Se não for Gaspar, quem?

Realmente somos um povo estúpido. E por povo nem me refiro só aqueles energúmenos que inventam sempre soluções imbecis para problemas que não temos. Normalmente passam sempre por proibir alguma coisa.

Refiro-me aos jornalistas, aos comentadores, aos agitadores profissionais, aos políticos com dor de cotovelo. Em suma à elite falante deste miserável cantinho.

Andam há semanas a pedir a remodelação do Governo. A princípio era Santos Pereira. O homem até tinha tido a falta de sentido de estado de pedir que o tratassem por Álvaro. Até o insigne Marcelo comentou isso.
Foi o bombo da festa durante algum tempo após se ter esgotado o filão do ar condicionado de Assunção Cristas.

Depois foi Relvas. E que tinha formação duvidosa, e que era isto e aquilo. Curiosamente vindo de gente com formação de igual nível ou simplesmente de gente que "frequentou" um qualquer curso superior da farinha Amparo.

Chegou o momento de Gaspar. Fez uma coisa que não gostaram. Um bombardeamento fiscal, com napalm a baixa altitude.
A solução foi, como sempre é para os pobres de espírito, a demissão do ministro. Como se isso travasse o orçamento e fizesse com que o seu "sucessor" obtivesse um resultado diferente nas contas.

A coisa chegou a um grau de delírio absolutamente inacreditável.

Hoje no Expresso há um artigo acerca das alternativas a Gaspar no caso dele sair. E a conclusão é que não há. Os que podiam ser não aceitam e os outros não podiam ser.

Quando se começa a pedir um governo de iniciativa presidencial é preciso pensar que as pessoas podem dizer não. E o mais provável é que digam não num momento como este.
Depois de toda a carga negativa que se atirou para cima de figuras públicas, sejam elas sérias ou não, ninguém de valor deve estar disposto a passar pelo mesmo. Ainda menos quando têm de ser pessoas de craveira profissional acima da média que estarão a ser bem pagos pelo trabalho que desempenham e não têm de se expor à demência da populaça. E também não têm de se expor à demência dos media.

Chega-se à conclusão que Gaspar foi uma sorte como ministro. Pouco me importa se ele deita mão duma coisa destas para salvar as contas públicas e com isso salvar Portugal como país. Gaspar foi uma sorte.

É raro ter alguém com saber, convicção, prestígio e coragem numa mesma pessoa.
Se quiseram encontrar um cobardola que faça as coisas de maneira a agradar ao chefe e à rua vão buscar Teixeira dos Santos. Se querem um homem frio e absolutamente pragmático vão buscar Medina Carreira.
Quando ele atacar a despesa do Estado na sua fatia mais significativa chamam-lhe os nomes todos.

Não me admira que a populaça grite pela cabeça de todos quando lhe mexem no bolso. Já me espanta que os bem pensantes o façam.
Por hábito os bem pensantes falam de mais. Calam-se quando deviam falar e falam quando deviam estar calados. Parece ser uma constante da nossa vida nacional. De tal forma é assim que já todo e qualquer idiota dá opiniões sobre coisas que não percebe. Não acreditam em mim? Então leiam o que os "jornalistas" escrevem.

A verdade dói

Nunca concordei com a escolha de Álvaro Santos Pereira para bombo da festa.

A escolha feita pela imprensa e pela oposição acontece porque ao contrário de outros ministros com melhor joro de cintura no jogo político e mediático, Santos Pereira é um técnico, contido e pouco dado a bazófia.

Para bazófia e conversa vazia há todo um leque de leque de inúteis que o estado se encarrega de sustentar há 38 anos.

Mas Álvaro cedo percebeu que não está a viver num país sério com políticos sérios. Percebeu também que a nossa imprensa falada e escrita é uma massa informe de sabujos e cabotinos que pouco valor dão aos factos. preferem a forma à substância, porque assim a realidade é muito mais fácil de distorcer.

Hoje no Parlamento Santos Pereira deu-lhes forte e feio. E é pena que não haja mais gente a lembrar ao país ao vivo e a cores aquilo que os media persistem em ocultar.
"É, porventura, o Orçamento do estado mais difícil dos últimos anos, mas que não haja dúvida que é a factura do passado. É a factura da festa da governação socialista”, acusou o governante durante o debate que tem na agenda uma interpelação do PCP ao Governo sobre "Política Alternativa".
Álvaro Santos Pereira enumerou depois as Parcerias Público-Privadas, as rendas excessivas na energia, o QREN e a “festa da Parque Escolar”.
O ministro da Economia criticou igualmente inaugurações de estradas, auto-estradas, barragens inúmeros “contratos milionários e projectos faraónicos” celebrados pelo PS. E concluiu, afirmando que “é tempo de largar a pá e parar de cavar”.
"É isso que estamos a fazer com grandes sacrifícios e sem pretensões eleitoralistas", disse o ministro.
A intervenção de Álvaro Santos Pereira provocou grande agitação na bancada do PS. Mas pôs de pé as bancadas da maioria PSD/CDS num forte aplauso em uníssono. 
A bancada do PS com o seu habitual comportamento de puta púdica ficou agitado. Os responsáveis pelo maior desastre económico do país ficaram agitados.
Alguns deles deveriam ser trancados num prisão funda sem poder ver a luz do sol durante anos pelo mal que causaram a todo um povo.

Não reconhecer e não falar do papel criminoso do PS e dos seus sequazes é esquecer uma importante lição para o futuro. É tentar oculta a verdade de um povo entorpecido, triste e sem esperança.
É bom que as pessoas ouçam aquilo que é a realidade dos números e porque é que ela é como é.

Um dívida externa assim e um deficit louco (mesmo sem contar com a desorçamentação) é responsabilidade de alguém. Não aconteceu por acaso. Aconteceu por corrupção, por conluio com empresas que viveram da mama estatal durante anos e se preparam para viver uns quantos anos mais.
Alguém que o diga. Tenho pena que seja Santos Pereira porque gosto dele. Sei que o faz porque não tem pretensões políticas ao contrário de outros ministros mais políticos.
Mas quem o devia fazer era o 1º ministro ainda que reconheça que isso não muda a dura realidade.
Quanto às escumalha do PS pouco há a dizer. É apenas escumalha.
E como qualquer ladrão apanhado em flagrante não aceita que roubou e destruiu um país pela sua incompetência e ganância.

Decreto Lei 1,5/2012*sqrt(14)+5

O concelho de ministros revolucionário capitalista e suavemente liberal em reunião de dia 15 de outubro decidiu que:

Os distribuidores de combustíveis com instalações onde existam mais que 5 estações de abastecimento são obrigados a instalar um posto de combustível revolucionário popular.

Este combustível deverá ser mais barato do que o vendido habitualmente no posto de abstecimento em causa por forma a permitir aos trabalhadores revolucionários deslocar-se com os seus carros pessoais a custo mais baixo.

Ao distribuidor cabe assegurar que carros de alta cilindrada conduzidos por porcos capitalistas opressores sejam impedidos de abastecer com o combustível de baixo custo.

O distribuidor deverá pintar a nova estação de abastecimento de corres berrantes por forma a que os trabalhadores revolucionários mais distraídos vejam a oferta mais barata de combustível.

Em nenhuma circunstância pode o distribuidor deixar que um trabalhador revolucionário abasteça com o combustível mais caro.

Este combustível deverá apresentar índices de qualidade comparáveis ao combustível mais caro e, apenas para uso dos porcos capitalistas opressores, o distribuidor terá de assegurar que existem postos de combustível mais caros. Mais exactamente 4 em cada 5 estações de abastecimento.

No sentido de fomentar a sã concorrência e a liberdade de escolha do consumidor o distribuidor deverá arcar com os custos inerentes ás novas instalações e deverá providenciar um funcionário, bem parecido e com um grau de educação superior, que acautele que os trabalhadores revolucionários não usem o combustível mais caro e que nenhum opressor porco capitalista abasteça com o combustível mais barato.

Esta medida visa dar acesso a combustível mais barato às classes trabalhadoras continuando no entanto o Estado a arrecadar os valores de imposto por litro já em vigor.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 15 de Outubro de 2012.- Presentes todos os membros do governo, iluminados pela graça de Friedman, Stalin, Jong Il e José Seguro (provavelmente em estado de embriaguez).

Publique-se

Ao som da Internacional

Cada vez que leio coisas destas pergunto-me onde é que estão as diferenças entre os vários partidos que vão governando este país.

Eu pensava que vivíamos numa economia de mercado em que o Estado assume um papel de regulador em vez de se imiscuir nas questões específicas de um negócio.

O governo vai OBRIGAR as gasolineiras com 5 bombas ou mais a ter pelo menos uma onde é vendido combustível low cost, sem aditivos.

Um revendedor de combustíveis para ter o seu alvará já tem de cumprir toda uma série de requisitos draconianos para montar o seu posto de abastecimento. Só a aprovação da instalação de um posto é uma processo que leva anos.
Tem de cumprir toda uma série de normas desde as fiscais às de segurança.
Agora vai ter de cumprir mais uma. Ter um posto de combustíveis baratos.

Claro está, que quando TODOS forem abastecer a um destes postos haverá uma bomba com uma fila enorme e as outras vão estar as moscas.
Quem é que no seu perfeito juízo vai optar por colocar combustível mais caro 10 cêntimos numa bomba onde existe a opção low cost?

Em vez de incentivar as marcas a ter os seus postos low cost (todas as bombas) vai obrigar a uma reformulação das bombas maiores.
Vão ter de ter tanques separados para os combustíveis mais caros e para o mais barato por exemplo. E isso não é uma coisinha que se faça assim sem transtornos valentes.

Acho incrível que um governo possa causar um transtorno destes por decreto lei a revendedores que já têm de esmagar as margens até ao limite.

Percebia que se licenciassem postos especificamente para low cost. Não percebam é que se queira forçar a investimentos mesmo para aqueles postos que tiveram a infelicidade de ser maiores.

Uma sã concorrência faria com que ao aparecerem novos postos exclusivamente low cost, acabassem por ser seguidos pela conversão de outros já existentes por uma questão de sobrevivência.

Mas não. De forma muito socialista, e incrivelmente isto é uma mentalidade arreigada na mente desta gente, forçam uma área de actividade numa economia de mercado livre a fazer investimentos à força.

Se querem baixar os custos para o cidadão, porque é que não reduzem o imposto por litro em 5 cêntimos?

Fazem o papel do bonzinho perante o cidadão mas à custa do dinheiro do próprio cidadão porque o Estado não abdica de um centavo daquilo que já colecta.

Pensava que o ministro da economia estava intelectualmente acima do imbecil que dá pelo nome de António José Seguro. Vejo agora que de vez em quando desce ao mesmo nível. E isso não é nada bom

Alternativas?

Não há por estes dias um único português que não tenha dezenas de alternativas para evitar o SEU aumento de IRS.
Não é o aumento do IRS como um todo. è apenas o do seu escalão.

Isto porque todos nos especializamos em proteger os NOSSOS interesses esperando que os outros paguem o que for preciso.

As soluções vão do delírio ao patético. Mostram bem até que ponto a discussão das questões de um país ao nível do seu cidadão pode ser um exercício completamente fútil.

