Os media (6)

Ontem à hora de almoço aparecia na SIC Notícias em rodapé (num dos 720 rodapés que aparece no noticiário) a notícia da demissão da Directora Geral do Orçamento. Supostamente por divergências com o Governo.

Na verdade começou por estar escrito "demissão no governo" e mais tarde foi alterado para "demissão nas Fianças".

Depois, lendo o Público, parece que a montanha pariu um rato
“A minha carta de demissão do cargo de Directora geral da DGO não invocava nenhumas discordâncias com as opções de política orçamental adoptadas pelo Governo”, refere numa nota enviada pelo Ministério das Finanças.
Maria Eugénia Pires reagiu num curto comunicado à notícia hoje avançada pelo Diário Económico, dando conta de que a demissão da responsável pela Direcção-Geral do Orçamento já tinha chegado à mesa de Vítor Gaspar e que a razão da demissão se prendia com divergências de política orçamental.
A responsável, que fora nomeada no ano passado pelo Governo de José Sócrates, justifica a saída com o fim “do ciclo da execução orçamental de 2011 e o fim da preparação do ano de 2012”.
“É por isso o momento oportuno para efectivar a minha saída da DGO, que estava a ser ponderada há já algum tempo”, justifica.
Pensando bem faz um certo sentido. Este Governo apanhou a execução orçamental de 2011 a meio e não mudou a Directora Geral. Agora parece ser oportuna essa saída, tanto mais que são estes os mandatos que por lei socialista acabam com o mandato do Governo.

Mas os media, ávidos por encontrar cisões no núcleo governamental, fazem notícias de coisas relativamente banais. A tal ponto que a sra. tem de enviar um comunicado à imprensa para fazer saber da normalidade da situação.

O grupo de asnos que dá pelo nome de grupo parlamentar do PS, pediu a audição da Directora Geral demissionária. Vá-se lá saber porquê. Para tentar encontrar esterco onde não o há.
Se o PS quiser encontrar esterco, basta olhar para o seu alinhamento e precisará de contentores para o armazenar. O fedor é indescritível.

Que o PS use a baixa política e a criação de questiúnculas para se fazer notado não surpreende. O que é mais estranho é o facto de os media de uma forma geral ficarem todos contentinhos porque se demite um Director Geral. A determinação desta gente em tentar encontrar divergências no Governo vai o ponto de quase inventar uma suposta saída da equipa governamental usando títulos enganadores. O jonrnalismo está cada vez mais ao nível do Correio da Manhã.
Não sei se é assim porque a população o exige ou se a população gosta deste tipo de jornalismo porque não lhe servem mais nada. Tem de ser imediato, sensacionalista e "picante".

Mas descansem camaradas Jerónimo, Seguro, Louçã e todos os que esperam que este mandato governamental não chegue aos 4 anos. Se tudo correr bem, não só será normal como daqui a 4 anos poderemos estar a suspirar de alívio.
Espero sinceramente que assim seja, porque senão corremos o risco de ter o PS no poder outra vez a destruir tudo o que se consegui com o esforço dos contribuintes.
Portugal precisa de sair do buraco e não é com jornalismo de merda e com políticos de merda como encontramos no PS que o conseguiremos fazer.

A tristeza de tudo isto reside na constatação de que o jornalismo que temos corporizado pelos chefes de redação, directores de informação e jornalistas avulso, não passam de uns tipinhos que em vez de informar preferem "deformar". E o curioso é como Sócrates, o vigarista, andou anos em Estado de Graça apesar de se perceber desde o primeiro dia que tipo de fulano nos tinha caído na sorte.

Mais um bom serviço prestado aos cidadãos por parte dos srs. jornalistas. Muito bom trabalho.