Train Gone Virtual

O parecer do Tribunal de contas sobre o projecto do comboio de alta velocidade é demolidor.

Tão demolidor quanto pode ser um parecer formal sobre uma coisa qualquer. Não usa vernáculo mas nas palavras elaboradas está subjacente uma crítica ao nível de "vão para a p... que vos pariu".

A forma como foram negociados contratos, alteradas condições após a adjudicação que a terem sido submetidas a avaliação os colocariam imediatamente de fora do concurso.
A ligeireza com que se diz que o dinheiro a gastar será orçamentado, muito à laia da rede dos cuidados continuados à qual não faltaria financiamento mas que nunca foi orçamentado, leva-me a pensar que há qualquer coisa de errado quando se aponta este governo de estar exclusivamente a defender interesses privados.

Há qualquer coisa aqui que não bate certo. Ou os negociadores estatais são uma corja de débeis mentais, ou estão a pagara de avanço aquilo que irão receber multiplicado várias vezes.

Não houve na história do Estado Português ninguém que tivesse desbaratado os dinheiros de todos nós da forma como os Governos de Sócrates o fizeram.

Qualquer outro período empalidece com a comparação.

A "desculpa" é de que a EU tinha adjudicado fundos para o fazer restando uma "pequena" fatia a gastar por parte do Estado português.
Uma oportunidade imperdível mesmo que entre as compensações aos concessionários, custos operacionais e serviço da dívida não houvesse qualquer maneira de ter a operação a cobrir todos os custos.
Uma estratégia completamente demente e conscientemente perdulária.

Ter um comboio de alta velocidade para chegar a a Madrid mais devagar e mais caro que um avião só pode ser visto como uma total imbecilidade.
Ou então, e isso é o mais certo, uma forma de usar o dinheiro dos contribuintes para encher os bolsos a empresas que mais tarde irão contratar todos estes "negociadores" para lugares bem pagos.

Só resta agora uma alternativa a estas empresas que se foram adiantando com trabalhos cobertos por contratos ilegais - engolir as perdas e partir para outra. Longe, de preferência.