Achismo Nacional

É certo e sabido que em cada português há um treinador de futebol, um médico e desce há algum tempo para cá, um especialista em Economia.

O que esquecemos por vezes é que em cada jovem há um programador e isso vem à tona quando se fala de qualquer coisa que tenha a ver com software, especialmente o da Microsoft.


No dia 29 foi anunciado que o Ministério da Educação não iria renovar as licenças de software MS nas máquinas mais antigas do ministério e que precisam de ter a licença paga todos os anos. A substituição natural será feita por Open Source.

Não querendo discutir os méritos da solução, se se pouparem alguns milhões em licenciamento, creio que não é mau. Mas para isso é preciso que se perceba que o mundo Open Source peca por uma coisa essencial - contenção.

Só distribuições de Linux há aos pontapés e apesar de hoje a instalação não ser nada do outro mundo, ainda há alguns casos bicudos que não estão ao alcance de todos para ser resolvidos. Este mundo voluntarioso que alguém descrevia como um mundo "livre" porque alguém está a pagar, só não se sabe quem, ao ser relativamente desregulado pode tornar-se um pesadelo.
Não é por acaso que algumas empresas de renome oferecem soluções com este software, mas agarrado a um custo de serviços que acaba de uma forma ou doutra por custar alguma coisa. As maior parte das empresas não aceitariam ter um sistema baseado em Open Source que pelo qual ninguém se responsabilizasse. E isso custa dinheiro, quer seja recorrendo a mão de obra externa ou interna.
E essa mão de obra não é tão abundante como no mundo Windows.

Mas este voluntarismo da juventude leva a algumas afirmações dignas de exame psiquiátrico. Os comentários abaixo foram tirados (como de costume) do Público e revelam bem até que ponto a juventude e a ignorância podem ser atrevidas. Até bem para lá do atrevido. Mostram um desconhecimento da realidade que é assustador.

Office 2007, uma fraude.
O Office 2007 é uma fraude. O Access na versão portuguesa tem um erro no construtor de campos que nunca foi corrigido e além disso ao converter as bases de dados de modelos anteriores gera erros. O segundo subformulário não funciona. Que eu saiba nunca ninguém foi indemenizado pelos prejuízos causados.
 Este jovem que com uma elevadíssima probabilidade usa uma cópia pirata parece pretender que lhe paguem prejuízos. Aparentemente escolheu mal a ferramenta para o trabalho e agora berra porque a Micrsoft o enganou. Se isto não é o exemplo perfeito do cretino, porventura limitado intelectualmente a julgar pelo contexto em que escreve um comentário destes, então não sei o que será.

RE: RE: Finalmente
O emacs agora já não necessita das combinações de teclas de antigamente. É muito mais fácil do que antes. Não compreendo a necessidade da maioria de software de "office". É mais rápido escrever um programa em C++ do que usar as "folhas de cálculo". E porque não o Docbook ou Lout para os trabalhos? Ou no mínimo o Lyx.
Este é um misto entre o cagão e o idiota. Acha mais fácil escrever um programa em C++ do que usar uma folha de cálculo. Ou está sob o efeito de substancias que alteram a percepção da realidade ou nunca viu uma folha de cálculo a sério. Ou , o mais provável, a única coisa que fez em C++ foi o "Hello World". Mas se pusesse Java era uma coisa muito vista. Já agora podia ter recorrido ao Perl como lhe respondeu alguém noutro comentário. Isso sim era de homem.
Seja como for, a probabilidade de alguém assim ser capaz de fazer alguma coisa útil é extremamente remota.

Hoje já não é tanto assim, mas há uns 7-8 anos era isto que se apanhava em entrevistas de emprego a pedir 3.000 euros e carro como entrada no mundo do trabalho. Revela bem até que ponto temos uma juventude completamente desfasada da realidade, totalmente alienada e sem modéstia.

Mas não se iludam. Mesmo gente com anos de "experiência" sabe menos que o básico na utilização de um Word ou de um Excel que são as suas ferramentas primárias de trabalho. Acho incrível como nem sequer têm a curiosidade de abrir a Ajuda destas aplicações para tentar entender se não há uma forma melhor de fazer o que fazem. Se profissionais do "ramo" são perfeitamente miseráveis a usar as suas ferramentas de trabalho, não é de espantar que um qualquer puto de 20 anos ache que o mundo é o seu umbigo, e a realidade é o World of Warcraft ou o Facebook.

Espero sinceramente que a iniciativa seja bem sucedida, mas espero também que o Ministério não confunda o Open Source com a balda generalizada e tente pelo menos coordenar o roll out deste software e aplicações de forma correcta. Se não o fizer acabará como mais uma iniciativa que acaba a meio e em que apenas uma percentagem ínfima dos PC's em causa terá alguma utilidade.
O Ministério tem gente que pode preparar esta transição e disseminação de software. Esperemos que daqui a algum tempo não tenha de estar a dar explicações à Microsoft por causa de licenças que devia ter renovado e não renovou apesar de o software continuar a ser usado.


Mas que povo é este?

Depois de tudo o que já vi, o comportamento das pessoas deste país não me devia espantar. Mas espanta.

De facto a única coisa com que os Portugueses parecem pensar é com o bolso. Se o sr. A lhe dá alguma coisa (paga com o dinheiro deles) o sr. A é um gajo porreiro. Se o sr. B tem de repor o que o sr. A gastou, então o sr. B é um monstro.

E tudo está bem para esta gente desde que sejam os outros a sofrer. Pode ser o vizinho, o colega ou alguém que não se conhece, de preferência um administrador de qualquer coisa. Desde que os sacrifícios sejam feitos por outros, estamos bem.

Quando nos toca a nós, já tudo são direitos, já todo o subsídio tem justificação. Já tudo é merecido.
Infelizmente na maior parte dos casos não o é. E infelizmente muito poucos percebem que o que Sócrates "deu" foi uma migalha do que lhes tirou.
Nem sequer dão ouvidos aos pormenores. A maior parte dos anúncios de grandes medidas não foi mais que uma farsa. Nem sequer se dão conta que desde o fim do primeiro governo que a "máquina" entrou em roda livre. Gastou-se por ajuste directo, renegociaram-se contratos com empresas "amigas" que foram ruinosos para o país. Não percebem que todos os PECs eram consumidos a maior velocidade do que eram implementados.