A base de todas as discussões é:
Todos os políticos são corruptos.
Aumentam os impostos para ficarem eles com o dinheiro.
Daqui a um ano estamos na mesma ou pior.

A realidade, a dura realidade é:
O buraco que é preciso tapar agora é da ordem dos 5.000 milhões.
O valor dos juros da dívida é de 8.000 milhões / ano.

A solução para muitas destas pessoas que NÃO estão na função pública é : despedir gente da função pública. Porquê? Porque, segundo eles, não fazem nada.
Generalizam de uma forma alarmante a ponto de acharem bem por dezenas de milhares de pessoas sem meio de subsistência.
Por um lado berram pelo desemprego e por outro defendem o desemprego generalizado na função pública.

As outras solução é: pagar o salário mínimo aos cargos políticos dirigentes.
Pouco importa se depois só conseguem gente incompetente para os lugares.
Ninguém com um mínimo de saber e de prestígio vai querer assumir responsabilidades de ministro por 2000 Euros por mês.
Se houvesse alguém que aceitasse nessas circunstâncias seria bem pior do que aqueles que temos hoje. E hoje estas pessoas apologistas do político executivo por salário mínimo já se queixam da incompetência dos que lá estão

Outra solução é não pagar a dívida. Qualquer chamada de atenção para o estado ainda mais deplorável da Grécia parece passar ao lado dos defensores desta opção.
Qualquer chamada de atenção para o que significaria uma opção dessas não colhe grande assentimento.

Aliás, o português é conhecido por gestos e decisões irreflectidas que tenta reverter quando é tarde demais.

Estamos num ponto perigoso em que quem tem a responsabilidade de resolver os problemas tem a incompreensão de todos aqueles que estão a sofrer na pele com esta situação.
O que a "rua" pede é demitir este governo e "depois logo se vê". Cegueira total e muito pouca compreensão da situação real em que o país está. E não é por falta de aviso.
Avisos a que a "rua" responde com "cortem nos carros", "cortem nos deputados"  e outra insanidades do mesmo calibre.

Quando Gaspar desafia os deputados a cortar na despesa como alternativa ao aumento da receita sabe que nada de útil ou prático sairá dessas propostas.
Ou porque não têm o resultado esperado ou simplesmente porque é muito díficil conseguir este ajustamento sem cortar em coisas essenciais.

O problema de muitas soluções propostas é que o seu efeito é lento e só se faria sentir ao fim de alguns anos. O problema do orçameto é AGORA.

Podem lançar-se as bases para a diminuição do peso da função pública não admitindo novos funcionários e esperando que outros se reformem mas esse efeito só se sente ao fim de alguns anos.
Quantos estão à beira da idade de reforma? Quantos se reformam por ano?
O que vão receber de pensão é uma percentagem do que recebem de salário mas a poupança do Estado num caso desses é apenas o diferencial entre os dois valores.

Aquilo que Medina Carreira diz acerca da despesa do Estado é simplesmente isto: A fatia significativa dos gastos do Estado vai para salários da função pública e pensões.
Querem que se seja draconiano e se corte aqui? Aparentemente não. Aliás, em Portugal ninguém quer que se corte em nada.
Por isso nenhum governo quis enfrentar o descontentamento e o Estado foi sempre crescendo de forma a absorver metade da riqueza criada no país.

Há coisas inevitáveis na vida. O incrível é que nós assistimos a tudo isto e a "maioria" nunca soube ou nunca quis saber. Diz hoje que era obrigação dos políticos ter evitado este estado de coisas. É verdade, mas cederam sempre ao populismo e ao eleitoralismo na hora de votar. Enquanto a vida lhes ia correndo de feição não havia preocupações.
Agora que é tarde demais e em que só temos um estreito caminho a percorrer, sem alternativas e sem regresso, gritam a plenos pulmões porque quem lhes diz para seguir por esse caminho não tem imaginação.

Até compreendo que pudessem sr tentadas outras formas. Um choque fiscal, uma abaixamento do IRC para fomentar o empreendedorismo e o emprego. Mas isso vai a tempo do fim de 2013 em que temos de ter 4.5% de deficit?
E se o choque fiscal não resultasse? E se a queda da receita de IRC fosse uma perda insuportável para as contas?

Estamos no domínio das convicções. Uns estão convencidos que esta solução não vai dar resultados e outros vão estar convencidos que outras soluções não resultam.
Acontece que é este governo que tem o mandato, que se comprometeu e que tem de dar a cara perante os credores em nome do país se as coisas correrem mal.
Não nos esqueçamos que os credores souberam destas intenções e concordaram com elas. Será que ao chegar ao fim do ano se não cumprirmos o deficit não é mais fácil trazê-los á mesa das negociações e dizer-lhes que a receita aprovada por eles não resultou?
E conseguir com isso um relaxamento das condições em função da conjuntura?
Já aconteceu bem recentemente. É possível que possa ser essa a estratégia. Há factores exógenos que podem determinar o falhanço de uma meta. Nada de mais frequente.


Mas uma coisa é fazer TUDO para cumprir e outra bem diferente é não o fazer porque se acha que seja como for não se chega lá.

No estado em que estamos não temos qualquer autonomia de decisão. Os credores têm de validar as forma como nos propomos resolver o problema.Quem nos pôs nesta situação? E que tal olhar para quem fez crescer a dívida à louca numa altura de crise financeira internacional para dar uma "sacudidela" positiva na nossa economia?

O método defendido por muitos nos dias que correm é que não vale a pena fazer o esforço porque não vai dar resultado. Essa é um bocado a posição do PS. A posição do PCP e do BE é mais alienada. è mais do estilo - não pagamos e não temos medo de ninguém. Ainda queremos que haja aumentos e passem ao quadro todos os que estão a contrato.

Até no corte de verbas às fundações as posições não podiam ser mais extremas. Uns dizem que se cortou em fundações que faziam falta. Outros dizem que é uma vergonha ter sobrado alguma fundação que receba dinheiros estatais.
O critério é determinado pela proximidade que se tem de certo sector político, ou simplesmente porque se tem de desancar o governo faça ele o que fizer.

Num país completamente dividido quanto ao diagnóstico como é possível chegar a um consenso na terapia?

Se um tipo não está atento...

Um artigo no Negócios Online com o título "Afinal quem aumentou a despesa pública?" de Manuel Caldeira Cabral deixou-me perplexo.

Mas sou dado a acreditar em números, sobretudo se forem de uma fonte reputada como é o caso do Banco de Portugal.

E de facto, ao ler os números fica-se com a ideia de que os Governos do PSD puseram isto de pantanas. Talvez o tenham feito, ou pelo menos ajudado. O que não estava a perceber é como é que o fosso entre o desbaratar do PSD e a gestão "contida" do PS podia ser tão grande.


Quando se vê uma coisa destas realmente ó se pode concordar com o que está escrito.
Guterres e Sócrates são de facto dois governantes que conseguiram reduzir os deficits de forma sensível e controlar a despesa pública ao contrário do "louco" Cavaco Silva que os precedeu.
Ou será que aqui há gato?

Na verdade há. E não é pequeno.

Por outro lado temos um detalhe interessante e que isto omite. E é precisamente a raíz dos nossos males. A desorçamentação levada a cabo por Guterres foi massiva. Chutou para PPP's com pagamentos a começar mais de dez anos depois de sair do poder milhares de milhões de dinheiros públicos que caem agora nas contas da despesa pública. Ele safou-se com uns números simpáticos e Sócrates fez o mesmo. Agora quem vem a seguir leva pela medida grande. Acresce ainda o facto de muitos desses investimentos terem sido feitos à custa de dívida. Cujos juros vamos agora pagar.
Dizia o leitor que comentou e bem (em 2011)
E as PPP's ?

A verdade é que o artigo é de 2009 mas diz bem da máquina de propaganda  socratista. Seria curioso perguntar a este economista nos dias que correm o que acha deste artigo que escreveu completamente pejado de omissões. É caso para dizer que o mais importante que este artigo diz é o que não está escrito.
A manipulação mediática por alturas da 2º eleição de Sócrates centrava-se neste tipo de informação manipulada. E tão manipulada era que chegado a 2011 Sócrates não teve outro remédio que lançar a toalha.
Só agora percebemos que o oásis de que se arrogava de ter criado não passava dum charco fétido.

Este mesmo autor escreve em Agosto de 2012 um artigo intitulado "Cortes nas PPP com aumento de encargos futuros, não obrigado!" em que adverte para as poupanças que acabarão por sair mais caras.

É uma espécie de inverso de Paulo Campos de trás para a frente. O outro diz que poupou milhões mas pagamos mais. Este diz que pagamos mais se fizermos poupanças agora.

Notem bem que este homem ensina Economia na Universidade do Minho.
É preciso mais alguma evidência de que a academia está pejada de sabujos que se prestam a todo e qualquer "serviço"?

Note-se que Manuel Caldeira Cabral foi assessor de Teixeira dos Santos... Não só não é uma opinião isenta como é uma opinião bem "engajada".

Só não percebo como estas grandes mentes e espíritos livres conseguem por-se de quatro perante um 1º ministro que enterra alegremente o país sem haver por parte deles uma réstia de honorabilidade ou coragem
Ou então são tão incompetentes que não viram nada do que se poderia passar ao persistir na receita.

Esta gente dá aulas? E deixam que continuem?

Somos cegos só que ainda não notamos

As declarações do PCP e do BE acerca das eleições nos Açores são mais um daqueles casos "diz o roto ao nú..."

Jerónimo destaca “clara penalização da política nacional” do PSD
Luís Fazenda: “PSD e CDS foram penalizados pela política do Governo”

A leitura de cada um deles foi a de que este resultado foi a penalização pelas políticas do governo.
Estes tipos vivem mesmo num mundo alternativo. Vêm coisas que não existem, tiram conclusões previamente "pensadas" mesmo que a realidade não o demonstre etc etc.
Levam a utopia ao ponto de nem sequer se preocuparem com a realidade. É o delírio total de uma esquerda radical completamente desfasada do mundo onde vive.

A fazer fé nas palavras de Jerónimo e Fazenda, o governo deve ser do Bloco e do PCP porque pelas contas das eleições foram eles que levaram um sova.

A votação do PS ainda que suficiente para uma maioria absoluta ficou abaixo do resultado de há 4 anos.
Senão vejamos em 2008

PS 49,92% 30 deputados
PPD/PSD - 30,27% 18 deputados
CDS/PP - 8,73% 5 deputados
BE - 3,3% 2 deputados
CDU(a) - 3,14% 1 deputados
PPM - 0,47% 1deputados

E hoje

PS 48.98% 31deputados
PPD/PSD - 32.98% 20 deputados
CDS/PP - 5.67% 3 deputados
BE - 2,26% 1 deputados
CDU(a) - 1.89% 1 deputados
PPM - 0,08% 1 deputado

Só pode ser da minha vista ou então os números são diferentes dos vistos por mim e por eles.
O Bloco desceu 1% e perdeu um deputado. A CDU levou uma desanda em votação passando de 3.14% há 4 anos para 1.9% hoje mantendo ainda assim um deputado. O PSD subiu 2 deputados e o PS 1. O CDS perdeu 2 deputados e 2% de votação.

