Lavados em lágrimas

Começo a ficar francamente farto de ver constantemente colocar a miséria num prato da balança e a necessidade de ajustamento no outro.

Em primeiro lugar sempre houve miséria. Não é de hoje. Aliás, hoje há muito menos miséria que há 20 anos atrás e muitos dos arautos dos pobrezinhos nunca se ralaram em tempos de abundância com os sem abrigo ou com os que tinham de depender da solidariedade alheira para sobreviver.

Eu andei na escola com gente verdadeiramente pobre. Miúdos que tinham de usar roupa e sapatos dados por alguém para poderem andar vestidos e calçados.

Gente vinda de agregados familiares com baixos rendimentos, com pais com baixas qualificações.

Podemos constatar que há cada vez mais casos de necessidade. Isso é inquestionável. Mas não nos podemos esquecer que durante anos se preferiu viver com "chapa ganha, chapa gasta" sem qualquer almofada para um dia difícil. Mais recentemente ainda se começou a viver com o que se iria ganhar no futuro.

Enquanto que uns o fizeram e foram vítimas de uma fatalidade (doença, acidente, morte na família) outros simplesmente cederam à loucura de ter tudo e mais alguma coisa empenhando-se completamente para o fazer. Muitos vêm-se hoje numa situação de enorme dificuldade sem ter havido mais contributo do que o seu próprio para estar nessa situação. São merecedores de pena e solidariedade? Claro que sim. Mas muito menos do que aqueles que apesar de não serem financeiramente suicidas viram as suas vidas dar uma volta por motivos inesperados lançando-os na indigência.

É por isso que instituições como o Banco Alimentar são tão importantes. O BA não começou há um ano. Já tem de atender às necessidades de milhares de famílias desde o dia em que foi criado. Já há dezenas de anos as instituições não governamentais têm de acautelar a subsistência de muitos de forma mais ou menos silenciosa e invisível.

Mas hoje, não há jornalista nem político que não fale na miséria. Nunca tinham aberto a boca. Nunca tinham ligado a um pobre. Mas agora subitamente as suas consciências iluminaram-se e começaram a ver que há pobres. Vêm-nos porque há mais, mas falam disso porque convém.

As razões do empobrecimento são claras. A catástrofe económica e financeira que assola  nosso país lança milhares no desemprego. A necessidade de pagar as dívidas contraídas em nosso nome tira-nos uma parte do rendimento que tanta falta nos faz.
Notem que a maioria da dívida que temos de pagar agora foi contraída antes de 2011. Não se pode responsabilizar este governo por ela. Pode responsabilizar-se sim por querer pagá-la mas por nada mais.

Assim quando se aponta o dedo a estes governantes por estarem a causar miséria é como se devessem em alternativa deixar de pagar a dívida que os antecessores foram contraindo. Para comprar votos, para roubar.

Parte-se-me o coração quando vejo alguém passar necessidades quando ainda há bem pouco tempo conseguia ter uma vida digna.

Mas não me passaria pela cabeça usar essas tristes circunstâncias como uma arma política. Se esta gente está tão preocupada com estes casos ajudem a atenuá-los.

Contribuam para que os mais fragilizados não sofram. Em vez disso muitos destes bem falantes chegaram a falar no boicote ao Banco Alimentar por causa das declarações de Isabel Jonet. Louça chamou-lhe "caridadezinha".

Não se percebe como se pode constatar um aumento da pobreza e ao mesmo tempo atacar uma das organizações que mais faz para a mitigar.

Usar isto como uma arma de arremesso política, como se a pobreza e a fome fossem uma coisa de hoje é ser um demagogo. Sempre existiu, sempre existirá (infelizmente) e são quase sempre os que não falam disso que fazem mais para ajudar quem caiu nessas situações.

Em vez de conversa, ajam.

A carta

Há certas linhas que não se devem cruzar.
Uma delas é dizer que se aceita a democracia e passado algum tempo estar a pedir, com cartas e abaixo assinados, que um governo maioritário do partido mais votado nas eleições se demita.

Pode falar-se nisso nos habituais espaços de comentário. Pode falar-se disso nas conversas de café. Mas cruzar essa barreira quando se é um actor privilegiado do sistema político durante toda a vida demonstra de uma forma muito clara um profundo desrespeito pelas regras que se jurou cumprir.

Da mesma maneira que Soares e amigos não gostam da actuação deste governo, muitos portugueses abominavam a forma como Sócrates geriu este país durante dois governos. Mas, tinha sido democraticamente eleito e esse respeito é algo que não se pode simplesmente esquecer.

Quando 70 "personalidades" fazem uma carta a pedir a demissão de um governo eleito democraticamente alguma coisa vai mal.
E vai ainda pior quando sabemos que a este governo calhou a fatalidade de tentar por direito o que o anterior fez e tudo aquilo que os anteriores não fizeram.
É a demonstração cabal de que Portugal nunca será um país ao nível dos mais desenvolvidos da Europa ou do mundo por causa do povo que tem e sobretudo por causa da miserável classe política que tem.

Muitos dos signatários desta carta são personalidades que tiveram altas responsabilidades na gestão do país. Todos e cada um deles colocou um ou mais pregos no caixão deste Portugal.
Ou ou acção ou por omissão são co-responsáveis pelo descalabro a que o pais chegou.

Escondem-se atrás de "princípios" elevados para defender este tipo de coisas alheando-se completamente das consequências. Mas para se ter princípios tão nobres é preciso que estejamos nós dispostos a fazer sacrifícios. Ora neste caso a defesa dos princípios significaria que todos nós teríamos de fazer ainda mais sacrifícios do que estamos a fazer.

A importância desta "carta" é relativa. Não estamos a falar de gente equidistante dos partidos. Estamos a falar em grade medida de gente que anda há anos a viver do Estado em dar grandes contributos ao mesmo.

Mário Soares
Não há muito que se possa dizer deste homem que não seja já conhecido. Desde a forma como conduziu um processo de descolonização que deixou centenas de milhar de portugueses na miséria até à gestão de um país que o colocou na posição de pedinte duas vezes, não é grande currículo para apontar o dedo a ninguém.

A carta é subscrita por um conjunto de inúteis dignos de figurar no Hall of Fame. Desde o imbecil do Vitor Ramalho, passando por Rosas, Inês de Medeiros apenas relevante por ser filha de quem é, acabando por Pilar del Rio...
Mas que ajuntamento. Parecem escolhidos a dedo. É como se tivesse rebentado o cano de esgoto e de repente tivéssemos uma enxurrada de porcaria onde não a queríamos.

Tivesse esta gente contribuído com trabalho para que o país fosse alguma coisa e não estaríamos hoje no estado em que estamos.

Não há dúvida que mesmo os "intelectuais" se conseguem cobrir de ridículo de forma ímpar.

Olha que dois

Depois da entrevista de Passos à TVI a SIC Notícias convidou dois comentadores.
E quem haviam eles de ser? Clara Ferreira Alves e Miguel Sousa Tavares.

Apesar de antecipar com apreensão a náusea que se avizinhava, decidi ouvir. Ouvir mais do que ver, porque pensei que no momento em que visse aquelas duas caras mudava de canal.

Clara Ferreira Alves não desaponta. E não desaponta na medida em que devia limitar-se a falar do que sabe. Seja lá o que for que ela sabe. Mas o que certamente não sabe é ser minimamente isenta e objectiva naquilo que diz.
Não me surpreende quando se sabe a forma como ela se tem desenvencilhado na vida, recebendo lugares à direita e à esquerda. Flutua como aquilo que vocês sabem.

Achei extraordinários dois dos aspectos que ela escolheu para realçar.

Passos disse que esta era uma oportunidade ("aproveitar a desgraça que aconteceu ao país") para resolver os problemas.
Mas CFA está mais preocupada com a forma. "Aproveitar a desgraça", citação que ela repetiu com um sorriso jocoso como que a querer dizer "aproveitar-se com a desgraça".


 E Passos tem toda a razão. Não há maneira de fazer o que quer que seja neste país a menos que enfrentemos uma calamidade de proporções bíblicas.

Aquilo que se devia ter feito e que estava amplamente diagnosticado durante dezenas de anos nunca se fez. Todos berravam pelas reformas exageradas em troca de tempo de serviço insignificante, mas nunca ninguém fez nada contra isso.
Nunca se reduziu o gasto do Estado por forma a adequá-lo ao que os contribuintes pagam. Sempre se fez ao contrário. Gastava-se por conta e depois aumentavam-se os impostos para dourar os números dum exercício orçamental.
Esta é de facto uma oportunidade para fazer aquilo que tem mesmo de ser feito. Reduzindo os absurdos gastos em ineficiência. Se de acordo com os numeros da nossa economia entre 2000 e 2010 a nossa productividade é de 32% por oposição aos mais de 80% dos países ricos e eficientes da Europa, então há um terço de nós a trabalhar para os outros 2 terços não fazerem nenhum.
Não é muito difícil identificar esses casos. Estão por todo o lado. São o resultado de 30 anos de diagnósticos sem se mexer uma palha para resolver o problema.

O aspecto que mais me deixa fascinado na argumentação de CFA é o da legitimidade.
Segundo ela o Governo não tem legitimidade para fazer o que faz. O que me faz colocar esta pergunta: E os governos anteriores tinham legitimidade para criar dívida como o fizeram? Sem perguntar a ninguém ou sequer informar que o iam fazer? Revelando-nos no limite que estávamos falidos?
Notem que mesmo sendo um governo minoritário Sócrates entre 2009 e 2011 esmagou de forma absurda o poder de compra dos portugueses. Em diferido iria fazê-lo ainda mais. Estamos a sentir iso agora.
A questão da legitimidade é completamente pífia. É uma perversão total da democracia. Curiosamente não me lembro de esta argumentação ter sido alguma vez usada com os governos de Sócrates. De repente uma maioria que elege um governo deixa de o legitimar porque terá mudado de opinião. Como se sabe? Sondagens...
Sugiro que deixe da haver eleições. Uma sondagem chega. Entrevistam 1000 pessoas e decidem o destino do país. Poupa-se uma pipa de massa em eleições e ficam todos estes comentadores de trazer por casa muito contentes.
Nem precisamos de AR. A cada decreto governamental faz-se uma sondagem. Pergunta-se a 1000 pessoas e decide-se tudo.