As pessoas esquecem-se e com a sua natural mania de olhar apenas para o que os afecta, acham agora que tudo é culpa de quem tenta compor as coisas.
Andaram anos a cavalgar uma situação impossível. Será que ninguém se lembrou de pensar como é que um país era viável, destruindo todos os seus sectores produtivos e importando tudo o que consome? Alguém se perguntou de onde raio vinha o dinheiro?

Será que alguém percebeu que esta espiral de crédito louco, em que muitos comprometeram todos os seus rendimentos, tinha de ter um fim?
A julgar pelo que vejo escrito em comentários e blogs, parece que ninguém entendeu. E agora que muitos se vêm a braços com a impossibilidade de pagar a casa, o carro e as férias, voltam-se enraivecidos para um 1º ministro e para um governo que é OBRIGADO e por o deficit em 4.5% em 2012 porque o anterior assim assinou o documento que lhe permitiu pagar salários no mês de Junho a toda a função pública.

Desbastar todos os vícios que se criaram na administração pública com Sócrates e Guterres não se consegue fazer num ano. Todos os dias veem à baila "empresas" que se criaram para gerir o Estado como se de uma coutada privada se tratasse. Salários, mordomias e gastos impensáveis, todos assegurados pela coisa pública. Aquilo que nos tiram do salário e de muitos outros impostos mês após mês.
Esta gente não vai querer abandonar este modo de vida com toda a facilidade. Vai lutar, berrar e agarrar-se à ombreira da porta com unhas e dentes. Vão descobrir-se buracos de milhões, quase como se descobriu a opulência de ditadores quando eles foram postos fora do poder.
Se o nosso queixo caiu, ainda vai cair mais.

Mas com isto tudo há uma coisa que não suporto: aqueles que votam em quem mais dinheiro lhes põe no bolso.
Isso para mim não passa de uma venda daquele que é um direito que devia ser exercido de forma consciente. Quanto a isso estamos falados.
Agradeço a todos os que votaram para tirar Sócrates do poder só porque estavam zangados por ele ter destruído a economia. Mas por favor acordem. É que não sabiam da missa a metade. Se ele precisou de pedir 78 mil milhões emprestados, quem pensavam que ia pagar a factura? Ele?
Não meus amigos, somos nós. E isso significa que vamos ficar mais pobres, que vamos ter de fazer os sacrifícios que queríamos que fossem os outros a fazer.

Para quem trabalha no privado e pensa que a incompetência só existe no público e deve ser castigada, desenganem-se. Incompetência, ligeireza e faz de conta é coisa que não falta no privado.
Uma esmagadora parte dos "gestores" deste país são apenas competentes em tentar manter  o lugar. Não chegaram lá por mérito ou qualidade. Chegaram lá porque era uma forma de serem aumentados por um chefe que gostava deles.
Na verdade é como um cargo de confiança política. Só se chega se o chefe gostar de nós e sobretudo se não se fizer falta a fazer nada mais. As avaliações? Bem essas são e sempre foram uma farsa digna de riso, não fora o número de vidas que toca e o número de frustrações que causa.
O privado está cheio de péssimos elementos. Estranhamente quem é "dispensado" são os outros. É que uma das vantagens de ser chefinho é que se tem a possibilidade de dizer quem sai e quem fica.

Para os que estão no público e estão muito chateados com isto, lembrem-se que por muito calões, incompetentes e com falta de brio que possam ser, têm sempre o lugar garantido. E não duvidem, que há muito calão muito incompetente e muita falta de brio no público.
Mas agora podem descansar, porque desde que lambam as botas ao chefe ou sejam da mesma cor política, a "avaliação" assegurará um futuro menos negro.

Sabem a quem agradecer tudo isto. A um engenheiro de faz de conta que está no exílio a fingir que se torna num homem de cultura.

A corja

Sócrates continua aí.
Não bastava a nefasta herança e todo um exército de seguidores acéfalos dos quais se destaca a grande altura Paulo Campos, ainda tinhamos de assitir ao renascimento da besta sob a forma de jogadas de bastidores.

A pressão. Aquilo que ele sempre soube fazer bem, instruindo os seus mastins para abocanhar editores de jornais e de televisões, ou avançando com processos por difamação aqueles que trouxeram a terreiro a sua mais que duvidosa formação académica.

Renasce agora telefonando aos seus correligionários, àqueles que tanto lhe devem em nível e em "prestígio", para que votem contra o OE de 2012.
Não bastava já a trampa com que nos presenteou durante 6 anos e tínhamos ainda que ouvir falar dele mais uma vez.

Pouco importa que ele desminta, ou que o faça Lello ou Basílio Horta. Mentirosos sem carácter no PS há à dúzia. E obviamente todos estes negariam até ao fim.

O PS de Seguro não é um partido. É uma "coisa" liderada por Seguro, com uma facção que o despreza e com um líder na retaguarda à espera.

O PS não é mais que um conjunto de lealdades deslocadas, à espera de uma oportunidade para voltar a encher os bolsos. O zero lidera os zeros do partido zero, liderado por outro zero. Ausentes de ideias quando o dinheiro falta, incapazes de realizar sem desbaratar insanamente. É isto o Partido Socialista que se arroga de ter travado a ditadura do PCP. A isto ficou reduzido.


Secretários de Estado que fazem negócios ruinosos para o país, que mentem em comissões que oferecem lugares a membros de outros partidos. A ex ministros alienados que dizem que pelo menos ficou património a militantes que se entretêm em apagar 6 anos de irresponsabilidade usando o providencial anúncio de medidas altamente gravosas para fingir que TUDO é da responsabilidade de um governo que está em funções há pouco mais de 4 meses.

Alguém acha que é este grupo de trampa que tem uma solução para o país? Alguém acha que depois de Sócrates o PS se habituaria a ter gente honesta e séria nas suas fileiras? Desenganem-se. Vai levar anos.

Chuto para a frente à maneira Nacional

O português sofre horrores ao longo da sua existência pela sua própria culpa.
Não só não consegue assumir culpas que devia como acha sempre que há uma solução para as coisas.

