Para acabar o ano em beleza

Hoje tive o prazer de assistir a mais um balanço do ano num programa de um tal António José Teixeira.

Um senhor de fala pausada, admirador convicto do senil Mário Soares, a quem fez uma série de entrevistas há uns anos atrás.

Não o suporto. Não é tanto pelo claro desvio ideológico que imprime aos seus programas. É mais pela falta de vergonha de o assumir.

Hoje a confirmar a sua desgraçada tendência para a aldrabice a manipulação lá tinha outra personagem insigne da nossa intelectualidade - Irene Pimentel.

E é ao ouvir pessoas assim, cheios de pergaminhos e curriculo, que eu percebo como é fácil um burlão fazer-se passar por inteligente. É que os nossos inteligentes têm conversa de burlão. Vai tudo dar no mesmo.

Dizia esta senhora que o objectivo deste governo era, independentemente de haver crise ou não, baixar o custo do trabalho em Portugal.
Segundo ela essa era a intenção de Passos Coelho e Gaspar que saberiam perfeitamente o estado do país quando assumiram o poder.

Ora para uma historiadora é uma visão simplista da realidade. É até simplista para qualquer imbecil que vagueie pelas ruas.

Parece que ninguém se lembra do que estávamos a passar no final de 2010 e 2011 com um deficit de 9% (após correcção pelo Eurostat) com um desemprego já acima dos 12% e com gastos do Estado completamente fora de controlo..
É esquecer que o 1º ministro de então se viu forçado a pedir dinheiro emprestado para o país não parar de honrar as suas obrigações. É esquecer que desde 2000, com os negócios ruinosos feitos pelos nossos governos, se destruiu completamente qualquer hipótese de ter um país viável.

Em vez de reformar e corrigir deixou-se tudo na mesma, ou em muitos casos agravou-se seriamente a situação. As grandes revoluções propagandeadas por Sócrates de modernização da Administração Pública resultaram em nada.
Desígnios como a banda larga ou os PC's nas escolas foram um sorvedouro de dinheiro do Estado e hoje já não há um Magalhães em condições de funcionamento.
Fachada atrás de fachada sem qualquer escrutínio inteligente por parte dos media.

Querer esquecer isto e reduzir a situação apenas a um desígnio ideológico da direita é de uma desonestidade total. Ou pode ser um caso de perfeita indigência intelectual, coisa que pulula pelo nosso meio universitário pejado de catedráticos encostados a benefícios e sinecuras aguardando a vez para uma qualquer nomeação do partido do seu coração.

Este programa é ele próprio um exemplo perfeito do balanço que se pode fazer de 2012 num país a contas com uma súbita mudança de vida com os dramas que isso acarreta.

Um exército de ex-políticos, gente mediana e gente medíocre que passou um ano a comentar o que não sabe, o que não entende e o que não os afecta.
Um exército de gente que espera um retorno ao tempo em que uma lambidela de sapato garantia 4 anos de alívio.

E fazem-no por duas grandes razões:
Ou porque agora estão afastados do poder e dos poderosos por serem da cor partidária errada, ou porque sendo da cor partidária certa não gostam de quem lá está.

Não há verdadeiramente interesses comuns. Vemos isso muito bem no PSD. Temos os Capuchos, os Pacheco Pereiras, que acharam que seria prejudicial para si queimarem-se neste desgraçado contexto, a destruir dia após dia tudo o que possa ser feito pelo executivo.

Quanto ao desígnio nacional ele é igualmente relativo. Não querendo perceber que a perpspectiva de ruína nos afecta a todos temos um sem fim de greves fortemente lesivas para o país orquestradas por forças políticas a quem não se conhece um único exemplo de regime democrático passado ou presente no qual se inspirem.

Na verdade o que a comunicação social conseguiu em 2012 foi o enjoo total de uma grande parte dos cidadãos. Com um claro desvio esquerdista, manipulou, empolou ou simplesmente mentiu durante um ano inteiro.
Para quase ao acabar do ano se cobrir de ridículo. Ridículo que esperam agora resolver com um tribunal a acusar um burlão. E como não podia deixar de ser o burlão até era assíduo do Partido Socialista.

Foi realmente uma merda de ano. Temo que 2013 não seja melhor. Se os indicadores económicos começarem a mostrar um clima mais favorável teremos um contra ataque na comunicação social ao qual nunca assistimos. O PS quer desesperadamente voltar ao poder. Para isso conta com uma comunicação social a soldo para destruir tudo o que possa acontecer de bom e realçar a menor falha ou hesitação do governo em funções.

Um bom 2013. Na medida do possível

O que se pode concluir de Nicolau

Dizia Nicolau Santos que não se podia concluir do ser "erro" que ele privilegiasse opiniões anti Governo.

As suas desculpas bastariam para apagar e esquecer um erro do mais espalhafatoso que a nossa comunicação social produziu nos últimos anos.

Até Bernardino Soares dizia hoje que Nicolau com muita "integridade" já tinha posto um fim à coisa.

A esquerda, alinhada com as teses do burlão anda apostada em apagar todos os vestígios da asneira.
O burlão, por seu lado sabia bem que para conseguir o palco mediático tinha de ter uma conversa consistente com as teses catastrofistas tão do agrado da esquerda "bem pensante".
E apanhou-os a todos no novelo de números e pseudo economia que os tem encantado neste último ano.

Pode concluir-se deste episódio uma série de coisas, entre as quais a que Nicolau não quer que se conclua.
Mas infelizmente entre o que ele quer e o que acontece vai todo um mundo de diferença.

Podemos concluir que
  1. Nicolau é incompetente como profissional. Não valida minimamente a fonte, acreditando apenas pelo discurso e pelos títulos pomposos que tinha à frente um especialista
  2. É obviamente parcial. Acreditou porque a conversa do burlão estava alinhada com a sua. O facto de Nicolau acreditar que o burlão trabalhava para a ONU trazia-lhe (a Nicolau) uma credibilidade acrescida. Ele e a ONU pensavam em uníssono. E mesmo que ache que a ONU é mais ou menos uma inutilidade, neste caso a ONU é útil para validar as suas opiniões.
  3. É totalmente desprovido de bom senso. Ao pensar que um episódio como este não realça a sua mais que evidente ideologia.
  4. É ingénuo ao pensar que mais alguma vez a sua credibilidade como jornalista recupera dum episódio como este. É ingénuo ao pensar que a sua credibilidade como economista alguma vez existiu.
  5. É desonesto ao pretender fazer-nos acreditar que se o burlão da ONU tivesse uma opinião contrária à dele teria tido o mesmo "tempo de antena" e direito a algum artigo seu no Expresso.
De tudo isto o que sobra é a prova de que a comunicação social e os seus agentes agem desta forma com  demasiada frequência. Nem nos apercebemos na maior parte das vezes, mas é constante o atropelamento daquelas que deviam ser as regras mais básicas para um jornalista. A verificação das fontes e a sua confirmação por cruzamento é absolutamente vital.
Longe vai a qualidade do jornalismo de investigação que resultou num caso Watergate.  Longe vai a preocupação de por notícias a circular apenas quando se tem a certeza de estar certo.
As coisas são muito mais superficiais. Mais imediatas. E há gente que sabendo isto de aproveita da situação.
Um deles foi Sócrates. Com as suas revoadas de anúncios garantia manchetes durante semanas. Nenhum dos jornalistas "megafone" de Sócrates se preocupou em verificar do seguimento desses anúncios. Nem sequer se preocupavam de perceber que eles eram feitos várias vezes.
O outro burlão que fez o que quis da comunicação social foi Artur Santos Silva.

E a resposta a tudo isto é esperar que a justiça se encarregue de o castigar. Apanhados como uns putos numa patranha em que quiseram acreditar, esperam agora que sejam os tribunais a castigar o mentiroso.
E que tal o órgão deontológico dos jornalistas e a ERC tratarem do assunto no foro próprio? Que tal uma reprimenda à "falta de cautela" entusiástica de Nicolau?

Que Nicolau Santos é um pedaço de bosta já não é novidade para ninguém. Que é um jornalista "comprado" ansiando por um lugarzinho mais quente junto do poder que ele espera ajudar a ganhar também já não é novo. Mas espetar-se assim depois de andar há 32 anos a exercer a profissão de jornalista é algo verdadeiramente épico.
Não podia ter acontecido a melhor pessoa.

Como é que a comunicação social pode descer tão baixo?

Quando no passado considerei Nicolau Santos um perfeito imbecil não imaginava até que ponto ele me iria dar razão.

Bastava ler alguns dos seus escritos desonestos e enquistados de esquerdismo bacoco para perceber que Nicolau tem muito pouco de jornalista.

Podemos considerá-lo mais como um comissário político "embutido" num órgão de comunicação social, com uma agenda pessoal e muito pouco ralado com a factualidade.

Este "movimento" que tem levado os jornalistas de relatores de notícias e factos para o estatuto de "fazedores de opinião" não é de agora nem é um caso isolado de Nicolau Santos. É generalizado e atingiu um pico recente com um governo em funções que não é de esquerda.

Mas Nicolau levou a qualidade do jornalismo e o dever de rigor ao mínimo absoluto.

Na sexta feira no Expresso na Meia Noite apareceu um personagem que seria supostamente dum grupo de estudo da ONU para a Europa do Sul.
O seu discurso encaixava na perfeição naquilo que tem sido a escrita e as palavras de Nicolau Santos ao longo deste último ano.

Achei estranho o modo quase militante com que o dito senhor se expressava. Não é normal em gente ligada à ONU ser-se tão assertivo. São mais diplomáticos e mais refinados. E fui ouvindo as suas teses catastrofistas mesmo quando contradizia Pires de Lima no valor da taxa de juro.
Havia qualquer coisa de errado na forma de expor as coisas. Um funcionário da ONU não fala assim.

Aparentemente o meu palite bateu certo. Um dia depois sabe-se que o dito funcionário da ONU não consta de nenhuma lista de membros desse organismo, a comissão não existe e tudo não parece ter sido mais que uma burla.

Quais as razões que levam alguém a fazer isto, só o próprio saberá. O que acha que consegue com isto é para mim um mistério. É só mais um do alinhamento infindável de profetas da desgraça que vimos neste último ano.
Começa por Louçã e vai por aí fora até acabar em Capucho. Digamos que Artur Batista da Silva está bem acompanhado.

Quanto a Nicolau Santos só me ocorre afirmar aquilo que já disse antes. É um imbecil. E a juntar à imbecilidade é, como jornalista, um incompetente.
A ponto de não verificar previamente nenhuma das credenciais ou validar minimamente o que  dito especialista afirmava. Colocou-o num prograna de informação na SIC Notícias, escreveu um artigo no Expresso etc etc. E tudo porque o dito senhor tem opiniões alinhadas com as suas.