Sousa Tavares não foi tão mau como esperava. Ainda consegue perceber que todas estas "alternativas" sugeridas pela esquerda enfermam de um mal: Não há dinheiro. E a esquerda só sabe resolver os problemas com dinheiro. O dos outros, seja por empréstimo seja por roubo.

Ouvi até Sousa Tavares dizer que muitos portugueses tinham consciência que iam passar por isto (!!!). Mais, disse até que os portugueses tinham de enfiar na cabeça que não era possível viver com dinheiro que não se tem. Porque no limite os emprestadores se cansaram de emprestar dinheiro a Portugal.
É talvez o primeiro que ouço dizer, ou pelo menos insinuar, que afinal os portugueses não foram todos enganados. E de repente reabilitou também Santos Pereira. Por oposição à redução ao ridículo que fez de Gaspar.

Não é que as opiniões destas pessoas sejam especialmente relevantes. Sobretudo não o são a partir do momento em que sabemos os ódios de estimação que têm pelo governo e partidos no poder. O que é triste é que seja sempre este tipo de comentadores que é trazido à antena. Se há um parvo que está mortinho por dizer mal do governo aí está um jornalista solícito a por-lhe um microfone nas mãos.

Depois de uma entrevista em que Passos Coelho foi claro (de tal forma que Sousa Tavares confirma que nada de novo foi dito) é caso para perguntar então o que haverá para comentar? O que é que um comentário pode trazer de novo a uma entrevista que não diz nada de novo?

Só uma coisa. Dar mais uma oportunidade para falar da legitimidade do governo, dos IVA dos restaurantes, da miséria etc etc. E já nem se traz um alinhado com o governo e outro com a oposição. Para quê? Trazem-se dois "teoricamente" independentes cuja única carreira desde há uns anos para cá passou por lamber o rabo de Sócrates e por desancar sem dó nem piedade tudo o que este governo faça.

E mais uma...

Quase parece que escrevo um blog anti Seguro. Mas são tantas as ocasiões em que este demagogo de feira se cobre de ridículo que é quase impossível não notar.

A coisa já nem é ao nível das generalidades que tanto o caracterizam. Do tipo " a solução para a crise é o crescimento e o emprego".

Este chegou já ao ponto de fazer declarações flagrantemente falsas, baseadas em interpretações típicas de alguém com um QI ao nível de imbecil.

No Negócios on line, aparecem afirmações de Seguro feitas sabe-se lá em que contexto que são uma verdadeira ode à estupidez e à cegueira.

"Não conheço nenhum país no mundo que fosse capaz de sair de qualquer crise empobrecendo" ou que "conseguisse resolver os seus problemas tendo 40% dos seus jovens desempregados" e "dizendo à geração mais qualificada que o caminho é a emigração", argumentou António José Seguro.
Pois eu não conheço nenhum país que não tenha empobrecido com uma crise. A definição de crise é precisamente a de um empobrecimento.  O que deve ser verdadeiramente raro é encontrar um país que saia da crise enriquecendo. A saída da crise é o enriquecimento sim. Mas durante a crise empobreceu.
Esta é uma verdade La Palissiana que nem Seguro parece conseguir entender.
Pelo contrário, "só criando riqueza" é que as pessoas "podem pagar ou gerir as suas dívidas, reduzir o défice" e "criar postos de trabalho", disse Seguro em Vila Viçosa, no distrito de Évora, no encerramento de um fórum subordinado ao tema "O Interior do país e a Vida das pessoas: os jovens empreendedores".
(..)
"Desde que assumi a liderança do PS que disse que tinha consciência da situação em que o País está, que o caminho era estreito, mas que era um disparate seguir pela ‘política da austeridade custe o que custar'", lembrou.

O País, continuou, precisa de "soluções concretas", nomeadamente de apoio os empresários, tanto dos mármores, devido ao aumento dos custos energéticos e às dificuldades de acesso ao crédito, como dos outros sectores da economia nacional.
Aqui concordo com ele. O país precisa de soluções concretas. O que é estranho é ele quase parecer criticar-se. É que todas as "soluções" dele são meros vapores. Imaginem o que seria um fulano assim a gerir uma verdadeira crise.
E, no caso dos mármores, Seguro deixou uma proposta "em cima da mesa", dirigida à banca, para que garanta o financiamento de "encomendas firmes".

"Quando um empresário tem uma encomenda firme, que sabe que vai ter que entregar passados três meses e receber passados seis, porque é que o banco não o há-de financiar directamente, sabendo que vai recuperar esse dinheiro ao fim desses seis meses", questionou, em jeito de desafio.

Os bancos, sublinhou, "vão financiar-se ao Banco Central Europeu (BCE) a 1%, mas, depois, esse dinheiro não chega à economia. Deixo aqui esta ideia e um apelo: Que uma parte do dinheiro chegue à economia".

Os empresários portugueses, frisou, "não querem subsídios". O que querem é "continuar a trabalhar" e, para tal, "precisam é de acesso ao crédito, de financiamento da sua actividade".

"O que dói é que os empresários têm clientes e podem produzir, aumentar a riqueza nacional, manter emprego, mas têm dificuldades de financiamento. Ora, se houver esse financiamento, isso significa que é bom para a economia e é bom para o País".
Este tipo de  discurso vazio e aflorando generalidades é o tipo de coisa que qualquer palerma com dois dedos de conversa pode dizer.
Não revela saber, não revela capacidade. Até nem revela o tipo de discurso que se espera de um líder potencial do Governo. Isto é vago, é uma mera constatação do que o país está a sofrer pela perniciosa influência do partido que preside e não é uma solução para nada.

Seguro não tem uma posição fácil. Por um lado tem os velhos vícios de querer agradar a um eleitorado à custa da aldrabice e das promessas vãs e por outro fala para um eleitorado que não esquece a trampa que tem sido a governação do seu partido.
Mas podia tentar ser sério. Podia transparecer competência e vigor.

Um grande líder vê-se nas adversidades. Seguro é aquele palerma que não queríamos ter por perto numa altura de crise. É o tipo de idiota que por cobardia e por falta de "vida" acabaria por arrastar todos para a desgraça.
Seguro é o tipo que largávamos ao leão para salvar o resto do grupo.
E é isso que ele é. Uma vitima para sacrificar até o PS se achar em posição de ganhar alguma coisa.

O problema é que ele se convenceu que pode enganar o destino e chegar a ser 1º ministro. É um cordeiro com pele de lobo.

É dum vazio completamente inédito em lideranças políticas. Jerónimo é um tipo vivido, Louçã com as suas afirmações gongóricas conseguia arrastar as pessoas (BTW entre Semedo e catarina conseguirão fazer o Bloco chegar aos 1%.. esperem), Portas é inteligente e perpicaz, Passos é determinado e tem espírito de missão.
Seguro é um palerma. Parece que saiu de casa dos pais anteontem e reclama com a mãe porque as peúgas não estão bem dobradas. Tem ar de quem está permanentemente com prisão de ventre. A sua pose teatral, estudada e solene é totalmente incompatível com este tempo e com estas circunstâncias.

Só por uma estranha volta do destino é que ele chegou a Secretário Geral do PS. E por incrível que pareça às vezes penso o bom que seria se Assis o tivesse derrotado.


Seguro, Oh Seguro

Não sei o que me irrita mais neste homem.
Às vezes penso que é o seu oportunismo óbvio. Outras penso que é a sua completa falta de espinha dorsal e a sua mais que evidente incompetência.

Seja lá qual for a razão não o suporto. Acho-o um ranhoso. Daqueles tipos completamente incapazes que preferem ficar numa posição em que podem criticar os outros sem nunca demonstrar que sabem fazer melhor.

Consigo admitir que Passos Coelho não era o mais apetrechado para ser 1º ministro. É voluntarioso. É corajoso. Só alguém com coragem se lança à tarefa que tinha pela frente. Ao contrário das corja de cobardes instalados do PSD que sempre preferiu o poder fácil e sem distúrbios. Essa mesma corja que hoje pontua nas televisões e jornais a ministrar a facadinha da semana.

Não são conhecidos por serem especialistas em nada. Nem sequer por serem competentes. Apenas os conhecemos por estarem por lá. E por estarem há mais de 30 anos com a cabeça mergulhada na gamela paga pelo povo que lhes tem dado de comer.

Mas Seguro é diferente. E é diferente porque o seu partido criminoso governou este país durante os seis anos mais perniciosos para a nossa economia de que há memória.
Um primeiro ministro autoritário e ignorante insistia em afastar de si coisas como a honorabilidade e a ética. Insistia em ganhar eleições recusando fazer aquilo de que o país precisava há muitos anos - Reformas a sério. Ao contrário endividou o país para manter a economia a balões de oxigénio.

Essa era a versão oficial. Mas o que aconteceu foi uma economia arruinada e uma série de empresas amigas ou inventadas à pressão a encaixar negócios de milhões em troca de coisa nenhuma. Comprometendo dinheiros presentes e futuros.
Seguro fez parte disto. Não tem como dizer que não. Foi deputado, esteve filiado e sempre presente. Nunca levantou a voz contra tudo isto. É um cobarde porque nunca o fez para não por em perigo a sua posição dentro do próprio PS.

