Um Estado Policial

Estes pobres manifestantes não só são distraídos como parece que nasceram ontem.
Estão indignados porque a polícia bateu em dois jornalistas e diversos manifestantes durante uma manifestação da plataforma 15 de um mês qualquer.

Até parece que é de hoje que o corpo de intervenção desanca sem saber em quem.
Até parece que no meio da confusão um polícia pode descortinar os que têm ar de ser bons rapazinhos dos que não o são.

O que me parece é que para um jornalista é "mais notícia" levar umas bastonadas e andar dois dias a choramingar do que evitar levá-las.

Isto para não falar desta plataforma de imbecis que parece confundir o protesto com a falta de ideias. Devem estar desejosos de que rebente a confusão como em Atenas. Parecem ter esta ideia de que é preciso destruir para reconstruir como deve ser.
Pouco importa que uma esplanada tenha sido devastada ou que as chávenas de café tenham servido como arma de arremesso.
Não me pareceu especialmente pacífica a destruição de uma esplanada. Nem o é atirar chávenas à polícia. Eu que não sou polícia se levasse com uma chávena fazia saber ao "atirador" o meu desagrado. E não era com palavras.

A polícia é a autoridade. E em princípio não se questiona essa autoridade quando ela tem o mandato e os meios de coagir quem quer que seja a cumprir as normas. E as normas podem muito simplesmente ser a evacuação dum determinado sítio.

Um tipo inteligente, ouve, dá meia volta e evita o confronto. Um imbecil pressiona até levar nas trombas. E é o que esta gente parece ser.

Obviamente que um jornalista que se mete nestas situações pode legitimamente esperar que quando o conflito rebenta poderá estar no lado que recebe. É muito pouco prudente estar à espera que uma câmara fotográfica e um cartão ao peito o torne numa espécie de ser invulnerável às balas e às bastonadas.
E quando descobrem que as bastonadas lhes doem da mesma forma que doem aos outros desatam aos gritos porque não deviam ter apanhado.

Talvez falte aqui algum instinto de preservação. Ou talvez estejam ali porque dá uns "bonecos" mais giros. Mas têm de perceber que nestas coisas se correm riscos.
Há um princípio básico para evitar este tipo de coisas - Não correr riscos.

Parece-me que esta plataforma de não sei o quê se está a transformar em mais um grupelho de esquerda radical, com os consequentes aproveitamentos políticos do partido das causas fracturantes. Desta vez sim podemos falar de fractura. Se bem que não tenha ouvido falar de nenhum caso de manifestantes terem recorrido aos serviços hospitalares para curarem as mazelas.
Protesto inconsequente reclamando por aquilo que é neste momento uma completa utopia.

Mas questões sociais e políticas à parte, estes jornalistas e manifestantes deviam decorar algumas regras básicas

1. Não se argumenta com ordens dadas por forças da ordem - cumprem-se.
2. Se tiverem capacete, escudo e bastão não são muito dados a argumentação de palavra.
3. Se começarem a vir na nossa direcção e melhor ir na direcção contrária.
4. Esperar que por ser jornalista se está isento de dar atenção às forças da autoridade é um erro fatal
5. Depois de apanhar, é muito difícil perceber quem foi que deu a bastonada, por isso é bem melhor evitá-la.

No caso de preferirem ignorar estas regras, Trombocid ou Hirudoid são excelentes para os hematomas.
Para o amor próprio serve o relato da heróica jornada de luta quando se está com amigos a beber uma "jolas".