Diz agora que foi "embarretado". Não deixa de ser curioso que Nicolau Santos saiba como se deve comportar um 1º ministro ou um ministro das finanças e falhe clamorosamente quanto ao que deve ser o comportamento de um jornalista. A única coisa que se lhe exigia.
Recusou, contudo, que “ alguém possa concluir”, que ele próprio, “o Expresso ou os jornalistas em geral privilegiam quem critica o Governo”.
“Tudo se resume a isto: cometemos um erro terrível, do qual me penitencio – não confirmámos se aquele senhor era quem dizia ser. Para além disto, qualquer conclusão é abusiva”, disse Nicolau Santos.
Segundo afirmou, ele próprio almoçou, em Novembro, com Baptista da Silva, que, considera, mostrou ter “um discurso bastante consistente e credível do ponto de vista económico”. Aquele entregou-lhe um cartão que, segundo o director-adjunto do Expresso “não parece ser forjado” e alguns documentos, alegadamente da sua autoria, “sobre os temas em que dizia ser especialista”
“Cometemos um erro, mas não foi sequência da pressa ou da precipitação”, refere Nicolau Santos. Conta que, depois desse encontro, uma jornalista do Expresso foi assistir a uma conferência do alegado especialista da ONU, “no Grémio Literário, uma organização prestigiada e insuspeita, feita perante inúmeros notáveis”. Só mais tarde se realizou a entrevista publicada na edição do Expresso no dia 15 – na qual Artur Baptista da Silva propôs a renegociação da dívida –, na sequência da qual o próprio Nicolau Santos o convidou  para o programa da SIC Notícias "Expresso da Meia Noite", de sábado passado.
“Lamento muito, mas depois de 32 anos de jornalismo fui mesmo ‘embarretado’”, disse o director-adjunto, que afirma “não ter dúvidas” de que, tal como noticiou a SIC e confirmaram, depois, outros órgãos de comunicação social, “Artur Baptista da Silva será um impostor”.
 A verdade é que a única conclusão que se pode tirar de toda esta palhaçada é que Nicolau Santos e “o Expresso ou os jornalistas em geral privilegiam quem critica o Governo”. É a única conclusão possível. Ninguém acredita que a pesquisa simples de informação acerca da pessoa não ocorresse se ele tivesse uma opinião contraditória. Mais, ninguém acredita que se ele não fosse alinhado com o pensamento e convicções de Nicolau Santos fosse sequer convidado para um programa de televisão.
32 anos de jornalismo para ser enrolado por um pantomineiro. Tudo apenas pela cegueira anti Passos e anti Governo.

Mais chocante é termos outros órgãos de comunicação social a dar eco às palavras deste indivíduo sem sequer confirmarem a veracidade das suas credenciais.

Ainda há poucos dias, aquando do massacre nos EUA, os respeitáveis canais de televisão americanos foram ao Facebook e puseram em todos os noticiários a fotografia do primeiro tipo que encontraram com um apelido igual ao do assassino. A fotografia daquele homem correu o mundo. Para se saber no dia seguinte que não era ele e que nem sequer o primeiro nome era igual.

É este o jornalismo que temos também por cá. Mas cá nem é a quente, nem na hora dos acontecimentos. Cá passa-se um mês a conviver com um impostor sem sequer se confirmar nada. Coloca-se na TV e no jornal para no dia seguinte se cobrirem de ridículo.

Dizer que se lamenta é muito pouco. Fosse Nicolau confrontado com uma asneira destas de um subordinado e aposto que ele seria "dispensado".
Nicolau ficará no Expresso. Bastou lamentar o facto de se ter comportado como um patego imberbe. Bastou lamentar-se por ter falhado clamorosamente naquilo que tinha obrigação de ser - jornalista.

O prestígio do Expresso e do seu staff editorial já estava nos níveis mais baixos desde a sua criação. Ter um director adjunto a fazer isto é um novo mínimo.

A substância do vácuo

Somos mesmo um país de comentadores vazios.

Não há um acontecimento, um discurso ou umas declarações de alguém que não sejam escalpelizadas por um exército de desocupados, que num tempo passado ninguém sabia quem eram, e que agora por força da agenda mediática passam a vida pelas televisões e rádios a "cagar" sentenças.

Eles são politólogos, eles são jornalistas, políticos, especialistas de marketing, actores de segunda categoria.

Eles são um perfeito retrato das razões pelas quais é impossível fazer o que quer que seja neste país.

Os académicos, perdidos pela Universidade desde os seus 20 e poucos anos que nunca conseguiram verdadeiramente sair da redoma protectora do mundo da teoria perfeita, aparecem agora a analisar tudo e todos.

Há um que me irrita especialmente. Falava ele hoje no forum TSF.

Não me dou ao trabalho de saber o nome dele, mas conheço-lhe a voz e a barbinha rala e branca.

E não me esqueço das análises que ele fazia nos debates entre Sócrates e Ferreira Leite.

Este indivíduo coloca sempre as coisas segundo um ponto de vista. Um e só um. A imagem.
Dele são as considerações absurdas acerca da imagem de Ferreira Leite e Sócrates durante a campanha para as eleições de 2009.

Sócrates ganhou, bem entendido.
E nós perdemos. E a um comentador, politólogo e pessoa para uns cinquenta e tais a única coisa que lhe ocorre dizer acerca dum óbvio aldrabão é que a imagem depurada e calculada (para aldrabar).

Passado pouco tempo o que ele dizia de Sócrates era bem diferente. Já não era a imagem. Foi dos que se juntou ao grupo de hooligans para pontapear Sócrates quando ele estava no chão.
Um dos invertebrados que lambe o rabo ao poder e faz o favor à oposição quando acha que ela vai ganhar.

Hoje, no forum TSF voltou ao seu antigo EU. Dizia esta luminária que apesar de Passos dizer o que disse acerca das pensões mais altas, sem justificação em descontos, não vai ganhar popularidade.

Confesso que tive vontade de o afogar. O que ocorre a este imbecil numa altura em que temos a segurança social em ruptura, num país falido, é que Passos esteja a fazer e a dizer isto para aumentar a popularidade.
Existirá alguma análise mais superficial do que isto? É preciso ser politólogo (ou lá que merda é essa) para fazer este tipo de apreciações?

A necessidade de reduzir os custos do Estado acontece pelo desbarato sem controlo dos governos do senhor de quem ele gabava a imagem.
A divida que arrastamos é imensa e duplicou nos seus mandatos.
Querer esquecer o papel que a dívida tem nas nossas opções do presente e do futuro é como querer esconder um elefante dentro do armário.

Diz Medina Carreira há muito tempo que sem cortar nesta áreas o país é inviável. Mudou agora alguma coisa o seu discurso. Estranho para quem foi sempre tão frio e analítico.
Mas pelo menos Medina Carreira nunca se perdeu em merdices nos seus diagnósticos. Nunca andou com estas tretas da imagem do político.

A valorização da imagem, do perfil, de coisas intangíveis e vazias nos personagens da política levou-nos ao ponto em que estamos.
Um palminho de cara e dizer as maiores aldrabices com convicção trouxe-nos a uma era na política em que o vazio substituiu a substância. Com o beneplácito de todas estas eminências pardas saídas das Universidades e sabe-se lá de onde.

São depois os mesmos que se queixam da qualidade dos políticos que temos quando eles próprios valorizam apenas a superfície.

O que me parece é que a degradação da vida política se acentuou quando começamos a fazer um circo à volta de tudo o que se diz ou faz, a comentar o que é importante e o que não é. Quando começamos a inventar polémicas para abrir noticiários.
Criámos um tipo de político novo. O tipo de político que tem de se preocupar mais com a forma como aparece na TV em vez de ter realmente competência técnica e tomates para decidir.

Foi isto que a era da mediatização trouxe à política - o lixo. O lixo dos políticos e o lixo da sociedade "bem pensante" e "bem falante" que todos os dias nos entra pela casa dentro.

Os pensionistas que não descontaram....

Ouvi ontem Passos Coelho falar dos pensionistas que não teriam tido uma carreira contributiva que justificasse as pensões de que hoje auferem.

Não me pareceu descabido o que ele disse. Aliás, é recorrente na nossa vida política ver estes temas debatidos.

Quem não se lembra da pornográfica pensão de Mira Amaral pela sua breve passagem pela CGD? quem não se lembra de outros casos igualmente infames que são debatidos nos dias a seguir à publicação de um qualquer artigo de jornal para depois caírem no esquecimento mais completo?

Passos Coelho referia-se a isto. Referia-se ao desnível que existe entre pessoas com uma carreira contributiva de uma vida e a uns quantos que por terem exercido funções de gestor nomeado ou exercido um cargo político qualquer.

Deputados incluídos. Há muita gente a receber pensões consideráveis por ter estado dois mandatos na assembleia da república. São centenas de deputados nesta situação.

Muitos outros terão depois exercido cargos políticos e de "gestão" que ainda os colocaram num patamar de reforma superior.

Não é aceitável que um gestor público receba uma pensão de reforma enquanto se encontra no activo a receber um salário. É esse o caso de Mira Amaral e de muitos outros. Recebem a pensão como "funcionários públicos" e depois passam a trabalhar para o privado. Dois mundos paralelos. A situação perfeita.

Não é de todo difícil para a Segurança Social apurar quem está apenas a receber a pensão e aqueles que ainda estão a receber um salário integral no sector privado.
Não é difícil implementar uma norma em que se isso acontece, a pensão do Estado fica suspensa até à cessação da actividade. Pode ser aos 70, aos 80 ou na idade que for.
No fim, teria de ser apurada a carreira contributiva destas pessoas e recalcular a pensão a receber. Simples.
O que é óbvio é que apesar de estas pessoas poderem assegurar calmamente a sua subsistência a trabalhar no privado em cargos muito bem pagos, ainda recebem um bónus do Estado por terem estado 1 ano ou algo de parecido a ajudar a falir uma qualquer empresa pública.
Se não lhes compensar deixar de receber a pensão do Estado pelo que vão receber pela actividade no privado, então não o façam. A vida está cheia de escolhas e eles também terão de fazer as suas.

É uma imoralidade, para quem vê as suas pensões de miséria ser cortadas e recortadas, ter de assistir a este esbulho da coisa pública sem nada poder fazer e sem que ninguém faça absolutamente nada para corrigir estas assimetrias..

O que mais espanta não é ouvir esta coisas de um 1º ministro. Elas são voz corrente. O que é estranho é ver a CGTP e os camaradas da oposição insurgirem-se contra este tipo de afirmações.

Aqueles que passaram a vida a apontar estes escândalos vêm agora defender directa ou indirectamente estas situações.

Claro que Passos fala de forma genérica. Podemos adivinhar no seu discurso quem é que é visado.
Arménio fala também de forma genérica. E podemos adivinhar porque o faz sem retirar da sua defesa os casos indefensáveis.

Na sanha oposicionista de ser contra tudo o que diz o Governo e o 1º Ministro, Arménio acaba a defender aquilo que sempre criticou.

Podem dizer que essas pessoas têm direito ao que recebem porque as regras eram assim quando se "reformaram". De acordo. O princípio da não rectro actividade da lei é vital.

O problema é que nestes casos chocantes foram excepções à regra. Feitas à medida de gente amiga que tinha o peso e a influência para negociar situações de excepção absolutamente injustificáveis.
Mas como tudo ficava entre amigos o princípio de "uma mão lava a outra" aplicou-se centenas de vezes.

A não acumulação de reformas parece-me algo da mais elementar justeza, mas até Cavaco Silva manifestou o seu desagrado quando isso lhe tocou a ele.

Não nos admiremos portanto que os 1% ou 2% a quem este discurso é dirigido comecem a resfolegar de raiva quando percebem que os seus rendimentos estão debaixo da mira.

O que é inesperado para eles é terem a esquerda mais radical a defendê-los apenas porque têm mesmo de contrariar tudo o que o governo e o 1º ministro dizem.

Quem diria que íamos ver Mira Amaral defendido pelo camarada Arménio?

The Stupid Has Awakened

Não sou a Assunção Esteves. Mas também não precisava de ser para saber o que ela disse.

