quer que seja.

Assis está numa de "combate". Seria certamente rejeitado para cumprir o serviço militar mas ainda tem algumas reminiscências do discurso pós 25 de Abril acerca do "combate".

Deve ser um combate parecido com o do PCP. Que, como sabemos, tem produzido resultados fascinantes. Combatem tudo sem nunca baixar a guarda. Assis também tem um combate.
Acho estranho é que quando estava em posição de combater o nepotismo e o seguidismo a um líder, não combateu coisa nenhuma.
Deixou-se estar, confortável, como líder parlamentar amplificando todas as ideias e chavões que saiam da "oficina" de ideias de Sócrates.

São estes dois que se vão abocanhar por um partido em frangalhos. Com Costa a assistir do balcão e a preparar-se para ficar com os despojos dentro de um par de anos. Até ao primeiro embate eleitoral.

Suponho que ganhe Seguro. Não é de agora. Já o tinha dito num outro post em 7 de Junho. Ganha por ser o mais bonitinho e porque os militantes gostam de alguém mais bonitinho e com uma conversinha redonda e pseudo inteligente.

Assis é mais bronco, com pior aparência e demasiado peculiar para agradar a todos.

O dever de Passos Coelho

Admiro a verticalidade de Passos Coelho e a sua tentativa de assumir as responsabilidades sem se refugiar nas culpas dos outros.

É um gesto de carácter mas muito dificilmente possível neste Portugal. Não só porque existe a infeliz tradição de deixar grandes "cagadas" para os que vierem a seguir resolverem mas, porque neste caso, a "cagada" tem proporções ao nível do sistema solar.

É quase impossível que não se revele o que Sócrates e os seus Governos dementes fizeram a esta país durante 6 anos. O que fizeram foi catastrófico. E é tão grande que é impossível não ser conhecido mesmo que Passos Coelho não use essa argumentação para se desculpar.

Mas uma coisa é desculpar-se e a outra é trazer à luz do dia o que foram estes últimos 6 anos nas Finanças Públicas. Se ele não o fizer está não só a faltar a um dever de transparência que prometeu, como acabará por ser considerado igual a tudo o que o precedeu. E ele não o é.

É óbvio que se viveu num estado de mentira constante. Foi aliás a mentira que pôs Sócrates na rua. Mas é também plausível que ele tenha sido apenas vitima duma parte das mentiras e das ocultações que protagonizou ao longo destes 6 anos.

Sócrates tapou com dívida buracos imensos causados por uma clique criminosa que se apossou do Estado em proveito próprio. Viveu à grande, arranjou fortunas enormes em pouquíssimo tempo, transformou empresasecas de meia tigela em grupos económicos com portfólios impensáveis em contratos com o Estado etc etc.

Isso teve um preço. E bem alto.

Não é de surpreender que agora ao fazer o levantamento da desgraça, o governo se depare com buracos atrás de buracos. Exemplos de gestão ruinosa da coisa pública e com uma situação quase impossível de resolver.
Passos Coelho não pode fingir que isso não vai afectar a sua governação e os nossos bolsos. Porque vai, e de uma forma que ninguém vai gostar.

O primeiro exemplo foi o da miserável execução orçamental que incrivelmente foi propagandeada como exemplar. O último acto de propaganda e manipulação do Governo de Sócrates. Mas haverá mais. Nos transportes, na justiça, na alienação do património do Estado e por aí fora.

Com tanta gente a roubar é relativamente fácil encontrar buracos de centenas de milhões de Euros.

Seja Passos Coelho e o Governo seja o Tribunal de Contas, é a obrigação de quem nos governa que nos seja revelada a verdade. Para que aqueles que ainda têm o atrevimento de considerar Sócrates o melhor 1º ministro que Portugal já teve percebam realmente quem lhe vai ao bolso e porquê.
É importante que se saiba que o mui competente e impoluto Ministro das Finanças Teixeira dos Santos não passava de um incompetente, ou pior, de um pau mandado.
É bom que se saiba o que se fez na saúde com o descontrolo total nas PPP's e nos hospitais de Estado. O escândalo que foram as parcerias ruinosas nas estradas.