No computo geral a sova do PCP e do BE é épica mas os dois fanfarrões lá vêm "ganhar" mais umas eleições. Ganham sempre, mesmo quando ficam reduzidos a quase nada.
Perder 1% em 3.3% é quase ver um terço do eleitorado desaparecer. O PCP viu o mesmo acontecer. Passou de 3.14 para 1.9%. Imaginemo que seria um partido descer de 31.4 para 19%. Era ou não uma sova incrível? No entanto estes tipos "ganharam"...
A única forma  de eles ganharem alguma coisa é tomar o poder pela força como era hábito nos países sob domínio comunista. Ou então ganham em países miseráveis em que a generalidade da população vai no canto da sereia.
Mas espanta-me que um país com riquezas naturais importantes como é o caso da Venezuela continue a ter o grau de miséria que tinha antes da revolucion bolivariana. Isto descontando claro está o  papel da informação manipulada e o silenciamento sistemático da oposição.
Nada que os media nacionais pejados de esquerdoides dissimulados não tentem fazer na sua maneira "tão especial".

Fico até surpreendido com o resultado nada mau do PSD. Esperaria que fosse pior dado o ruído que se faz à volta destas coisas. Mais uma vez o repúdio público "generalizado" não corresponde ao que se passa nas urnas. Onde é que já vi isto?
Notem que os Açores foram e vão ser penalizados por medidas fiscais e de corte de despesa levados a cabo por este governo. Não era de esperar, muito pelo contrário, que o Bloco e o PCP levassem na boca.
Num contexto destes, estes dois partidos abutres profissionais deitam mão de tudo o que têm para se aproveitar do descontentamento generalizado. Ainda assim perdem. E em grande estilo. Uma coisa é não ganhar as eleições (espero bem que não tenham essa veleidade) a outra é ver uma votação miserável desfazer-se em quase nada.

Curiosamente quando chegam os grandes momentos as pessoas pensam em quem é que estes partidos têm nas suas hostes que pudessem ser figuras capazes de gerir os destinos dum país ou duma região. A resposta parece ser invariavelmente - ninguém. São apenas partidos de protesto.

Já vai sendo hora desta esquerda panfletária se reduzir à sua verdadeira expressão. E nem quero imaginar o que seria se os media não passassem a vida a levá-los ao colo, especialmente o Bloco.

Olha outro....


O líder do Partido Socialista acusou Passos Coelho de ter objectivos eleitoralistas no discurso que usou na campanha partidária. O aumento de impostos que vem plasmado no Orçamento do Estado é "bomba atómica fiscal".
António José Seguro acusou Passos Coelho de ter mentido na campanha eleitoral que acabou por o eleger em Junho do ano passado. "Conhecia bem a situação do nosso País e prometeu facilidades para ganhar as eleições", acusou, depois de Passos Coelho ter justificado que o País está em emergência desde que o PS negociou o resgate com a troika.

Sobre os impostos, "vem aí uma bomba atómica fiscal no próximo Orçamento do Estado com enormes consequências fiscais". O líder do PS perguntou se o Executivo elaborou "algum estudo para avaliar o impacto social desta bomba fiscal?". "Só um primeiro-ministro que não conhece o seu País é que pode propor o nível de impostos que se prepara" para impor, criticou o deputado.

Em jeito de resumo, Seguro considera que o aumento de impostos acontece "para tapar os erros da sua incompetência".
Esta é a transcrição de um artigo no Jornal de Negócios de hoje.

Como escrevi ontem, o erro de Zorrinho parece ser o entusiasmo com as sondagens que lhe tolda a mente. Caso a tenha, coisa que está por demonstrar.

Por uma razão obscura têm uma incapacidade de perceber que se o povo se está a fartar do PSD não quer dizer que se tenha esquecido deles.
Parecem acreditar que se safam com a curteza da memória de quem há pouco mais de um ano atrás foi presenteado com um discurso em que se dizia que iríamos receber ajuda do FEEF.

Devem pensar que as pessoas se esqueceram dos inúmeros casos de descalabro que se foram sabendo. Dívida das empresas públicas a vencer, saúde e hospitais sem fazer pagamentos a laboratórios, medicamentos a deixar de ser fornecidos, dívida da parque Escolar e orçamento excedido muitos antes de todas as escolas estarem terminadas ou sequer começadas, obras de estradas paradas por falta de pagamento, obras iniciadas à pressa com pagamentos feitos em troca de nada etc etc etc.

Quando Seguro diz que os impostos são aumentados para tapar a incompetência do Governo esquece-se de que esteve a mamar na gamela do Estado caladinho como um rato enquanto o seu camarada Sócrates fazia todas as tropelias do Mundo. Alguma incompetência haverá neste governo mas agora ela nota-se porque ele arrasta um buraco de biliões deixado pelo governo do partido dele.
Cujo líder agarrou nos seus "magros rendimentos" de 40.000 Euros/ano e foi estudar para Paris. Diz isto um dia depois de ser saber do caso dos carros do grupo parlamentar e de declarações de Francisco Assis e Zorrinho dignas de levarem um murro na boca.

Seguro é um infeliz. Certamente um incompetente em termos técnicos e um incompetente político. Um mentiroso de pacotilha e um sabujozeco sem nome.
Ainda desrespeita a inteligência de quem se lembra bem do que foi o esbulho fiscal levado a cabo pelos sucessivos PEC's que nunca levaram a nada. Se fala de incompetência não se pode esquecer de todos os esforços "definitivos" e estrondosamente falhados do governo do seu partido.

O que Seguro tem de perceber é que quando o povo deixar de suportar Passos Coelho ele será apenas um duma longa lista onde constam nomes como Soares, Guterres, Sócrates, Durão Barroso, Cavaco e ele próprio com a sua "sensibilidade" e empatia enjoativas e sem outro propósito que não seja guindar-se a um poleiro para o qual não tem qualquer capacidade nem estatura.

Aliás não estou sequer a ver para que lugar é que ele teria perfil. Certamente que não para um onde fosse preciso falar. Definitivamente não.

Full of shit or full of nothing. Either way we loose

– Reduzir os custos das empresas e das famílias com os combustíveis e com a energia, através da criação de postos de combustíveis de linha branca, mais baratos, e da abolição de uma das taxas do gás natural. Actualmente o gás natural é taxado à saída de Espanha e à entrada em Portugal – abolir uma das taxas faria com que o preço do gás fosse mais baixo; 
Esta é uma das medidas propostas por A J Seguro para a resolução de problemas causados pelo elevado preço dos combustíveis.

Estou perfeitamente de acordo. Seria muito mais cómodo para mim ter uma rede do que saber qual o posto que está em promoção ou saber se é ou não o 3º domingo do mês.
De uma maneira ou doutra vai-se arranjando combustível 5-6 cêntimos mais barato ou 10-11 nas bombas de hipermercado.

O que eu não percebo é qual é que pode ser a intervenção do Estado neste processo.
Não há companhias estatais. Existe um mercado liberalizado de combustíveis e desde que o valor de imposto seja pago ao Estado o revendedor pode decidir cortar ou não na sua margem.

O que pode Seguro fazer para implementar uma medida destas?

Baixar a fiscalidade nos combustíveis? (isso faria baixar o preço em todos os postos)
Criar ele próprio uma rede de postos de abastecimento com um imposto mais baixo? (Obviamente inexequível)
Levantar restrições à criação desses postos? (Existem essas restrições ou será apenas uma questão de manter a margem por parte das distribuidoras?)
Dar um "subsidio" ás distribuidoras para fazer isto compensando perdas no preço por litro? (esta seria deveras socialista. Aliás Guterres criou uma chatice de morte ao limitar o preço num altura em que os refinados desataram a subir. Acabou por pagar compensações às petrolíferas. Vejam lá se dá para acreditar...)

Quanto à tarifa do gás parece-me mais possível mas ou as duas taxas são cobradas por Portugal ou então o Estado só pode tirar uma. Se isso é simpático do ponto de vista do consumidor a parte chata é que os contratos assinados com estas entidades (nomeadamente as PPP's) foram feitos de forma tão blindada que chegam a ter clausulas de protecção fiscal. Ou seja se os impostos subirem o Estado garante que cobre a diferença...
Se estivermos perante um caso destes, o consumidor para na mesma.
Não quero ser mauzinho mas apostava que essas belas taxas devem ser da lavra do partido presidido por Seguro.

Quanto ao resto por mais voltas que dê à cabeça não consigo entender em que é que o Governo tem de intervir ou pode intervir nisto.

Ou Seguro acha que vive numa economia nacionalizada ou então isto é conversa de encher chouriços. O papel pernicioso da intervenção do Estado na economia chegou ao seu ponto de glória com Sócrates seu camarada. Criaram toda uma rede de empresas que vivem da mama estatal por contrato e que nos apertam o garrote todos os dias.

Em muitas das receitas de Seguro essa mentalidade está presente. A ilusão de que o Estado deve ter poder em tudo (mesmo no que não deve) leva este líder inábil e vazio a fazer este tipo de propostas.

Admito que ser 1º ministro para Passos seja uma dentada maior do que ele pode dar. Mas no que diz respeito a Seguro alia-se a falta de carisma, de inteligência e a incrível e bem visível falta de "vida". Este musaranho patético de vez em quando largas estas flatulências e fica todo empertigado a dizer "quando eu for 1º ministro..."

Como dizia Margaret Tatcher:
"The state has no source of money other than the money people earn themselves. If the state wishes to spend more it can do so only by borrowing your savings or by taxing you more. And it's no good thinking that someone else will pay. That someone else is you.
There is no such thing as public money. There is only taxpayers money"
Alguém devia  meter estes imbecis numa sala todas as manhãs, dar uma chapada em cada um e ler-lhes isto.
Depois devia lembrá-los que Tatcher ficará na história como outros grandes líderes ingleses pela sua lucidez e determinação. E que eles são apenas um grupo full of shit que ficará na história pelas piores razões

PS, ou o esgoto a céu aberto

Francisco Assis nega ter sugerido carro de baixo custo para o líder parlamentar,
lê-se no Público.
Ou esta notícia é de declarações que eu não conheço, ou então é mais um brainfart do Público.
O que ele tinha dito era em traços gerais "qualquer dia ainda andamos de clio,..."

Lê-se depois na notícia que o que Assis nega é a compra de carros por parte do grupo parlamentar.
O líder da bancada socialista negou então que o Grupo Parlamentar do PS tenha comprado algum carro.

“O Grupo Parlamentar do PS tinha quatro viaturas em sistema de ´renting’, cujos contratos terminaram e foi necessário encontrar uma outra forma para voltar a ter quatro carros. Fizemos um aluguer de longa duração, que custa 3700 euros por mês”, disse.
Oh génio.... Se saisses às rua e falasses com pessoas "normais" que trabalham para poder comprar o carrinho e pagar a casa, saberias que existem várias modalidades para se poder ter um carro nos dias que correm. ALD, Renting, Crédito e pagamento a pronto.
A ideia delas todas é TER UM CARRO. Podes não o comprar mas vais pagá-lo de uma forma ou de outra.