A presidente da Assembleia da República (AR), Assunção Esteves, defende em comunicado enviado ao PÚBLICO esta quarta-feira que a imunidade parlamentar de que gozam os deputados não se aplica ao ex-director de informação da RTP, Nuno Santos.
Assunção Esteves argumenta que “a imunidade pelo proferimento de opiniões, no exercício de funções ou por causa delas, assiste aos deputados”.
(...)
Para Assunção Esteves, "os depoimentos de cidadãos proferidos nas comissões parlamentares seguem os termos gerais do Direito". Assim sendo, a ponderação dos depoimentos de cidadãos em comissões parlamentares “cabe aos operadores jurídicos”, nomeadamente no que diz respeito à avaliação da existência de “publicidade, dever de colaboração, recusa de depoimento, regimes de segredo e excepção e direito de não auto-incriminação”.
A presidente do Parlamento informa ainda que não lhe cabe interpretar, em nome da Assembleia da República, a legislação aplicável aos cidadãos chamados a depor em sede de comissão parlamentar. Assunção Esteves lembra também que os cidadãos podem requerer ser ouvidos à porta fechada e não em sessão pública, como aconteceu com Nuno Santos.
O ex-director de informação da estação pública de televisão, que há uma semana disse, na Comissão Parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, estar a ser alvo de "um saneamento político", afirmou ontem que "mediu cada palavra" e reiterou que foi alvo de "um julgamento sumário" por parte do conselho de administração da RTP. O processo disciplinar foi-lhe movido dois dias depois da audição.
É do mais elementar bom senso evitar expor o flanco. Nuno Santos fê-lo com pompa e circunstância. Quis que a sessão fosse pública para "dar espectáculo". O tipo de espectáculo que os jornalistas tanto gostam de fazer.
Se fosse tão sapiente como se acha, saberia bem que não é imune ao que diz. Se fosse prudente tinha-se aconselhado com alguém que soubesse.
Nada disso. Espalhou-se ao comprido numa tentativa vâ de fazer chinfrim. O mais certo é ficar sem emprego na RTP como resultado das fantásticas declarações que proferiu.

E para todos os pundits de merda, a maior parte dos quais jornalistas, que andaram a invocar uma espécie de intocabilidade etérea de Nuno Santos esfreguem aqui as fuças para perceber até que ponto aquilo que sabem de direito e destes pequenos detalhes é igual a nada.

E são estas pessoas que tecem considerações sobre o funcionamento da justiça, dos acordãos do Constitucional e sobre legislação at large.

E parecem nem saber o básico dos básicos. Nem sabem que podem invocar mecanismos de defesa para não se lixar.

Mentes brilhantes.

Amigo Nuno, com a demonstração que deu acerca do respeito pelos superiores na Comissão Parlamentar será um bocado complicado arranjar um patrão que o ature. Boa sorte.

Again and again and again

Mário Soares afirmou na noite desta terça-feira que nunca houve em Portugal um Governo tão odiado e humilhado como o de Passos Coelho. “Nem no tempo de Salazar”, afirmou o antigo-presidente da República. E nem no tempo de Salazar viu tanta fome no país, acrescentou.
Não sei o que move este homem. Não sei se é o facto de poder ver alguns dos seus inúmeros privilégios ameaçados. Se é apenas por ser o que sempre foi - um medíocre convencido que era algo de extraordinário.
Mas uma coisa é certa: A idade não ajuda.

O homem que diz lutar pela democracia e pela tolerância não tolera que um governo eleito maioritariamente faça coisas com as quais ele não concorda. Como se por acaso fosse condição necessária para a governação ter a sua aprovação.

A de alguém que fez e disse as mesmíssimas coisas que hoje ouvimos. Austeridade, sacrifícios etc etc.

Mas com uma ligeira diferença. è que depois de ele ter feito o que fez nunca mais teve de preocupar-se com deixar de viver à grande. Passou o país pelas maiores agruras mas Soares, família e amigos sempre tiveram a mão "amiga" do Estado para garantir um bom nível de vida.

Seja como for, é manifestamente exagerada a retórica de Mário Soares. De tão exagerada e persistente cheira a esturro.

Nem a esquerda radical diz metade do que diz Soares. Talvez por saber que não é verdade. Talvez por saber que a miséria não é de agora. Talvez por saber o que se pode fazer nesta conjuntura.

Soares não quer saber. Anda com a lata de gasolina e com os fósforos a pegar fogos em todo o lado.
Quase dá a sensação que vai incrementando o tom para provocar uma resposta de Passos Coelho. Parece gritar cada vez mais alto para que alguém lhe dê a importância que há muito perdeu.

Soares devia lembrar-se do miserável resultado eleitoral que teve da última vez que foi a votos e perceber de uma vez por todas que a sua audiência é meramente conjuntural. Ele representa muito pouco. Muito menos do que a comunicação social faz questão de amplificar.

Consideram-no um senador. Só se for pela idade. Mais ou menos como se considera Manuel de Oliveira um realizador de cinema por ter 104 anos. O que realiza é intolerável. O que é fascinante é ainda continuar. Se de um posso escolher ver o que ele faz, do outro já não tenho outro remédio senão gramar o seu constante matraquear de lugares comuns, de pseudo socialismo (sim porque foi ele que o meteu na gaveta pelo idos 80) e do seu profundo respeito pela democracia.

Soares não é fixe. Soares é lixo.

Nuno Santos e o ser inconsciente

Depois das declarações de Nuno Santos na AR seria de esperar que houvesse consequências.

O que ele disse antes e durante a Comissão de inquérito são razão mais que suficiente para qualquer empregador abrir um processo disciplinar.

Em declarações a quente, Nuno Santos foi acusando a Administração da RTP de tudo. Acusou-os de saneamento político, qualificou o Presidente da estação de pessoa sem carácter e chegou mesmo a referir-se a ele em termos muito pouco respeitosos na Comissão Parlamentar.

Vem agora pedir esclarecimentos à Presidente da AR sobre qual é o estatuto dos depoentes nas comissões. Ou seja, Nuno Santos quer saber se é imune nessas circunstâncias. Quer saber se as bacoradas que diz na comissão podem ser usadas para a abertura de um processo disciplinar.

Não deixa de ser curioso que não se tenha informado antes. Terá ido para a comissão com o objectivo de agradar a quem não gosta do Governo e percebe depois que afinal o que disse pode ser usado contra si.
Mandaria a sensatez que na dúvida se tivesse referido à situação em termos que pelo menos não tivessem soado a ataque pessoal ao Presidente da estação.
Quando alguém diz o que ele disse em qualquer contexto público só pode esperar que haja consequências.

Pretender invocar agora uma suposta imunidade é fazer sem tirar nem por o que todos os políticos têm feito ao longo destes anos - usar expedientes dilatórios para evitar as consequências dos seus actos ou das suas palavras. E isso é o que os jornalistas gostam de usar para apontar o dedo aos "criminosos" sem castigo.

Se por absurdo Nuno Santos tivesse declarado o furto das imagens não seria imputável? Ainda por absurdo se Nuno Santos tivesse declarado um homicídio não seria imputável?

Nuno Santos é completamente parvo se pensa que pode faltar ao respeito a um superior em público e na televisão e safar-se com isso. Os seus colegas que o defendem porque as declarações são feitas no contexto de uma Comissão, fariam melhor em informar-se como as coisas se passam num processo judicial. E talvez agora percebam porque é que o segredo de justiça é importante em circunstâncias destas e noutras.

Fez a cama. Deite-se nela. Se não teve a prudência necessária para se proteger então é tonto. Mas como ainda vem dizer que as palavras foram bem "pesadas", acabou de ter aquilo que procurava. Um emprego novo...

O folhetim RTP ou como culpar alguém de uma coisa e do seu contrário

22 de Novembro - Nuno Santos demite-se
Nuno Santos apresentou nesta quarta-feira a demissão de director de Informação da RTP. O ex-responsável e a administração contradizem-se sobre imagens da manifestação de dia 14, frente ao Parlamento.
(...)
“A meu pedido renunciei hoje [quarta-feira] ao cargo de director de Informação da RTP, tendo apresentado a minha demissão ao Conselho de Administração. Esta decisão é irreversível”, escreve Nuno Santos numa nota à redacção a que o PÚBLICO teve acesso.
Por esta altura andava tudo num corropio a gritar contra o Estado policial que tinha alegadamente deixado usar as imagens da RTP (em bruto) para ajudar a identificar, acusar e punir os "jovens trabalhadores revolucionários" especialistas em pedrada.
A cabala Relvas/administração contra o povo trabalhador estava em marcha.
Nuno Santos apresenta a demissão e diz que ela é irreversível.

22 de Novembro - Comissão de Trabalhadores da RTP acusa MAI
Num comunicado muito crítico para com a actuação do Governo, o órgão representativo dos trabalhadores afirma que “não pode tolerar-se que homens de mão do ministro [Miguel Macedo] entrem na televisão pública como numa quinta sua, sem mandado judicial, para visionar e requerer cópias de imagens destinadas exclusivamente ao trabalho jornalístico”.
(...)
“Não pode tolerar-se que Miguel Macedo, para efeitos da propaganda do Governo, induza ao crime – seja com as pedradas dos seus infiltrados, seja com pedidos de imagens que pressupõem uma violação da legalidade pela RTP”, lê-se ainda no documento.
A Comissão de Trabalhadores provavelmente composta de alguma escumalha comunista do pós 25 de Abril vem a terreiro proferir declarações em tom acusatório muito a la Stalin. Aparentemente a conluio entre o Min da Administração interna e os homens de mão dentro da RTP violaria todas as regras deontológicas possíveis e imaginárias. Entre outras coisas, estes imbecis qualificam a autorização de visionamento de crime e acusam os responsáveis das pedradas de ser infiltrados do Governo. Quem é que afinal está a fazer propaganda? O Governo ou estes dinossauros Estalinistas nos métodos e nas ideias?

4 de Dezembro - Luís Castro nega ter autorizado visionamento das imagens na RTP
O ex-subdirector de Informação da RTP garantiu que cedeu o gabinete para visionamento das imagens “mediante uma decisão que fora tomada por um director de informação”.
(...)
A Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) ouviu, nesta terça-feira, o ex-subdirector de Informação da RTP, Luís Castro, sobre o visionamento nas instalações do canal público de televisão das imagens relativas à carga policial de 14 de Novembro, em frente à Assembleia da República.
Após uma reunião de cerca de duas horas, Luís Castro deixou uma garantia: “Não dei autorização para a polícia entrar nas instalações da RTP, não assisti ao visionamento e a única coisa que fiz foi ceder o meu gabinete, uma vez que ia ficar livre, e fi-lo mediante uma decisão que fora tomada por um director de Informação.”
Aqui já se ouvia dizer que afinal quem tinha dado a autorização teria sido um director de informação. Estará Luís Castro apostado em fazer favores à administração? Talvez.


5 de Dezembro - Nuno Santos diz ter sido alvo de “saneamento político”
Ex-director de Informação da RTP diz ter sido alvo de um caso de “saneamento político travestido de uma decisão de gestão” no caso das imagens da carga policial.

Nuno Santos está a ser ouvido, esta quarta-feira, na Comissão de Ética e na sua declaração inicial realçou que este seu “saneamento político” ocorre num momento muito delicado da vida da RTP, quando se discute a privatização de parte da empresa, como ainda esta terça-feira o consultor do Governo António Borges defendeu.

“O que temos em cima da mesa é um golpe de mão”, apontou o ex-director, que depois acrescentou: “A partir de um certo momento, tornou-se evidente que eu era uma pessoa non grata para o Governo. Porque deixava fazer informação contra o Governo? Não, apenas uma informação correcta e isenta.”
Nuno Santos que afinal diz que não autorizou nada começa a dizer que o queriam remover porque era incómodo. Porque deixava passar notícias de contestação ao Governo. Concordo que se não o fizesse soaria muito estranho. Não há um dia que passe que não haja contestação. O que eu estranho é o silêncio à contestação a Sócrates num passado recente...
Parece-me precipitada a demissão de alguém que está de consciência tranquila.
Não precisava de o fazer. E se fosse necessário um inquérito que o ilibasse, ficava até à sua conclusão e depois sim, demitia-se. Com o queixo para cima e sempre, mas sempre realçando a sua inocência.

5 de Dezembro - Nuno Santos demitiu-se porque perdeu a confiança na administração
“Quem perdeu a confiança no presidente do Conselho de Administração fui eu", disse Nuno Santos na AR.
O ex-director de Informação da RTP decidiu pedir a demissão na sequência da polémica com as imagens dos confrontos policiais porque perdeu a “confiança” na administração liderada por Alberto da Ponte.
Claro que como jornalista, Nuno Santos não consegue ficar calado. Agora já tudo eé mau depois de sair. Tanto quanto se percebe não foi a administração a estar envolvida directa ou indirectamente no visionamento. O que aconteceu foi ao nível hierárquico de Nuno Santos. Porque é que uma administração se torna indingna de confiança? Porque instaurou um inquérito interno? Porque não defendeu o director? Recordem que logo no rebentar do "escândalo" era a administração acusada de estar a fazer favores ao governo.
Estas afirmações, seja em que contexto for, são razão mais que suficiente para que uma administração pense seriamente se quer ter nos seus quadros alguém que claramente não se revê na sua "administração".
Para ser coerente o que Nuno Santos devia fazer era pedir a demissão da RTP tout court.
Não apenas do cargo de director. Se estamos a falar de coerência era assim que faria.