Quando ouço a afirmação dele de que este esforço não serviu para nada quase me dá vontade de o esganar. Quando diz que a dívida aumentou gostaria de os esbofetear. A dívida aumentou pelo menos 78 mil milhões por causa do plano de ajuda. Plano que foi feito pelo PS porque tinha acabado de falir o país.

Seguro pensa que pode fazer-se passar por um líder sério e ao mesmo tempo tentar branquear o passado e a responsabilidade dele e dos seus correligionários naquilo que é a desgraça que hoje se nos apresenta. Seguro é um merdas disfarçado de pessoa.

Seguro pensa que fala para estúpidos (e em grande medida é assim que vejo o seu eleitorado). Mas há toda uma faixa da população que não é estúpida

Seguro é aquele cretino que prefere dizer aquilo que acha que nós gostamos de ouvir. O clamor das pessoas para que os políticos digam verdade é impossível de perceber para ele. Terá alguma vez na sua miserável vida adulta dito a verdade?

Como um abutre que se alimenta dum cadáver Seguro espera conseguir dividendos numa situação de emergência nacional.

As suas soluções não existem. Não sabe. Não sabe como resolver um problema sem ser atirando dinheiro que agora não tem.

Seguro é a coisinha mais vazia, patética e repugnante que o PS podia ter eleito. Se este é o único líder que este desgraçado partido tem para nos apresentar então não está em posição de criticar Relvas, Passos Coelho ou seja quem for. Não se é mais competente por se falar. É-se, ou não. E Seguro não é.

Eu sabia que não era o único a notar

José António Saraiva escreve no Sol em 19 de Novembro em 4257 caracteres aquilo que é um breve resumo da corrente actividade jornalística.

Nós os jornalistas

Esperava que fosse mais ou menos óbvio para todos. Mas não é.
Há até casos em que as pessoas percebem a forma como a informação é tendenciosa e não conseguem ter o distanciamento e a isenção de o reconhecer.

São conhecidos casos de distorção grosseira das palavras de políticos. Elas são colocadas em titulos de jornal com o mais completo despudor. A velha máxima de que uma mentira repetida muitas vezes acaba por se tornar verdade é talvez o primeiro parágrafo da cartilha do jornalista actual.

Perdeu-se a ética. O espírito de missão. Da nobre missão de informar. Hoje cada jornalista é em potencial (e até muito mais que isso) alguém que usa o acesso aos media para passar a sua própria visão do mundo, a sua opinião. A factualidade passou para segundo plano.

Faz lembrar aqueles relatos de bola em que estamos a ouvir o rádio e a ver o jogo ao mesmo tempo. O relato faz-nos imaginar uma realidade bem diferente daquilo que os nossos olhos estão a ver.

Mas mesmo com imagens é fácil cortar e editar a ponto de fazer parecer as coisas bem diferentes daquilo que são. Lembro-me do caso de Manuela Ferreira Leite que dizia a propósito da actuação do governo de Sócrates que ele queria fazer as coisas de qualquer maneira e sem dar atenção a opiniões e à oposição. Rematou dizendo ironicamente que talvez fosse melhor suspender a democracia por 6 meses para fazer as coisas assim.
O discurso com o contexto correcto só foi mostrado uma vez ou duas. A repetição da ultima frase de Ferreira Leite foi exaustiva a ponto de hoje haver gente neste país que sabe bem o contexto em que foi proferida que se atreve a dizer que ela defendia a suspensão da democracia por 6 meses. Os outros repetem a frase porque os primeiros a dizem. No fim haverá muito pouca gente que conhece o contexto e a história toda.
A maior parte não quer saber dessas minudências. Desde que sirva para ilustrar as suas convicções pessoais até serve dizer que o Papa é judeu e comunista. Como não há-de a política ser suja quando os que não são políticos discutem de forma suja, falsa e ignorante a maior parte das questões.

O cuidado de não dizer algo que seja deturpado, cortado e invertido domina o nosso discurso político. De tal forma que o discurso político é uma conversa "redonda" e vazia da qual raramente se pode extrair algo de significativo.

O caso que JAS aponta das declarações de Ulrich é o extremo. Ao ponto de um jornalista afecto ao PCP ter a falta de cuidado de comentar o excerto (e estar de acordo com ele) sem perceber que o contexto é exactamente o contrário.

Não é raro ter jornalistas e políticos a comentar sound bytes. Coisas de que não sabem a proveniência nem o rigor. Tornámo-nos num país de comentadores gratuitos com uma agenda pessoal a defender.
O triste é que o último reduto da seriedade e da factualidade é agora a proa do movimento de desinformação e propaganda pessoal. O meio jornalístico

A imprensa estranha a queda de vendas. Os canais de TV tentam conquistar audiências à custa de novelitas e bola. A maior parte dos que ouvem notícias fazem-no por que calha mesmo na hora do jantar.

A credibilidade da informação atingiu níveis historicamente baixos.
Não é preciso muito para ver até que ponto jornais como o Expresso ou o Público se tornaram tribunas de jornalistas individuais com uma visão pessoal do mundo e dos factos.
O poder discricionário de colocar ou não uma notícia, ou de alterar subtilmente um título para conseguir um efeito dá-lhes esta capacidade.
A única coisa que o leitor ou o espectador pode fazer é não consumir. Recusar-se a fazê-lo. Numa economia de mercado um jornal sem credibilidade deve ir à falência. Fechar portas. Finito.

O Público vai por esse caminho. O Expresso se seguirá. Não adianta passar dias a falar do novo site. É apenas a mesma trampa com uma roupagem diferente. O conteúdo não muda. Vai estar apenas "arranjado" de forma diferente.

Talvez os jornalistas devessem perceber que a profissão traz como poucas a responsabilidade de ser o mais fiel e equidistante aos factos quanto possível. Por isso há um código deontológico a seguir. É como se de repente tivéssemos nos tribunais os juizes a fazer tábua rasa da lei e da prova e a decidir e a fazer sentenças ao sabor dos seus caprichos.
Curiosamente essa é uma das ideias que a imprensa gosta de passar ao público. Amplificar o "mau" estado da justiça é quase uma missão para um jornalista que se preze. O que é verdadeiramente triste é que em vez de tentarem saber um pouco mais do assunto fazem-no ao mesmo nivel que o homem da rua que é incapaz de interpretar uma simples norma legal.

A crise do jornalismo não é de hoje e só vai piorar. Muitos dos que hoje chegam aos jornais são da geração em que acham que estamos interessados na sua opinião pessoal. Confundem informar com dar opiniões.
E, como dizia o outro, as opiniões são como o olho do cú. Todos têm e normalmente não cheira bem.

O que eu escrevo aqui é também isso, uma opinião. Mas eu não a vendo como sendo a verdade ou os factos. É mesmo uma opinião não disfarçada ou camuflada de informação.
A imprensa escrita e visual tornou-se num mega blogue com colaboradores de duvidosa ética e cultura.

Epifania

Se a crise trouxe alguma coisa às pessoas às pessoas deste país foi a clarividência.

De repente todos estão fartos dos políticos, todos estão fartos da roubalheira e dos corruptos. Como se por artes mágicas lhes fosse revelado sem qualquer margem para dúvidas o que é Portuga na sua essência.

Não percebo como é que lhes escapou tanta coisa durante tanto tempo. Se escapou, acredito que têm severos problemas cognitivos.

O mais fascinante é que descobrem agora de que são feitos alguns daqueles que eram admirados e quase endeusados.

Soares, Freitas, Cavaco, Guterres (para não falar do cobarde deslumbrado que dá pelo nome de Durão Barroso). Não eram melhores do que estes. Estão apenas mais velhos. Foram tão irresponsáveis e incompetentes como qualquer outro. Geriram este país como se fosse uma coisa deles, da qual podiam por e dispôr. E para o conseguir distribuíram benesses a quem se pudesse opor. Não é por acaso que a política é um pacto de silêncio entre amiguinhos das mesmas andanças.

A quem é que passou despercebida a corrupção nas autarquias? Os lugares de favor? O que os leva agora a ficar fartos dos políticos? Porque finalmente lhes foram ao bolso? Em vez de ser ao bolso dos outros?

Mas não somos muito diferentes do resto do mundo.
Nestas eleições presidenciais nos Estados Unidos houve dois referendo no Estado da California com perguntas muito semelhantes mas com resultados bem diferentes.
Num perguntava-se se estavam de acordo com uma subida geral do IRS para reduzir o deficit Estatal. Nesta ganhou o NÃO.
Na outra pergunta perguntava-se se estavam de acordo com a subida de IRS para um certo escalão de rendimentos. Nesta ganhou o SIM
O ser humano é pouco dado a encarar a justiça como uma coisa que o afecte. Para ele é JUSTO que afecte só os outros.
É assim lá e é assim cá.
Se Passos propusesse a subida de IRS apenas para os que ganham mais de 80 mil euros por ano era aplaudido na rua. Como teve o desplante de alterar (por eliminação de escalões) o IRS de toda a gente é chamado de ladrão. Não o seria de "roubasse" só uma certa faixa dos contribuintes. Assim é.

E de repente toda esta gente adormecida, que conhece casos intermináveis de corrupção mas que nunca denunciou nenhum para não se prejudicar, acordou.

De repente todos estes virtuosos que sempre pagaram os "seus" impostos (pois pois) acham que estão a ser roubados pelo Estado.
Onde andava esta gente quando se dizia que cada bébé que nascia já devia uma bolada de dinheiro? Pensavam que devia e não ia pagar?

