A bomba de neutrões...

Aí está ela.
Já calculava que para resolver o problemas de dezenas de anos em apenas 3, iríamos ter de penar a sério. Não fazia ideia do que ia acontecer mas sabia que ia ser mau.

Aparentemente eu ouvi durante a campanha eleitoral aquilo que grande parte dos que estão surpreendidos hoje não ouviram.

Passos Coelho disse até à exaustão que os anos de 2011 e 2012 iam ser especialmente maus. Com especial incidência no ano de 2012.

E para isso bastaria fazer algumas contas. Se a redução para o deficit de 5.9 neste ano de 2011 já iria ser complicado, baixar esse deficit em mais 1.4% em 2012 iria ser muitíssimo pior.

Mas este povo parece achar que basta um anúncio para que tudo fique resolvido. A isso nos habituou Sócrates. Anunciava-se e não se fazia nada, ou muito pior, fazia-se exactamente o contrário.
Os portugueses habituaram-se a isto. Não ligaram a nada do que lhes foi dito acerca dos horrores do ano 2012 que se avizinha. Pensaram que o subsídio de Natal deste ano ia resolver tudo.

Infelizmente estamos a pagar a loucura que foi viver acima das nossas possibilidades durante anos. Para aquelas famílias que tiveram alguma cautela e não se endividaram elas próprias até ao limite, existe alguma possibilidade de suportarem este embate com mais ou menos jogo de cintura. Para os que estão no limite com grande parte do orçamento familiar comprometido mês a mês, isto vai causar verdadeiro pânico.

Mas atentemos bem à razões desta paulada nas costas que foi o anúncio do OE de 2012.

Nos 6 primeiros meses deste ano "torrou-se" 70% da dotação orçamental de todo o ano. Se o racio de gastos se mantivesse chegaríamos ao fim do ano com 140% do orçamento gasto.
Ainda ante ontem o ministro da Saúde falava da situação dos cuidados continuados. A bandeira de Sócrates era, como qualquer pessoa inteligente podia esperar, uma fraude.
Não havia sequer cobertura orçamental para a iniciativa. A responsável quando inquirida respondeu que lhe havia sido dito que isso não iria ser um problema.

Como este, existem incontáveis exemplos do rigor Socialista em questão de dinheiros públicos. Segundo foi dito por um juiz jubilado do TC os contratos das PPP's foram negociados por verdadeiros incompetentes do lado do Estado que enfrentaram do outro lado gente bem preparada e perfeitamente capaz de dar a volta a funcionários de circunstância e de duvidosa competência.

Junta-se a isto a completa falta de supervisão do sorvedouro de dinheiro que são as contas da Madeira. Percebe-se bem como foi possível chegar aqui.
Na ausência de governo, que é uma caracterização perfeitamente fiel do que foi o segundo governo de Sócrates, toda esta gente com autonomia para aprovar gastos entrou em hiper velocidade. Gastou o que não tinha.
Hoje há dívidas loucas a fornecedores, desde as empresas de construção ate à indústria farmacêutica.
Gastar o dinheiro dos outros é realmente muito simples. Sobretudo se ainda por cima não se pagar.

Passos Coelho disse muito bem - O orçamento é meu mas o deficit não.
E isto tinha de ser dito a um A.J. Seguro cheio de si botando palavra na AR. O revisionismo do passado recente por parte do PS é mais do que chocante. É criminoso.

Dos partidos da esquerda nada há a dizer. Querem que se mantenha tudo sem dinheiro. E quando lhes dizem que não há dinheiro dizem "há sim senhor" e propõem que se tire aos ricos.
Este grau de realismo é algo que m eleva a deitar as mãos ao céu a agradecer que esta gente não passe dum grupelho insignificante. O que seria este país nas mãos destes tipos? Cuba. Seria como Cuba ou como a Coreia do Norte. Gente a morrer à fome com direito a comprar um ovo por semana.

Vai-me doer a mim e vai doer-nos a todos. Mas perceba-se de uma vez por todas que esta situação não se criou em 120 dias. Perceba-se também que se fossem os mesmos a tentar resolver o problema não o iríamos resolver de forma nenhuma. Ai sim estaríamos exactamente como a Grécia em que todos os "esforços" chegam sempre ao mesmo resultado - Não iríamos conseguir.