É um imperativo nacional que se exponha o incompetente que foi Sócrates. O que foi a turba cleptómana de que ele se rodeou. É bom que o PS seja confrontado com a realidade do líder que aplaudiu de pé, apenas porque lhes dava o poder.

Exige-se a Passos Coelho que cumpra o seu dever. Nada mais , nada menos.

Ooh the void, the void...

O que dizer quando não se tem nada para dizer?
Para a maior parte das pessoas com dois dedos de testa, a resposta seria - nada.

Mas com António José Seguro o "conceito" de "nada" atinge um novo significado.

Pedro Passos Coelho devia ser mais activo, sustentou o deputado. “Deviam estar a ser mobilizadas reuniões com líderes de outros países da Europa, que ou estão na mesma situação ou exigem da Europa um outro tipo de envolvimento”, avançou.

O candidato afirmou que, se fosse “primeiro-ministro, uma das coisas que fazia era reuniões bilaterais com outros primeiros-ministros e mobilizá-los porque, de facto, a Europa não pode correr atrás do prejuízo, tem que agir”.

Defendeu que esta é “a altura de os líderes europeus se porem de acordo rapidamente e criarem mecanismos que possam verdadeiramente ajudar a resolver esta crise”.

Segundo Seguro, entre estes mecanismos está a emissão conjunta de dívida pública através de ‘eurobonds’ [obrigações europeias], a criação imediata de uma agência de rating europeia, a alteração dos critérios de financiamento de crédito por parte do Banco Central Europeu e a dotação do orçamento da União Europeia de mais recursos, para que não se esteja tanto tempo à espera para agir.
O que ele diz em linhas gerais é que a culpa é das instituições Europeias. Até aí estamos de acordo ainda que eu ache que uma grande parte da culpa do nosso estado em concreto, é do belo partido a que ele pertence e que agora quer chefiar.

Mas claro que se ele fosse Primeiro Ministro faria tudo diferente de Passos Coelho. Aqui está um que acha que reuniões são a solução para todos os problemas. Como se faltassem reuniões entre os membros da UE.
Estou certo de duas coisas se o tivéssemos como primeiro ministro:
  • Eu emigrava, porque se uma criatura deste calibre chega a primeiro ministro eu não quero viver neste país.
  • Ele conseguiria tanto resolver esta crise com reuniões, como Chamberlain conseguiu evitar a segunda guerra mundial reunindo-se com Hitler para assinar um acordo
Não só Seguro é uma espécie de silly putty como precisa de aparecer na comunicação social para se ir guindando ao lugar de Secretário Geral do PS. Mesmo que para isso debite frases vazias e totalmente idiotas. Se eu fosse primeiro ministro...

Se eu fosse rico...

Dá-me até um certo prazer ver que os dois candidatos à chefia do PS são incrivelmente maus por razões completamente diferentes. É como se os pusessem num alinhamento e escolhessem os dois piores das pontas da linha.
Um vazio, tacticista, irrelevante tentando parecer conciliador e o outro semi caceteiro, cão se fila de quem o pode levar a lugares de ribalta e completamente desprovido de escrúpulos.
Até um deles disse (nem me lembro qual mas creio que foi Assis) que o congresso que elegeu Sócrates com uma percentagem tipicamente Norte Coreana não devia ter acontecido.
Ele que esteve na linha da frente no apoio a esse líder...

Seguro que também por lá andou tentando não dar nas vistas.

Continuem assim. Entre a implosão do PS e a explosão do Bloco, estas eleições tiveram um efeito regenerador muito para lá do que se esperava. Ao menos isso. Deixaram o país na ruína mas agora vão amargar como já não se lembravam.

A hecatombe pós Socrática

As obrigações do Estado português a três meses fecharam ontem, sexta, 9-7-2011, a 19,4%. Sócrates deixou-as a 14,1% (em 23-6-2011)
Este tem sido o argumento dos apoiantes de Sócrates para provar que afinal o homem era a salvação da pátria.