É resultado da experiência de anos de "deixa andar que tudo se vai resolver" com um misto de alienação total.

O argumento que agora tem sido muito usado em resposta ao Orçamento de 2012 é que o Governo devia negociar com a Troika o prolongamento do prazo para que não fosse tudo tão brusco em termos de sacrifício.

Adiar. Este é o mesmo povo e os mesmo políticos que querem CORTES JÁ!!!

Se fizessem um pequeno exame de consciência veriam que o adiar os problemas foi precisamente o que nos trouxe aqui.
No sentido de manter as coisas sempre como estão adia-se. Ou prolonga-se o prazo de um empréstimo até ao limite do inconcebível porque não nos podemos privar de nada.

Este pedido de renegociação vem precisamente do partido que quando era governo aceitou o plano da troika. Não nos esqueçamos quem era governo e quem negociou em nome de Portugal as condições que nos foram impostas.
Podia ter percebido (eles melhor do que ninguém) que no estado em que as coisas se encontravam seria difícil cumprir o plano em 3 anos. Mas não o fez. Queria o dinheirinho para pagar os salários e não ter garantida antecipadamente um derrota eleitoral. Aceitou tudo, disse que sim a tudo como um miserável que precisa do dinheiro para não morrer à fome.

Agora acha que cabe aos outros renegociar um prazo maior. Sem ter nada em troca para levar para mesa de negociações. Exactamente o que fez o governo Sócrates que foi negociar com uma mão cheia de nada.

A desonestidade desta gente é total. Deixaram o país falido e agora cantam de galo como se o que estivéssemos a viver não fosse um reflexo directo da bandalheira que foram os governos do PS nestes últimos anos.

A outra coisa que me começa a causar alguma comichão é o constante "pedido" de esclarecimento acerca do "desvio". Desde Helena Roseta a A. J. Seguro, todos parecem ter dificuldade em perceber os números da derrapagem que já foram amplamente explicados. Querem aparentemente que vá alguém a casa explicar em Excel para onde foram os 3.4 mil milhões de desvio nas contas de 2011.
Se não percebem o conceito de 70% do orçamento gastos em 6 meses, então talvez as suas capacidades intelectuais estejam aquém daquilo que seria desejável para quem rege os destinos deste país.
Não são burros mas querem fazer passar-se por burros. O que é ainda mais grave. É que fazerem passar-se por burros para por em causa as contas que já foram publicitadas só tem uma classificação - desonestidade intelectual.

É absolutamente irrelevante dizer que o buraco existe por causa da Madeira ou por causa da miserável execução orçamental do 1º semestre. Vem das duas coisas. E depois? Isso faz dele um buraco menor? Isso faz com que o deficit no fim do ano não tenha de ser 5.9%?
Este exercício é apenas mais um caso em que em vez de se tentar resolver o problema se tenta assacar parte do problema a uns e a outros.

Aliás, desde que um destes dias falou o comissário da EU que o PS começou logo a dizer que o buraco não era culpa deles. A outra parte, a da Madeira, já era culpa do PSD. Assim, duma parte do buraco quem tem culpa são outros incertos, e da outra parte é o PSD.

Mas há um buraco, caramba. Que tem de ser colmatado.
Tenho a impressão de que estes cretinos que grassam na política acham que se o país for ao fundo eles se conseguem safar de alguma forma. Muitos conseguirão certamente porque puseram dinheiro ao fresco e até se podem dar ao luxo de viver no exílio dourado. Mas a maior parte, tem mesmo de ficar cá a gramar o confisco.
Obviamente que uma coisa destas não se faz por mera maldade. Para alguém propor medidas destas é preciso haver algo de muito errado. E nós sabemos o que é... O país está falido. Foi levado à falência por políticas dementes e incompetentes. Não fui eu que o levei á falência e provavelmente não foi o leitor.
Mas infelizmente parece que a única possibilidade é que sejamos nós a pagar e o Estado tem o poder de o fazer e vai fazê-lo.
Talvez houvesse outra forma. Talvez a negociação do apoio pudesse ter sido diferente. Ou talvez não. Afinal estávamos numa posição de indigência perante a Troika. Tal como estamos hoje, pelo que me parece que a negociação de extensão de prazos sem ter nada para mostrar me parece condenada ao fracasso.

Uma palavra também para o nosso Presidente da República que agora se veste de anjo e pede ao país que desenvolva o sector do mar e agrícola.
Dado que me parece que Cavaco possa ter Alzheimer acredito que o faça sem se aperceber, mas a verdade é que a destruição sistemática do sector primário e de toda a cadeia de secundário que dele dependia foi feita e começada por ele.
A sua visão dum país moderno foi muito conveniente para quem aceitou de igual forma o dinheiro que vinha de fora sacrificando o futuro de um país. Quis a vida que ele ainda assistisse à sua obra no lugar mais importante do país.
Apesar de saber que um PR tem de fazer discursos de circunstância  é um bocado chocante vê-lo pronunciar-se exactamente sobre aquilo em que ele foi o percursor.

Mas cá vamos, como um doente que em vez da cirurgia pede que lhe tratem das maleitas com aspirina porque detesta a perspectiva de ter de passar pelo pós operatório. Muito à maneira portuguesa esta gente acha que se tiver mais tempo... tudo se há-de compor.

Quanto à esquerda pouco há a dizer. Estão em negação. Querem manter tudo como está e já invocam mesmo as conquistas de Abril.
Nada melhor que uma crise para fazer sair os cadáveres da tumba. Estes partidos vivem do descontentamento e passaram mal quando o dinheiro fluía a rodos e havia uma sensação de que éramos todos ricos. Reduziram-se a uma expressão eleitoral quase nula.
Hoje ressurgem das cinzas e apesar de realisticamente não terem nada para oferecer persistem a bater na mesma tecla.
Não há muito que se possa fazer agora que não temos dinheiro a não ser criticar quem está no poder e protestar. É que já nem dá para propor nada em alternativa. Ainda que não o queiram admitir muitos deles sabem que o país está falido.
A tão almejada política intervencionista do Estado em todos os domínios económicos não é possível sem dinheiro.
Claro que se dissermos a alguém do Bloco ou do PCP que não há dinheiro dizem logo na volta que há sim senhor. Basta TAXAR as transacções de bolsa e TAXAR os ricos e nivelar tudo o que seja salário mais alto público ou privado num valor que lhes pareça bem. Em suma uma sociedade socialista em toda a regra.
Pomos toda a gente a receber o mesmo ou na melhor das hipóteses faz-se um plafonamento. Problema resolvido.