7 de Dezembro - RTP suspende Nuno Santos e abre processo disciplinar para o despedir
A Administração da RTP suspendeu preventivamente o ex-director de Informação Nuno Santos e abriu um processo disciplinar para despedimento.
Em comunicado, Nuno Santos revela que foi informado da suspensão e do processo na manhã desta sexta-feira, pouco antes de ir à audição que tem marcada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
"Consumou-se o saneamento político!", diz o jornalista, acrescentando estar "impedido, sem razão, de trabalhar".
Afinal a demissão foi apenas a demissão do cargo de Director de Informação e não de funcionário da RTP.

Como é que Nuno Santos pode achar que chega a uma Comissão Parlamentar, que é pública e transmitida na TV, diz que "eu é que não quero trabalhar com essa pessoa" e espera sair de lá e fica tudo na mesma?

Como é que os idiotas dos colegas de profissão de Nuno Santos podem vir para a televisão comparar estas declarações e o contexto em que foram feitas, com uma espécie de imunidade parlamentar ou coisa que o valha? Desde quando é que as coisas que um inquirido diz numa comissão estão fora da alçada da justiça disciplinar, criminal ou outra qualquer?
Judite de Sousa diz imbecilmente, como parece ser apanágio dos jornalistas nestas questões, que assim "ninguém mais quer ir às comissões" (!!!!). Se calhar também pensa que assim ninguém quer ir a um tribunal prestar declarações. E são isto jornalistas que se arrogam de perceber o que é um estado de direito. E não se cansam de dizer que o defendem...
O mais divertido é que na pergunta Marcelo foge com o rabo à seringa e põe-se a falar do momento do processo disciplinar em vez de dizer que aquelas declarações feitas na comissão ou noutro forum público qualquer são mais que fundamento para um processo disciplinar. Ele sabe-o e não o diz.

Então se eu chegar a uma Comissão e desatar a difamar alguém ou a confessar crimes próprios, como posso esperar que não haja consequências?
Só se estiver em delírio. E isso é o que parece que acontece com Nuno Santos e com os colegas que saltam a terreiro a defendê-lo. E são os jornalistas que passam a vida a falar de corporações?

O facto de haver afirmações proferidas nestes contextos (julgamentos, comissões de inquérito, etc) não trazem nenhuma imunidade para quem as profere. Mais ainda, são testemunhadas, passadas a acta e passam a ser uma fonte credível para prosseguir com procedimentos de ordem judicial ou outros.

Nuno Santos quis fazer uma bravata como se fosse um intocável. É um imbecil se pensa que pode dizer o que lhe aprouver por trabalhar numa empresa pública.
Sabe perfeitamente que se trabalhasse na SIC e a "pessoa" com quem não pode trabalhar fosse Balsemão o resultado seria o despedimento puro e simples.
Acredito até que não tivesse tomates para o dizer.

Quando alguém diz o que ele disse naquele contexto, com aquela repercussão pública e naquelas circunstâncias, vir falar de saneamento, ou do ridículo ter um processo por ter proferido certas declarações na comissão, ou é estúpido ou então acha que vai haver um grande movimento popular para o salvar. É dos tais casos que tinha sido bastante bem aconselhado por um advogado.

Esta é mais uma daquelas baralhadas em que está tudo a gritar e não se percebe nada do que se passa. Começaram por acusar o governo de ser o responsável, via administração, do visionamento de imagens.
Depois quando as coisas começaram a apontar para outro responsável começam a acusar o governo de saneamento político.

Entretanto parece que se esqueceram do "enorme crime" que tinha sido mostrar as imagens. O "criminoso" passou a vítima. Seria "crime" se fosse a administração. Como tudo parece indicar que foi Nuno Santos deita-se o crime borda fora e começa a gritar-se pelo saneamento.
A comissão de trabalhadores está muda e ainda bem, já que de cada vez que abre a boca cobre-se de ridículo, Nuno Santos é santificado e o Governo é apontado como tendo sido responsável por várias tropelias.

No meio da confusão a ideia que vai passando é que o Governo se queria livrar de Nuno Santos. Mas a verdadeira questão, quem é que autorizou o visionamento, já está esquecida. Como tudo parece apontar para outros que não o Governo, interessa agora desviar a atenção para o "coitadinho do jornalista" que é vitima de saneamento por manipulações obscuras do Governo - Nuno Santos.

O coitadinho do jornalista é parvo e forrado do mesmo. Não sabe sequer o que não deve dizer para não ser o único prejudicado desta história.
Se de acordo com o MP não há nada de ilegal em mostrar s imagens (como já foi afirmado) então não tem nada que temer, tenha sido ele a dar a autorização ou não.
Demitir-se imediatamente e depois andar a fazer choradinho porque se percebe que afinal não era bem isso que queria é no mínimo uma garotada.
Mas ninguém disse que os jornalistas não eram isentos de falhas. Começo a pensar que são afinal os que menos razões têm para poder apontar o dedo a quem quer que seja.

Tudo isto é uma fantochada, mal contada.
Intencionalmente mal contada. Não há um jornal que consiga estabelecer uma cronologia simples e elencar os factos de maneira que se compreenda. Não lhes interessa fazê-lo porque seria simplicíssimo fazê-lo.
Desde conclusões abusivas retiradas por jornalistas / comentadores medíocres nas televisões a artigos de jornal que seriam indignos de limpar o orifício rectal, o jornalismo que temos dá-nos de tudo.
As comissões de trabalhadores dão-nos sempre do mesmo - Idiotice, sectarismo político inflamado e deslocado.

O jornalismo sério leva mais uma machadada.
E ainda se queixam de se assistir a um decréscimo de vendas de jornais pondo em causa a sustentabilidade do mundo jornalístico.
Pudera, quando se tem gente desta a informar as pessoas, quem é que está interessado em os ouvir?

Tudo na mesma... mas, ainda assim, tudo diferente

Nós somos um país em que todos reconhecem que deve haver enormes mudanças. Mas essas mudanças são sempre em coisas que não nos afectam directamente ou que se mudarem nos trazem algumas vantagens.

A reforma das freguesias está em cima da mesa.

Note-se que se trata de reformular aquilo que é a organização territorial de Portugal que vem do tempo dos carros de bois.

É de esperar que num país que mudou consideravelmente nos últimos anos, haja situações em que a existência de certas freguesias seja injustificada.
Não só porque a demografia mudou, como mudou a acessibilidade de forma radical. Freguesias que tinham milhares de habitantes desertificaram-se e as freguesias urbanas, onde a influência das câmaras municipais é maior aumentaram demograficamente de forma muito sensível.

As razões invocadas para a existência deste número de freguesias urbanas vai desde a "a freguesia onde nasci" até outras tão patéticas como o facto de "darem apoio às populações".

É caso para perguntar o que é que uma junta de freguesia faz que uma autarquia não faça. Se deixarem de lhe chamar Junta de Freguesia e lhe chamarem Serviços Camarários xpto o que é que muda? Porque razão tem de haver a multidão de lugares electivos numa cidade, com os seus próprios funcionários e as suas próprias ineficiências de funcionamento? E claro está, a depender do orçamento da autarquia. Porquê? Por uma questão de "identidade"?

Este tipo de raciocínio faria muito mais sentido nas freguesias rurais. A sede da autarquia pode estar, e está na maior parte das vezes a algumas dezenas de quilómetros de distância. No entanto são os que menos contestam a medida porque reconhecem na maior parte das vezes que não têm nem o orçamento que precisavam nem os munícipes (fregueses?) de outrora.

O organismo que agremia todas as freguesias pedem a suspensão da lei. Pede efectivamente que fique tudo na mesma. Que fiquemos com uma organização territorial do século passado.

Esta é a segunda versão da polémica ridícula acerca destes temas. Foram-se embora os Governos Civis e nada de grave se passou. Ficavam com um parte das multas e davam apoios aos bombeiros e afins. Os bombeiros deixaram de ter apoio? As receitas das multas perdem-se no ar? Alguém deixou de poder tirar o passaporte?

Quando estas coisas acontecem parece que a única gente que reclama activamente são os próprios interessados. Não me admira nada. O que já me admira é haver parolos arregimentados a fazer marchas lentas porque a sua freguesia (pela qual tanto lutaram) se vai perder.
Lutar por uma freguesia? Mas esta gente pensa que está no século 18 ou 19 na altura das rivalidades entre aldeia que davam porrada da grossa? Que espécie de país de dementes é que nós produzimos ao longo dos anos?

Quando se fala em poupança todos dizem que é insignificante. Mas de insignificância em insignificância vão-se somando os milhões que não temos. Ou melhor, que nos tiram nos impostos para pagar a divida acrescida de juros que foi gasta nestas insignificâncias todas somadas e na roubalheira adicional.

Se fossemos somar a insignificância do gasto supérfluo das  freguesias, dos governos civis, das fundações e dos demais organismos inúteis que este Estado mantém há décadas ficaríamos com um número notável.

Mas como ninguém acha que deve ser alvo de sacrifícios e todos acham que devem ser sempre os outros a pagar os custos da crise acabaríamos tal como começamos.

Dou graças a Deus por terem vindo uns senhores de fora com um saco cheio de dinheiro e nos tenham forçado a fazer alguma coisa. Porque se fosse por vontade política ou por necessidade de mudança não mexíamos uma palha.

Este país é um país de gente completamente avessa a alterações. Sempre fomos um país a raiar a desgraça e esta gente persiste em ficar como está.

Afinal o PS não tem só o FDP de Paris

Há mais.
Mário Soares é claramente um dos mais insignes ocupantes da galeria de filhos de puta que militam no PS.

E não é de hoje. Ele é-o desde o dia em que para nossa infelicidade pôs o pé em Portugal retornado do seu exílio dourado, pago pelo papá que nem por acaso era dono de um dos colégios PRIVADOS mais caros de Lisboa.

Este defensor do ensino público vive também das mensalidades que os meninos e meninas de pais mais abastados pagam todos os meses.

Mas este animal, responsável pela desgraça de milhares de famílias que de um dia para o outro se viram a braços com a condição de refugiados, vem falar de descontentamento e quase apelar a que alguém cometa um acto tresloucado contra um 1º ministro eleito legitimamente.

A atitude de Soares é duplamente nojenta. Em primeiro lugar porque não se fazem apelos destes numa crónica de jornal e por outro lado porque ele é responsável por muito pior do que está a acontecer agora.
Os dois planos de ajuda que tiveram lugar antes deste durante os seus "reinados" como primeiro ministro empobreceram o país mais do que hoje nos lembramos.

Não fossem os fundos estruturais em 1985 e Portugal tinha arrastado o estado de miséria de 1983 durante décadas. O escudo desvalorizou de tal forma que as pessoas viram-se a braços com quase metade do poder de compra.
Enquanto, com dinheiros do estado, distribuía privilégios e benesses pelos seus camaradas.

A bandalheira de usar o Estado como coisa sua é uma marca registada de Soares. Este velho senil e balofo anda até hoje a viver sumptuosamente à conta do Estado.
A sua ressequida esposa ostenta fatinhos Chanel. Ele passeia-se de Mercedes Classe S pago por todos aqueles que nunca sentarão os seus traseiros num.
Desloca-se para eventos partidários num carro do Estado com combustível pago, com condutor e com multas pagas pelos contribuintes.