O que está em causa não se compram o carro ou não o compram. O que está em causa é o gasto de 210 mil euros em carros, sejam lá em ALD, renting ou outra porra qualquer.

Ditaria a decência e o decoro que num momento em que o país está a passar pelo que está a passar, que os representantes políticos dessem algum exemplo. Um leve exemplo. Algo que levasse as pessoas a dizer que há alguma empatia ou alguma sinceridade nas palavras grandiloquentes da oposição.
O facto de haver um orçamento não quer dizer que se torre a massa toda. Ou pelo menos não deveria.

O que o episódio Zorrinho e o de Assis nos mostram é que são absolutamente indignos da posição que ocupam num momento de verdadeira crise nacional (como aliás quase todos os outros) e que quando não conseguem mentir, apesar de tentarem como Assis, são de tal forma apalermados que pensamos que espécie de trampas andamos nós a eleger em listas cuja composição nem conhecemos.

A fina flor do esgoto revela-se nestas pequenas coisas. E são de facto pequenas mas muito significativas. O problema é que esta fina flor foi cúmplice de coisas bem mais graves e de muito maior volume que estes "meros" 210 mil Euros.

E isso, estamos nós a começar a pagar... e continuaremos

Quanto ao Público, a coisa começa a ser má demais para se poder considerar aquilo um jornal. E isto quando os jornalistas não entraram ainda em greve.
Pensando bem... vá entrem de greve. Geral e permanente. Faziam um favor a toda a gente.

Erros de avaliação? Como atrair a ira de um povo numa rede social

Zorrinho talvez entusiasmado pelas sondagens que dariam hoje uma vitória ao PS decidiu colocar na sua página do Facebook uma justificação para os novos contratos de ALD das 4 novas viaturas do grupo parlamentar.

Zorrinho e o resto do PS ainda não perceberam que o facto de o PSD estar a sofrer um sério desgaste com a governação, não significa que o PS se pode preparar para que tudo volte ao que era antes.

Receio bem que a relação das pessoas com os políticos tenha ficado irremediavelmente destruída com aquilo que foi a actuação dos governos PS e com a actuação deste governo PSD/CSD.

A raiva de todo um povo não se vira só para quem está neste momento no poder. Vira-se para todos.
Também ontem se soube de um torneio de golfe para deputados pago por verbas da Assembleia da República.

Pequenos exemplos como estes haverá às dezenas. A credibilidade já muito baixa da AR e dos deputados não se consegue sanar com propostas populistas de Seguro para a sua redução.

Há muito pouco que esta classe política possa fazer para voltar a ganhar prestígio e Zorrinho, na sua imbecilidade clássica, não percebe isto.

Também não percebem Soares, Assis, Paulo Campos ou outros que tiveram a infelicidade de abrir a boca por estes dias.

Fazer o que o grupo parlamentar fez numa altura destas é deixar que a sua gula por benesses se sobreponha ao seu instinto de preservação.

Estão tão convencidos que são intocáveis e distantes daqueles que nos dias de hoje têm vontade de os estripar, que se permitem fazer e dizer coisas destas com a maior cara de pau do mundo.

Neste momento não há espaço para gracinhas dos deputados. Com estas atitudes podem fazer com que seja impossível reprimir um movimento generalizado de fúria das populações. E um grande volume de gente pode causar muitos danos.

É duma imbecilidade total aquilo que Zorrinho fez. Há milhares de comentários ao seu infeliz post e não creio que haja 1 que se atreva a defendê-lo.
A máquina de comunicação de nada lhes pode valer numa altura destas.

É um colossal erro de avaliação pensar que por os Portugueses estarem descontentes com o que este governo está a fazer que se podem permitir agir como se estivessem de volta aos tempos da abundância paga pelo contribuinte.

Erro fatal.

Carlos Zorrinho, uma besta retinta

Isto há coisas que deixam um tipo varado.
Há muito tempo que sabemos o tipo de gente que se passeia na AR. Então quando subimos na hierarquia parlamentar o pivete torna-se insuportável.

Mas de todos, Carlos Zorrinho é talvez a coisa mais inábil, tonta e descerebrada que existe à superfície da terra. Pensava que era só o sorriso que era meio imbecil. Não é só. Ele é rematadamente imbecil da cabeça aos pés. Como raio pode esta tipo ser doutorado? Que rabos lambeu para o conseguir?

O grupo parlamentar do PS trocou os carros que tinha por outros novos. A coisa soube-se e Zorrinho, qual demente babão, vai ao Facebook e escreve uma justificação

Os meus amigos no FB merecem um esclarecimento. O Grupo Parlamentar do PS tinha 2 BMW série 5 e dois Audis 4 em sistema de renting. O Contrato acabou. Decidimos a solução mais económica. Passar para aluguer de longa duração e alugar um Audi A5 e 3 VW Passat. Só quem não sabe o que é a actividade da AR é pode imaginar que um GP pode não ter carros para os deputados que são solicitados para participar diariamente em actividades da sociedade civil em todo o País. Pagamos mensalmente 3700 euros de renda. É dinheiro dos contribuintes? Claro que é. Mas quem quer uma democracia sem custos, o que verdadeiramente deseja é uma não democracia. Sem democracia os custos são ainda mais elevados mas ninguêm sabe. Eu sou democrata e quero que tudo se saiba. Até que deixei de puder usar em serviço um BMW 5 para usar um Audi 5 porque era signitivamenrte mais barato.
Desculpem-me o momento mas não vou moderar a linguagem...

Então esta BESTA vem dizer que este é um custo da demoracia e qua ainda nos poupou dinheiro?
Então esta BESTA não sabe que há inúmeros serviços do Estado  em que um carro fazia falta e não existe nem um com dez anos?
Então esta BESTA acha que se o Estado tem de ter carros, os grupos parlamentares estão no topo da lista?
Então esta BESTA não sabe o que estão a passar milhares de portugueses sem emprego e sem subsídio para o qual descontaram anos e anos de trabalho da sua vida?
Então esta BESTA que ajudou a enterrar o país durante os governos do amiguinho que se pirou para não lhe partirem o focinho, tem a lata de vir falar nos custos da democracia?

Juro-vos que se visse este tipo à minha frente deixava-lhe aquela carinha de parvo feita num bolo. Fico numa fúria homicida perante um tipo assim.
Ah partia-lhe o focinho sim senhor.

Ponham-se a pau meus amigos, porque um dia destes não são só os ministros que se arriscam a levar umas pauladas no focinho.
Vem fazer trabalho político cá para os meus lados e rebento-te o canastro meu palhaço de merda.


Breve retrato de um país de papagaios

Não sei se será assim em todo o lado mas em Portugal temos uma mania que me deixa deveras "passado".

As "coisas" têm um período de graça. Tudo funciona assim.

O caso mais notório é a política.

O português funciona da seguinte maneira:

  • Vai votar
  • Se o seu partido ganha faz uma festa do caraças. Vai para o Marquês, sai para a rua a buzinar e anda com um sorriso dias a fio. Aproveita para ser sacana com os que votaram nos que perderam. Note-se que não festeja a vitória do seu partido. Festeja a do partido em quem votou, porque um português não tem partido. Isso é para os corruptos dos políticos que são filiados e são uns "mamões"
  • Durante uns tempos apoia sectariamente tudo o que o governo decide e farta-se de dizer que ainda deviam fazer mais. As sugestões vão desde o levemente sensato ao delírio mais extremo que se pode imaginar
  • Começa a ficar desapontado com o governo porque ele não está a "trabalhar" suficientemente depressa.
  • Quando algumas decisões o começam a afectar, começa a mudar de opinião. Já se queixa de "algumas" coisas mas a maioria até esteve bem
  • No caso de o governo tomar alguma medida que o começa a afectar verdadeiramente começa a estrebuchar. Ocasionalmente já manda uma bocas alinhadas com os que tinham perdido as eleições. A coisa começa a ficar 50/50. Escolhe alguns membros do governo para ridicularizar. Na maior parte das vezes escolhe uma vítima sobre a qual se dizem "coisas" É um alvo fácil e fica bem estar alinhado com os descontentes.
    Como os descontentes começam a perder o medo de falar alinha nisso e concorda algumas vezes.
  • Chega ao ponto em que há uma medida que o afecta mesmo directamente. Pode ser uma subida de impostos (é a razão favorita) ou a reacção  um "rumor" ou notícia. Aí indigna-se contra os que estão no poder e com o poder como um todo. Começa a perder a fé no sistema e apela à revolução. As propostas com que se sai já não são sequer razoáveis. São na maior parte das vezes totalmente delirantes. Comenta todos os assuntos sem saber nem a generalidade nem o detalhe. Já acredita em todos os meios de comunicação que algum tempo antes dizia que não eram credíveis.
  • Passa por um período de fúria e desilusão. Fica deprimido e diz que são todos iguais. Perde a noção de causa efeito e começa a criticar por tudo e por nada. Vê na televisão um Audi a sair com um ministro e irrompe numa fúria homicida porque "aqueles cabrões a passear-se com o meu dinheiro". Esquecendo-se que também tem um Audi à porta e que sempre que pode o dinheiro dele não foi parar aos bolsos do fisco. O arranjo que o canalizador fez "lá em casa foi sem IVA, porque já estou farto de pagar para estes fdp"
  • Entra num período depressivo e de resignação. A qualquer coisa que se diga sobre o Governo tem sempre um comentário espirituoso e sacana "esse panas*** do ***", "esse devia demitir-se porque ninguém sabe o que anda a fazer", "licenciado? Esse? Licenciado sou eu que fiz o curso no Politécnico do Baixo Minho em Ciências da Religião com 10.."
  • Aguarda resignado que não se lembrem que ele existe. Aguarda pelo próximo "cabrão mentiroso" que o consiga convencer a votar no seu partido.
  • Vai votar. Desta é que é... (voltar ao início)
O português é na maior parte das vezes completamente insuportável. Apriorista, básico, esquecido e particularmente invejoso.

Se quiserem aplicar isto ao futebol, é quase igual. Substituam "ir ao bolso" por "derrota" e "governo" por "treinador".
Isto diz bem da consciência política  de um país e explica bem porque é que em 38 anos nos roubaram como se tiram chupas a meninos.


Requiescat in pace

O Público vai ser reestruturado.

Em linguagem comum significa que 48 colaboradores vão ser postos a andar para reduzir custos.

O jornal tem vindo a vender cada vez menos. Pode ser uma questão conjuntural causada pelo "mundo digital" ou pode ser outra coisa qualquer.

Talvez se perceba agora que o modelo digital pode ser mortal para a informação. Mas não para toda.
Enquanto que subscrevo alguma publicações em formato digital, o Público nunca foi sequer considerado.

Comprei regularmente dois jornais portugueses - O Expresso e o Público.
E porque é que deixei de o fazer? Não foi por estar disponível uma versão digital reduzida de ambos a custo 0.