Imbuídos deste espírito vão para a rua gritar e fazer greve. Que por acaso é mesmo o que o país precisa neste momento. Um dia inteiro sem se produzir NADA.
Felizmente a expressão que estes partidos têm na sociedade é mínima. Haverá quem faça greve obviamente mas como de costume haverá quem não a faz. Numa altura em que os rendimentos estão completamente deprimidos um dia sem receber é demais para muita gente.

A maior parte das pessoas ainda não percebeu que vamos EMPOBRECER. E claro está estas forças políticas vivem precisamente neste meio. Quanto pior estamos, melhor para eles em termos políticos.

Mas o que é triste é que em vez de nos unirmos para tirar o país do buraco estejamos a debater se afinal há buraco. Portugal tornou-se numa gigantesca assembleia de condomínio em que se discute o cócó de cão à porta do prédio em vez de tratar do telhado ou dos elevadores avariados.

Mais cego é o que não quer ver

Diz o povo e é bem verdade.

O português é perito em estados de negação. Vai desde as afirmações de deputados de esquerda que dizem que há dinheiro , até ao mais comum cidadão que acha que basta reduzir os salários dos políticos para resolver tudo.

Curiosamente é muitas vezes o mesmo cidadão que não soube fazer as contas aos empréstimos que contraía ao ponto de chegar a situações de insolvência familiar. Quando o processo avança chega a tribunal a tentar manter a Sport TV, os 2 carros e os telemóveis das crianças....

Parece que ninguém percebeu que o país vivia numa realidade paralela há anos. Que se andava a estafar dinheiro com fins eleitoralistas enriquecendo empresas e amigos do regime.

Tudo isto estaria muito bem se Portugal pudesse contrair mais dívida indefinidamente. O problema sério começou com o aumento brutal das taxas de juro. E ao entrar um salvador na cena (FEEF) ele exigiu que nada ficasse como estava.
É exactamente o que acontece a uma família que está insolvente e tem de pagar aos seus credores apertando o cinto. E não o faz passando a consumir produtos de marca branca em vez de produtos de marca. É preciso cortar a sério.

O que hoje se discute à volta das medidas para 2012 são coisas absolutamente patéticas em face da dimensão do buraco nacional. 1% de deficit é algo de monumental em termos de milhões de Euros e esse dinheiro é preciso JÁ.

Qualquer alteração estrutural no Estado vai levar anos. Os maus hábitos estão completamente enquistados, os gestores ganham muito mais do que qualquer funcionário público e estão por demais habituados durante anos a estafar o que não é deles nem nunca foi.
Receberam prémios de gestão em empresas totalmente falidas, nunca se coibiram de renovar os seus automóveis cada 3 ou 4 anos nem nunca se coibiram de apresentar facturas de despesas de "representação".

Até o Estado começar a ser eficiente e contido nos gastos vai levar 3 ou 4 anos no mínimo.
Mas até lá a ajuda vem em tranches. E para cada tranche há uma check list que o FEEF faz questão de verificar se foi cumprida. A meta do deficit de 2012 e de 2013 são draconianas e o Governo vai ter de se arranjar para as cumprir.

Vamos empobrecer? Seguramente. Vamos regredir anos. Anos esses que nunca devíamos ter avançado porque isso foi feito de forma completamente fictícia e irreal. O país tinha o sonho de se aproximar da média Europeia e fê-lo (mesmo assim sem grande sucesso) de forma completamente fraudulenta, como em muitas outras áreas.

São por demais conhecidos os casos de manipulação estatística na Educação ou mesmo da Justiça em que para reduzir pendências se retiravam processos da alçada dos tribunais. Eles continuavam a existir mas não se viam.
Estas foram decisões políticas. Muitas das vezes, ou sempre, contra a opinião dos agentes da educação e da justiça.
Uma directiva ministerial maquilhava os números para parecermos bem na fotografia.
Assim se chocaram muitos com as declarações de Nuno Crato. Pois eu não, já que sempre achei as Novas Oportunidades uma verdadeira fraude e uma injustiça para aqueles que fizeram a sua formação ao longo de anos de dedicação e estudo. Fosse feito um exame aos detentores desses belos diplomas e veríamos até que ponto a actividade de certificar conhecimento neste país passou a ser um negócio de produção de papeis sem significado.

Muitas destas distorções são ainda um resultado de um período pós 25 de Abril.
O caso do mercado de arrendamento é paradigmático.
Logo a  seguir congelaram-se as rendas porque os senhorios eram uns fascistas e os inquilinos uns nobres revolucionários sem propriedade.
Por causa disto cada casa arrendada de novo apresentava rendas altíssimas para compensar essa impossibilidade de actualização. Mesmo quando passou a ser possível actualizar, as rendas mais antigas (dezenas de escudos) ficaram mais ou menos na mesma.
De tal forma ficou a situação que as casas mais velhas a precisar de obras não dão sequer rendimento para pagar os impostos que são cobrados. Nesta cenário e com a chegada do Euro e do crédito barato dado quase sem critério, passou a ser mais barato comprar do que arrendar. E por aí se seguiu até se ter uma percentagem de propriedade própria acima de qualquer país europeu.
A troika deu com isto imediatamente. E não é preciso ser um génio para o ver. Hoje muitos dos proprietários ficam sem a casa e mantêm dívida. Na verdade, a ilusão da propriedade não era mais que uma ilusão. Comprou-se caro e mau. Um percalço na vida e perde-se a casa. Os bancos têm casas que não sabem o que lhes vão fazer e os construtores que surfaram nesta onda de loucura estão hoje em pânico porque não vendem nenhuma casa. E pedem ajuda... ao Estado. Mas ao contrário do que se passa em países onde as regras do mercado funcionam, aqui os construtores têm o atrevimento de pedir por uma casa o que pediam há 5 anos e ainda têm a distinta lata de dizer que vai subir!!!
Agora acusam a banca, que está a braços com milhares de casas reapossadas para vender, de concorrência desleal. Dizem que a banca está a vendar a preço de saldo.
Do ponto de vista da "indústria" da construção, existe um "direito adquirido" de vender pelo preço que lhe dá na cabeça sem atender a pequenos detalhes como sejam o excesso de oferta ou a falta de crédito.
Não soubéssemos nós o que esteve na génese destas empresas e pensar-se-ia que esta gente vive sob o efeito de substâncias que alteram a percepção da realidade.