Este porco, que não tem outro nome, devia ter sido enviado para o além por um qualquer retornado mais zangado ou por um qualquer ex-combatente. Em vez disso deixaram-no viver. Para viver à nossa custa e escrever coisas que no mínimo são insultuosas. No fim são mesmo um incitamento para que alguém faça algo de mais drástico.

Infelizmente os jornais são tribunas para estes filhos de puta, para estes criminosos dizerem o que lhes vem à cabeça. Ao menos alguém reconheça que a senilidade e a estatura moral deste indivíduo é incompatível com as lições de moral que pretende dar.

Ele é dos que não pode dar lições de moral a ninguém.
Num dicionário como definição de "filho da puta" deveria estar: Mário Soares.

Notícias?

Eu fico mesmo baralhado com as notícias que vão saindo acerca dos pecadillos do nosso 1º Ministro.

Hoje no Público em lugar de destaque lia-se:

Passos Coelho criou ONG financiada apenas pela Tecnoforma

Pedro Passos Coelho foi o principal impulsionador, em 1996, de uma organização não governamental (ONG) concebida para obter financiamentos destinados a projectos de cooperação que interessassem à empresa Tecnoforma. O primeiro-ministro escusou-se a comentar esta intenção atribuída à organização por vários antigos responsáveis pela Tecnoforma, que pediram para não ser identificados, mas assegurou ao PÚBLICO que sempre encarou “com seriedade” a iniciativa da criação da ONG pelos donos da empresa.
A organização, denominada Centro Português para a Cooperação (CPPC), funcionava em Almada, na sede daquela empresa de formação profissional, da qual Passos Coelho se tornou consultor em 2002 e administrador em 2006. Entre os seus membros figuravam Marques Mendes, Ângelo Correia, Vasco Rato, Júlio Castro Caldas e outras destacadas figuras do PSD.
Idealizado por Fernando Madeira, fundador e à época principal accionista da Tecnoforma, o CPPC foi, na prática, uma criação de Passos Coelho, então deputado em regime exclusividade. Foi ele, em colaboração com João Luis Gonçalves — um advogado que tinha sido seu secretário-geral na JSD e que em 2001 comprou, com um sócio, a maioria das acções da Tecnoforma — quem pôs de pé a ONG e encomendou os seus estatutos a um outro advogado, Fraústo da Silva, que também integrou o núcleo dos seus fundadores e foi igualmente dirigente da JSD.
Além de personalidades do PSD e dos donos da empresa, a ONG contou também com a colaboração de um deputado socialista, Fernando de Sousa, que era director da Acção Socialista, órgão oficial do PS, e foi eleito presidente da Assembleia Geral do CPPC por proposta de Passos Coelho. A organização tinha por objecto “o apoio directo e efectivo a programas e projectos em países em vias de desenvolvimento através de acções para o desenvolvimento, assistência humanitária, protecção dos direitos humanos e prestação de ajudas de emergência”.
No entanto, os três únicos projectos por ela promovidos que o PÚBLICO conseguiu identificar foram desenvolvidos em Portugal entre 1997 e 2000 e foram financiados em cerca de 137 mil euros pelo Fundo Social Europeu (FSE) e pela Segurança Social. Os respectivos processos foram pedidos pelo PÚBLICO, mas, segundo o Instituto de Gestão do FSE, dependente do Ministério da Economia, “não foi possível obter informação” sobre a sua localização.
Onze fundadores do CPPC ouvidos pelo PÚBLICO, incluindo Passos Coelho, afirmaram que a associação teve muita pouca actividade. Alguns, como Ângelo Correia e Marques Mendes, disseram mesmo que não tinham qualquer recordação dela — sendo que nenhum se referiu aos três projectos financiados pelo FSE.
Passos Coelho disse ter participado na preparação de duas outras acções, uma para Cabo Verde e outra para Angola, mas afirmou que nenhuma delas se concretizou por falta de apoios. Apesar da escassa actividade de que há registo público, a associação ocupou desde 1996 e pelo menos até 2001 um amplo escritório da Tecnoforma em Almada, pagando a empresa uma remuneração regular a alguns dos seus dirigentes e pondo ao seu serviço várias viaturas, nomeadamente um BMW e um Audi.
O primeiro foi atribuído ao presidente da Assembleia Geral, Fernando de Sousa, e o segundo a João Luís Gonçalves, um dos dirigentes da ONG que auferia uma remuneração. O advogado confirma ambos os factos, mas diz que o ordenado e o automóvel retribuíam os serviços que prestava como consultor da empresa, “desde 1995”, e não a sua colaboração no CPPC. Esta versão é desmentida por Fernando Madeira, o então dono da Tecnoforma.
Madeira negou também uma recente declaração de Passos Coelho ao PÚBLICO, em que este disse ter sido consultor da Tecnoforma desde o final de 1999 ou o princípio de 2000. “Tanto João Luís Gonçalves como Pedro Passos Coelho nunca tiveram rigorosamente nada a ver com a Tecnoforma enquanto eu lá estive, ou seja, até Agosto de 2001. É falso que Passos Coelho tenha sido consultor da Tecnoforma a partir de 2000”, garante.
A não ser o último parágrafo nem consigo sequer perceber qual é o problema de haver uma ONG só financiada pela Tecnoforma. Se a ideia era ter usado dinheiros do FSE para levar a cabo projectos em países em vias de desenvolvimento e no fim acabaram por não receber fundos para isso, não consigo entender sequer qual é o problema aqui. Só pode haver um: O projecto ter sido um flop. No qual aparentemente só a Tecnoforma enterrou dinheiro em salários e outros benefícios.

O fascinante de tudo isto é depois ler os comentários em que há gente a dizer: "E ninguém vai preso???".

Mas preso porquê? Qual é o crime? Em que é que se distingue o objecto de uma organização destas do objecto da fundação da mulher de Mário Soares?
A diferença mais notável é que o título de uma notícia sobre essa fundação poderia ser "Maria Barroso cria fundação financiada apenas com o dinheiro dos contribuintes".

Podemos dizer que é uma caça às bruxas oficial. Mas em vez de ter notícias sumarentas como "Sócrates tem diploma passado ao domingo" ou "Sócrates acusado de corrupção no caso Freeport" ou ainda "Sócrates fez assinaturas de favor na Câmara da Guarda" temos uma notícia que diz "Passos Coelho criou ONG financiada apenas pela Tecnoforma".

Um diz destes ainda nos arriscamos a ver uma notícia assim "Passos vai ao congresso do PSD com uma gravata azul". E decerto haverá dezenas de comentadores a pedir prisão pela colagem obvia de Passos ao CDS.
A silly season não se limita ao Verão. Pelos vistos continua.

O peso da idiotice

Não sabia que este fim de semana decorria mais uma campanha para o Banco Alimentar.
Soube-o assim que entrei no supermercado e vi Escuteiros a entregar sacos.

É curioso como nunca vi nenhum jovem na casa dos vintes, desta geração à rasca, desta geração indignada a entregar sacos. São sempre escuteiros, alunos de escolas geridas por ordens religiosas e pessoas na casa dos 40 ou mais para quem o voluntariado parece ganhar um significado especial.

Como sempre dei o meu contributo. Não o faço para apaziguar a minha consciência, nem para lavar as minhas unhas sujas de sangue. Faço-o porque sei que se eu e outros como eu não o fizermos, haverá famílias a quem o simples acto de se alimentar é negado.

Fiquei particularmente satisfeito por saber que a campanha angariou pelo menos o mesmo que da última vez. Isso demonstra que o povo português consegue ser solidário com quem mais precisa e vê no Banco Alimentar uma organização à altura da tarefa.
Por outro lado diz bem da expressão da extrema esquerda na nossa sociedade. O seu acesso aos media é claramente desproporcionado.

A sua postura de que deve ser o Estado a garantir que não há fome e até lá (nunca) tudo o que seja iniciativa deste tipo deve ser encarada como "caridadezinha" não colhe adeptos.
Nunca veremos ninguém destas forças de esquerda a fazer parte disto. Nem como voluntário e porventura nem como dador. Estão tão cheios de si e das suas convicções que acham indigno ajudar quem precisa. Ou se for para ajudar que seja o Estado... com o dinheiro dos outros.
É assim que apaziguam as suas consciências.

Mas os idiotas  não se ficam só pela grande arena mediática.
Nos comentários a uma notícia sobre a campanha do BA li comentários completamente absurdos. Provavelmente dos mesmos imbecis que apelaram a boicotes e se "indignaram" com as declarações de Isabel Jonet.
Um dizia que isto não era mais que uma forma de enriquecer os donos das grandes superfícies. Ao fazerem as recolhas no Continente e no Pingo Doce estavam efectivamente a enriquecer os que não precisavam.
Como se pode ser tão cretino a ponto de não perceber que é tudo uma questão de eficácia? Como se pode ser tão tonto a ponto de não perceber que pelas grandes superfícies passam milhares de compradores e potenciais doadores enquanto que pelo pequeno comércio passam apenas centenas, Provavelmente menos uma vez que a recolha é num fim de semana em que tudo o resto está fechado.

Haverá sempre os cretinos que abraçam estas "indignações" e as levam a patamares insuspeitados. Haverá sempre os "cultos" defensores dos esquecidos que preferem que sejam os outros a sujar as mãos na ajuda de quem precisa.

A ultra esquerda minoritária e vocal, com todos os grupelhos que a rodeiam e dos quais a esquerda se aproveita, preferem usar a miséria como arma de arremesso político. Acabar com a miséria, que devia ser uma prioridade de todos e ainda por cima imediata, é relegado para um dia em que eventualmente cheguem ao poder. Ou seja, nunca.
E se um dia chegarem farão provavelmente como em Cuba ou como na Coreia do Norte. Em vez de erradicar a miséria generalizam-na.

Fico com duas satisfações de tudo isto. A primeira é ver que o povo português se solidariza com estas causas.
A outra, menor, é que iremos ver o Bloco reduzido a nada. Perdido o "papa" da extrema esquerda acabou-se o sonho de ressuscitar Trotsky. Semedo e a outra moça de quem nem me digno saber o nome, enterrarão o partido mais absurdo e anacrónico que o nosso sistema político alguma vez criou.

Só a título de curiosidade, repararam a cobertura dada o congresso do PCP por comparação ao do Bloco?
Precisamos de mais alguma evidência de que os media "adoram" a esquerda chique e "pensante"?

Lavados em lágrimas

Começo a ficar francamente farto de ver constantemente colocar a miséria num prato da balança e a necessidade de ajustamento no outro.

Em primeiro lugar sempre houve miséria. Não é de hoje. Aliás, hoje há muito menos miséria que há 20 anos atrás e muitos dos arautos dos pobrezinhos nunca se ralaram em tempos de abundância com os sem abrigo ou com os que tinham de depender da solidariedade alheira para sobreviver.

Eu andei na escola com gente verdadeiramente pobre. Miúdos que tinham de usar roupa e sapatos dados por alguém para poderem andar vestidos e calçados.

Gente vinda de agregados familiares com baixos rendimentos, com pais com baixas qualificações.

Podemos constatar que há cada vez mais casos de necessidade. Isso é inquestionável. Mas não nos podemos esquecer que durante anos se preferiu viver com "chapa ganha, chapa gasta" sem qualquer almofada para um dia difícil. Mais recentemente ainda se começou a viver com o que se iria ganhar no futuro.

Enquanto que uns o fizeram e foram vítimas de uma fatalidade (doença, acidente, morte na família) outros simplesmente cederam à loucura de ter tudo e mais alguma coisa empenhando-se completamente para o fazer. Muitos vêm-se hoje numa situação de enorme dificuldade sem ter havido mais contributo do que o seu próprio para estar nessa situação. São merecedores de pena e solidariedade? Claro que sim. Mas muito menos do que aqueles que apesar de não serem financeiramente suicidas viram as suas vidas dar uma volta por motivos inesperados lançando-os na indigência.