Deduzir que a taxa de juro subiu meteoricamente por causa da saída de Sócrates ou da entrada de Passos Coelho é no mínimo desonesto. A não ser que seja burrice total.

A subida das taxas de juro não acontece por causa de nenhum destes factores. Acontece pela situação na Grécia e pela inacção da UE perante a grave situação em que se encontram as finanças da Grécia.

Nesse contexto. o risco de Portugal incumprir aumentou. Por arrasto.

As medidas impostas a Portugal não são por si um factor de risco que determine a subida dos juros. Deveriam até ser causadores dum aumento de confiança e dum abaixamento do risco.

O problema é que na situação a que o país chegou, qualquer tremor na zona Euro tem consequências. E elas parecem ser mais dependentes de factores externos do que internos.

Lembremos no entanto que se Sócrates não tivesse no seu "reinado" aumentado de forma desmesurada a dívida de Portugal não estaríamos expostos desta forma a estes factores externos.

O peso de Portugal e da sua liderança nas apreciações de rating é no mínimo reduzido.

Para a Moody's e retirando o factor de interesse especulativo que possa estar a acontecer, o que afecta a Grécia vai por arrasto afectar a zona Euro e os países mais débeis - Portugal e a Irlanda. E são mais débeis porque os seus governantes os colocaram nessa situação.
A debilidade não é da autoria de Passos Coelho nem deste governo. Quando eles chegaram já estava a situação do país num ponto de desespero.
Ou já se esqueceram que o Governo de Sócrates foi OBRIGADO a pedir ajuda?
Se estava tudo assim tão bem pediu ajuda porquê?
Já se esqueceram que Teixeira dos Santos disse que aos 7% tínhamos de pedir ajuda?

Tentar assacar responsabilidades a este governo pela subida de juros é ridículo. Já não é assim tão ridículo atribuir essa responsabilidade a Sócrates. Foram 6 anos de sangria desatada. De tropelias com as contas ano após ano. No fim de 2010 estávamos muitíssimo abaixo dos 14%.

A Moody's Fitch e S&P nada querem saber da cor política de quem está no poder. Olham para a sua capacidade de gestão e, convenhamos, ela foi uma miséria nos últimos anos. E nesses últimos anos sabemos bem quem esteve ao leme.
Foi isso que o país pensou ao votar como votou. E votou em alguém que disse que iria haver mais sacrifícios. Não iludiu ninguém.
Portanto não me venham com a treta do 13º mês. Se não fosse isso seria outra subida de impostos qualquer. IVA, IMI, IMT, IA etc etc. Estava prevista.

Mas estava prevista com o Governo a comprometer-se a fechar o ano com 5.9% de deficit, pressupondo que o ponto de deficit no fecho do 1º trimestre era compatível com esse objectivo. Acontece que o compromisso foi assumido pelo governo de Sòcrates que por "acaso" deixou o deficit YTD num ponto impossível de conseguir esse objectivo.
O que esperam que um governo faça? Que falhe? Que não faça tudo ao seu alcance para cumprir o compromisso do país?

Esse era o método do Sr. que estava lá antes. Fingir que fazia. E mesmo assim aumentou a nossa carga fiscal até ao céu. Sem resultados.

Tenham alguma vergonha na cara e discutam estas coisas com a seriedade que se impõe. A retórica barata e simplista dos desgraçados socialistas que foram corridos 6 anos tarde de mais já enjoa.
Maus perdedores maus políticos e maus gestores. A juntar a isto desonestos até à medula. Isso se por acaso tivessem espinha dorsal.

Acho fantástico ouvir gente como Clara Ferreira Alves a dizer que no programa do Governo não estava a medida dos referente ao 13º mês!!
Duh. Mas está o sacrifício fiscal para por o deficit em valores acordados com a troika. Será que essa criatura pensa que o programa é um roteiro diário detalhado ao pormenor?
Claro que sabe que não. Mas convém agora dizer este tipo de coisas.
E foi esta gente que apoiou um 1º Ministro que disse que não subia impostos e que logo que chegou ao poder o fez com a desculpa do deficit de 6.83% inventado pelo camarada Constâncio.