A desertificação do interior é outro caso perfeitamente previsível com as políticas seguidas desde 1985.
Para se entrar na CEE negociou-se a pura e simples destruição da nossa agricultura e pescas. O que ficava era insuficiente para as nossas necessidades e os negociadores sabiam disso.
A nossa dependência alimentar do estrangeiro era óbvia. Alguns dos poucos que ficavam aceitavam o subsidio, muitas das vezes dado com a sementeira, e nem sequer se preocupavam em colher. Já tinham o dinheiro e não iam gastar mais ara apanhar o belo do girassol. A desculpa é que para a próxima campanha a terra ficava melhor... Durante anos se viram searas de girassol a secar até caírem por terra sem ninguém as apanhar.
Muita da mão de obra da agricultura saiu desses sítios. Fomentou-se o terciário. Viver de margem sobre o trabalho dos outros.
Cavaco declarou a construção civil como a indústria nacional mais importante. A agricultura e as pescas eram coisas de país subdesenvolvido. Coisa que segundo ele já não éramos.

Como grande parte da fixação de populações dependia do sector primário, essas populações tentaram encontrar trabalho noutros sítios. Onde? Nas grandes cidades.
Temos hoje centenas de milhares de hectares por cultivar. E ninguém o vai fazer porque custa mais produzir cá do que importar da UE. Só que para importar é preciso dinheiro para pagar. E isso não temos.
Assim em 25 anos, destruiu-se todo um sector e criou-se um nó górdio impossível de desatar.

As cidades do interior perdem população. Mas ao mesmo tempo deu-se-lhes auto estradas a custo 0. Que agora se lhes cobra. Só que se cobra a cada vez menos gente porque há cada vez menos gente nesses sítios.

Obviamente que isto é nem mais nem menos do que um colapso económico a toda a força. O país não tem dinheiro e há uma cadeia de dívida que começa no indivíduo e acaba no país.
Com tudo isto há juros de dívida para pagar acrescidos do valor de empréstimos que vão vencendo.

O Estado está falido. Tem de fazer isto com os 78 mil milhões do FEEF. E tem de o fazer como eles mandam ou então chegará um mês em que não só não há subsídios, como também não há salários sequer. Para ninguém.
Neste cenário de loucura, ainda há os que acham que o Estado devia evitar a recessão. Como? Investimento público? Mais estradas? Hospitais? Como?

Se é tão chocante capitalizar a banca para ela poder emprestar ao sector produtivo, como é que o país sai desta?

Na realidade as exportações não cobrem nem de perto as importações e este desnível é gravíssimo e constante. E é assim há dezenas de anos.

Esta situação é pavorosa. Retirar os subsídios ao funcionalismo público é chocante. Vai-me afectar verdadeiramente. É claro para mim que em 2012 as férias serão passadas em casa e que há gastos regulares que serão cortados para perfazer de alguma forma o rendimento que não vou ter. Comecei já, mal foi feito o anúncio.
Pode ser ser que consiga aguentar o embate mas se não conseguir não vai ser por falta de tentativa.

Nunca tive a mentalidade de comprar já e ir pagando. Compro quando posso. Como eu há muita gente que não se ouve e que não se vê que faz exactamente o mesmo. Faz menos espalhafato, tem um carrito pior com mais anos mas não vive ao sabor das flutuações das taxas de juro.
Aquilo que nos parece aberrante (ficar sem os dois subsídios) é algo que a um americano parece perfeitamente normal. Ainda me lembro da cara deles quando dizia que me pagavam um mês de férias e ainda me davam mais um salário. Ficavam totalmente desconcertados. tal como os Gregos parecemos náufragos a lutar pelo colete salva vidas mais bonito. E chamamos-lhes direitos adquiridos. Quanto a adquiridos não tenho dúvida, mas quanto a direitos tenho as minhas sérias suspeitas de que não o são.

Passos Coelho está numa posição completamente odiosa. E sabia disso quando se candidatou. Avisou que iriam haver muitos sacrifícios a fazer mas ao que parece ninguém lhe ligou.

Hoje vemos gente a dizer que o programa do governo não está a ser respeitado quase à maneira dos miúdos que dizem "tá dito, tá dito".
Pouco lhes importa a velocidade e frequência a que foram aparecendo os buracos nestes últimos 4 meses. Pouco lhes importa que aquilo que parecia ser a realidade há 4 meses atrás não seja nada do que é hoje.
Não foi esta a estratégia de Sócrates desde o dia em que chegou ao Governo? Nessa altura pareceu importar a poucos. E aqueles que o disseram foram chamados de irrealistas e gente do contra.

Dizia um dia destes um jornalista que nunca uma oposição soube tão ao detalhe o estado das finanças antes de assumir o poder. Ah sim? A dívida às construtoras? às farmacêuticas? Os buracos no sector dos transportes? O buraco da Parque Escolar? Querem convencer-me que o governo de Sócrates alguma vez tornou este imenso buraco visível para a oposição e para a sociedade em geral? Tenham paciência meus amigos. Tudo isto estava escondido debaixo de "engenharias financeiras" e veio à superfície tudo de uma vez.
Se assim não fosse não havia razão para o ênfase que se deu a esses casos recentes quando eles apareceram. Não houve jornal que não desse eco o caso da Madeira ou dos casos das empresas de transportes.
E tudo isto só veio à tona, porque a boyada já não tem forma de evitar que isto se saiba. Mesmo assim ainda há muito súcia incompetente que se mantém entrincheirado boicotando até ao limite toda a qualquer tentativa deste Governo.