É por isso que instituições como o Banco Alimentar são tão importantes. O BA não começou há um ano. Já tem de atender às necessidades de milhares de famílias desde o dia em que foi criado. Já há dezenas de anos as instituições não governamentais têm de acautelar a subsistência de muitos de forma mais ou menos silenciosa e invisível.

Mas hoje, não há jornalista nem político que não fale na miséria. Nunca tinham aberto a boca. Nunca tinham ligado a um pobre. Mas agora subitamente as suas consciências iluminaram-se e começaram a ver que há pobres. Vêm-nos porque há mais, mas falam disso porque convém.

As razões do empobrecimento são claras. A catástrofe económica e financeira que assola  nosso país lança milhares no desemprego. A necessidade de pagar as dívidas contraídas em nosso nome tira-nos uma parte do rendimento que tanta falta nos faz.
Notem que a maioria da dívida que temos de pagar agora foi contraída antes de 2011. Não se pode responsabilizar este governo por ela. Pode responsabilizar-se sim por querer pagá-la mas por nada mais.

Assim quando se aponta o dedo a estes governantes por estarem a causar miséria é como se devessem em alternativa deixar de pagar a dívida que os antecessores foram contraindo. Para comprar votos, para roubar.

Parte-se-me o coração quando vejo alguém passar necessidades quando ainda há bem pouco tempo conseguia ter uma vida digna.

Mas não me passaria pela cabeça usar essas tristes circunstâncias como uma arma política. Se esta gente está tão preocupada com estes casos ajudem a atenuá-los.

Contribuam para que os mais fragilizados não sofram. Em vez disso muitos destes bem falantes chegaram a falar no boicote ao Banco Alimentar por causa das declarações de Isabel Jonet. Louça chamou-lhe "caridadezinha".

Não se percebe como se pode constatar um aumento da pobreza e ao mesmo tempo atacar uma das organizações que mais faz para a mitigar.

Usar isto como uma arma de arremesso política, como se a pobreza e a fome fossem uma coisa de hoje é ser um demagogo. Sempre existiu, sempre existirá (infelizmente) e são quase sempre os que não falam disso que fazem mais para ajudar quem caiu nessas situações.

Em vez de conversa, ajam.

A carta

Há certas linhas que não se devem cruzar.
Uma delas é dizer que se aceita a democracia e passado algum tempo estar a pedir, com cartas e abaixo assinados, que um governo maioritário do partido mais votado nas eleições se demita.

Pode falar-se nisso nos habituais espaços de comentário. Pode falar-se disso nas conversas de café. Mas cruzar essa barreira quando se é um actor privilegiado do sistema político durante toda a vida demonstra de uma forma muito clara um profundo desrespeito pelas regras que se jurou cumprir.

Da mesma maneira que Soares e amigos não gostam da actuação deste governo, muitos portugueses abominavam a forma como Sócrates geriu este país durante dois governos. Mas, tinha sido democraticamente eleito e esse respeito é algo que não se pode simplesmente esquecer.

Quando 70 "personalidades" fazem uma carta a pedir a demissão de um governo eleito democraticamente alguma coisa vai mal.
E vai ainda pior quando sabemos que a este governo calhou a fatalidade de tentar por direito o que o anterior fez e tudo aquilo que os anteriores não fizeram.
É a demonstração cabal de que Portugal nunca será um país ao nível dos mais desenvolvidos da Europa ou do mundo por causa do povo que tem e sobretudo por causa da miserável classe política que tem.

Muitos dos signatários desta carta são personalidades que tiveram altas responsabilidades na gestão do país. Todos e cada um deles colocou um ou mais pregos no caixão deste Portugal.
Ou ou acção ou por omissão são co-responsáveis pelo descalabro a que o pais chegou.

Escondem-se atrás de "princípios" elevados para defender este tipo de coisas alheando-se completamente das consequências. Mas para se ter princípios tão nobres é preciso que estejamos nós dispostos a fazer sacrifícios. Ora neste caso a defesa dos princípios significaria que todos nós teríamos de fazer ainda mais sacrifícios do que estamos a fazer.

A importância desta "carta" é relativa. Não estamos a falar de gente equidistante dos partidos. Estamos a falar em grade medida de gente que anda há anos a viver do Estado em dar grandes contributos ao mesmo.

Mário Soares
Não há muito que se possa dizer deste homem que não seja já conhecido. Desde a forma como conduziu um processo de descolonização que deixou centenas de milhar de portugueses na miséria até à gestão de um país que o colocou na posição de pedinte duas vezes, não é grande currículo para apontar o dedo a ninguém.

A carta é subscrita por um conjunto de inúteis dignos de figurar no Hall of Fame. Desde o imbecil do Vitor Ramalho, passando por Rosas, Inês de Medeiros apenas relevante por ser filha de quem é, acabando por Pilar del Rio...
Mas que ajuntamento. Parecem escolhidos a dedo. É como se tivesse rebentado o cano de esgoto e de repente tivéssemos uma enxurrada de porcaria onde não a queríamos.

Tivesse esta gente contribuído com trabalho para que o país fosse alguma coisa e não estaríamos hoje no estado em que estamos.

Não há dúvida que mesmo os "intelectuais" se conseguem cobrir de ridículo de forma ímpar.

Olha que dois

Depois da entrevista de Passos à TVI a SIC Notícias convidou dois comentadores.
E quem haviam eles de ser? Clara Ferreira Alves e Miguel Sousa Tavares.

Apesar de antecipar com apreensão a náusea que se avizinhava, decidi ouvir. Ouvir mais do que ver, porque pensei que no momento em que visse aquelas duas caras mudava de canal.

Clara Ferreira Alves não desaponta. E não desaponta na medida em que devia limitar-se a falar do que sabe. Seja lá o que for que ela sabe. Mas o que certamente não sabe é ser minimamente isenta e objectiva naquilo que diz.
Não me surpreende quando se sabe a forma como ela se tem desenvencilhado na vida, recebendo lugares à direita e à esquerda. Flutua como aquilo que vocês sabem.

Achei extraordinários dois dos aspectos que ela escolheu para realçar.

Passos disse que esta era uma oportunidade ("aproveitar a desgraça que aconteceu ao país") para resolver os problemas.
Mas CFA está mais preocupada com a forma. "Aproveitar a desgraça", citação que ela repetiu com um sorriso jocoso como que a querer dizer "aproveitar-se com a desgraça".


 E Passos tem toda a razão. Não há maneira de fazer o que quer que seja neste país a menos que enfrentemos uma calamidade de proporções bíblicas.

Aquilo que se devia ter feito e que estava amplamente diagnosticado durante dezenas de anos nunca se fez. Todos berravam pelas reformas exageradas em troca de tempo de serviço insignificante, mas nunca ninguém fez nada contra isso.
Nunca se reduziu o gasto do Estado por forma a adequá-lo ao que os contribuintes pagam. Sempre se fez ao contrário. Gastava-se por conta e depois aumentavam-se os impostos para dourar os números dum exercício orçamental.
Esta é de facto uma oportunidade para fazer aquilo que tem mesmo de ser feito. Reduzindo os absurdos gastos em ineficiência. Se de acordo com os numeros da nossa economia entre 2000 e 2010 a nossa productividade é de 32% por oposição aos mais de 80% dos países ricos e eficientes da Europa, então há um terço de nós a trabalhar para os outros 2 terços não fazerem nenhum.
Não é muito difícil identificar esses casos. Estão por todo o lado. São o resultado de 30 anos de diagnósticos sem se mexer uma palha para resolver o problema.

O aspecto que mais me deixa fascinado na argumentação de CFA é o da legitimidade.
Segundo ela o Governo não tem legitimidade para fazer o que faz. O que me faz colocar esta pergunta: E os governos anteriores tinham legitimidade para criar dívida como o fizeram? Sem perguntar a ninguém ou sequer informar que o iam fazer? Revelando-nos no limite que estávamos falidos?
Notem que mesmo sendo um governo minoritário Sócrates entre 2009 e 2011 esmagou de forma absurda o poder de compra dos portugueses. Em diferido iria fazê-lo ainda mais. Estamos a sentir iso agora.
A questão da legitimidade é completamente pífia. É uma perversão total da democracia. Curiosamente não me lembro de esta argumentação ter sido alguma vez usada com os governos de Sócrates. De repente uma maioria que elege um governo deixa de o legitimar porque terá mudado de opinião. Como se sabe? Sondagens...
Sugiro que deixe da haver eleições. Uma sondagem chega. Entrevistam 1000 pessoas e decidem o destino do país. Poupa-se uma pipa de massa em eleições e ficam todos estes comentadores de trazer por casa muito contentes.
Nem precisamos de AR. A cada decreto governamental faz-se uma sondagem. Pergunta-se a 1000 pessoas e decide-se tudo.

Sousa Tavares não foi tão mau como esperava. Ainda consegue perceber que todas estas "alternativas" sugeridas pela esquerda enfermam de um mal: Não há dinheiro. E a esquerda só sabe resolver os problemas com dinheiro. O dos outros, seja por empréstimo seja por roubo.

Ouvi até Sousa Tavares dizer que muitos portugueses tinham consciência que iam passar por isto (!!!). Mais, disse até que os portugueses tinham de enfiar na cabeça que não era possível viver com dinheiro que não se tem. Porque no limite os emprestadores se cansaram de emprestar dinheiro a Portugal.
É talvez o primeiro que ouço dizer, ou pelo menos insinuar, que afinal os portugueses não foram todos enganados. E de repente reabilitou também Santos Pereira. Por oposição à redução ao ridículo que fez de Gaspar.

Não é que as opiniões destas pessoas sejam especialmente relevantes. Sobretudo não o são a partir do momento em que sabemos os ódios de estimação que têm pelo governo e partidos no poder. O que é triste é que seja sempre este tipo de comentadores que é trazido à antena. Se há um parvo que está mortinho por dizer mal do governo aí está um jornalista solícito a por-lhe um microfone nas mãos.

Depois de uma entrevista em que Passos Coelho foi claro (de tal forma que Sousa Tavares confirma que nada de novo foi dito) é caso para perguntar então o que haverá para comentar? O que é que um comentário pode trazer de novo a uma entrevista que não diz nada de novo?

Só uma coisa. Dar mais uma oportunidade para falar da legitimidade do governo, dos IVA dos restaurantes, da miséria etc etc. E já nem se traz um alinhado com o governo e outro com a oposição. Para quê? Trazem-se dois "teoricamente" independentes cuja única carreira desde há uns anos para cá passou por lamber o rabo de Sócrates e por desancar sem dó nem piedade tudo o que este governo faça.

E mais uma...

Quase parece que escrevo um blog anti Seguro. Mas são tantas as ocasiões em que este demagogo de feira se cobre de ridículo que é quase impossível não notar.

A coisa já nem é ao nível das generalidades que tanto o caracterizam. Do tipo " a solução para a crise é o crescimento e o emprego".

Este chegou já ao ponto de fazer declarações flagrantemente falsas, baseadas em interpretações típicas de alguém com um QI ao nível de imbecil.

No Negócios on line, aparecem afirmações de Seguro feitas sabe-se lá em que contexto que são uma verdadeira ode à estupidez e à cegueira.

"Não conheço nenhum país no mundo que fosse capaz de sair de qualquer crise empobrecendo" ou que "conseguisse resolver os seus problemas tendo 40% dos seus jovens desempregados" e "dizendo à geração mais qualificada que o caminho é a emigração", argumentou António José Seguro.
Pois eu não conheço nenhum país que não tenha empobrecido com uma crise. A definição de crise é precisamente a de um empobrecimento.  O que deve ser verdadeiramente raro é encontrar um país que saia da crise enriquecendo. A saída da crise é o enriquecimento sim. Mas durante a crise empobreceu.
Esta é uma verdade La Palissiana que nem Seguro parece conseguir entender.
Pelo contrário, "só criando riqueza" é que as pessoas "podem pagar ou gerir as suas dívidas, reduzir o défice" e "criar postos de trabalho", disse Seguro em Vila Viçosa, no distrito de Évora, no encerramento de um fórum subordinado ao tema "O Interior do país e a Vida das pessoas: os jovens empreendedores".
(..)
"Desde que assumi a liderança do PS que disse que tinha consciência da situação em que o País está, que o caminho era estreito, mas que era um disparate seguir pela ‘política da austeridade custe o que custar'", lembrou.