É honesto discutir este tipo de coisas perante os 6 anos do maior aldrabão que o país já viu, ter sido aplaudido e apoiado por esta gente?
Obviamente que não. A honestidade na análise de pessoas assim é nula. E se alguém se consegue despojar de honestidade para discutir a "coisa" política, está claro que não tem qualquer pejo em despojar-se dela em qualquer outra circunstância.

Basbaques a soldo, saltitando entre lugares proporcionados pelo poder e absolutamente furibundos por perceberem que não vão por os seus reais "cús" num lugar em que não precisem de trabalhar durante 4 anos (ou mais).

Há menos de um mês que este governo tomou posse. Já reclamam que ainda não fez nada e que por esta altura já devia ter resolvido a crise. Atrasados mentais. Vivemos num país de atrasados mentais.

Maria José Nogueira Pinto

Foi com grande mágoa que ouvi hoje a notícia da morte de Maria José Nogueira Pinto.

Das duas últimas vezes que a vi no Frente a Frente percebi imediatamente que havia qualquer coisa de especialmente mau no horizonte. Via-a envelhecida, magra, macilenta.

E pensei imediatamente que grande coragem que só aquele gesto demonstrava. Não seriam muitas as pessoas que se exporiam na televisão nas condições de saúde em que ela se encontrava. Desejei sinceramente vê-la melhor na próxima vez que participasse no Frente a Frente.

Infelizmente assim não foi. Da segunda vez, ainda mais magra e com uma voz mais fraca. Mas ainda o mesmo espírito e o mesmo vigor mental.

Temi o pior e o pior veio hoje. 59 anos não é idade para morrer. Muito menos no caso dela que tanto tinha para dar.

Concorde-se ou não com a sua ideologia, a verdade é que alguém assim merece toda a admiração pela coerência das convicções e pela capacidade de as defender.

Assisto à partida dela com a sensação de que perdi algo mais que uma cara familiar e uma presença na televisão. Tenho a sensação de ter perdido alguém da família.

Espero bem que haja um lugar onde ela não sinta o sofrimento que a doença certamente lhe trouxe.

Espero que no meio de toda a dor que a família está certamente a sentir aceitem a nossa sensação de perda como uma homenagem à pessoa admirável que ela foi em vida.

Vão-se os grandes, mas a sua memória perdura.

Que descanse em paz.

Desonestidade? Ou apenas um jornal à procura de compradores por causa das "gordas"?

Hoje vi um artigo confrangedor no Público.
Não pelo artigo em si, mas pelo título.

O titulo diz: 

Em livro publicado em 2007

Assim à primeira vista dir-se-ia que o actual ministro da Economia vê com bons olhos uma Madeira independente.
O proble é que ao ler o conteúdo do artigo as coisas não são exactamente assim. Álvaro Santos Pereira na verdade expõe a estratégia usado por JJ para chantagear o Governo da República a fazer aquilo que ele acha que é o direito da Madeira.
Senão veja-se:
Santos Pereira acha que “por trás da maioria das declarações de João Jardim em relação ao continente reside quase sempre uma ameaça velada ou implícita de que se os governos centrais não satisfizerem as exigências da Madeira, então tudo pode acontecer... Inclusive a possibilidade da independência deste território insular”. E “como os governos centrais entendem que a integridade do território nacional não pode ser posta em causa, a tendência dominante tem sido ceder às pressões de João Jardim”. Consequentemente, “a Madeira tem sido extremamente bem sucedida na atracção de abundantes fundos nacionais e europeus para os seus projectos de investimento e demais despesas do Governo Regional”.
Is to é claramente a exposição da estratégia desonesta de JJ para manter o status quo da Madeira. Transferências de dinheiros do Continente qie fizeram disparar o rendimento per capita da ilha. Ao mesmo tempo no Continente assistiu-se a uma degradação desse indicador.