Todos os políticos têm sido meros criminosos na gestão deste país. Mas houve um que sobressaiu a grande altura. O filho da Puta que correu a toda a velocidade contra a parede com o país atrás de si e no último momento fez um desvio e desapareceu deixando-nos a todos a correr em direcção à parede.
Acredito piamente que se esse pulha não fosse forçado a viver em democracia, seria um déspota como este país nunca viu.
Ladrão foi. Déspota seria se pudesse. Aliava uma enorme ignorância e chico espertice a uma enorme falta de escrúpulos . Agia como se as consequências das suas decisões fossem irrelevantes.

Usou Teixeira dos Santos como um títere para no fim o deixar plantado com má cara abandonado. Mal fodido para falar bom português. A tradição de usar pessoas e descartá-las já vem de longe. Soares era um mestre na arte. Era também um mestre em ficar com o melhor quinhão para si. Talvez por isso vomite veneno de cada vez que abre a boca. A boa vida que a família tem à custa da coisa pública é chata de perder.

O mesmo se pode dizer do indescritível Freitas do Amaral. De "fascista" em 1974 a admirador do maior aldrabão que este país já conheceu. Como se pode dizer que se defendem príncípios e acabar aceitando o convite para ministro dos Negócioa Estrangeiros? Vaidade? Boa vida garantida?
Depois de nos habituarmos a um cargo na ONU acredito que voltar à rotina diária seja desagradável.
Mas este homem que foi Ministro várias vezes antes de Sócrates, como se contorceu politicamente ao ponto de pactuar com um vigarista daquele calibre?

Os corruptos, os vendidos, os amantes da boa vida já vêm muito de trás. Talvez os deste Governo são os que menos oportunidade têm de fazer a vidinha com a sua passagem pelo poder. Muitos deles não precisam disso, como seja o caso de Macedo, Gaspar ou Santos Pereira. Os outros, porque encontram um país arruinado no qual não há quase nada para roubar. E também porque finalmente estão debaixo do escrutínio público como nunca estiveram.

Mas não é sério dizer que este governo é o pior de sempre. Então o ladrão consegue ser melhor que o gajo que encontra a casa roubada e tenta por tudo no sítio? Existirá algum político neste país que tenha ido para um governo numa situação semelhante? Não.
O duque de Nafarros ajudou a arruinar duas vezes o país. Mão não tinha o Euro. Não estava subjugado à disciplina imposta pela EU e pelo Eurogrupo. Desvalorizou o Escudo de tal forma que o custo de vida subiu pelo telhado. Não se devem lembrar da queda de nível de vida em 1983, aqueles que falam no empobrecimento generalizado. O que acham que aconteceu nessa altura? Só saímos à custa de uma injecção massiva de fundos quando entramos para a EU.
Prontamente desbaratados pelo virtuoso Cavaco Silva. O nosso presidente conseguiu estar 10 anos no poder sem nunca ter traçado um rumo estratégico para o país. A única coisa que floresceu foi a construção civil. Só que o efeito multiplicador que ele tanto gostava de realçar, foi arruinado pelo mercado aberto.

A maior parte das empresas que fabricavam materiais de construção no país foi arruinada pelos concorrentes europeus.
Com a sua declaração de que um país avançado não podia ter tanta gente a trabalhar na agricultura deu o sinal de que era um sector a destruir. E assim aconteceu. As pescas foram atrás. "Era mais barato importar". Era na altura. O caro dessa jogada pagamos agora.

A corrupção autárquica, sempre existente, subiu a níveis nunca vistos no fim do seu governo. Depois disso só aumentou com o indizível Guterres. E o que dizer de chutar os pagamentos para a frente? Guterres com o seu Ministro da Obras Públicas (Cravinho) soube como ninguém encher a pança dos "portugueses" recebendo a conta em diferido. As SCUTS, as belas SCUTS foram feitas e o seu pagamento foi convenientemente "adiado" por dez anos. Eram "Sem Custos para o Utilizador" mas com custos para TODOS os contribuintes.
O "garantido" desenvolvimento do interior do país aí está para todos vermos. A única coisa garantida eram as margens pornográficas de rentabilidade dos investidores.
Que Sócrates renegociou e tornou ainda mais pornográficas. Sonegando informação à entidade que valida as contas do Estado, o Tribunal de Contas.

Quase tudo o que se fez neste país depois da entrada na CEE teve um intuito claro. Gastar 100 para poder roubar 10. As empresas faziam dinheiro como se fosse àgua e o Estado gastava como um doido que acabou de ganhar uma fortuna no casino. O dinheiro era da CEE pelo que não havia qualquer escrúpulo em aproveitar-se. E isso não era a mentalidade dos governos. Era e é a mentalidade de todo o português que anseie por a mão no dinheiro dos outros.

Tudo isso nos trouxe aqui. Mas só agora é que os Portugueses estão fartos. Se por acaso só tivessem mexido nos impostos dos "mais ricos" nem assim eles se fartariam. Fartam-se porque alguém lhes pede também para ajudarem a pagar a crise. E eles querem que sejam os "ricos". Afinal não é preciso ser do Bloco para ser estúpido.

O que é ser jornalista? Sim, o que é?

Talvez seja impossível encontrar um jornalista português que me saiba responder a isto.

Mas há uma coisa que eu pelo menos sei: Sei o que NÃO deve ser um jornalista.

Estamos cansados das piadinhas "pessoais" dos jornalistas de TV, das contorsões absurdas dos jornalistas da imprensa escrita e da destruição da factualidade por força da incapacidade que os jornalistas têm de se manter como espectadores frios e isentos daquilo que relatam.

Dois casos claros hoje num mesmo canal de televisão. A SIC Notícias.

Passado o tornado do Algarve e o aproveitamento da desgraça alheia para encher tempo de televisão começou a tentativa de culpabilização de alguém.

1º Culpado - A Protecção Civil. O INMG teria avisado a protecção civil de ocorrência de ventos fortes e chuva intensa naquela zona e o aviso foi afixado na página Web da Protecçaõ Civil.
Uma jornalista (mais uma daquelas certamente com um cursinho de comunicação Social) prontamente perguntou ao entrevistado se ele chava que isso bastava. A maior parte das pessoas não vai ver a página.
A resposta reduzui-a ao silêncio. A PC envia comunicados (com o mesmo conteúdo que está na página) para a comunicação social publicar ou anunciar nas TV's e rádios.
De uma penada transferiu a responsabilidade para a comunicação Social. Masa falta de vergonha do tom acusatório não ficou por aí. Logo a seguir mostram a página da PC em que diz "apenas" ventos "muito fortes". Ou seja, não fala de tornados. Não estranho nada ter sido a comunidade científica a criticar a condenação dos cientistas italianos sem grande eco na imprensa. Estes palhaços veriam com bons olhos a condenação de toda a gente desde o INMG até à PC.

2º Culpado - O Ministro da Administração Interna.
Este caso ainda é mais verminoso. Interrogado sobre o tema Passoc Coelho lamentou "não ser possível" o ministro dar mais detalhes acerca da situação. Talvez por não os ter à data das perguntas ou talvez porque não é o ministro que tem de sair para a rua inventariar os danos e conbabilizá-los en Euros e sacar do livro de cheques de forma imediata.

Mas a notícia foi dada de outra forma. E por aqui se vê o que vai na cabeça destes jornalistas e redatores: Merda.

A notícia dizia que Passos Coelho LAMENTAVA que o ministro não tivesse dado mais detalhes. A diferença é subtil mas enorme e denota que há uma intenção na omissão das palavras "que não tivesse sido possível"..

Fazer jornalismo assim não é sério. Não é honesto. Tal como não o era o período de graça de que dispôs Sócrates durante anos. Só no fim do seu "reinado" e já em completa decadência (com um desastre anunciado" alguns se atreveram a por o dedo na ferida.
Para rapidamente se constituírem como oposição ao seu sucessor no cargo.

É por estas e por outras que não me admiro da crise na comunicação social. As manipulações o facciosismo e a falta de profissionalismo que a comunicação manifesta na sua genaralidade levam a que muita gente não dê um passo nem gaste um Euro para comprar um jornal.

Alinharem-se escandalosamente com quem arruinou o país ou ter uma linha editorial titubeante ao sabor das simpatias de qualquer idiota a quem põem um microfone na mão, dá nisto. Total perda de credibilidade e consequente quebra de vendas na imprensa escrita.
Não vejo o dia em que o Público feche portas ou o dia em que Balsemão tenha de vendar a sua arruinada operação de comunicação social. Fizeram tudo para o merecer. Que não demore muito.

Gente pacífica brutalmente agredida

Desde que se tenham dois dedos de testa é claro que não se deve estar num sítio com o Corpo de Intervenção por perto.

Quando fazem uma carga não há nem pode haver discernimento. A ideia é dispersar uma multidão. 40 ou 50 contra centenas ou milhares significa que esses 40 ou 50 têm de ser suficientemente enfáticos para que possam lidar com milhares.

O caso de ontem é verdadeiramente emblemático. Hoje todos os que levaram umas cacetadas são inocentes. Dizem que só estavam alia ver e não concordam nada com as pedradas à polícia.
A melhor forma de o manifestarem seria abandonar as dúzias de arruaceiros e deixá-los sózinhos em frente do CI. Se eles ficassem sózinhos sem "sentirem" apoio da multidão, não teriam arrancado uma calçada para apedrejar a polícia durante mais de uma hora.

A partir do momento em que não arredam pé para ver o que aquilo dá, estão a expor-se a ser tratados como se fizessem parte do "movimento".

Ainda por cima quando a carga acontece, em vez de se porem a salvo, começam a tentar argumentar com um tipo que está farto da multidão até aos cabelos como se isso fosse servir de alguma coisa.
Naquela circunstâncias, após aquele tempo de contenção, deve haver uma raiva contida naqueles polícias de tal forma grande que não vão estar a prestar atenção a esses argumentos. Irão dispensar a bastonada da ordem e seguir para o próximo manifestante "ordeiro". Pelo contrário, os arruaceiros como bons cobardes que são, estão sempre na frente no ataque e na frente da fuga.
Enquanto gritam "tira o capacete", "só bates em mulheres" e outras frases de bravata dignas da capacidade cerebral que demonstram em abundância.

