Uma corja de javardos

Não há dia que passe em que não seja conhecido mais um episódio daquilo que foi o período mais perdulário e de desperdício de que temos memória neste país.

Dois artigos de hoje deixam bem claro até que ponto se chegou nesta falta de vergonha.
Num deles Paulo Campos, o verme, começa a apontar as responsabilidades para dois ministros
O ex-secretário de Estado das Obras Públicas no Governo Sócrates, Paulo Campos, afirma que ainda não foi contactado por ninguém, ao abrigo do inquérito que o Ministério Público diz ter aberto às parcerias público-privadas. Além disso, frisa que a responsabilidade dos contratos não era dele, mas sim do ministro das Obras Públicas e do das Finanças. ""Temos vindo a assistir a uma campanha de desinformação sobre esta matéria", vinca o homem que tem estado no centro do furacão político.
in. Público
Junta obviamente a  tese da cabala contra os ex governantes. Mas ainda assim já está a começar a passar responsabilidades para dois dos ministros que certamente teriam de saber e concordar com a rebaldaria instituída nas parcerias rodoviárias.
Agora que recai sobre a sua cabeça a responsabilidade destes actos e com o MP à perna, Paulo Campos irá certamente apontar para ordens superiores ou directivas do Governo ou coisas similares. Estes homens de mão caracterizam-se pela sua cobardia. Paulo Campos não é excepção. E não é por isso que deixa de merecer castigo.

O outro caso é o estado ruinoso da Saúde.
O Tribunal de Contas (TdC) traça um cenário de verdadeiro desastre nas contas da saúde, depois da governação de José Sócrates. O défice e as dívidas do setor rondam 3,5 mil milhões de euros.
Num relatório conhecido esta sexta-feira, o TdC revela que, entre 2008 e 2010, era Ana Jorge a ministra da tutela, a saúde apresentava um défice de 480 milhões de euros e dívidas de quase três mil milhões de euros.
O Tribunal de Contas fala de falta de acompanhamento e de informação credível, uma crítica apontada, por exemplo, às contas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), aos contratos programa dos hospitais e às Parcerias Público-Privadas (PPP), onde o TdC também não encontra informação sobre a execução financeira dos hospitais geridos neste regime.
A execução financeira, diz, é pouco rigorosa e transparente e acordos com entidades privadas com vista à prestação de cuidados de saúde não são sustentados em análises de custo-benefício. Uma culpa que dividem o Ministério da Saúde e o das Finanças.
Daqui para a frente, sugere do Tribunal de Contas, o ministro das finanças deve dissolver as administrações dos hospitais quando estas não expliquem os desvios orçamentais ou o incumprimento das metas de redução da despesa.
in: Agência Financeira
 Apesar de bater no peito cheio de orgulho pelo SNS pensado pelo Camarada Anaud, Sócrates sabia até que ponto o sistema estava arruinado. Tão grave como saber o estado das contas da saúde, é o facto de nem conseguir saber as contas das PPP's na área da Saúde.
Muito à maneira Socretina, havia sempre onde sacar dinheiro para pagar estas coisas. Não foi por acaso que toda a subida de carga fiscal ao longo dos seus governos (que muitos hoje esquecem) desaparecia mais depressa do que era cobrada.
Não é por acaso que se tentou vender a ideia de que o fecho de certos serviços tinha em vista a qualidade quando na verdade tudo isso foi feito por razões meramente economicistas.

Gerir no conceito socretino é arruinar. E é assim porque o Estado que se financia tirando aos cidadãos teria recursos inesgotáveis para pagar aos amigos. Amigos esses que acorrerão a pagar com um emprego para a vida, bem pago e sem grande trabalho para fazer.
Não acredito em nenhum instante que estes FDP não tenham recebido em off shores, fora dos olhos de todos, avultadas quantias em troca destes favores feitos com os dinheiros dos cidadãos.

Foi nos governos deste FDP que recursos do Estado que deviam ser para suportar aquilo que são serviços básicos de um Estado foram desviados para pagar a privados em detrimento dos financiamentos à saúde, segurança, educação e justiça.
E foi este FDP e são hoje todos os FDP do PS e amigos que dizem que o PEC IV iria resolver tudo e foi o seu chumbo que precipitou a crise.

Se forem somadas todas as dívidas das empresas do Estado, das empresas municipais, da Saúde, e de outros sectores do Estado chegaremos a números abismais. Agravados com uma dívida que disparou quase para o dobro sob a sua gestão. Este FDP está a viver regaladamente em Paris a tentar fazer-se passar por alguém culto e com estatuto.

E por falar em FDP, um último caso. Num a guia de restaurantes cafés e bares do porto, a editora colocou na capa uma fotografia de uma fachada do mercado do Bolhão com um graffiti onde se lê "RIO ÈS UM FDP".

Já seria grave que se publicasse a foto mesmo que o graffiti lá estivesse. Muito mais grave é o graffiti nunca lá ter estado e ter sido colocado na fotografia de forma intencional.

O responsável da editora fazendo uso daquela esperteza saloia digna de um bom par de tabefes diz isto:
Manuel Leitão nega ainda que a frase "Rio és um fdp" seja uma ofensa ao autarca. "Que eu saiba, "Rio" é um substantivo próprio que significa um curso de água e o resto são três iniciais, um verbo e um artigo"
O resultado para este "espertinho" é um processo em tribunal. E vai ser delicioso ver a explicação do "substantivo, verbo, iniciais e artigo" perante o tribunal.

Não é pelo facto de o Presidente da Câmara do Porto ser do PSD. É por ser um homem sério numa posição que merece todo o respeito.
Estes "cabrõezinhos"  (e estou consciente do peso da palavra usada no Norte), perderam o respeito de tal forma que a única forma de os fazer regressar à terra é enfiar-lhes com penalizações pecuniárias que sejam bem sentidas. Espero que isso seja o resultado do julgamento.
Para ver se o sorriso que deve ter acompanhado as declarações de espertalhoco se lhe varrem da cara