Foi porque a informação que ambos veiculam tem um valor cada vez mais próximo de 0.
O Expresso com a sua óbvia alteração de linha editorial passou a ser apenas um saco de papel para acender a lareira. Passou a tornar-se mais normal comprá-lo no Inverno.
A dada altura pensei que comprar acendalhas eram uma muito melhor opção. Já nem se justificava comprar papel para queimar aquele preço.
Não ajudo a alimentar gente que considero desprezível.
Os Costas, Nicolaus, Marinhos, Oliveiras etc etc.
Risquei o Expresso.

Com o Público a coisa foi mais abrupta. Num dia o jornal parecia suportável e no dia seguinte deixou de o ser.
Não é que não se notasse já uma degradação considerável na qualidade da matéria escrita. Mas ainda havia algum cuidado com a equidistância política. Tanto se fazia algum eco da propaganda Socratista como por outro lado se via um artigo sobre a licenciatura falsa de Sócrates.
Mas o Público chegou ao ponto em que JMF saiu.

E com esta senhora que está lá hoje, foi tão óbvia a mudança de linha editorial que só alguém muito desatento é que pode não ter dado por ela. Vários amigos meus que compravam o jornal e o traziam para o local de trabalho cessaram simplesmente do o fazer.
O Público passou a ser uma espécie de megafone pro Socratista. Talvez mais anti Passista do que outra coisa, mas a verdade é que tenho a certeza que o Público se afundou depois da saída de JMF ao ter adoptado um claro desvio socialista nos seus conteúdos. Ao ponto de omitir pura e simplesmente notícias de alguma relevância.
Cheguei a falar disso neste blog. O caso que me vem à memória foi o de Paulo Campos e o seu pedido expresso para toda a informação passar por ele antes de ser reportada a organismos da república.
Uma notícia dessa importância com um comunicado oficial publicado noutros jornais, não foi sequer mencionado no Público. De notar que a fonte da notícia nos outros jornais era a Lusa, pelo que não tenho qualquer dúvida que o Público teve acesso a ela.

Uma relação difícil com a verdade

Desde títulos sensacionalistas que nada têm a ver com o corpo da notícia que se lhe segue, até peças incompreensíveis (várias sobre os números da execução orçamental) de tudo apareceu no Público.
Em muitos casos a notícia conseguia (e consegue) estar tão mal escrita que não se consegue saber se a notícia é boa ou má. Nos casos em que estão envolvidos números a baralhada é de tal forma ridícula que torna o conteúdo indecifrável.
No entanto ainda não chegou ao ponto do Sol que conseguiu ter duas notícias opostas ao mesmo tempo e com destaque.

Uma informação credível

A coisa foi tão ridícula que para perceber qual das duas estava certa tive mesmo de ir buscar o Boletim do Banco de Portugal e fazer eu próprio as contas

O preço a pagar por uma informação miserável

No entanto a notícia acerca deste tema no Público era tão bizarra que parecia que alguém tinha metido os números num triturador e serviu sob a forma de puré noticioso.

Mudou também a política de comentários nas notícias.
No início, o estagiário encarregue da censurar alguns comentários tinha uma veia claramente pro esquerda. À noite lá deixava passar algumas. Mas os comentários do Público passaram a ser uma coisa tão incipiente e absurda que é caso para perguntar para que servem ou o que ganha o jornal online com eles.

A qualidade do Público tem vindo a descer vertiginosamente. Publica rumores, "diz que disse", especulações sobre cenários especulativos.
Perdeu-se completamente a ética jornalística no que diz respeito à confirmação dos factos.
Os artigos que focam aspectos que são da área de especialidade de cada um de nós (tecnologia, saúde, justiça, economia) parecem ser redigidos por débeis mentais. Alguém que seja duma destas áreas e conheça o tema deita as mãos à cabeça de espanto.
A linha editorial passou a ser despudoradamente pro esquerda. Sem qualquer disfarce. Sem qualquer declaração de simpatias. Seria muito mais sério se o fizessem. Deixavam ao leitor a escolha.
Assim o leitor acaba por fazer a sua escolha apenas um pouco mais tarde.

Com uma boa seleção de blogues de "amadores" conseguimo-nos manter mais informados do que num jornal com profissionais.

O Público irá acabar como acabaram muitos projectos editoriais neste país. Pode cantar de galo pelo número de hits no seu site ou pelos prémios de design web. Isso não dá dinheiro.... É uma boa medalha para se ter ao peito na fila do centro de desemprego.
A única coisa que isso diz de um jornal on line é que tem bons web desingers ou que é mais fácil de encontrar na web. Não quer dizer que tenha mais leitores porque tem mais qualidade.
Poderiam também publicar quanto é o tempo médio por página e quantas páginas em média tem uma visita. Mas essas estatísticas não se revelam. Não enchem o olho e até se enganam alguns tontos.
O público é um pouco como a Sonae (sem contar com o ramo alimentar). Faz um espalhafato enorme, mas no fim quando se vão contar os clientes é mais ou menos incipiente. Poucos clientes no móvel, pouquissimos clientes na TV, nada no resto. Não fossem os supermercados a sustentar a barraca e já não havia família Azevedo há muito tempo. No fim de contas ser merceeiro ainda é o que os safa.

Muita da culpa da queda do Público é dele próprio. Quando a qualidade da informação faz com as pessoas deixem de o visitar ou de o comprar, não há forma de os ter de volta.
E convenhamos que desde há um par de anos o Público tem feito tudo, mas mesmo tudo, para abrir falência.

Adeus. Que a terra lhe seja leve.

Um homem sério

Ainda ontem escrevia um post chamado "Um pulha". Depois de ler o que Mário Soares tem dito por estes dias é difícil não ceder à tentação de insultar umas das figuras mais perniciosas da nossa democracia.

Mas é curioso como o destino nos equilibra as coisas.
Hoje fala-se de Eanes no Público.

E de facto temos de nos lembrar que o pulha sucedeu ao que terá sido o último Presidente da república digno desse nome.

O General Ramalho Eanes foi muito mais importante para a nossa democracia do que lhe é reconhecido. Não podemos esquecer que ele, juntamente com outros oficiais moderados terminou com a loucura marxista que se fazia sentir em 75.
As veleidades de assalto ao poder do PCP acabaram no dia em que homens corajosos que tinham jurado defender a pátria se interpuseram entre ele  e um bando de cobardes.

Sermos hoje um regime democrático deve-se a esses homens.

Não me surpreende que consigamos encontrar na instituição militar homens corajosos e dignos. É muito mais provável encontrá-los do que no meio de desertores ou refractários.

Foram homens que escolheram defender o país. Não o regime ou o governo. Juraram defender a pátria. E estes fizeram-no.

Mas Eanes não se ficou por ser um militar. Foi uma força agregadora do país, foi um presidente que vendeu bens pessoais para pagar despesas da presidência. Diz hoje que isso não é nada, porque não precisava do apartamento da Caparica e não passou fome.
Foi o homem que ganhou uma causa contra o Estado relativa a remunerações não pagas e depois, olimpicamente e de luva branca disse "fiquem com o dinheiro, porque eu não preciso dele".
Foi ele que fez um doutoramento numa Universidade Espanhola depois de ter deixado de ser presidente.
É ele que em momentos de maior crise ou maior desnorte tem sempre uma palavra ponderada e apaziguadora. É um militar. Ao contrário do que se pensa os militares são os que mais detestam a guerra e o sangue. São civis como Soares e Alegre que apelam à revolução. Não é sangue deles que está em jogo. É o dos outros...

O contraste entre este homem e os que se seguiram na Presidência é tão grande que nos leva a pensar se não seria melhor pedir-lhe de joelhos que voltasse.

Desde o nababo Soares que se encheu com a "coisa pública" até ao alcoolatra Sampaio à múmia enfaixada que é Cavaco nunca mais tivemos um homem de estatura. O último foi Eanes.

Vale mais uma palavra ou um olhar de Eanes do que 20.000 discursos e declarações de todos os outros.

A história irá fazer-lhe justiça. Um homem sério que saiu mais pobre do que entrou. Um homem que conseguiu segurar o país numa altura difícil de furor pós revolucionário. Um Presidente a sério.

Um pulha

É a classificação mais suave com que posso presentear Mário Soares.

Este papa da república, sobejamente habituado a uma vida em que "alguém" lhe paga os desmandos tem andado numa azáfama louca a bombardear este governo de cada vez que acontece alguma coisa.

De todos talvez o que menos possa criticar as medidas deste governo é ele. E por duas razões muito simples.

Ele disse coisas totalmente idênticas aos portugueses quando foi 1º ministro com uma intervenção do FMI. EXACTAMENTE iguais.
Em segundo lugar porque é talvez o melhor exemplo de alguém que vive às custas do país desde o 25 de Abril. Desde o dia em que os detentores de cargos políticos começaram a legislar no sentido de assegurar o seu futuro.

Note-se que aquilo a que ele chama o exílio foi uma situação bem mais confortável do que a da maioria  do seus concidadãos que por essa altura ia para França a salto para conseguir sobreviver.


Entre ele e Alegre, o poeta inútil, criaram uma história de luta, exílio e sacrifício que muito dificilmente corresponde à verdade.

A sorte grande saiu-lhe com o 25 de Abril. Sem ele seria impossível uma pessoa da sua craveira como advogado ser alguma coisa de relevante na vida.
Soares passou a viver do Estado.
E levou isso a um patamar que poucos conseguiram. Foi eleito para 1º ministro, presidente da república (onde deu guarida ao desprezível sobrinho Alfredo Barroso e a um sem fim de correligionários) e finalmente numa fundação que recebe dinheiro do Estado português há um ror de anos.

Como se não bastasse, a esposa também tinha a sua fundação que recebia dinheiros do Estado. Claro está, nenhum dos governos socialistas alguma vez cortaria esses fundos. Este reduziu-os. Não consigo perceber quais os critérios para não se terminar com isso pura e simplesmente.

Durante o período Sócrates, Soares permaneceu calado. Ou até o apoiou. Afinal ele queria outro mandato como presidente e a ânsia pelo lugar até fez com que desse de barato ser humilhado na votação.
Já tinha sido um "activo" deputado Europeu (não há memória de nada que tenha feito no PE).

Soares é o exemplo perfeito de como se pode viver 40 anos sem fazer nada a não ser viver da glória passada. E glória essa altamente discutível.

Não sei se foi por causa de lhe terem ido às verbas da fundação ou não, mas de há uns dias para cá Soares não se cala. É uma espécie de "emplastro" a quem metem um microfone na mão e não se cala.

Tenho muitas dúvidas da seriedade e pertinência das critícas de Soares. Não é em alguém que vê os seus interesses pessoais afectados que se pode confiar para obter uma opinião isenta. Aliás, Soares nunca o seria fosse em que circunstância fosse. Soares tem um interesse - ele. Começa nele e acaba nele.  Esta visão egocêntrica do mundo é muito evidente quando o ouvimos falar sobre qualquer assunto como se fosse a verdade última acerca do tema.
Soares fala de grandes estadistas como se estivesse entre eles. Soares foi um lacaio de todos os interesses. Menos do país.

Soares é um péssimo exemplo de rectidão e ética. É mesmo um péssimo exemplo.

