Os media (9)

Hoje assisti ao cúmulo da incompetência, irrelevância e má fé do nosso jornalismo televisivo.

Na SIC notícias fizeram uma peça jornalística de longos minutos acerca das reacções à conferência de imprensa do Ministro das Finanças.

Numa ligação a uma "jornalista", assistimos a uma jovem a dar eco à reacções na blogosfera e na imprensa internacional.
Confesso que já não espero grande coisa disto, mas ver a escolha dos blogs desta jornalista fez-me quase arrancar os cabelos.
A sra. escolheu o País do Burro, O Jumento e mais um outro blog qualquer. Certamente conotado com o criminoso PS ou com a esquerda panfletária tal como os outros dois anteriores.
Quando eu esperava que pelo menos ela escolhesse um outro blog menos rosa, eis que passa à imprensa Internacional.

Os dois pratos da balança são realmente equivalentes. O Jumento, o País do Burro e depois jornais de referência internacionais. Como se tudo o que houvesse na blogosfera portuguesa digno de nota fossem os dois pasquins vermelhuscos mencionados. Estamos certamente a falar de especialistas em economia ou em ciência política, dignos  de realce televisivo em horário nobre de um canal de Notícias.
Pelo andar da carruagem um dia destes terão excertos noticiosos com o Braganza Mothers.
Enfiar com um monitor de 23 polegadas nas trombas dos responsáveis pela informação da SIC Notícias pode ser considerado um serviço público.

Há certas coisas que me irritam profundamente. E a incapacidade de isenção de um jornalista é uma delas. Isto para já não falar da qualidade de informação em causa.
Uma televisão que está a mostrar imagens de um browser com sites que não sabe de quem são, cuja validade de opinião é tão discutível como outra qualquer e não é certamente isenta de sectarismo não pode ser a imagem única das reacções na blogosfera.
Qual é o papel da jornalista? Nenhum. Mais valia pouparem o salário desta pobre alma e colocarem QR codes na TV para irmos aos sites em causa.

Fez-me lembrar um reputado imbecil, que dá pelo nome de Álvaro Costa (Bons Rapazes na Antena 3), que se diverte a colocar videos do Youtube com trailers de filmes, ou excertos dos mesmos, para que nós ouçamos a banda sonora enquanto faz comentários acerca das imagens.

Mas esse é apenas tolo e convencido de ser um radialista cutting edge.
No caso da SIC Notícias é muito pior que ser tolo e incompetente. É ser manipulador de cabeças e de opiniões.
Para completar o ramalhete de rosas só faltou o Câmara Corporativa ou a Jugular. Porque não telefonar a Sócrates para saber a reacção?

Que critério está presente quando não se escolhe nenhum blog não conotado com o PS? 
Dirão:
Então este tipo está a falar de um blog de um qualquer anónimo aparecer na SIC notícias quando o blog dele também é anónimo?
Precisamente por isso. Ficaria surpreendido se citassem opiniões de anónimos  na TV. A minha incluída. Tal como é chocante termos a Lusa a dar notícias quase difamatórias de fonte anónima pelas quais tem de se desculpar.
Não espero que falem deste pobre blog na SIC. Porque a minha opinião não é relevante a nível nacional e muito menos digna de figurar na "reacções da blogosfera" a um discurso de um ministro.

Mas não espero que falem sobre NENHUM blog na SIC. Afinal aquela porcaria de canal chama-se SIC Notícias ou chama-se SIC Blogosfera?
A TVI já tem um programa chamado Combate de Blogs onde os seus autores dão a cara. É o mínimo que se exige para aparecer a esse nível.
Exige-se que uma jornalista digna desse nome vá além da má língua anónima (na qual eu me incluo) e que sobretudo os critérios de escolha incidam em sites com alguma relevância e de gente de reconhecido valor que ASSINA o que escreve.
O que esta desgraçada jornalista fez é o maior exemplo de jornalismo de sarjeta que se pode dar. O mesmo diria se fosse este o blog referido. Isso vos asseguro.

Como se costuma dizer - o que acontece na blogosfera FICA na blogosfera.
Porra para estes miseráveis jornalistas estagiários que não fazem ideia do que é ética profissional.

Quanto ao País do Burro é preciso ser mesmo o burro para não ver na página do Facebook que o autor (um dos que assina) tem como "political views" o Bloco de Esquerda.

Desculpem-me a expressão, mas que "merda" de reacção da blogosfera é esta de um tipo que trabalha nas finanças e que é do PS e um outro que ninguém sabe o que faz e é conotado com o Bloco?
É isto representativo das reacções à conferência de imprensa? De um tipo que votou em criminosos e de outro que representa uma contestatária e ínfima percentagem da população votante?

Não há paciência para aturar este tipo de boicote à vontade da maioria da população. Era com isso que nos atiravam à cara enquanto Sócrates foi destruindo este país. Tinha a maioria. E nós tivemos de aguentar.
Agora parecem não conseguir suportar que se ponha direito o que o criminoso "parisiense" deitou abaixo.
E muito mais grave é o facto de uma grande parte da classe jornalística estar constantemente a ocultar a responsabilidade da gestão socialista e a imputar e criticar as opções de um Governo que se vê a braços com um país sem dinheiro para pagar salários, pensões e honrar contratos com fornecedores.

Não há um mínimo de seriedade nesta abordagem. Através da repetição incessante deste tipo de atitudes assiste-se já a uma perda de memória preocupante. De repente todos os que lembram este facto, ouvem na maior parte dos casos "mas já passaram 8 meses...".

Escreveria para a SIC, como já o fiz para o Público se não soubesse qual o destino que uma carta de um leitor tem no meio jornalístico.
Em relação ao Público terminei a minha assinatura online. Em relação à SIC Notícias tenho de abdicar de ter outros canais de cabo. Mas há uma coisa que posso fazer. Retirar aquela "merda de canal" da minha lista de favoritos na box e retirá-lo da lista de canais sintonizados nas outras televisões. E isso acabei de fazer.
Vivo bem sem esta informação, sem o Expresso da Meia Noite, sem o Eixo do Mal, sem o Adão e Silva que finge que é equidistante de todas as forças políticas e sem o 60 Minutes requentado.
Recuso-me a ver canais de informação que o que fazem é distorcer a realidade e apoiar criminosos.

Recuso-me terminantemente.