Mas o que me parece verdadeiramente nojento é que estes mesmos que apontam hoje o dedo a PPC se tenham já esquecido de onde vem tudo isto. Que se tenham esquecido dos negócios ruinosos com PPP's ou de falta total de supervisão do Governo Regional ou do encobrimento do buraco do BPN que teve lugar ainda no ano passado. Onde estavam eles? Provavelmente a comparar com vantagem a habilidade política de Sócrates vs PPC.

Hoje a imprensa entretém-se a dissertar acerca da personalidade do Ministro da Economia ou das Finanças em vez de meter as mãozinhas ao trabalho para tentar perceber o que se passou realmente com o polvo nestes 6 anos passados. Seria o seu dever e o seu objectivo. Aí sim prestariam um serviço ao país.

Os media (3)

Cada vez fico mais irritado com a corja de comentadores que anda pelas televisões deste país.

Gostaria, que tal como nos Estados Unidos, esses ditos comentadores fizessem de antemão a sua declaração de interesses. Deveria ficar bem claro o alinhamento político dos comentadores para evitar que nos seja passada uma versão supostamente imparcial da verdade, quando afinal se está perante alguém completamente engajado e comprometido com uma determinada força política.

Tal é o caso de Pedro Adão e Silva. Este doutorado em Sociologia foi hoje convidado da SIC Notícias para comentar as medidas do OGE de 2012.

E como seria de esperar de alguém completamente embrenhado na teia socialista perdeu-se numa série de considerações que me levam a pensar que ou esta gente é estúpida como uma porta e fez os seus doutoramentos e licenciaturas em regime de favor ou então é duma desonestidade intelectual que só por si merecia julgamento em tribunal.

Acredito que saiba muito de Sociologia mas parece-me que não só tem a memória extremamente curta e distorcida, como de Economia não parece saber grande coisa. Não parece ser mais do que um dos incontáveis socialistas que "ouve umas coisas" e a seguir vem para a TV em pose de comentador informado.

Começou por dizer aquilo que João Galamba tinha dito hoje à tarde. Que a União tinha desautorizado Passos Coelho. Como é que eles vêm isto e todos ao mesmo tempo é algo que me deixa pasmado. Cá para mim trocam ideias por SMS.
De acordo com as palavras deste sábio o deficit exagerado foi  por causa da conjuntura global desfavorável e por causa das contas da Madeira, não havendo qualquer informação do INE que provasse o contrário.
Então se existe um desvio provocado pela conjuntura ele deverá estar expresso nos relatórios do INE. Digo eu. Por acaso esse até foi o suporte para o número avançado por PPC. 70% do orçamento gasto em 6 meses. Afinal há um relatório do INE e um desvio além das contas da Madeira.
Mas mesmo assim este pirralho atrevido lá desatou a chamar mentiroso a PPC. Coisa que certamente negará se alguém fizer o mesmo a Sócrates, um seu amigo do peito (como pude comprovar pela sua colaboração na realização da moção de Sócrates em congresso).

Depois começou a dissertar mais uma vez sobre a expressão "desvio colossal" que como foi comprovado numa gravação dessa sessão nunca foi dita. Foi dito "esforço colossal" por causa de um desvio. Sabendo isto certamente, Adão e Silva e muitos outros cretinos nestes país insistem em passar ideias pré concebidas convencidos que a sua repetição e a desatenção dos ouvintes as tornará em verdades.

Depois apelidou coisas de garotos à responsabilização criminal dos políticos. É curioso que se alguém numa empresa fizer uma gestão danosa isso é um crime, na administração pública existe também uma figura semelhante, mas o que estes socialistas incompetentes temem de verdade é que alguma vez se possa tocar criminalmente na classe política sob pena de serem apanhados nas malhas incontáveis camaradas. Deus nos livre de tal coisa.

O tom deste rapazola com ar de sacristia já me enjoava de forma constante, fazendo-me suspeitar quais as suas simpatias políticas, mas hoje excedeu tudo no que diz respeito a falta de vergonha e isenção.
Seria bom que as televisões declarassem à partida, como aliás o fazem quando são deputados ou figuras do aparelho partidário, qual é a filiação política (ou até a sua "simpatia") dos supostos comentadores isentos que nos atiram para a frente.

Acho absolutamente nojenta a falta de isenção e a tentativa de desculpabilização de um governo criminoso por parte dos seus apoiantes declarados, mas enoja-me especialmente a mesma atitude de alguém que não tem coragem para se declarar, logo à partida, como um apoiante do PS e de Sócrates em particular.
É que de um Francisco Assis já sabemos o que descontar, mas de uma criatura como este Adão e Silva poderemos pensar que é uma análise isenta e ponderada.
Pois não o é. Adão e Silva é apenas mais um dos que seguramente conseguiu alguma coisa por estar próximo do partido e que ao privar com as mais altas figuras do mesmo deverá ter visto muitas portas abertas.

É fascinante a forma de pensar desta criatura e fascinante pensar que alguém assim possa estar no degrau mais alto da nossa academia. Na verdade, na minha vida universitária, encontrei muito estúpido e infelizmente muitos deles eram precisamente professores. Há qualquer coisa que atrai os imbecis para a vida académica. Talvez a incapacidade de subsistirem no mundo real.
O desfasamento do mundo em que esta gente vive e a realidade do mundo do trabalho é uma das razões do enorme desfasamento da formação universitária. Costuma até dizer-se que um determinado fulano é apenas um académico. Aliás, Adão e Silva teve precisamente esse atrevimento hoje em relação ao Ministro da Economia, acusando-o de estar a fazer experiências académicas. Logo ele, um doutorado em Sociologia para trazer este tipo de argumento para uma discussão. Não tem espelhos em casa este senhor....
A julgar por este fulano, por Teixeira dos Santos e por Santos Silva é caso para perguntar se os imbecis que eu conheci não seriam também do PS.

Que Adão e Silva vá para o raio que o parta tal como estes arremedos de estação televisiva que ainda persistem em fingir que são equidistantes de todas as forças políticas.