Soares é um pulha na mais verdadeira acepção da palavra. Mas que seja pulha à vontade sem se aproveitar da coisa pública. E isso parece que lhe custa.
Pelo que os nossos impostos têm pago do seu faustoso nível de vida mais valia tentar passar despercebido até morrer. Mas não o faz. E não o faz porque há sempre um qualquer jornalista imbecil a ir-lhe perguntar o que ele "acha" da situação.

Pois eu acho que Soares é um pulha. Começou por sê-lo em 1975 e nunca mais parou.

Profecias

O canil

A protecção dos mais fracos

O nosso sistema fiscal é resultado de cortes e recortes determinados pelos mais diversos pânicos.
A cada PEC, a cada esforço fiscal a carga tem sempre recaído sobre os mesmos, de uma forma que acabará por tornar o país numa espécie de república socialista igualitária.

Se atendermos ao facto de que aproximadamente 58% das pessoas não pagam IRS neste país percebe-se até que ponto a minoria tem pago todas as necessidades de receita de um país atravessado de forma constante por larápios mais ou menos "prestigiados".

Mas dos pagantes, 17,26% de todos os contribuintes significam 87.6% de toda a receita de IRS.

De cada vez que existe uma alteração de IRS acaba por ser a magra fatia dos que já pagam de forma significativa a ter de pagar ainda mais. Porque há uma quantidade enorme de gente que pura e simplesmente não paga.

Por ser politicamente correcto ninguém se atreve a contestar este grupo "dos que podem mais". Na verdade esse grupo pode cada vez menos e os frutos do seu trabalho são cada vez mais comprimidos para que os que já não pagavam possam continuar a ter o mesmo.

Sei que neste grupo de 58% estou a incluir muita gente que não paga imposto porque não tem receitas sequer ou porque as tem tão baixas que nem são abrangidos por nenhum escalão de IRS.
Mas recuso-me a acreditar que não haja gente neste enorme grupo que pura e simplesmente declara rendimentos muito abaixo daquilo que aufere.
Podem fazê-lo os profissionais liberais, que há uns anos apresentavam um chocante valor anual médio declarado, podem fazê-lo os empresários que usam os recursos das empresas declarando-os como custos e todo um sem fim de gente que tem forma de simplesmente não declarar os seus rendimentos de forma "legal".
Olhemos para o exemplo de Sócrates que declara 40.000 Euros num ano. Numa altura em que sabemos que os seus gastos mensais são certamente acima dos 10.000 ou 15.000 Euros.

A dura verdade é que são sempre os mesmos a suportar todas as necessidades de financiamento do Estado. Para poder continuar a sustentar um Estado Social que é cada vez mais inviável.
Mais ainda, dizem a este grupo que a coisa está tão má que vão ter de plafonar as reformas e em caso de desgraça vão ter de receber um subsídio de desemprego que é uma fracção mínima daquilo para que pagaram toda uma vida de trabalho.
Ou seja, este grupo de "vacas leiteiras" andou anos a pagar aos que pouco contribuíram para quando chegar a sua vez lhes dizerem que o dinheiro acabou.

Dizia alguém que o capitalismo é o sistema de distribui a riqueza de forma desigual e que o socialismo é o sistema que distribui a miséria de forma igual por todos.

E é precisamente neste modelo socialista que este país baseia toda a sua política fiscal. A classe média, que ainda vai sustentando o consumo interno, fica num ponto de ser tão miserável como todo o resto. Um colapso económico nestas circunstância é mais ou menos evidente.
Não se vão vender mais carros, casas, deixa de haver consumo nos restaurantes, no comércio no turismo etc etc.

A pressão fiscal é de tal forma absurda e de tal forma desigual que chegará o ponto em que não passaremos de um país de miseráveis.
Estranho é que chamem a isto liberalismo. Isto parece-se cada vez mais com comunismo. É a colectivização da miséria.

Já é mais vantajoso não ter propriedade nenhuma. Ter casa e pagar toda a carga fiscal associada é uma tolice. O problema é que se todos fizerem o mesmo também não haverá casas para arrendar porque ninguém quer ser proprietário de uma casa para ficar com duas ou 3 rendas por ano depois de pagar tudo o que deve ao Estado.

Mais vale ter o dinheiro no banco e pagar a taxa liberatória por muito alta que seja. Será sempre mais baixa do que declarar as rendas em sede de IRS como hoje acontece.

A cegueira da nossa fiscalidade pode ser a causa de um sistema completamente disfuncional e quase impossível de reverter.

E se um governo percebe que ao aumentar a carga fiscal já chegou ao ponto em que vai ter quebra de receita, como é possível que não tenha para tentar outras soluções?
Como é que se pode propor uma medida de "laboratório" como a TSU e não se tentar fazer algo pelo qual já se clama há anos - um choque fiscal. Que nem é assim tão de "laboratório" como a primeira?

A cegueira e o bloqueio mental em que os nossos governantes laboram há décadas vai ser a razão da nossa extinção. Como sociedade e como país.

Uma pequena percentagem da população anda há anos a alimentar os que não podem e todos os que roubam desalmadamente os cofres públicos. Quando é preciso ter uma ideia, não podemos lixar os que roubam porque há uns "contratos". Não podemos lixar os que não têm porque não ia parecer bem. Então lixam-se os de sempre. Os que pagam e não podem fazer nada para fugir.

Digam agora a essa estreita faixa de contribuintes que ainda vai ter de achar que o dinheiro é bem empregue nas Fundações Mário Soares, ou a Casa da Música. Ou que faz todo o sentido  fazer uma 3ª auto estrada para o Porto em regime de PPP. Ou que o investimento do Aeroporto de Beja foi uma coisa sensata.

Os que pagam, fazem-no para que todo um universo de parasitagem e roubalheira possa continuar a acontecer. Sem isso, os pensionistas receberiam mais e teriam uma vida muito mais condigna, não seria preciso racionar medicamentos nos hospitais nem seria preciso reduzir as ajudas aos deficientes.
É este o grau de roubalheira a que se assiste neste país. E como não chegava contraiu-se dívida no estrangeiro. Para o Estado financiar alguns destes casos loucos empenhando a receita a 10, 20 ou 30 anos

Maldito país gerido por imbecis e ladrões. Maldito país.

Mentes livres

Gosto de gente assim. Gente que não se deixa limitar pela sua pertença a um partido, uma corrente de pensamento ou um grupo para apontar o que de mal os seus correligionários fazem.

O problema é que quando se é demasiado militante nessa tentativa de "isenção" cai-se no extremo oposto. E quando ainda por cima se percebe que as análises ou os comentários são motivados por antipatias pessoais, a coisa passa completamente para o outro lado.

Ouvi hoje Pacheco Pereira defender uma tese deveras notável a propósito do incidente no ISCSP entre um aluno da instituição e um membro da segurança de Passos Coelho.

O rapaz, com o atrevimento e a falta de sensatez que só a idade acaba por mitigar (a alguns) decidiu insultar o Primeiro Ministro sabe-se lá por que razão. Talvez porque esteja na moda, talvez porque no seu "trabalho" sinta a carga fiscal apertadíssima ou simplesmente porque como tantos outros faz porque vê fazer.

O facto é que existe um corpo de segurança pessoal do 1º ministro e de outras personalidades que entre outras coisas tem o dever de velar pela segurança dos mesmos. Evitar algum contacto que possa escalar para qualquer coisa mais desagradável, manter um perímetro de segurança etc etc.

Acontece que este rapaz foi interpelado por um dos seguranças de Passos Coelho que lhe pediu a identificação. É algo que qualquer membro de qualquer força de segurança pode fazer sempre que o entenda, quer estejamos a fazer qualquer coisa de claramente errado ou não. Se assim não fosse não havia operações stop. A polícia só poderia parar alguém que estivesse flagrantemente a transgredir a lei.
Os jornalistas logo se aproximaram e começaram a filmar, ao que o agente respondeu dizendo para não lhe filmarem a cara.
Até se percebe. Se toda a gente souber quem são os agentes à paisana de um grupo de segurança, é quase como se metade do seu papel fosse atirado à rua. Não é por acaso que em operações especiais os agentes andam sempre de cara coberta com um passa montanha.
Até aqui tudo parece normal. Não fosse a aspereza com que o agente tratou os susceptíveis jornalistas isto nem tinha dado um caso.

Mas a análise de Pacheco Pereira cai num ridículo absoluto. Ele diz que é ilegal um agente proceder assim dentro das instalações da Universidade porque ele é um organismo com autonomia (!!!)

Ou seja, segundo PP é uma espécie de território sagrado onde um polícia assistindo a um qualquer ilícito tem de pedir primeiro autorização aos dirigentes da Universidade para fazer o que quer que seja.
Mais, diz não compreender que as televisões  tenham ofuscado a cara do agente. Como se a manifestação de qualquer pessoa de que não quer que o filmem não fosse razão bastante para isso.
Segundo PP o facto de ser um acto público num espaço público não permite ao agente proteger a sua imagem.
O seu ódio pessoal por Passos Coelho leva-o a fazer uma flagrante figura de urso e a ser verdadeiramente rasteiro. Pacheco sabe que o que diz é um disparate (espero eu) e sabe que amanhã vai haver uns quantos a juntar ao argumentário anti passista mais este da violação do espaço sagrado da Universidade pelos seus seguranças.

É curioso que o que tenha resultado disto foi um processo de inquérito ao agente e uma reprimenda da Universidade ao rapaz, que como todos, se mostrou arrependido e se safou só com uma admoestação.

Pacheco parece nada saber de leis. E como não sabe inventa. Do alto do seu grande intelecto inventa à medida que vai andando. Inventaria como todos os políticos que temos tido porque afinal ele é um dos políticos que temos tido.
É um daqueles intelectuais fala-barato que gosta de mostrar que ainda é mais intelectual do que os outros, que vê aquilo que passa despercebido a todos os outros.
E para isso tem cobertura mediática semanal em 2 programas desde há anos.
O que este homem contribuiu para que o país fosse um pouco melhor é desconhecido. É apenas conhecido por falar. E como se percebe sem saber grande coisa do que está a dizer.

Como sempre disse, o PSD tem no seu seio um conjunto de aristocratas partidários que sempre se "amanharam" com o que o país teve para dar e que não perdoam a Passos o facto de ser ele o líder do partido. São maus perdedores? Decerto que sim. Mas são piores que isso. São uma corja de fdp que não deixam passar uma oportunidade de trazer os seus ressentimentos para a praça pública numa altura em que ter um mínimo de estabilidade neste país é algo de fundamental.
São incendiários e de muito baixo carácter. São os que dizem que estão fora mas "entram" periodicamente" para dar a facadinha da ordem.