Hoje são mártires da extrema esquerda. Filmados a atirar pedras acabam todos por dizer que não tinham nada a ver com aquilo. Até há um estrangeiro que anda pela Europa "só a ver manifestações".

Quem paga a estes anarco-extremistas para andar pela Europa em manifestações? Quem os acolhe no país? Chegam mesmo na hora do início da manifestação? Obviamente que não. A agitação é calculada, planeada e paga por alguém. Se lerem o 5 dias não é muito difícil perceber quem são.

Seja como for, actos de vandalismo e de destruição da propriedade pública e privada têm de ser punidos. Trabalho comunitário é bem vindo. A fazer recolha de lixo nos eco pontos para aprenderem como se devem usar e não os confundir com material combustível para protestos mentecaptos.

O que se assistiu ontem não é indignação com um motivo. É violência gratuita. Planeada e paga, afirmo-o outra vez.

O comunicado da Amnistia Internacional é mais uma amostra da forma como uma instituição que deveria lutar pelas causas dos inocentes que não se podem defender ou dos culpados incorrectamente ou excessivamente castigados escolhe defender um grupelho de hooligans. Mas nunca vi um comunicado a tecer as mesmas considerações pelo desempenho da polícia num qualquer jogo de futebol. Não há semelhanças? Todas. Absolutamente igual. A Delegação Portuguesa da AI não gosta de futebol nem dos seus adeptos mas gosta dos anarco-extremistas de esquerda? Pois parece que sim.

Em suma, os "inocentes" que levaram umas bastonadas no focinho acabaram por merecer o que lhes aconteceu. Uns porque foram suficientemente estúpidos para pensar que podiam fazer aquilo horas a fio e nada iria acontecer. Os outros porque ficaram a ver. Não ter o mínimo instinto de preservação ou ser incapaz de manifestar repúdio por aqueles comportamentos, que duraram mais de uma hora, abandonando o local não merece melhor tratamento.

São como os palermas que abrandam para ver o acidente. Às vezes a ponto de serem envolvidos noutro.

No fim de tudo a actuação da polícia foi exemplar. Pelo estoicismo dos agentes, pela sua moderação ao avisar repetidamente os manifestantes e no fim por terem levado a cabo o trabalho para que são pagos de forma muito eficiente.
Os nossos agradecimentos.

Hits rock bottom and keeps digging

Não é fácil ser como Seguro. Requer muitos anos a viver num mundo de faz de conta. Num mundo em que qualquer medíocre passa a génio capaz com o marketing adequado.

Juntem a isto a capacidade interminável de mentir e terão José Seguro.

As declarações dele são qualquer coisa que convém analisar com alguma profundidade
O secretário-geral do PS, António José Seguro, afirmou hoje que, se assumir as funções de primeiro-ministro, a austeridade económica e financeira será uma "necessidade" mas não uma estratégia prioritária por parte de um seu Governo.
António José Seguro falava no Centro de Congressos de Lisboa, perante uma plateia de empresários e economistas no âmbito da conferência "Fórum para a Competitividade".
A apresentação do líder socialista aos presentes foi feita pelo antigo presidente da Confederação da Indústria Portuguesa Pedro Ferraz da Costa, dizendo que o líder socialista "fala em alternativa [para o país, mas sem a explicitar] ".
António José Seguro, na sua intervenção, vincou que "há ano e meio" que sustenta que a actual política de austeridade do Governo "falhou", porque a prioridade "deve ser colocada do lado da economia e do emprego, conciliando com rigor e disciplina orçamental".
Já estou um pouquinho farto de  o ouvir dizer "se assumir as funções de 1º ministro" faz isto ou faz aquilo.
Em primeiro lugar alguém deveria chamá-lo de lado e dizer-lhe: "Olha, Tózé... tu és um bocado básico e dotado de uma capacidade de entusiasmar mais ou menos do nível de uma carrada de brita. É bem provável que sejas apenas um líder para queimar na actual conjuntura do PS. Não tenhas muitas ilusões, ok?"

Ele declarar que a austeridade seria uma necessidade é quase digno de gargalhada. Ninguém acredita, ou então se acredita não só é parvo como completamente incoerente, que a austeridade é para este governo uma paixão.

Se assim fosse o que dizer do ódio meio deslocado a Merkel pela imposição da austeridade? Ou bem que é ela ou bem que é este Governo que o faz de modo próprio.
Mas depois acusam o governo de apenas seguir o que Merkel manda fazer (???)

Não bate a bota com a perdigota.

Ele sabe perfeitamente que a austeridade é uma necessidade. E é-o porque nos é imposta para podermos receber ajuda externa.
Afirmar, sem o fazer claramente, que os outros a aplicam porque acreditam piamente na austeridade sem propósito e que ele apenas o faria porque é necessário é digno dum verdadeiro palhaço da política.
É um exercício de uma baixeza incrível e que não passa despercebido aos que estão mais atentos a estas coisas.

A necessidade advém de o SEU partido ter partido TUDO a camartelo. Deixou as contas públicas em tal situação que tivemos de mendigar. E quem empresta não gosta de ver o mendigo a desbaratar o que é dele e EXIGE austeridade. Mas quem tornou Portugal num mendigo foi Sócrates. Não me consta sequer que ele não fizesse parte da bancada ou que tivesse tomado posições opostas ao tresloucado desbarato do seu secretário Geral.

De uma certa forma ele criou a necessidade.

Mas mudou de discurso. A falta de coragem é outra característica de Seguro. E está sempre a vir à tona de água. As suas alternativas vazias e impossíveis de concretizar esbarram no seu próprio discurso.
Como é que ele numa mesma ocasião fala de austeridade "necessária" e de prioridade que "deve ser colocada do lado da economia e do emprego, conciliando com rigor e disciplina orçamental".
Como concilia ele a austeridade com o fomento da economia e do emprego? Ainda um dia destes falava de emprego "subsidiado", ou melhor de estágios...

A verdade é que Seguro não tem soluções. Nenhuma. Porque é um básico, e totalmente incapaz de pensar "fora da caixa".
Seguro é um produto duma educação política viciada em que as soluções vinham sempre à custa de dinheiro que agora não tem. Na falta de dinheiro quase tudo o que possa propor é irrealizável.
Estando por fora da realidade concreta dos números puros e duros o que lhe resta propor é apenas "wishful thinking".

Seguro é um tolo irrelevante. Não pode parar de falar porque se esquecem dele. De cada vez que fala não tem nada para dizer.
Ainda por cima não tem a vantagem do BE ou do PCP que não são directamente envolvidos no que aconteceu ao país. Seguro é um digno herdeiro da trampa que é o PS. Ele é cúmplice em toda a linha da porcaria que ocorreu com Guterres e com Sócrates.
Seguro é um palerma maleável como plasticina, sem carisma, sem ideias, tão entusiasmante  ou contagiante como a peste e completamente impreparado para gerir sequer um partido, quanto mais um país.

Quando eu pensava que ele não conseguia descer mais baixo, aí está ele a contorcer-se nas palavras como qualquer imbecil apanhado em flagrante.

A estátua

Este é mais um dos tais casos em que se critica o resultado e não as causas.

Jorge Coelho, qualificadíssimo CEO da Mota Engil afirmou há algum tempo que quem conseguisse reverter a situação endémica de prejuízo operacional das empresas de transportes merecia que lhe fosse feita uma estátua.

De facto a tarefa não é fácil. Empresas habituadas a um saco sem fundo, enquistadas de péssimos hábitos e de péssimos gestores são difícilimas de recuperar. Ainda mais quando se sabe que a actualização tarifária ficou sem ser feita durante anos a fio.

Não é liquido que as empresas públicas de transportes tenham de dar lucro. São um serviço público que visa proporcionar acessibilidade a todos os cidadãos e isso tem custos que podem ter de ser suportados pelo OE.

Mas o problema destas empresas vai muito para além disto. A CP, Metro do Porto, Carris e Metro de Lisboa contraíram empréstimos em valores absurdos. Talvez para suprir a falta de dotações estatais para investimento ou modernização da rede, mas a verdade é que muitas delas estão numa situação de não conseguir sequer pagar as tranches desses empréstimos que estão a vencer.

A CP por exemplo invoca investimentos na rede para a contração de dívida que foi fazendo ao longo dos anos. Estranho que mesmo assim a cobertura geográfica da rede se tenha reduzido substancialmente mas não sou um especialista de ferrovias.

Quando este governo entrou em funções encontrou 18.000 milhões de dívida no sector. Prejuízos operacionais crónicos. Juros e tranches de empréstimos a vencer. Um cenário de perfeita catástrofe.
Perante o que se sabia, voltar a situação era de facto uma tarefa impossível.

Se bem se lembram houve uma gritaria dos diabos por causa da supressão de carreiras, de limite de horas para certas carreiras e subida de tarifas. Tudo isso aconteceu.
Como é hábito temos os arautos da esquerda a resistir a toda e qualquer intervenção com o pretexto da desigualdade, do limite de acesso aos serviços e até de agenda ideológica. Como se por um passe de magia se pudesse resolver este tipo de problemas deixando tudo ficar como está.

As alterações terão dado algum resultado. A atenuação dos prejuízos operacionais é uma realidade bem patente. Isto depois de o governo ter avançado com o pagamento de tranches de empréstimos a vencer no valor de milhões largos de Euros.

A Carris e a Metro de Lisboa conseguiram entrar no positivo (operacional) ficando o Metro do Porto e a Transtejo ainda abaixo da linha de água.