PS. Nem a propósito. Nas minhas deambulações diárias dei com um post acerca dum tema algo semelhante pode ser lido aqui.
Estou seguro que aquilo que se passava na RTP não deve ser muito diferente do que se passa na SIC, uma vez que a regularidade com que aparecem estas figurinhas (e já agora outras de outros partidos) não deve ser um "serviço" desinteressado.
Gente como esta que faz uns biscates na rádio na TV e se guinda aos mais altos poleiros mediáticos enquanto passa a sua versão da história não faz isto desinteressadamente.
Estou absolutamente farto destes comentadores de" merda" nenhuma.
Destes treinadores de bancada que em vez de singrarem no mundo profissional demonstrando capacidade passam a vida a comentar especulações sobre cenários como se disso dependesse o nosso futuro. E estou absolutamente farto destas televisões que mais não fazem do que servir a esta gente um palanque para o seu discurso gasto e fedorento.

A bomba de neutrões...

Aí está ela.
Já calculava que para resolver o problemas de dezenas de anos em apenas 3, iríamos ter de penar a sério. Não fazia ideia do que ia acontecer mas sabia que ia ser mau.

Aparentemente eu ouvi durante a campanha eleitoral aquilo que grande parte dos que estão surpreendidos hoje não ouviram.

Passos Coelho disse até à exaustão que os anos de 2011 e 2012 iam ser especialmente maus. Com especial incidência no ano de 2012.

E para isso bastaria fazer algumas contas. Se a redução para o deficit de 5.9 neste ano de 2011 já iria ser complicado, baixar esse deficit em mais 1.4% em 2012 iria ser muitíssimo pior.

Mas este povo parece achar que basta um anúncio para que tudo fique resolvido. A isso nos habituou Sócrates. Anunciava-se e não se fazia nada, ou muito pior, fazia-se exactamente o contrário.
Os portugueses habituaram-se a isto. Não ligaram a nada do que lhes foi dito acerca dos horrores do ano 2012 que se avizinha. Pensaram que o subsídio de Natal deste ano ia resolver tudo.

Infelizmente estamos a pagar a loucura que foi viver acima das nossas possibilidades durante anos. Para aquelas famílias que tiveram alguma cautela e não se endividaram elas próprias até ao limite, existe alguma possibilidade de suportarem este embate com mais ou menos jogo de cintura. Para os que estão no limite com grande parte do orçamento familiar comprometido mês a mês, isto vai causar verdadeiro pânico.

Mas atentemos bem à razões desta paulada nas costas que foi o anúncio do OE de 2012.

Nos 6 primeiros meses deste ano "torrou-se" 70% da dotação orçamental de todo o ano. Se o racio de gastos se mantivesse chegaríamos ao fim do ano com 140% do orçamento gasto.
Ainda ante ontem o ministro da Saúde falava da situação dos cuidados continuados. A bandeira de Sócrates era, como qualquer pessoa inteligente podia esperar, uma fraude.
Não havia sequer cobertura orçamental para a iniciativa. A responsável quando inquirida respondeu que lhe havia sido dito que isso não iria ser um problema.

Como este, existem incontáveis exemplos do rigor Socialista em questão de dinheiros públicos. Segundo foi dito por um juiz jubilado do TC os contratos das PPP's foram negociados por verdadeiros incompetentes do lado do Estado que enfrentaram do outro lado gente bem preparada e perfeitamente capaz de dar a volta a funcionários de circunstância e de duvidosa competência.

Junta-se a isto a completa falta de supervisão do sorvedouro de dinheiro que são as contas da Madeira. Percebe-se bem como foi possível chegar aqui.
Na ausência de governo, que é uma caracterização perfeitamente fiel do que foi o segundo governo de Sócrates, toda esta gente com autonomia para aprovar gastos entrou em hiper velocidade. Gastou o que não tinha.
Hoje há dívidas loucas a fornecedores, desde as empresas de construção ate à indústria farmacêutica.
Gastar o dinheiro dos outros é realmente muito simples. Sobretudo se ainda por cima não se pagar.

Passos Coelho disse muito bem - O orçamento é meu mas o deficit não.
E isto tinha de ser dito a um A.J. Seguro cheio de si botando palavra na AR. O revisionismo do passado recente por parte do PS é mais do que chocante. É criminoso.

Dos partidos da esquerda nada há a dizer. Querem que se mantenha tudo sem dinheiro. E quando lhes dizem que não há dinheiro dizem "há sim senhor" e propõem que se tire aos ricos.
Este grau de realismo é algo que m eleva a deitar as mãos ao céu a agradecer que esta gente não passe dum grupelho insignificante. O que seria este país nas mãos destes tipos? Cuba. Seria como Cuba ou como a Coreia do Norte. Gente a morrer à fome com direito a comprar um ovo por semana.

Vai-me doer a mim e vai doer-nos a todos. Mas perceba-se de uma vez por todas que esta situação não se criou em 120 dias. Perceba-se também que se fossem os mesmos a tentar resolver o problema não o iríamos resolver de forma nenhuma. Ai sim estaríamos exactamente como a Grécia em que todos os "esforços" chegam sempre ao mesmo resultado - Não iríamos conseguir.

Pobre tio Isaltino...

Pelos vistos a questão de direitos constitucionais invocada no recurso de Isaltino caiu redonda.
Na verdade requerer a repetição de julgamento porque não tinha sido julgado por juri é algo de absolutamente fundamental que justifica um recurso para o Supremo.

Acabaram-se as tentativas de fugir ao inevitável. Acabou-se o pinga pinga de honorários para o(s) advogado(s) espertalhoco(s) (mas ineficaz).

Vai analisar a fundamentação da recusa do recurso, diz ele. Já não há mais para onde fugir. Teve a sorte de ver a pena reduzida de 7 para 2 anos e a anulação da perda de mandato. Pode dar-se por feliz. Enquanto estiver dois anos na prisa ainda vai receber o salário de Presidente da Câmara tal como aconteceu com Felgueiras quando fugiu do país.

Resta-nos ver se ele terá a falta de vergonha de se candidatar como independente mesmo após uma condenação. Pelo jeito destas criaturas não me surpreendia muito se o fizesse.

É irrelevante ele julgar-se inocente. A 1ª instância assim não achou, a Relação idem e o Supremo o mesmo. Os recursos para o Constitucional foram uma patetice de alguém com dinheiro e em desespero de ser preso pelos crimes que cometeu. Só lhe resta apelar ao Tribunal dos Direitos do Homem.
Há ainda um recurso sobre um despacho pendente na relação, mas não tem efeito suspensivo.