O economista considera que “ao jogar tão eficazmente o trunfo independentista, João Jardim tem sido capaz não só de prevenir a inconveniente interferência dos políticos do continente na região madeirense, como também (e principalmente) tem conseguido ser extremamente eficaz na atracção de fundos, tanto de Portugal Continental como da União Europeia”. Ou seja, Jardim “cedo percebeu que tanto jogar a cartada independentista como criar e encarnar a figura de João Jardim era a melhor estratégia para maximizar a remessa de fundos para a Madeira”. Por isso, conclui, “o facto de João Jardim ser João Jardim tem por detrás uma lógica económica coerente”.
Aqui está de novo. A lógica económica coerente de JJ. Manter a economia regional em força à custa de dinheiros da Comunidade para zonas ultra periféricas e à custa de transferências do Continente.

O agora ministro da Economia regista ainda que, “perante a ameaça, sempre ou quase sempre o Governo central claudicava ou pelo menos diminuía as suas exigências e demandas em relação ao Governo Regional”. Moral da história: “João Jardim é João Jardim, porque existem todos os incentivos do mundo para o ser e para continuar a fazê-lo”.
(...) Santos Pereira admite que nos próximos tempos Jardim “ainda se torne mais acérrimo e mais radical nas suas demandas, pois não só tem pouco a perder, como principalmente não tem outras soluções credíveis que assegurem a viabilidade financeira da sua região autónoma”.

No futuro, escreve o economista, só restam duas possibilidades ao presidente madeirense: “ Ou percebe de uma vez por todas que ser João Jardim já não compensa e, por isso, é forçado a meter a casa em ordem, reduzindo significativamente as despesas do governo Regional (que brevemente não terá ao seu dispor muitas dezenas de milhões de euros de subsídios), ou aumenta o bluff independentista, arriscando-se a dar azo a um inexorável movimento político para o qual poderá não estar necessariamente interessado”. É aqui que o professor de Economia coloca a pergunta inevitável: poderá a Madeira tornar-se independente? Será uma Madeira independente viável economicamente? “Se a Madeira quiser, um dia poderá tornar-se independente”, responde Santos Pereira referindo que, “para grande mérito dos madeirenses e (por mais que custe admitir a muitos continentais) do próprio João Jardim, nos últimos anos a Madeira tem sido um real e paradigmático caso de sucesso a nível do crescimento regional”, sendo, a nível do rendimento por habitante, “a região portuguesa que mais progresso registou”.
Só que o que vem a seguir é realmente importante, para a compreensão do state of mind de quem escreveu o texto (o actual ministro da Economia)
Devido a este sucesso “visível mesmo em relação à média europeia”, a Madeira “verá automaticamente diminuir de forma drástica os generosos subsídios que a sua posição ultraperiférica e o seu baixo rendimento lhe facultavam”. Se o governo regional “quiser manter o mesmo nível de despesa terá que certamente agravar a carga fiscal”, ou então contar com “a manutenção ou mesmo a subida das transferências nacionais, o que é, como vimos, indesejado pelo Governo e pela opinião pública nacional”. É por este motivo que, “em desespero de causa, João Jardim decidiu ser João Jardim uma vez mais, brandindo a carta separatista com mais vigor”.O professor recomenda um estudo profundo sobre custos-benefícios para “não haver precipitações”, só depois deve fazer um referendo sobre a independência, consulta defendido sexta-feira pela Flama com o apoio de Jardim. “Para que a independência possa ser viável, a Madeira terá de resolver um potencial grave problema de défices gémeos, os quais poderão minar a saúde financeira do novo estado independente”. E explica: “ Os défices gémeos acontecem quando um país tem um elevado défice orçamental (quando as receitas dos impostos não chegam para pagar as despesas do Estado) juntamente com um significativo défice externo (isto é, quando as importações são muito mais elevadas do que as exportações). Ou seja, com défices gémeos, nem o Estado tem receitas suficientes nem o país em causa tem como pagar as suas compras ao estrangeiro”. E, alerta, “a Madeira padece desta situação económica”.
No fim de contas o que  ASP acaba por concluir é que se essa aventura acontecesse a Madeira seria inviável.
Basicamente todo o discurso de ASP é demonstrativo da inviabilidade da Madeira como país independente diga Jardim o que disser. O território é limitado e não é auto suficiente. Importa muito mais do que exporta e essa situação seria sempre uma realidade. A Mdeira vive do turismo e de transferências do continente.