Notem que eu detesto a forma como este governo está a resolver os problemas. É a forma fácil, casuística e superficial com que todos os outros o fizeram. Parece tomar decisões ao saber dos números do trimestre sempre num pânico desgraçado. As poucas medidas estruturais que tomou ou são incipientes para ajudar nesta altura de crise ou não se fazem sentir sequer.
Mas ao menos estes gurus da política estão em muito melhor situação do que eu para propor alternativas nos sítios certos. Eu não estou. Se estão tão seguros da lei e da forma de fazer as coisas sugiram a suspensão dos contratos ilegais (não validados pelo TC) das PPP's. Ainda não vi nenhum detes borra botas do PSD falar nisto. Nem um.
Limitam-se a falar de generalidades como Pacheco ou a definir prazos proféticos como Marcelo ou simplesmente a criticar gratuitamente como Capucho.
São aqueles típicos fulanos de quem se diz que nem f*** nem saem de cima. Em suma inúteis palavrosos, com muita dificuldade em demonstrar alguma coisa que tenham feito de palpável a não ser "falar". Até Capucho suspendeu o mandato em Cascais por razões de saúde (pois pois) e acabou chateadinho com Passos por não ter proposto o seu nome para presidente da AR. Se calhar ser presidente da AR já não lhe punha problemas de saúde. è um cargo de maior "leveza".
Talvez por ser o cargo que é na hierarquia do Estado lhe interessasse mais. Afinal o ego só fica verdadeiramente satisfeito quando estas criaturas conseguem chegar ao topo ou perto do topo.

Percebe-se bem o que move esta corja. O ego, a ambição, o interesse. São a materialização perfeita daquilo que o PSD tem de podre dentro de si e que há-de sempre fazer dele um partido fracturado e desigual

Chega-se ao ponto de ter gente do Bloco a referir estas criaturas como exemplos das critícas a Passos e a este Governo.

Segundo Marcelo a remodelação tem de acontecer em 15 dias.
De todos as características de Sócrates a única que aplaudi foi o facto de mandar uma mensagem a todos este profetas do sistema ao não remodelar quando eles diziam. Um mensagem clara de "vão-se f..."

Nem percebo o que se ganha com uma remodelação. Perder mais tempo para os ministros de familiarizarem com os vários dossiers? Interromper trabalhos em curso?
Suponho que para esta gente isso não interessa nada. Só se preocupam com a "imagem" e com o "refrescamento" e com "mudar a ideia que as pessoas têm". Nada de substancial. Nem o mau desempenho , ou bom desempenho, a capacidade para o lugar, ou não.

Só imagem. É disso que eles vivem, da imagem. E não concebem que os portugueses se estão a cagar para a "imagem". Os portugueses QUEREM RESULTADOS. Com estes ministros ou outros quaisquer. QUEREM RESULTADOS.
Também não querem nem precisam de FALA BARATOS a toda a hora na TV a profetizar desgraças, a apontar "ilegalidades" que não existem ou a choramingar por solidariedade depois de terem acumulado um belo pé de meia à custa da política durante décadas.
Por mim, este comentadores da direita e da esquerda podem ir para a ...

Este PS inseguro

Seguro anda desnorteado a tentar capitalizar o momento de descontentamento com este governo.

Mas o seu discurso é tão básico, tão infantil e tão desligado da realidade, que cada vez que fala torna mais óbvia a loucura que seria ter alguém do seu calibre a governar um país.

Há quem diga que ele é "boa" pessoa e que lhe falta alguma habilidade como político.
Quanto ao ser boa pessoa, não creio que isso seja razão para ser eleito. Se assim fosse não tinhamos eleito as piores pessoas que este país já produziu.

Quanto à falta de habilidade concordo. Mas fico dividido. Teve a habilidade suficiente para viver da política desde que é adulto. Nunca trabalhou realmente, fez um curso tardio numa Universidade privada e apesar de leccionar, "em teoria", acredito que esta vida "oficial" resistiria tanto a um escrutínio detalhado como resistiu a vida de Relvas e a sua formação académica.

Mas o que realmente espanta é o tipo de coisas que este homem diz. Elas estão ao nível daquilo que qualquer imbecil diria. E são determinadas pelo momento.
Ontem aproveitou para dizer que voltaria a por o 5 de Outubro como feriado Nacional. Porquê? Vamos passar dois anos em que o dia calha num sábado e num domingo. Repor o feriado só se sentiria dentro de 3 anos e convenhamos que perder um feriado é muito menos importante do que perder o emprego ou ter uma doença grave.

No estado em que o país está, com as finanças num ponto de quase ruptura, em que a carga fiscal que nos vai cair em cima para pagar os desmandos dos camaradas de Seguro é absolutamente louca, o que ocorre dizer a esta criatura é que "é contra" e que "não podemos ter tanto desemprego" e que "vai dar apoio ao investimento".

Este tipo de afirmações só podem vir de alguém que não tem a mais leve ideia do que fazer numa situação como a nossa. Não só não sabe o que fazer, como parece não ter ideia ou ter interiorizado o estado em que o país está.

Perde-se em detalhes populistas tal como propor uma reducção do nº de deputados, ou indignar-se pelo desemprego jovem, mas claramente não sabe fazer contas.

A credibilidade de Seguro é próxima do 0. É um líder a prazo, perfeitamente sacrifícável. Um idiota útil que a dada altura começou a sonhar que podia mesmo dar a volta ao destino e ser 1º ministro.

Desde que subiu ao topo do PS (grande honra, é como subir ao ponto mais alto num monte de estrume) não se cansa de dizer "quando eu for 1º ministro..." pelas razões mais absurdas. "Eu telefonava logo à Merkel"... "falava logo com o Hollande.." etc etc.

O homem é duma irrelevância e duma vacuidade estarrecedora. Se o PS voltar a ser o partido mais votado será "apesar" dele e porque os outros perdem as eleições.
Não é intelectualmente brilhante, parece quase ingénuo e simplista, está longe de ter uma pintinha de carisma e se fosse um vendedor de carros usados não conseguia sobreviver. Aliás, só sobrevive porque a política tem o dom de manter os piores e mais incapazes nas estruturas partidárias apenas porque apoiaram este ou aquele num momento chave.
Seguro é o produto acabado do pior que as J produziram nestes anos. Um ambicioso sem substância, lambendo uns pés aqui e uns rabos ali. Com um cursinho feito tarde e a más horas para ganhar a respeitabilidade que não teria sem ele.
Vê-se no lugar de Secretário Geral em despique contra o indizível Assis, numa altura em que os Socialistas andam pela sombra para não ser reconhecidos. Tinham acabado de empenhar o país e dar o poder de decisão das nossas vidas a um organismo internacional. Tinham acabado de transformar Portugal num protectorado. O seu criminoso líder tinha acabado de os abandonar e não havia nenhum dos outros que se atrevesse a passar por anos de tareia em troca da eventualidade de um lugar de 1º ministro.

Costa trucidará Seguro. No dia em que Costa quiser, esta marioneta desconjuntada que dá pelo nome de Seguro será atirada para o lixo por aqueles que agora gravitam à volta dele.
E não é por Costa ser melhor. È apenas por ser mais sacana e dar mais garantias de acesso ao poder a toda a escumalha parasita que o PS tem dentro de si.
Como "gestor" da coisa pública Costa é tão mau tão ignorante e tão incompetente como Sócrates. Mas pelo menos não passa por ser um idiota completo quando fala nem mostra o embaraço mal escondido de pertencer a um partido que colocou o país na situação em que este Governo o recebeu.

Seguro é talvez (e estou a tentar lembrar-me de vários líderes políticos) o líder mais incapaz que um partido teve desde o 25 de Abril. É realmente alguém que não tem NADA. Nem carisma, nem qualidade intelectual nem capacidade de fazer um discurso... NADA.

Um povo em fúria

O que somos nós? Que espécie de povo somos nós?
Faço muitas vezes esta pergunta e raramente me saio com uma resposta satisfatória. E isto talvez porque não haja apenas uma resposta. Porque somos uma série de coisas.

Somos sobretudo um povo totalmente alheado das questões que realmente nos afectam até ser tarde de mais.

O exemplo mais perfeito disso é precisamente o que estamos a passar. Quando antecipadamente alguém avisa de que estamos a caminhar para um abismo levantamos a nossa voz chamando-lhes pessimistas, velhos do Restelo. Políticos, comentadores de circunstância, ex-dirigentes partidários a caminho de futuros dirigentes partidários. Todos. Em coro, martelam-nos os tímpanos na TV e na rádio até só conseguirmos ouvir soundbytes no nosso dia a dia. Mal entendidos, distorcidos, deliberadamente adaptados.

Foi assim pelo menos durante os últimos 5 ou 6 anos.

Se algum sector da sociedade se levantava clamando por direitos ou por uma visão diferente das coisas, eram uns parasitas, corporações, corruptos, vigaristas. Foram médicos, professores, juízes, notários. Todos.

Foi-se percebendo que o país estava deveras mal. Mas o nosso povo convenceu-se sózinho de que se a razão do mal não era ele, não era ele que ia pagar.

Durante anos cometeu alguns erros de julgamento. Se calhar comprou uma casa um pouco mais cara do que devia e não percebeu que o mundo muda em 30 anos. Poupou pouco. Gastou até ao limite e até para lá do limite.
Depois culpou a banca que lhe emprestou o dinheiro porque o aliciou... assinou um papel porque estava mortinho por ter o carro, a casa ou o seguro e não leu a letra miudinha. E depois reclamou que estava a ser enganado.
Viveu num país de economia estagnada há mais de 10 anos e nunca se perguntou como é que um país vivia gastando sempre mais do que tinha.

Viveu à margem de tudo. Centrado em si como se tudo o resto não o afectasse.
Aplaudiu os novos estádios de futebol, chamou nomes à justiça quando se prenderam pedófilos e se investigaram corruptos.

Este povo, que hoje se encontra à beira do abismo exige respeito. Agora exige respeito. Mas não se soube respeitar nem soube dar-se ao respeito
Votou em demagogos incompetentes, votou depois num presidente porque na sua ignorância típica achava que por o homem ser de finanças ia ajudar a endireitar o país....

Quando percebeu que nada disso aconteceria ficou zangado com ele. Chamou uma senhora de velha salazarenta, distorceu as suas palavras para lá do razoável porque ela "não tinha boa imagem". A ditadura do fútil e do vácuo na política. Mais uma vez propagada pelos comentadores, fazedores de opinião. A nossa elite, Deus nos valha.

Agora enfurece-se. Porque o governo que elegeu não tem uma varinha de condão como o Harry Potter e nos saca o pouco dinheiro que nos resta para pagar os desmandos dos que estiveram antes no lugar.
Enfurece-se com tudo. Com razão e sem razão.

E um dia sai à rua numa manif com cartazes de todas as cores e feitios com frases que vão do inteligente à mais absoluta indigência intelectual e espera que tudo mude.
O sistema não funciona - diz aos gritos. Mas quando lhe perguntam "então qual?" não sabe responder porque nem sabe o que é um sistema político nem sabe se existe algum sem partidos.
Fica baralhado porque os países nórdicos tambêm têm partidos e funcionam bem.

A única solução que lhe ocorre quando esgota em pensamento todas as opções é "a revolução". E depois o quê? O vazio? "bolas, ou voltamos a ter ditadura ou democracia com partidos... hum"

Na verdade isto é o resultado de um povo embrutecido por mentiras e meias verdades, ensinado a olhar para outras coisas bem menos impactantes na sua vida. A bola, as novelas, os reality shows, as séries (as novelas dos 30 something que se acham "muito à frente")

Na verdade o nosso sistema não funciona com partidos porque a nossa sociedade não funciona. Gostamos do fácil, de obter as coisas com um mínimo de esforço. Os pais até se insurgem contra o sistema de ensino por exigir... O sistema aquiesce e acaba com a avaliação de conhecimento e passa a avaliar "competências". E na senda da certificação relâmpago - Novas Oportunidades.
Um MBA de 6 meses por uma "simbólica" quantia em propinas. Compra-se tudo e o que não se consegue comprar tenta-se arranjar de graça.