Dentro de 10 dias (prazo dados para a "resposta" ao recurso) Isaltino vai mesmo bater com os costados na prisa. por dois anos. Pena tenho eu que de todos os arquicriminosos corruptos que este país tem, tivesse de ser Isaltino a ser apanhado em 1º lugar.
Ele próprio chega ao ridículo de dizer  que "cometeu erros" mas que houve quem tivesse sido pior. Como se fosse apanhado em excesso de velocidade e dissesse ao polícia que tinha passado antes um tipo muito mais rápido.

Não acredito que o único crime de Isaltino tenha sido aquele pelo qual foi julgado. Numa altura em que a loucura do imobiliário se apoderou do concelho acho muito pouco provável que aquilo tivesse acontecido sem uma bem montada teia de corrupção. Muitos pagaram e muitos receberam certamente.

Mas tal como outros antes dele, foi julgado pelo crime possível.
Al Capone foi julgado por fuga aos impostos e não pelo rasto de sangue e corrupção que deixou atrás de si.

Se para Isaltino passar uma noite na prisão foi a pior experiência da sua vida, dentro de dias terá sido a 2ª pior da sua vida, uma vez que ao fim de dois dias essa terá ficado esquecida.

Quem nos dera que este desfecho fosse igual para os corruptos perdulários e negligentes que este país viu ainda bem recentemente.

A massa de que somos feitos


Não morro de amores por este povo. Porque desde há muitos anos que o conheço.
É mesquinho, invejoso, preguiçoso e duma forma geral, bastante rasca.

Há excepções sim senhor, e felizmente conto entre os meus amigos algumas dessas excepções. Mas o português típico não é flor que se cheire.
Não é por acaso que o país é como é e vota em quem vota. Não é por acaso que a estratégia de Sócrates de voltar o povo contra alguns sectores da nossa sociedade encontrava amplo apoio.

Ontem o Público deu a notícia da saída do director geral da TVI. Foi de comum acordo e a justificação da praxe foi dada para a saída.
A notícia é breve e muito pouco dada a polémicas e a especulações.

Só que logo como primeiro comentário à notícia um corajoso energúmeno anónimo escreveu isto:
Anónimo , Lisboa. 05.10.2011 10:03
Mais um sangessuga da sociedade
Qual foi a indemnisação que o g. levou? Deve comcerteza ser brevemente nomeado para um novo cargo. Apesar de a TVI ser privada, tenho a certeza que é mais um dos boys (não interessa de que partido) à procura de um bom lugar para depois ser despedido com mútuo acordo. Cambada de parasitas que nada produzem
Não há muito que se possa dizer do calibre do animal. No meio os abundantes erros de português é evidente a mesquinhez e a inveja que tanto existe neste país. O sr. devia ser bem pago oviamente, mas daí a chamar-lhe sanguessuga e parasita é um salto demasiado grande para se dar.
Não conheço o director geral que está de saída nem posso avaliar o seu desempenho antes de estar na TVI ou durante a sua estadia, mas nunca teceria juízos como os deste imbecil comentador.
Esta noção que os imbecis têm de que todos são como eles com a única diferença de que ganham mais é notável.
É isto que faz deles imbecis.

O imbecil caracteriza-se por se preocupar mais com o que os outros têm do que em conseguir ser alguma coisa. Subestima sempre o esforço dos outros e sobre estima o seu. O imbecil é um imbecil.

Do ponto de vista da qualidade dos moderadores de comentários do Público isto também diz muito. Quantos comentários inócuos não passarão para passar este pedaço de lixo como primeiro comentário à notícia?

Continuo a achar que o Público prestaria um serviço de inestimável valor ao país se pura e simplesmente acabasse com a cloaca que é a secção de comentários da sua edição online.
Pelo menos não dava um púlpito para os imbecis escreverem o que lhes vai na cabeça. E tal como o que lhes vai na cabeça, o que escrevem é pura e simples trampa.

O bom nome e a honra


“O meu bom nome e a minha honorabilidade pessoal e profissional foram nas últimas 24 horas objecto da mais dura prova de que alguém pode ser sujeito num estado de direito que se pretende livre e democrático”

Isaltino tem "honra e bom nome". Que foram amplamente prejudicados ontem com a sua detenção e prisão durante um dia.

Até se fala na possibilidade de Isaltino pedir uma indemnização ao Estado por prisão ilegal.

O facto de ele ter sido condenado a 7 anos em 1ª instância com confirmação de 2 anos pelo Supremo e ao pagamento de mais de 400.000 Euros ao Estado faz dele uma vítima inocente de uma cabala.

O recurso pendente no TC é sobre o facto de não ter sido julgado num tribunal com juri. Assim quer agora fazer voltar tudo à estaca zero.
Curioso é que recorra ao Constitucional por causa disso.

Este  é o recurso de um inocente. Que logo a seguir admite ter "errado como outros"

Seja qual for a decisão do tribunal, bom nome e honorabilidade é coisa que Isaltino já perdeu há muito tempo. O deslize de ter cometido um erro que , segundo ele muito outros cometeram, (ou seja outros se terão apropriado de dinheiro que não lhes pertencia) não significa que tenha de ir parar à prisão.

Provavelmente só um ladrão que roube pouco é que deve ser preso. Quando o gamanço é da ordem das centenas de milhar já se é um ladrão de outra estirpe. Na verdade ele até tem sobrinhos taxistas milionários pelo que ele será uma pessoa acima de qualquer possibilidade de prisão.

Bravo Isaltino!! Boa linha de raciocínio. É por estas e por outras que se percebe a estratégia dos recursos. Gente como este "bom" homem aproveita-se até à exaustão deste mecanismo para evitar bater com as costas na prisa que é onde deveria estar há um bom par de anos.

Mas como gente assim consegue pagar a advogados palavrosos e experientes em inventar todos os recursos possíveis, lá se vão safando anos e anos com um crime que faria um  vulgar cidadão cumprir pena sem apelo nem agravo.

Gente como Isaltino é especialmente repugnante. Mente, rouba e quando apanhado e provado que o fez usa o dinheiro (que certamente também "palmou") para pagar advogados e custas e adiar eternamente a sua estadia na prisão.