O País, continuou, precisa de "soluções concretas", nomeadamente de apoio os empresários, tanto dos mármores, devido ao aumento dos custos energéticos e às dificuldades de acesso ao crédito, como dos outros sectores da economia nacional.
Aqui concordo com ele. O país precisa de soluções concretas. O que é estranho é ele quase parecer criticar-se. É que todas as "soluções" dele são meros vapores. Imaginem o que seria um fulano assim a gerir uma verdadeira crise.
E, no caso dos mármores, Seguro deixou uma proposta "em cima da mesa", dirigida à banca, para que garanta o financiamento de "encomendas firmes".

"Quando um empresário tem uma encomenda firme, que sabe que vai ter que entregar passados três meses e receber passados seis, porque é que o banco não o há-de financiar directamente, sabendo que vai recuperar esse dinheiro ao fim desses seis meses", questionou, em jeito de desafio.

Os bancos, sublinhou, "vão financiar-se ao Banco Central Europeu (BCE) a 1%, mas, depois, esse dinheiro não chega à economia. Deixo aqui esta ideia e um apelo: Que uma parte do dinheiro chegue à economia".

Os empresários portugueses, frisou, "não querem subsídios". O que querem é "continuar a trabalhar" e, para tal, "precisam é de acesso ao crédito, de financiamento da sua actividade".

"O que dói é que os empresários têm clientes e podem produzir, aumentar a riqueza nacional, manter emprego, mas têm dificuldades de financiamento. Ora, se houver esse financiamento, isso significa que é bom para a economia e é bom para o País".
Este tipo de  discurso vazio e aflorando generalidades é o tipo de coisa que qualquer palerma com dois dedos de conversa pode dizer.
Não revela saber, não revela capacidade. Até nem revela o tipo de discurso que se espera de um líder potencial do Governo. Isto é vago, é uma mera constatação do que o país está a sofrer pela perniciosa influência do partido que preside e não é uma solução para nada.

Seguro não tem uma posição fácil. Por um lado tem os velhos vícios de querer agradar a um eleitorado à custa da aldrabice e das promessas vãs e por outro fala para um eleitorado que não esquece a trampa que tem sido a governação do seu partido.
Mas podia tentar ser sério. Podia transparecer competência e vigor.

Um grande líder vê-se nas adversidades. Seguro é aquele palerma que não queríamos ter por perto numa altura de crise. É o tipo de idiota que por cobardia e por falta de "vida" acabaria por arrastar todos para a desgraça.
Seguro é o tipo que largávamos ao leão para salvar o resto do grupo.
E é isso que ele é. Uma vitima para sacrificar até o PS se achar em posição de ganhar alguma coisa.

O problema é que ele se convenceu que pode enganar o destino e chegar a ser 1º ministro. É um cordeiro com pele de lobo.

É dum vazio completamente inédito em lideranças políticas. Jerónimo é um tipo vivido, Louçã com as suas afirmações gongóricas conseguia arrastar as pessoas (BTW entre Semedo e catarina conseguirão fazer o Bloco chegar aos 1%.. esperem), Portas é inteligente e perpicaz, Passos é determinado e tem espírito de missão.
Seguro é um palerma. Parece que saiu de casa dos pais anteontem e reclama com a mãe porque as peúgas não estão bem dobradas. Tem ar de quem está permanentemente com prisão de ventre. A sua pose teatral, estudada e solene é totalmente incompatível com este tempo e com estas circunstâncias.

Só por uma estranha volta do destino é que ele chegou a Secretário Geral do PS. E por incrível que pareça às vezes penso o bom que seria se Assis o tivesse derrotado.


Seguro, Oh Seguro

Não sei o que me irrita mais neste homem.
Às vezes penso que é o seu oportunismo óbvio. Outras penso que é a sua completa falta de espinha dorsal e a sua mais que evidente incompetência.

Seja lá qual for a razão não o suporto. Acho-o um ranhoso. Daqueles tipos completamente incapazes que preferem ficar numa posição em que podem criticar os outros sem nunca demonstrar que sabem fazer melhor.

Consigo admitir que Passos Coelho não era o mais apetrechado para ser 1º ministro. É voluntarioso. É corajoso. Só alguém com coragem se lança à tarefa que tinha pela frente. Ao contrário das corja de cobardes instalados do PSD que sempre preferiu o poder fácil e sem distúrbios. Essa mesma corja que hoje pontua nas televisões e jornais a ministrar a facadinha da semana.

Não são conhecidos por serem especialistas em nada. Nem sequer por serem competentes. Apenas os conhecemos por estarem por lá. E por estarem há mais de 30 anos com a cabeça mergulhada na gamela paga pelo povo que lhes tem dado de comer.

Mas Seguro é diferente. E é diferente porque o seu partido criminoso governou este país durante os seis anos mais perniciosos para a nossa economia de que há memória.
Um primeiro ministro autoritário e ignorante insistia em afastar de si coisas como a honorabilidade e a ética. Insistia em ganhar eleições recusando fazer aquilo de que o país precisava há muitos anos - Reformas a sério. Ao contrário endividou o país para manter a economia a balões de oxigénio.

Essa era a versão oficial. Mas o que aconteceu foi uma economia arruinada e uma série de empresas amigas ou inventadas à pressão a encaixar negócios de milhões em troca de coisa nenhuma. Comprometendo dinheiros presentes e futuros.
Seguro fez parte disto. Não tem como dizer que não. Foi deputado, esteve filiado e sempre presente. Nunca levantou a voz contra tudo isto. É um cobarde porque nunca o fez para não por em perigo a sua posição dentro do próprio PS.

Quando ouço a afirmação dele de que este esforço não serviu para nada quase me dá vontade de o esganar. Quando diz que a dívida aumentou gostaria de os esbofetear. A dívida aumentou pelo menos 78 mil milhões por causa do plano de ajuda. Plano que foi feito pelo PS porque tinha acabado de falir o país.

Seguro pensa que pode fazer-se passar por um líder sério e ao mesmo tempo tentar branquear o passado e a responsabilidade dele e dos seus correligionários naquilo que é a desgraça que hoje se nos apresenta. Seguro é um merdas disfarçado de pessoa.

Seguro pensa que fala para estúpidos (e em grande medida é assim que vejo o seu eleitorado). Mas há toda uma faixa da população que não é estúpida

Seguro é aquele cretino que prefere dizer aquilo que acha que nós gostamos de ouvir. O clamor das pessoas para que os políticos digam verdade é impossível de perceber para ele. Terá alguma vez na sua miserável vida adulta dito a verdade?

Como um abutre que se alimenta dum cadáver Seguro espera conseguir dividendos numa situação de emergência nacional.

As suas soluções não existem. Não sabe. Não sabe como resolver um problema sem ser atirando dinheiro que agora não tem.

Seguro é a coisinha mais vazia, patética e repugnante que o PS podia ter eleito. Se este é o único líder que este desgraçado partido tem para nos apresentar então não está em posição de criticar Relvas, Passos Coelho ou seja quem for. Não se é mais competente por se falar. É-se, ou não. E Seguro não é.

Eu sabia que não era o único a notar

José António Saraiva escreve no Sol em 19 de Novembro em 4257 caracteres aquilo que é um breve resumo da corrente actividade jornalística.

Nós os jornalistas

Esperava que fosse mais ou menos óbvio para todos. Mas não é.
Há até casos em que as pessoas percebem a forma como a informação é tendenciosa e não conseguem ter o distanciamento e a isenção de o reconhecer.

São conhecidos casos de distorção grosseira das palavras de políticos. Elas são colocadas em titulos de jornal com o mais completo despudor. A velha máxima de que uma mentira repetida muitas vezes acaba por se tornar verdade é talvez o primeiro parágrafo da cartilha do jornalista actual.

Perdeu-se a ética. O espírito de missão. Da nobre missão de informar. Hoje cada jornalista é em potencial (e até muito mais que isso) alguém que usa o acesso aos media para passar a sua própria visão do mundo, a sua opinião. A factualidade passou para segundo plano.

Faz lembrar aqueles relatos de bola em que estamos a ouvir o rádio e a ver o jogo ao mesmo tempo. O relato faz-nos imaginar uma realidade bem diferente daquilo que os nossos olhos estão a ver.

Mas mesmo com imagens é fácil cortar e editar a ponto de fazer parecer as coisas bem diferentes daquilo que são. Lembro-me do caso de Manuela Ferreira Leite que dizia a propósito da actuação do governo de Sócrates que ele queria fazer as coisas de qualquer maneira e sem dar atenção a opiniões e à oposição. Rematou dizendo ironicamente que talvez fosse melhor suspender a democracia por 6 meses para fazer as coisas assim.
O discurso com o contexto correcto só foi mostrado uma vez ou duas. A repetição da ultima frase de Ferreira Leite foi exaustiva a ponto de hoje haver gente neste país que sabe bem o contexto em que foi proferida que se atreve a dizer que ela defendia a suspensão da democracia por 6 meses. Os outros repetem a frase porque os primeiros a dizem. No fim haverá muito pouca gente que conhece o contexto e a história toda.
A maior parte não quer saber dessas minudências. Desde que sirva para ilustrar as suas convicções pessoais até serve dizer que o Papa é judeu e comunista. Como não há-de a política ser suja quando os que não são políticos discutem de forma suja, falsa e ignorante a maior parte das questões.

O cuidado de não dizer algo que seja deturpado, cortado e invertido domina o nosso discurso político. De tal forma que o discurso político é uma conversa "redonda" e vazia da qual raramente se pode extrair algo de significativo.

O caso que JAS aponta das declarações de Ulrich é o extremo. Ao ponto de um jornalista afecto ao PCP ter a falta de cuidado de comentar o excerto (e estar de acordo com ele) sem perceber que o contexto é exactamente o contrário.

Não é raro ter jornalistas e políticos a comentar sound bytes. Coisas de que não sabem a proveniência nem o rigor. Tornámo-nos num país de comentadores gratuitos com uma agenda pessoal a defender.
O triste é que o último reduto da seriedade e da factualidade é agora a proa do movimento de desinformação e propaganda pessoal. O meio jornalístico

A imprensa estranha a queda de vendas. Os canais de TV tentam conquistar audiências à custa de novelitas e bola. A maior parte dos que ouvem notícias fazem-no por que calha mesmo na hora do jantar.

A credibilidade da informação atingiu níveis historicamente baixos.
Não é preciso muito para ver até que ponto jornais como o Expresso ou o Público se tornaram tribunas de jornalistas individuais com uma visão pessoal do mundo e dos factos.
O poder discricionário de colocar ou não uma notícia, ou de alterar subtilmente um título para conseguir um efeito dá-lhes esta capacidade.
A única coisa que o leitor ou o espectador pode fazer é não consumir. Recusar-se a fazê-lo. Numa economia de mercado um jornal sem credibilidade deve ir à falência. Fechar portas. Finito.

O Público vai por esse caminho. O Expresso se seguirá. Não adianta passar dias a falar do novo site. É apenas a mesma trampa com uma roupagem diferente. O conteúdo não muda. Vai estar apenas "arranjado" de forma diferente.

Talvez os jornalistas devessem perceber que a profissão traz como poucas a responsabilidade de ser o mais fiel e equidistante aos factos quanto possível. Por isso há um código deontológico a seguir. É como se de repente tivéssemos nos tribunais os juizes a fazer tábua rasa da lei e da prova e a decidir e a fazer sentenças ao sabor dos seus caprichos.
Curiosamente essa é uma das ideias que a imprensa gosta de passar ao público. Amplificar o "mau" estado da justiça é quase uma missão para um jornalista que se preze. O que é verdadeiramente triste é que em vez de tentarem saber um pouco mais do assunto fazem-no ao mesmo nivel que o homem da rua que é incapaz de interpretar uma simples norma legal.