Não é de admirar que os nossos politicos sejam uma trampa. Ou que os nossos gestores sejam uma trampa. A conjuntura fazia com que tudo funcionasse sem esforço. Havia dinheiro, não era preciso ser bom. Bastava estar lá. Dos bons nem ouvíamos falar. Agora beijamos-lhes os pés e ficamos orgulhosos por fazerem bons sapatos que exportam ou bons vinhos que dão milhões ao pais.
Mas quando éramos "finos" e sofisticados tinhamos  as mulheres a suspirar por uns Prada ou Louboutin e os homens a comprar Sebago ou o sapatinho italiano da moda. E transformámo-nos em gourmets refinados que só "bebiam" Châteauneuf-du-Pape ou na poir das hipóteses Barca Velha.

Somos, em suma, um país de merda. Com um povo de merda que tem produzido políticos da mais refinada merda.

Mas estamos furiosos por isso. E só isso é uma espécie de redenção por toda a porcaria que deixámos acontecer durante 38 anos sem nunca, mas nunca questionarmos onde nos ia levar.

Pois trouxe-nos aqui.
Enjoy you handy work

A informação que temos

O Público coloca em destaque o seguinte título

IRS pago pelos portugueses vai subir cerca de 30% em 2013

Não é a primeira vez que se assiste a títulos deliberadamente enganosos na imprensa. Mas o Público é daqueles jornais que parece ter adoptado as más práticas como seu MO.

As contas são simples para o Público. A taxa efectiva de IRS paga pelos portugueses é de 9.8%.
O que o governo vai conseguir com estas mexidas é uma taxa efectiva de 13.2%. isto nas contas simplórias do Público é 30% de aumento.

Isto significa que o esforço dos que estão em escalões mais altos já é absolutamente brutal. Aqueles que estão nos escalões acima de 30% estão a pagar mais de 3 vezes aquilo que é a taxa média. Chama-se a isto solidariedade fiscal.


Mas o título da notícia é enganador e muito pouco factual. Nem sequer se podem fazer as contas assim, mas tudo se torce a contorce para conseguir "a caixa" jornalística da semana.

A redução de escalões de IRS de 8 para 5 quer dizer que há gente que passará para um escalão mais alto. Num país em que uma percentagem pequena está a ser taxado perto do escalão máximo não é de esperar que a receita possa aumentar muito sobrecarregando essa pequena fatia.
A solução é começar a apanhar aqueles que estão em escalões mais baixos. E isso é a maioria dos contribuintes.

Mais adiante na notícia o Público refere que 2% do agravamento tem a ver com o refazer dos escalões (como se esperava) e que o resto será uma sobretaxa de IRS. Provavelmente semelhante ao que tivémos com o subsidio de Natal de 2011.

Os títulos de vários jornais são bastante diferentes do Público e 3 deles realçam a sobretaxa.

TSF : Gaspar: taxa média de IRS passa de 9,8% para 11,8% ( os números nem batem certo com o Publico)
DN : Sobretaxa de IRS de 4% em 2013
SOL: Governo aumenta IRS com sobretaxa de 4% e reduz escalões
i: Gaspar reconhece enorme aumento de impostos
Diário Económico: Vítor Gaspar anuncia sobretaxa de IRS de 4%

Mas além do Público ainda não encontrei nenhum jornal que escreva no título tamanho disparate.
Isto é um exemplo de mau jornalismo. Pretende criar alarme invocando um número que é verdadeiro mas que não se refere ao caso de cada um dos leitores. Escrito desta forma poderia levar uma pessoa que está num escalão de 30% que passaria para 40% (+ 30%).

E isso é falso e enganador. E é deliberado. E serve perfeitamente os propósitos de uma certa esquerda que passou a ter mais um jornal que pouco liga ao rigor, que parece publicar notícias escritas por estagiários e que passou de ser um jornal de referência a ser uma palhaçada sem nome.

Indignações

Eu não digo que somos um povo que se indigna com tudo? Mas mesmo com tudo.

Ao ler a notícia no Público não percebi bem quem é mais imbecil.

Uma campanha viral no Youtube tentava vender a história de um rapaz que tinha conhecido uma rapariga chamada Diana na "manif"  do dia 15. Não sabia nada dela a não ser o nome e estava á procura dela.
Uma grande história de amor em gestação.

Mas a história não era mais que uma campanha da Cacharel para um novo perfume.

Até aqui estamos bem. Não é a primeira vez nem vai ser a última. O problema destas coisas é que apenas a primeira teve piada.

Só que se juntarmos mais ingredientes a coisa ainda fica melhor. A TVI, talvez por falta de outros conteúdos ou por falta de jornalista dotados de cérebro deu uma notícia sobre isto.

Diverte-me ver os media tradicionais a usar a Internet como base das suas notícias. A coisa vai ao ponto de um imbecil na Antena 3 passar "videos" do Youtube na radio. Vídeos.... na rádio. Claro está, ele faz comentários do que está a ver e nós ouvimos o som.
A coisa é tão constrangedora que até o seu parceiro de programa já lhe deu a entender no ar para parar com aquilo. O programa chama-se "Tudo Bons Rapazes". O nome do idiota não o sei, mas se ouvem o programa já ouviram isto.

Claro que perante esta atitude da Cacharel e da TVI o "povo" indigna-se. Pela n ésima vez. Deve cansar indignar-se constantemente.

Já há gente no Facebook a dizer que não compra mais nada da Cacharel, que é indecente aproveitarem-se "da luta" de um povo e outros disparates semelhantes.

Indignação fútil, sem propósito e sem resultado. A trampa do costume. A única coisa que sabemos fazer é indignar-nos. Com tudo. O que depois parece dar direito a toda a gente de insultar os outros.
O processo mental desta gente não é muito elaborado. Percebem que foram vítimas de um engano e indignam-se.

Deve de certeza haver qualquer coisa que esta gente possa fazer. Qualquer coisa....

Bater no ceguinho promovido a desporto Nacional

Parece que todos os males que nos afectam desde há dezenas de anos têm só um culpado - a Justiça.

Já se tornou tão banal culpar a justiça que a maior parte das pessoas que o fazem nem sabem exactamente o que a justiça deve fazer.

Muitos acham que a justiça devia fazer praticamente tudo o que a nós não nos apetece fazer.

O MP não encontrou qualquer ilícito criminal na licenciatura de Miguel Relvas.
Mal esta notícia apareceu no Público começou imediatamente o chorrilho de comentários. E culpando quem? A justiça, claro.

A mim não me surpreende nada que não haja nenhum ilícito criminal. Senão vejamos:

A lei consagra a possibilidade de atribuir equivalências da forma que a Universidade atribuiu. Seja lá como for, e que ministério foi (Educação, Ensino Superior) foi dada a possibilidade a uma Universidade de olhar para o curriculo profissional de alguém e determinar que essa pessoa tem equivalência em 36 de 40 cadeiras que prefazem uma licenciatura.

No caso de Relvas isto pode ter sido feito porque ele era da mesma loja maçónica de alguém da Universidade, porque alguém da Universidade lhe queria pagar um favor, ou lhe queria fazer um favor para ele retribuir depois.
Dar a possibilidade a uma Universidade de atribuir créditos desta maneira será talvez o cerne do problema. Sem grandes critérios é natural que se use e se abuse deste tipo de prerrogativas legais para fazer este tipo de tropelias.

O curso de Relvas é um problema da esfera ética e legislativa que rege estas Universidades. Não é certamente um problema de ilícito criminal. A não ser que se estivesse a investigar um caso de corrupção na atribuição das equivalências. E não me parece que fosse esse o caso ou que a investigação estivesse a explorar essas vias.
O curso dele não vale o papel em que está escrito, mas o mesmo se pode dizer de milhares de licenciados por esse país fora que têm um curso dado em troca de propinas. O Ensino Superior Privado é um NEGÓCIO, salvo raras e honrosas excepções.

A justiça tem de aplicar a lei. E num caso destes a actuação da Universidade foi legal. Baseada numa lei de merda é verdade, mas legal.
O problema ético é bem outro e esse fica fora da esfera dos tribunais.

Mas a maior parte das pessoas que não distingue nada em termos jurídicos acha que devia haver um qualquer procurador que, para apaziguar a populaça, devia ir atrás de Relvas e da Universidade como um gato se atira a bofe.
O problema é que não pode. A actuação do MP tem de ser fundamentada na lei e é como eu dizia atrás - temos uma lei de merda que permite a uma Universidade dar cursos de brincadeirinha a políticos com influência.

O mesmo se pode dizer do curso de Sócrates. Certamente muitas das cadeiras "feitas" na Independente foram-no exactamente da mesma forma. Professor amigo e camarada de jornada, reitor amigo e camarada de partido etc etc.
Favores a pagar? Claro. Um dia eles lembrar-se-ão destes idiotas úteis para um qualquer cargo de nomeação governamental. Ou não...
Nenhum abrirá a boca para falar do caso se não for contemplado para um lugar. Afinal só se sujaria a ele próprio. E já há demasiada sujidade no mundo académico para que os seus actores atraiam para si um bocado mais de porcaria.

No momento que o país vive o povo só parece ficar apaziguado com uma execução pública por semana. Quando a justiça não fornece o cordeiro para o sacrifício, todos e cada um se levantam e pedem aquilo que acham que lhes é devido. Uma vítima para sacrificar.

O que está em causa em casos como o de Relvas e Sócrates não é a legalidade. É a moralidade e ética. As leis são feitas por homens, nem sempre honestos e nem sempre desinteressados na sua aplicação.

Legal e justo não são dois conceitos iguais. Pode haver leis injustas. Mas se forem aplicadas são-no de forma "legal". Quantos exemplos temos nós de leis profundamente injustas? Querem começar a pensar nelas? No extremo mais horrendo têm as leis de Nuremberga que definiam quem era Judeu e quem não era. Era uma lei justa? Sabendo nós o resultado da sua aplicação?

Não se virem portanto para os tribunais e para a justiça para que ela resolva o que não lhe compete. À justiça compete-lhe aplicar a lei. Por muito merdosa, mal feita e enviesada que ela seja.

A esmagadora maioria das pessoas tem uma concepção da justiça completamente errada. Pensam que ela é discricionária, e majestática. Não é assim por muito que nos doa. O sistema legal português não é assim.

Se amanhã houvesse uma AR louca que despenalizasse o proxenetismo nenhum proxeneta iria preso, ainda que seja moralmente reprovável explorar sexualmente uma pessoa para ganho pecuniário.

Deixem lá de bater na Justiça em casos como o de Relvas, quando a responsabilidade está no executivo que aceita este tipo de leis e regulamentos aplicados pelas Universidades sem qualquer supervisão.
Depois queixem-se de ter engenheiros e licenciados em Direito Internacional que não valem um chavo.