Se este tipo de resultado não tem mérito não sei o que terá. Pagamos mais pelos passes  pelos bilhetes é certo. Mas num país virtualmente falido é preciso fazer alguma coisa para sair do buraco.Se mantivermos na mesma tudo o que é operação deficitária que pesa no OE nunca mais saimos de onde estamos. Agravado de juros pela passagem de tempo o que torna tudo muito pior.

Nas redes sociais e nos jornais a ironia do Secretário de Estado dos Transportes é passada como arrogância e fortemente criticada.

Mas vejamos a coisa por outro prisma.
O CEO da Mota Engil, que deverá ser alguém com capacidade para encontrar soluções inventivas para as crises afirmou que era um tarefa impossível. Se alguém conseguisse deviam eregir-lhe uma estátua.

Isto diz-nos imediatamente que se Jorge Coelho, que já foi ministro, estivesse a liderar um processo destes falharia estrepitosamente. E só não o faz na Mota Engil porque no seu cargo dourado não tem de fazer rigorosamente nada.
Haverá profissionais competentes na Mota Engil que tomam as decisões com que sua eminência concorda a posteriori.

Se Jorge Coelho tivesse problemas difíceis ou polémicos para resolver faria como sempre faz qualquer "bom" político. Nada. Nada que perturbe o povo eleitor que depois vota neles.
Preferem ver o mundo colapsar em troca de mais uma eleição ganha. E porquê? Porque uma eleição ganha é acesso ao poder e por atacado ao dinheiro sem fim que esse poder pode significar.

Esta é a mentalidade de Coelho e de muitos outros políticos incompetentes que têm passado pela nossa política.

Onde é que pessoas da craveira dele e de Vara ou de Fernando Gomes poderiam exercer os cargos que exercem se não fosse por favor político?
Jorge Coelho pode até estar convencido que chegou ao lugar onde chegou por mérito. A cada um o seu grau de alucinação. A verdade é que Coelho é um básico inculto e com esperteza saloia. Um tipo que é nomeado CEO duma empresa da dimensão da Mota Engil que teve de aprender inglês à pressa para não ser escandaloso.

A ironia do Sec de Estado dos Transportes é uma flechada certeira no coração do monstro xuxa e de todos os seus membros. É a confirmação clara de que eles são maus e estão convencidos que não há ninguém melhor.
Bastou um ano. Um ano para reverter a merda interminável que eles fizeram no sector durante anos.

Ora façam lá uma estátua ao homem. Mas não a Passos Coelho. Aqui o mérito é de Àlvaro Santos Pereira.

De bronze e de preferência num sítio visível.
Mandem a conta ao Coelhone que com o que o gajo ganha deve poder pagar isso sem pestanejar.

O vídeo que devia ser feito para retratar o que somos

Entre as boas facetas deste nosso povo há uma que é muito característica e que inquina desde há anos este nosso pobre país.
É duma certa forma a outra faceta do nosso proverbial desenrascanço. Mas é a faceta má.

É que há quem consiga desenrascar-se admiravelmente e há aqueles que apenas tentam e falham estrepitosamente.

O português procura quase sempre soluções criativas para os problemas, mas no caso dos políticos essa estratégia parece enfermar dum mal: O desenrascanço deles é só de boca. Não conseguem fazer nada. Não é por acaso que a única forma que tiveram de se desenrascar na vida foi terem enveredado pela política.

Andam por estes dias muitos deles a fazer contas de cabeça para perceber como não cortar 4.000 milhões de Euros para o OE de 2014.
E saem-se com soluções dignas de figurar na lista de soluções estúpidas.
Uma delas é a redução dos juros do plano de ajuda. Como se por acaso todos os juros que vamos pagar em 2013 fossem desse empréstimo.
Acontece que dos 8.000 milhões, apenas 30% (2.400 milhões) são do empréstimo do plano de ajuda, ficando ainda 5.600 milhões dos empréstimos de várias maturidades contraídos durante o governo do FDP de Paris e do seu ministro incapaz. Juros esses que ninguém fala em renegociar. Porque mesmo que tentassem os credores prontamente fariam destacar o dedo médio da mão.

Mesmo que se reduzissem os juros do plano de ajuda a metade (coisa verdadeiramente improvável) ficariam 6.800 milhões para pagar. O que ou muito me engano ou ainda continuaria a ser um dos maiores "ministérios" do orçamento. A verdade é que esta solução desenrascada e repetida até à exaustão por políticos que não sabem fazer contas e jornalistas com deficiência mental, não é solução nenhuma. É só mais uma de muitas que nos trouxe até aqui.
As outras brilhantes soluções redundaram sempre na contração de mais dívida ou mais encargos. Os governos "desenrascaram-se" a ter ideias que acabaram sempre em dívida.
A coisa chegou ao ponto de ter de se pedir emprestado para pagar despesas correntes do Estado. Salários e pensões. Um país bem gerido sem dúvida nenhuma.

E é por isso que quando vi o vídeo apadrinhado pelo Professor Marcelo só me dá vontade de os mandar à merda.
A coisa está posta da mesma maneira que muitos portugueses usam para justificar a sua falência familiar: "o banco aliciou-me"

O que aquele videozinho de caracácá insinua é que foi a Alemanha que nos lançou o isco dos empréstimos para depois lhes comprar os carros, os submarinos etc etc.

E tal como se pode dizer a uma pessoa que ela tem a última palavra na tentativa de aliciamento, o país tinha exactamente a mesma opção. Dizer não.
Precisávamos de modernizar a nossa frota com 3 submarinos (notem que Guterres fez um acordo para 3 e não 2 como acabaram de ser comprados)?  Precisávamos mesmo de comprar 37 Leopard 2A6 à Holanda para que os Generais de Cavalaria tenham uns tanquezinhos novos para ver desfilar?

Não. Podíamos ter dito que não.

Podíamos ter feito o Euro 2004 com 4 Estádios. Mas fizemos Luz, Alvalade, Dragão, Bessa, Algarve, Braga, Coimbra, Guimarães, Leiria, Aveiro. 665 milhões deitados pelo cano abaixo.
Podíamos ter dito que não.

As autoestradas sem trânsito em regime de PPP's. Precisávamos delas todas? Sem trânsito que o justificasse, apenas para satisfazer o lobby do alcatrão e alguns autarcas caciques deste país? E onde está o desenvolvimento regional que elas prometiam criar? Quantos milhões em dívida?

Estes palhaços que andam a defender a teoria da redução dos juros foram os mesmos que acharam lindamente que se fizesse um Aeroporto em Beja (que está às moscas). Defendem agora que só falta a auto estrada para Beja para o Aeroporto realizar o seu potencial. Essa auto estrada vai ser também em regime de PPP? O Aeroporto é para exportar bolota por via aérea? Carne de porco preto?
Quantos milhões custam estas aventuras?

A dívida de que estamos a pagar juros é ESTA. 70% desses juros vêm de MERDAS destas. Não vêm de desenvolvimento do país, não vêm de melhores condições de vida ou de ensino, ou de saúde. É de merdas destas.

E depois indignam-se porque quando alguém diz que "vamos ter de aprender a viver com menos" está a insultar os portugueses.
Duvido que esteja a insultar quem quer que seja, mas se for não é a mim. Estará porventura a desagradar à corja de ladrões que agora vê o seu saco de dinheiro minguar. Deve estar a decepccionar aqueles badamerdas da extrema esquerda que defendiam o confisco dos ricos e agora têm o descaramento de dizer que mais de 50% de impostos é demais. E depois aplaudem a medida de Hollande de 75%!!!

Mas que corja de mentecaptos e gente intelectualmente desonesta é esta que passa os dias a comentar na TV e nas rádios?
Mas quem são estes imbecis que defendem o colapso do país pelo não pagamento das dívidas que contraiu?

Dizia hoje um "palermita" no programa do Alvim na Antena 3 que o governo de Sócrates caiu 1 mês depois da manif dos precários em Lisboa.
O estúpido nem sequer reparou que o governo caiu porque já não conseguia financiar-se nos mercados de dívida (o nosso rating tinha passado a lixo) e o PEC IV foi chumbado.
Isto diz bem do grau de imbecilidade do tipo de fulanos que tem tempo de antena neste país.
Dizia o mesmo palermita que as pessoas não podem ter uma visão miserabilista da vida porque têm o direito a ser felizes. E gostam de ir ao concerto e gostam de beber uns copos. De acordo. Mas quem quer fazer isso convém estar seguro de que pode pagar. Eu gostaria de ser feliz  passando umas férias em Teitiaroa. Mas não tenho dinheiro para isso. Nem vou contrair dívida para isso. E depois de atender às minhas prioridades, se sobra dinheiro vou para um sítio modesto no Algarve. Entendeste palerma? A felicidade custa dinheiro e cada um compra a felicidade que pode. A não ser que seja paga por outros o que no caso destes pobrezinhos descontentes com o seu iPhone com plano de dados pago pelos pais parece ser cada vez mais o caso.

Com este grau de imbecilidade não me admira que não tenham ainda percebido que quem tem uma exposição preocupante à dívida soberana é a banca nacional. Não é a Alemanha de Merkel. Esses não compram lixo. Se Portugal fizer default somos nós que nos lixamos. Não é a Alemanha. A banca Alemã já se precaveu aliviando o lastro. Eles não são ricos por serem burros. Burros somos nós. Burros e incapazes de assumirmos as nossas culpas e responsabilidades. A culpa tem sempre de estar com outros. Pois azar. A culpa pode ser dos outros mas nós é que vamos pagar. Ajustem-se.