A crise do jornalismo não é de hoje e só vai piorar. Muitos dos que hoje chegam aos jornais são da geração em que acham que estamos interessados na sua opinião pessoal. Confundem informar com dar opiniões.
E, como dizia o outro, as opiniões são como o olho do cú. Todos têm e normalmente não cheira bem.

O que eu escrevo aqui é também isso, uma opinião. Mas eu não a vendo como sendo a verdade ou os factos. É mesmo uma opinião não disfarçada ou camuflada de informação.
A imprensa escrita e visual tornou-se num mega blogue com colaboradores de duvidosa ética e cultura.

Epifania

Se a crise trouxe alguma coisa às pessoas às pessoas deste país foi a clarividência.

De repente todos estão fartos dos políticos, todos estão fartos da roubalheira e dos corruptos. Como se por artes mágicas lhes fosse revelado sem qualquer margem para dúvidas o que é Portuga na sua essência.

Não percebo como é que lhes escapou tanta coisa durante tanto tempo. Se escapou, acredito que têm severos problemas cognitivos.

O mais fascinante é que descobrem agora de que são feitos alguns daqueles que eram admirados e quase endeusados.

Soares, Freitas, Cavaco, Guterres (para não falar do cobarde deslumbrado que dá pelo nome de Durão Barroso). Não eram melhores do que estes. Estão apenas mais velhos. Foram tão irresponsáveis e incompetentes como qualquer outro. Geriram este país como se fosse uma coisa deles, da qual podiam por e dispôr. E para o conseguir distribuíram benesses a quem se pudesse opor. Não é por acaso que a política é um pacto de silêncio entre amiguinhos das mesmas andanças.

A quem é que passou despercebida a corrupção nas autarquias? Os lugares de favor? O que os leva agora a ficar fartos dos políticos? Porque finalmente lhes foram ao bolso? Em vez de ser ao bolso dos outros?

Mas não somos muito diferentes do resto do mundo.
Nestas eleições presidenciais nos Estados Unidos houve dois referendo no Estado da California com perguntas muito semelhantes mas com resultados bem diferentes.
Num perguntava-se se estavam de acordo com uma subida geral do IRS para reduzir o deficit Estatal. Nesta ganhou o NÃO.
Na outra pergunta perguntava-se se estavam de acordo com a subida de IRS para um certo escalão de rendimentos. Nesta ganhou o SIM
O ser humano é pouco dado a encarar a justiça como uma coisa que o afecte. Para ele é JUSTO que afecte só os outros.
É assim lá e é assim cá.
Se Passos propusesse a subida de IRS apenas para os que ganham mais de 80 mil euros por ano era aplaudido na rua. Como teve o desplante de alterar (por eliminação de escalões) o IRS de toda a gente é chamado de ladrão. Não o seria de "roubasse" só uma certa faixa dos contribuintes. Assim é.

E de repente toda esta gente adormecida, que conhece casos intermináveis de corrupção mas que nunca denunciou nenhum para não se prejudicar, acordou.

De repente todos estes virtuosos que sempre pagaram os "seus" impostos (pois pois) acham que estão a ser roubados pelo Estado.
Onde andava esta gente quando se dizia que cada bébé que nascia já devia uma bolada de dinheiro? Pensavam que devia e não ia pagar?

Todos os políticos têm sido meros criminosos na gestão deste país. Mas houve um que sobressaiu a grande altura. O filho da Puta que correu a toda a velocidade contra a parede com o país atrás de si e no último momento fez um desvio e desapareceu deixando-nos a todos a correr em direcção à parede.
Acredito piamente que se esse pulha não fosse forçado a viver em democracia, seria um déspota como este país nunca viu.
Ladrão foi. Déspota seria se pudesse. Aliava uma enorme ignorância e chico espertice a uma enorme falta de escrúpulos . Agia como se as consequências das suas decisões fossem irrelevantes.

Usou Teixeira dos Santos como um títere para no fim o deixar plantado com má cara abandonado. Mal fodido para falar bom português. A tradição de usar pessoas e descartá-las já vem de longe. Soares era um mestre na arte. Era também um mestre em ficar com o melhor quinhão para si. Talvez por isso vomite veneno de cada vez que abre a boca. A boa vida que a família tem à custa da coisa pública é chata de perder.

O mesmo se pode dizer do indescritível Freitas do Amaral. De "fascista" em 1974 a admirador do maior aldrabão que este país já conheceu. Como se pode dizer que se defendem príncípios e acabar aceitando o convite para ministro dos Negócioa Estrangeiros? Vaidade? Boa vida garantida?
Depois de nos habituarmos a um cargo na ONU acredito que voltar à rotina diária seja desagradável.
Mas este homem que foi Ministro várias vezes antes de Sócrates, como se contorceu politicamente ao ponto de pactuar com um vigarista daquele calibre?

Os corruptos, os vendidos, os amantes da boa vida já vêm muito de trás. Talvez os deste Governo são os que menos oportunidade têm de fazer a vidinha com a sua passagem pelo poder. Muitos deles não precisam disso, como seja o caso de Macedo, Gaspar ou Santos Pereira. Os outros, porque encontram um país arruinado no qual não há quase nada para roubar. E também porque finalmente estão debaixo do escrutínio público como nunca estiveram.

Mas não é sério dizer que este governo é o pior de sempre. Então o ladrão consegue ser melhor que o gajo que encontra a casa roubada e tenta por tudo no sítio? Existirá algum político neste país que tenha ido para um governo numa situação semelhante? Não.
O duque de Nafarros ajudou a arruinar duas vezes o país. Mão não tinha o Euro. Não estava subjugado à disciplina imposta pela EU e pelo Eurogrupo. Desvalorizou o Escudo de tal forma que o custo de vida subiu pelo telhado. Não se devem lembrar da queda de nível de vida em 1983, aqueles que falam no empobrecimento generalizado. O que acham que aconteceu nessa altura? Só saímos à custa de uma injecção massiva de fundos quando entramos para a EU.
Prontamente desbaratados pelo virtuoso Cavaco Silva. O nosso presidente conseguiu estar 10 anos no poder sem nunca ter traçado um rumo estratégico para o país. A única coisa que floresceu foi a construção civil. Só que o efeito multiplicador que ele tanto gostava de realçar, foi arruinado pelo mercado aberto.

A maior parte das empresas que fabricavam materiais de construção no país foi arruinada pelos concorrentes europeus.
Com a sua declaração de que um país avançado não podia ter tanta gente a trabalhar na agricultura deu o sinal de que era um sector a destruir. E assim aconteceu. As pescas foram atrás. "Era mais barato importar". Era na altura. O caro dessa jogada pagamos agora.

A corrupção autárquica, sempre existente, subiu a níveis nunca vistos no fim do seu governo. Depois disso só aumentou com o indizível Guterres. E o que dizer de chutar os pagamentos para a frente? Guterres com o seu Ministro da Obras Públicas (Cravinho) soube como ninguém encher a pança dos "portugueses" recebendo a conta em diferido. As SCUTS, as belas SCUTS foram feitas e o seu pagamento foi convenientemente "adiado" por dez anos. Eram "Sem Custos para o Utilizador" mas com custos para TODOS os contribuintes.
O "garantido" desenvolvimento do interior do país aí está para todos vermos. A única coisa garantida eram as margens pornográficas de rentabilidade dos investidores.
Que Sócrates renegociou e tornou ainda mais pornográficas. Sonegando informação à entidade que valida as contas do Estado, o Tribunal de Contas.

Quase tudo o que se fez neste país depois da entrada na CEE teve um intuito claro. Gastar 100 para poder roubar 10. As empresas faziam dinheiro como se fosse àgua e o Estado gastava como um doido que acabou de ganhar uma fortuna no casino. O dinheiro era da CEE pelo que não havia qualquer escrúpulo em aproveitar-se. E isso não era a mentalidade dos governos. Era e é a mentalidade de todo o português que anseie por a mão no dinheiro dos outros.

Tudo isso nos trouxe aqui. Mas só agora é que os Portugueses estão fartos. Se por acaso só tivessem mexido nos impostos dos "mais ricos" nem assim eles se fartariam. Fartam-se porque alguém lhes pede também para ajudarem a pagar a crise. E eles querem que sejam os "ricos". Afinal não é preciso ser do Bloco para ser estúpido.

O que é ser jornalista? Sim, o que é?

Talvez seja impossível encontrar um jornalista português que me saiba responder a isto.

Mas há uma coisa que eu pelo menos sei: Sei o que NÃO deve ser um jornalista.

Estamos cansados das piadinhas "pessoais" dos jornalistas de TV, das contorsões absurdas dos jornalistas da imprensa escrita e da destruição da factualidade por força da incapacidade que os jornalistas têm de se manter como espectadores frios e isentos daquilo que relatam.

Dois casos claros hoje num mesmo canal de televisão. A SIC Notícias.

Passado o tornado do Algarve e o aproveitamento da desgraça alheia para encher tempo de televisão começou a tentativa de culpabilização de alguém.

1º Culpado - A Protecção Civil. O INMG teria avisado a protecção civil de ocorrência de ventos fortes e chuva intensa naquela zona e o aviso foi afixado na página Web da Protecçaõ Civil.
Uma jornalista (mais uma daquelas certamente com um cursinho de comunicação Social) prontamente perguntou ao entrevistado se ele chava que isso bastava. A maior parte das pessoas não vai ver a página.
A resposta reduzui-a ao silêncio. A PC envia comunicados (com o mesmo conteúdo que está na página) para a comunicação social publicar ou anunciar nas TV's e rádios.
De uma penada transferiu a responsabilidade para a comunicação Social. Masa falta de vergonha do tom acusatório não ficou por aí. Logo a seguir mostram a página da PC em que diz "apenas" ventos "muito fortes". Ou seja, não fala de tornados. Não estranho nada ter sido a comunidade científica a criticar a condenação dos cientistas italianos sem grande eco na imprensa. Estes palhaços veriam com bons olhos a condenação de toda a gente desde o INMG até à PC.

2º Culpado - O Ministro da Administração Interna.
Este caso ainda é mais verminoso. Interrogado sobre o tema Passoc Coelho lamentou "não ser possível" o ministro dar mais detalhes acerca da situação. Talvez por não os ter à data das perguntas ou talvez porque não é o ministro que tem de sair para a rua inventariar os danos e conbabilizá-los en Euros e sacar do livro de cheques de forma imediata.

Mas a notícia foi dada de outra forma. E por aqui se vê o que vai na cabeça destes jornalistas e redatores: Merda.

A notícia dizia que Passos Coelho LAMENTAVA que o ministro não tivesse dado mais detalhes. A diferença é subtil mas enorme e denota que há uma intenção na omissão das palavras "que não tivesse sido possível"..

Fazer jornalismo assim não é sério. Não é honesto. Tal como não o era o período de graça de que dispôs Sócrates durante anos. Só no fim do seu "reinado" e já em completa decadência (com um desastre anunciado" alguns se atreveram a por o dedo na ferida.
Para rapidamente se constituírem como oposição ao seu sucessor no cargo.

É por estas e por outras que não me admiro da crise na comunicação social. As manipulações o facciosismo e a falta de profissionalismo que a comunicação manifesta na sua genaralidade levam a que muita gente não dê um passo nem gaste um Euro para comprar um jornal.

Alinharem-se escandalosamente com quem arruinou o país ou ter uma linha editorial titubeante ao sabor das simpatias de qualquer idiota a quem põem um microfone na mão, dá nisto. Total perda de credibilidade e consequente quebra de vendas na imprensa escrita.
Não vejo o dia em que o Público feche portas ou o dia em que Balsemão tenha de vendar a sua arruinada operação de comunicação social. Fizeram tudo para o merecer. Que não demore muito.