Escrever um artigo com este tipo de título e com este tipo de conteúdo que está num livro publicado em 2007 é duma desonestidade intelectual gritante. è provavelmente o mais baixo tipo de jornalismo a que se pode descer. O tipo de jornalismo a que o Público desceu desde a saída de JMF.
Não tem rumo, não tem destino e limita-se a navegar no meio de imbecilidades sem sentido.
Este peça de Tolentino da Nóbrega é uma verdadeira ode à imbecilidade pueril de um jornalista que nem sequer foi refreado pelo editor.
Procura sensacionalismo e joga no imediatismo do julgamento dos leitores. Aqueles que leem o título e já não leem nada mais, ou aqueles que mesmo lendo têm a capacidade (ou a falta ela) de tirar a conclusão contrária.
Os meus parabéns ao Público. A descida ao esgoto jornalístico processa-se a toda a velocidade pelo que vejo.

A Cloaca Socialista (2)

Seguro acusa Passos Coelho de não cumprir a palavra ao anunciar a medida de taxação extra em sede de IRS para atingir os 5.9% de deficit.

Seguro invoca o facto de a medida não estar no MoU para deduzir que isso é uma falta de palavra do Governo.

Talvez alguém lhe devesse explicar que o MoU não especifica todas as medidas concretas para atingir o objectivo de 5.9%. Algumas estão lá, mas outras não estão.
Em relação à redução de pendências na justiça há um objectivo mas as medidas concretas têm de ser avaliadas de acordo com as possibilidades do próprio sistema, apenas para citar um exemplo.
Para o mercado de arrendamento fala-se numa correcção mas não há taxas específicas de correcção.
Chama-se a isso linhas de orientação para um objectivo. E o objectivo é tornar o país viável depois da porcaria que o PS fez com ele.

O facto é que depois da propaganda socialista acerca da execução orçamental brilhante do 1º trimestre, soube-se muito recentemente que estava em 7.7%. E extrapolando de anos anteriores sabe-se que o 1º trimestre é sempre o melhor. Sabe-se também que não estavam incluídos nestes números os valores totais de juros da dívida. Ou seja, espera-se um agravamento nessa frente para os trimestres seguintes.

Assim e fazendo a simulação dos valores finais anuais com os dados disponíveis hoje o deficit falharia o objectivo de 5'9%. Esse sim inscrito no MoU e aprovado pelo PS sabendo que estava a omitir valores do 1º trimestre e sabendo, muito provavelmente, que seria preciso um esforço adicional de receita para o atingir.

Assim este "vazio" demagogo tenta agora aproveitar-se duma situação que nos é imposta e de que ele foi cúmplice durante 6 anos em que andou a apoiar a desgraça de líder que o seu partido tinha, pretendendo parecer afastado dele.

Nestas duas ou três semanas desde que o PSD e o CDS estão no Governo é muito pouco sério assacar-lhes responsabilidades de uma situação catastrófica que o PS lhes deixou nas mãos.

Acresce a isto que PPC avisou tudo e todos até à exaustão que tempos piores estavam para vir. Eles aí estão.
O que é que pensavam? Alivio da carga fiscal? É óbvio que se vem ainda pior, será ainda pior.

A redução da despesa está seguramente na mente do Ministro das Finanças. Mas estamos a mais de meio do ano e desmembrar o polvo Socialista vai dar um trabalhão. O teia criada durante anos dentro do Estado vai levar muito tempo a eliminar.
Veja-se o que aconteceu com o sistema informático no Ministério das Finanças e da Economia. Puro boicote. Destruição sistemática e deliberada de informação que impossibilitou os profissionais de fazer o seu trabalho durante pelo menos duas semanas.
O polvo socialista no seu melhor.
E é com este tipo de gente que o Governo vai ter de se enfrentar. O que é que esperavam? Que ficassem de braços cruzados à espera que tudo corresse pelo melhor?

Depois de o PS arruinar o país esperavam mesmo que agora fosse um mar de rosas?