Se esta gente não comentasse por comentar e se informasse antes de emitir opiniões talvez tivéssemos muito a ganhar. E se em vez de andar a insultar Passos Coelho a cada oportunidade fosse pedir explicações ao PS e ao fdp de Paris porque é que assinaram um acordo que preconizava a redução de 15.000 milhões de despesa em 3 anos talvez fizessem melhor. Mas ainda parece haver alguns pruridos da esquerda esclerosada e idiota em apontar o dedo a um partido de "esquerda". Que por acaso acusavam à boca cheia de fazer uma "política de direita".

Ora vão badamerda se faz favor. Vão badamerda. Os Jerónimos, "Arsénicos", Louçãs, Semedos, Marcelos, Capuchos, Seguros e demais ralé da política. Vão badamerda.

O Bloco

Quem ligasse hoje a televisão ficaria a pensar que decorria o congresso de um dos maiores partidos do país.
Discursos, entrevistas, perguntas a militantes com "interpretações" de lencinhos da OLP ao pescoço. Militantes novos, velhos e alguns supostamente mortos.

Na SIC, SIC notícias, TVI, TVI24.

Vi o Louçã insultar não sei quantas vezes Isabel Jonet. Vi-o desdenhar da ajuda que o Banco Alimentar dá a muitos neste país que não têm a sorte de viver duma cátedra paga com dinheiros públicos. Ouvi-o chamar-lhe caridadezinha. O porco. Vi tudo isso. E muito mais.

Vi um ajuntamento de gente que discute entre si qual o grau de comunismo que é o adequado, que persiste em querer transformar o país num estado pária. Vi gente que não mexe um dedo para ajudar o seu semelhante.

A sua "luta" é caricata. Eles são a caricatura do boneco dos "Homens da Luta". Um megafone, palavras de ordem, uma guitarrinha e está a coisa feita.

Mas eles são nas últimas eleições 288.973 em todo o país. Por oposição aos partidos do Governo que foram 2.159.742 e 653.987 respectivamente.
E é este grupo de imbecis, que viu o seu eleitorado reduzido a metade que EXIGE eleições antecipadas...

São estes patetas os foragidos do PCP e reciclados da extrema esquerda que discutia pelos idos de 75 quem era mais puro do ponto de vista do comunismo - Lenine, Estaline, Mao ou Kim Il SUng.

É este o partido de gente que nunca na sua miserável vida fez nada para melhorar a vida dum seu semelhante. São na sua maioria funcionários públicos. Luis Fazenda, Louçã, Fernando Rosas, Semedo.
Ao contrário do que acontece por exemplo com o PCP. O Bloco considera-se uma elite intelectual com toda a certeza de que é detentora da única verdade possível. A sua.

E vai daí, é arrogante. Um rato com rugido de leão. Um partido que pode muito bem regressar à triste representação na AR durante várias legislaturas - 1 deputado.

Ter o partido mais insignificante do espectro partidário a apelar a um governo de esquerda colocando de fora o PS e o PCP só pode ter uma explicação - esta gente devia estar em tratamento num hospital psiquátrico.
Ou vivem sob a influência de substâncias que alteram fortemente a sua percepção da realidade ou são doidos varridos. Ouvindo um ou dois discursos inclino-me  para a segunda hipótese. Precisam mesmo de uma gotas de lítio e de uma camisa de forças.

Penso o que seria um país com a gestão entregue a gente deste calibre. Tenho dúvida que consigam sequer gerir o dinheiro dos outros. Porque é disso que se trata. O dinheiros dos outros, dos ricos dos banqueiros, dos burgueses, dos ladrões.

Comparemos a cobertura mediática que se dava a estes grupelhos fragmentados da esquerda radical com o que se faz hoje.
É pela importância eleitoral do partido que se justifica este mediatismo? Nem os congressos do PCP têm cobertura semelhante. Nem de perto.
É pelas suas ideias? Têm mérito? Querer parar com a fonte de dinheiro que ainda nos sustenta?
É mesmo isso que esta esquerda bem pensante confortavelmente sentada em lugares dos quais não pode ser despedida quer que aconteça?
São irrealistas ou irremediavelmente estúpidos?

Pelas palavras de Daniel Oliveira é mais ou menos óbvio que o que eles gostam é de falar. É preciso um Daniel Oliveira vir dizer-lhes que sem o PS nunca poderá haver "governo de esquerda". Eles não repararam nisso ou estão tão embrenhados nas suas masturbações intelectuais que preferem negar a realidade.
Mas Oliveira disse mais. E disse uma coisa que é bem o retrato do que permite um partido como o Bloco viver. A citação não é literal mas foi mais ou menos isto:
"sem uma degradação severa das condições de vida em Portugal (que não podemos desejar) o não haverá um governo de esquerda que exclua o PS"

Ou seja, sem miseráveis desesperados a esperança de ver o Bloco chegar ao poder, é nula.

E são estes tipos e uma tal de Raquel Varela que dizem que Isabel Jonet "acha" que quantos mais miseráveis houver mais benefícios ela retira disso. A quem é que aproveita a miséria e o descontentamento?
Só alguém que tem exactamente essa agenda é que se podia lembrar de colocar tal enormidade nos pensamentos (nem é na boca, é nos pensamentos) de outra pessoa.

Agora digam-me lá se Raquel Varela não é mesmo um balde de esterco. Agora digam lá que o Bloco é mais do que um ajuntamento de demagogos com um discurso populista e vazio.

Estou indignado, sinto-me insultado... raios, bolas

Há duas grandes maneiras de encarar a realidade.
Uma é a de perceber que há determinadas coisas que não têm remédio ou que não temos a capacidade de as mudar.
A outra é a de negar a realidade e propor versões alternativas de forma constante.

Existe um conflito óbvio entre estas duas formas de pensar. Uns chamam idealistas aos outros e recebem em troca o epíteto de conformados.

Algures pelo meio deve estar a virtude. Mas é uma coisa muito difícil de conseguir. E às vezes não se consegue mesmo.

Por razões que são óbvias é menos provável vermos alguém do primeiro grupo a manifestar-se publicamente. Não por concordarem ou estarem satisfeitos com a situação, mas apenas por terem a noção de que há certas coisas que não mudam mesmo por muito que se fale delas.

O caso mais recente da constante vaga de indignações que vamos tendo é o caso de Isabel Jonet.

Se há alguém que sabe em primeira mão o que é ser solidário e ajudar os outros é sem dúvida ela. O Banco Alimentar faz um serviço por quem precisa que não é comparável em escala a mais nada que exista neste país.
É serio, organizado e mobilizado. E consegue resultados a nível nacional que demonstram bem que o povo português se sabe mobilizar por causas.

Ora Isabel Jonet disse algo que não é novidade para muita gente. E não é novidade porque muitos já fazem exactamente aquilo que ela disse. Passaram a ajustar o seu standard de vida em função das disponibilidades.
Deixaram de gastar em coisas não prioritárias privilegiando a poupança, alguns, ou simplesmente ajustando a despesa à receita. Aquilo que o nosso próprio Estado nunca fez.

É por isso que quando vejo isto "Isabel Jonet acusada de usar a fome como arma política" como titulo de uma notícia do Público fico triste. Fico triste porque sei que Isabel Jonet merecia melhor. Porque independentemente do que diz ou da forma como o diz não merece este tipo de tratamento.

Por um lado temos uma pessoas como Soares a dizer o maior chorrilho de disparates de que há memória sem qualquer reacção desta corja politicamente correcta e por outro temos este tipo de reacções absurdas apenas por se dizer algum que é do mais básico senso comum.

A sopa em que mergulhou a polémica tem como principal ingrediente o facto de Jonet ter afirmado que “os portugueses vivem muito acima das possibilidades” e que, por isso, vão ter que “aprender a viver com menos”. “Vamos ter que empobrecer muito, vamos ter que viver mais pobres”, disse, em conclusão, a presidente do Banco Alimentar (BA), na quarta-feira em directo no programa Última Edição, na SIC Notícias, onde se debatiam as causas e consequências da actual situação de crise generalizada.

As reacções de indignação multiplicaram-se logo nas redes sociais e, numa carta aberta publicada nesta quinta-feira na Internet pelo Movimento Sem Emprego, Jonet é acusada de proferir “insultos”, “declarações aviltantes” e de “mascarar de caridade o saque que estão a fazer às nossas vidas”.

Redigido em tom agressivo e desafiador, o documento dirige-se à responsável pelo BA dizendo que “o tamanho dos seus disparates não abafa os murmúrios da pobreza e miséria”. Assumindo-se como a voz do “milhão e meio de desempregados”, diz ainda que “o tempo não é de substituir o ‘Estado Social’ pelo ‘Estado de Caridade’, mas de pelo menos ter tanto cuidado com os pobres como com aquilo que se diz”.

Contactada pelo PÚBLICO, Isabel Jonet disse não querer fazer qualquer comentário sobre a polémica suscitada pelas suas afirmações, deixando entender que a questão poderá ser devidamente enquadrada e esclarecida no âmbito duma próxima campanha para a recolha de alimentos.

Nesta quinta-feira foi também lançada na Internet uma petição para “a demissão imediata de Isabel Jonet do cargo da presidência do Banco Alimentar Contra a Fome”. O pedido é justificado por as suas declarações constituírem “uma enorme falta de respeito para com os cidadãos pobres deste país”, cuja situação de desespero “não se coaduma com as políticas de um Estado caritativo” que Jonet é acusada de defender.

Além das questões de substância, a carta aberta assume também um tom de violento ataque pessoal à presidente do BA. “Sabemos que olha para os pobres com desdenho, nojo, pena. Sabemos que na hora de fazer a contabilidade aquilo que a move é a sua canja, o seu ceviche, não o caldo dos outros”, diz o texto, sublinhando que “o mundo de Jonet é o mundo da classe dominante, do privilégio, da riqueza (...), dos esterótipos que ajudam a lavar o sangue que lhe escorre das unhas”.