Ora vão-se lixar. E seguro pode ir na frente com o seu arzinho de "nerd" e elevado sentido de estado. Pode ir para onde lhe aprouver e levar toda a trampa socialista com ele.

Estes incompetentes perderam as eleições. Que tinham ganho mentindo e manipulando. Puseram o país de rastos propagandeando o que nunca fizeram nem tinham intenções de fazer.
Roubaram, desviaram e destruíram sistematicamente. Negociaram de má fé. Humilharam tudo e todos. Elegeram um líder "demente", desprovido de qualquer réstia de honestidade.

Nada é comparável a isto.Nada.

Time to go

Mário Soares, o duque, o auto intitulado salvador da democracia escreveu umas coisas.
Por esta altura deve pensar que a idade respeitável o isenta de criticas. Ou provavelmente que lhe dá uma legitimidade para criticar

Curioso como a argumentação que usaram à exaustão para defender a decisão de Sampaio, de nada serve agora, sendo as circunstâncias muito parecidas
“O Presidente da República ficou estranhamente silencioso. Fiz-lhe um apelo público, angustiado, para que evitasse a crise. Quanto a mim, podia tê-lo feito”
Acredito que o apelo possa ter sido angustiado. O que já não me parece curial é que tenha havido uma crise depois. A crise foi antes. estava a ser. Com um governo inepto a empurrar o país para o abismo. Se Soares acha que era isto que se devia preservar, ou está louco ou é mal intencionado.
Deixar que Sócrates caísse foi o único gesto significativo de Cavaco. Curiosamente foi inacção.
“alegou o facto de as coisas ‘terem sucedido com muita rapidez’ o que lhe retirou ‘margem de manobra’” e tira depois uma conclusão: “É uma explicação seguramente verdadeira, mas faz-nos refletir. Sobretudo depois da promessa que fez aos portugueses de exercer uma magistratura de influência mais activa”.
Sendo ele próprio um advogado e alguém que toda a vida se refugiou na "conjuntura" e na "formalidade" saberá bem que o que Cavaco fez foi esperar para ver se Sócrates fazia o que tinha dito - demitir-se. E esse gesto foi o que permitiu confirmar, através de eleições, que o país não o suportava mais. Creio que foi esta a argumentação usada para legitimar a posteriori o gesto de Sampaio. Não foi?
Afirmando que a oposição “falhou” quando levou à queda do Governo socialista, numa “insensatez tremenda”, Soares sublinha que o PSD “não teve qualquer vantagem em ter precipitado a crise política, no momento em que o fez”.
Não teve o PSD, como se está a ver pela noção de realidade do povo português, mas teve o país.

É que sr. Soares, Sócrates no poder mais alguns meses e não haveria qualquer hipótese de recuperação. O Governo só foi forçado a pedir ajuda pelas circuntâncias da sua demissão e da inevitabilidade da falta de apoio político.
Sócrates dizia semanas antes que nunca governaria com o FMI. O povo português fez-lhe a vontade
Ainda sobre os sociais-democratas, o antigo chefe de Estado diz que “há grupos” no partido que não gostam de Pedro Passos Coelho e que só o queriam como primeiro-ministro para o destruir, depois de realizado “o trabalho mais difícil e impopular”.
Eu diria que isso corresponde muito à situação que há dentro do PS em que os "soaristas" não são vistos há algum tempo. E tendo em conta que o lider dos soaristas é o filho, eu diria que ainda bem.
Sobre José Sócrates, Soares afirma que o antigo primeiro-ministro e ex-secretário-geral dos socialistas foi “um líder forte”, com “grandes virtudes” e “alguns defeitos” também.
“Foi talvez o mais atacado e injuriado dos políticos portugueses desde sempre. Resistiu a tudo. E saiu com honra e grande dignidade”, refere Mário Soares.
Eu não diria que expor as falcatruas de um 1º ministro que mentiu desde a sua formação académica até muitas outras situações obscuras em que se viu envolvido se possa dizer que seja injúria.

E não tenha dúvidas o Dr. Soares que se o seu "colega" não fosse o 1º ministro ou um político com "ligações" o Ministério Público teria feito muito melhor trabalho de investigação. Talvez se fosse um cidadão comum, sem capacidade de pressionar, hoje estivesse em muito maus lençóis.

O Dr. Soares é um exemplo perfeito da mentalidade vigente. Implantada após o 25 de Abril por ele e por outros que se lhe seguiram. A ideia de que os políticos são do povo mas superiores a ele quando eleitos, intocáveis e todos poderosos.

O que se tira disto é que o dr. Soares só reconhece autoridade e discernimento no povo quando ele ganha ou ganha o seu partido. A sua convivência com a democracia tem apenas um sentido.
E mesmo que esteja à frente do partido alguém que ele detesta e despreza pela sua incultura e chico espertice, ele sempre dirá bem dele. As migalhas do rei podem sempre cair aos  pés dos súbditos e o filho continua a ser um súbdito respeitoso desde que caiam algumas migalhas.

Para Soares a verdade a honestidade e a seriedade variam com a cor política.

O tempo passou e Soares já não tem a chispa de outrora. Perdeu a finesse na mentira e no engano. Feche a matraca Dr.. Já não há quem o queira ouvir.

Mais tarde ou mais cedo revelam-se

Em 2010 (parece distante) escrevi um pequeno post por causa do aumento auto outorgado pela entidade responsável pela Capital Europeia da Cultura 2012 em Guimarães.

Costuma dizer-se que a mentira tem perna curta. E tão curta que até quem defendeu estes briosos profissionais (o presidente da Câmara de Guimarães) está de candeias às avessas com os responsáveis.

Já Jorge Sampaio tinha batido com a porta por motivos semelhantes.  Agora até o homem que afirmou que os salários destas pessoas estavam em linha com  a média do mercado está prontinho para os (as) por a correr.

Neste post tinha colocado os CV's destas pessoas, alguns com incoerências visíveis (de assistente, vulgo secretária, a assessora e outras extraordinárias pérolas).

Aí estão eles, milhões depois, a dizer que as coisas não estão a correr muito bem.

Uma investigação acerca da forma como foram gastas as verbas talvez seja pertinente. É que não é possível serem só incompetentes. Ao fim de uns anos já deveriam saber fazer alguma coisa.

Parece-me mais que estes dignitários fazem destas coisas um "modo de vida".


Vão apagar o quadro e começar tudo de novo.
Mas, entretanto, este pessoal durante um par de anos usufruiu de salários "simpáticos" e das tão ignoradas ajudas de custo e despesas por conta...

Enquanto que um profissional mesmo muito competente se vê à rasca para arranjar um salário que seja metade, apenas metade, do que estas pessoas ganham, eles conseguem saltitar de lugar em lugar com CV's "martelados" até à quinta casa.

Antes assim.
A juntar a uma rescisão deveria seguir um pedido de retorno de valores gastos que era para perceberem que o contribuinte amarga horas a fio com um magro salário e não gosta mesmo nada de os ver passar todos cagões num carro pago por ele enquanto ele espera pelo autocarro e anda a apertar o cinto a comprar marcas brancas para conseguir sobreviver.

Pecuniam meam

Pois é. A acção executiva fora dos tribunais por questões de estatísticas...
Solicitadores fora de controlo. E um ex-Presidente da Câmara dos Solicitadores a "gamar".
Obrigado António Costa, Celeste Cardona e demais.
A PJ deteve o ex-presidente da Câmara dos Solicitadores no âmbito de uma investigação sobre a apropriação de milhares de euros penhoradas no âmbito de acções de cobrança de dívidas.
Imagino que a "classe" deve estar em polvorosa. E imagino que a nova Ministra tenha de olhar para isto com olhos de ver.
Perceber de uma vez por todas que os solicitadores são muitas vezes negligentes, incompetentes e incontroláveis (sem generalizações). Incompetentes porque negligentes, incontroláveis porque incompetentes e negligentes.
E como dizem os ingleses, to add insult to injury o "ex-presidente"  acaba a meter a mão em dinheiros de penhoras....

Bravo