A carta terá sido redigida pela historiadora Raquel Varela, autora do estudo “Quem Paga o Estado Social em Portugal”, que em declarações à TSF se mostrou “incrédula” e “indignada”, acusando mesmo a presidente do BA de “usar a fome como arma política e promover o retrocesso social”.

É óbvio que o que está a fazer é actividade política”, afirmou. No seu entender, “a fome é um pesadelo que não pode ser usado” e o acesso a mantimentos de qualidade “não é distribuir pacotes de açúcar e arroz”. Até porque, frisou, “temos hoje um padrão histórico novo, com pobres gordos e ricos elegantes, justamente porque a fome não é só uma questão calórica”. Ou seja, a diferença entre a canja e o caldo.
Vamos então começar. Esta imbecil insultuosa que dá pelo nome de Raquel Varela é obviamente alguém engajado politicamente da área da extrema esquerda. O que torna mais interessante a afirmação por si proferida: "é óbvio que o que está a fazer é actividade política".

Tenho a absoluta certeza que a relevância para a sociedade de Isabel Jonet e da sua obra é incomparavelmente maior que a de Raquel Varela.
Independentemente do que Isabel Jonet possa dizer ou não, e concordo com muitas das coisas que ela diz apenas pela constatação da realidade, a sua obra fala por si. A sua capacidade de mobilização é ímpar.
Por outro lado Raquel Varela é na melhor das hipóteses sectária na sua visão da história e do mundo. Podemos chegar mesmo ao extremo de dizer que por muitos doutoramentos que tenha parece não passar duma alienada preconceituosa ao ponto de escrever coisas como "lavar o sangue que lhe escorre das unhas": A Raquel Varela escorre-lhe a merda da boca. A merda em que provavelmente chafurda e da qual se alimenta.
Há hoje a mania de esconder atrás do título académico (historiador, investigador, etc) uma agenda carregada politicamente que parece conferir legitimidade e imunidade a esta corja de idiotas, que nada tem a ver com uma apreciação isenta dos factos ou sequer da realidade.

O facto de alguém ter vindo de famílias endinheiradas não menoriza aquilo que faz pelos outros.
É preferível isso a esperar que os outros façam alguma coisa como parece ser o caso desta gente para quem a acção se resume a falar, ficar indignado e ganhar "debates"
Hoje no governo Sombra da TSF alguém dizia isto:
Se alguém der comida a um faminto só para aparecer ao público como uma alma caridosa, isso pode ser condenável moralmente, mas o facto de o pobre ter deixado de ter fome é OBJECTIVAMENTE uma coisa boa, independentemente das razões pelas quais isso aconteceu.
E é por isso que vemos a direita católica a ajudar quem precisa no bairro da lata quando é preciso e não vemos os activistas da extrema esquerda a fazê-lo.
Porque eles acham sempre que o problema é algo que deve ser resolvido pelo estado e como tal temos de mudar o estado. Se no entretanto morrerem umas quantas pessoas à fome antes dessa mudança do estado acaba por ser um problema de menor importância. Caridade é maldita. Ajudar o próximo é sintoma duma praga social.
O país está mal e isso ajuda estas pessoas solidárias e caridosas a "parecer bem" perante a opinião pública, logo a miséria e a fome são desejáveis para estas pessoas.

A extrema esquerda é que não grassa nos meios sem miséria.
Não há nada de mais baixo do que aproveitar-se da miséria alheia para fins políticos. Apelando apenas aos instintos mais baixos das pessoas ou apenas aproveitando o seu estado de necessidade.
Curiosamente a extrema esquerda nem nesses meios consegue adeptos.
A extrema esquerda não ganha eleições. Anseia por revoluções que quando acontecem conseguem tornar TODA a gente miserável.

No nosso país a extrema esquerda é chique, é "pensante" e francamente incapaz de fazer o que quer que seja. Ficam-se pela discussão estéril em vez da acção prática. Aliás quase todos os ideólogos da esquerda e extrema esquerda se caracterizam por vidas confortáveis, diletantes em que têm tempo para pensar em "novas sociedades" mais justas. Nas quais eles têm sempre um papel de linha da frente, de liderança. Com todos os privilégios que isso significa
E como que a confirmar este estereótipo (sim é um estereótipo) aí temos uma doutorada em História da extrema esquerda...

O mínimo que se pode dizer da carta de Raquel Varela é que ela revela que a autora é uma besta.
As afirmações são completamente desproporcionadas, insultuosas e revelam bem a mania que este tipo de cretinos tem de colocar intenções nas palavras dos outros, ao ponto de acharem que sabem o que os outros pensam. Este tipo de tom acusatório é tão típico da extrema esquerda que são lendários os julgamentos fantoche realizados nos países sob as garras de gente assim.

Julgam-se intenções (especulativas) acusam-se pessoas de serem isto ou aquilo por uma qualquer razão. Normalmente por questões de mero desacordo. É o tipo de gente que "adora" ser contrariada.

Ao ler a carta de Raquel Varela a única coisa que me ocorre pensar é: Isto é uma doutorada em História que os meus impostos ajudaram a formar?
É isto a academia? São estas as pessoas que ensinam os nossos filhos na Universidade?
Que têm este tipo de visão preconceituosa dos outros ? ("Sabemos que olha para os pobres com desdenho, nojo, pena. Sabemos que na hora de fazer a contabilidade aquilo que a move é a sua canja, o seu ceviche, não o caldo dos outros")

Aí temos mais uma burguesa wannabe da esquerda chique fotografada com o seu ar burguês e o seu colarzinho de pérolas para juntar a mais um sem fim de desocupados que militam na extrema esquerda "moderna".
Mas não subestimemos este tipo de pessoas. Numa conjuntura favorável tornam-se capazes de fazer as coisas mais inacreditáveis. A eliminação fisíca, tortura e outras delícias do cardápio não lhes são alheias. Destilam ódio pelos outros absolutamente seguros do mérito das suas ideias.

Se algumas das coisas que IJ disse podem ser tidas como menos felizes (e ninguém gosta de ouvir algumas verdades) a resposta de Raquel Varela não é sequer da mesma liga. É puro vitríolo. Duma pessoa que parece assomar ao mundo pelas piores razões.

A triste realidade é que a realidade não tem duas versões. Na situação de desgraça económica do país não há outra solução que não seja viver com menos. Isso é inevitável quando o que entra nos orçamentos familiares é menos. Podem os esquerdoídes gritar, bufar e chorar baba e ranho.
Até as coisas melhorarem temos mesmo de viver com menos. Quando vão melhorar? Pois não sabemos. Vão melhorar até onde tinham estado? Dificilmente. Nunca nos próximos 10 anos.

A organização de Isabel Jonet já ajuda milhares a ter COMIDA. Coisa que esta Raquel Varela e toda a corja de reclamantes não faz. Quantos destes desempregados vociferantes vão oferecer os seus serviços como voluntários a instituições como esta? Quantos? Quantos se vão oferecer como voluntários ao banco alimentar para os dias de recolha?
A Raquel Varela de certeza que não. Deve preferir beberricar um latte ou um cappucino num sitio qualquer da moda enquanto folheia um escrito de Bakunin. Entre Raquel Varela e uma pazada de esterco... prefiro a pazada de esterco. Sempre serve para por no canteiro das flores.

Ora metam a indignação naquele sítio...

NO U TURN

O secretário-geral do PS, António José Seguro, aproveitou a reunião da comissão política do PS desta segunda-feira à noite para apresentar o partido como “reformista” mas não como liquidatário do Estado Social.
Como todos os merdas sem espinha dorsal, Seguro não desaponta.

Posso ser eu o único a  detectar subtilezas semânticas nas afirmações, mas detecto.
A 1ª posição foi: Ficamos de fora e estamos contra.
Esta é muito diferente da primeira. E fala em "reforma" por oposição a liquidação como se a liquidação fosse tout court o que o Governo se propõe fazer.

Não acredito que assim seja. Se fosse não era preciso trazer consultores e perder tempo em reuniões. Liquidava-se a já estava.

Ao ver ontem no prós e contras a triste esquerda com Bernardino Soares e Heloísa Apolónia (alguém devia cortar na cafeína desta fulana) com as suas certezas de que vai haver roubos, negociatas e descalabro, a única possibilidade de termos um Estado moderno e eficiente é claramente um consenso das força que não os incluam.

Não há qualquer hipótese de discussão construtiva com gente delirante, com os pés numa realidade alternativa e completamente alheia à desgraça que é a visão socializante e comunizante duma sociedade. A destruição completa.

Podem por as suas peles de cordeiro e falar dos pobrezinhos, mas a verdade é que as suas ideias brilhantes raramente pensam nos efeitos colaterais. Falam da banca como um inimigo mas esquecem-se que com uma banca falida e ineficaz ficamos na mesma. Não se lembram do que resultou a nacionalização selvagem da banca? Juros de 30%? Economia estagnada e dois planos de ajuda do FMI pelas mãos de Mário Soares?

O PS não sabe o que quer. Nunca soube. Não tem realmente um rumo para o país e faz as coisas numa espécie de competição acéfala por votos.
Toma decisões completamente imbecis, repete-as e espera resultados em condições.

Ao ler este artigo no blog PPP Lusofonia é bem evidente esse drive político sem travão, sem consciência e totalmente alheio às consequências. O PS sempre foi assim. Sempre foi o partido refúgio dos que não achavam ser comunistas no pós 25 de Abril mas tinham vergonha de ser do PPD.
Nele se juntou muito maoista reciclado e muito oportunista que rapidamente percebeu que mais vale militar num partido que pode aceder ao poder com regularidade.

Aquilo que Seguro quer fazer (Reformar) só pode ser para acabar com a bandalheira generalizada de gastos não orçamentados, ineficiências absurdas e injustificadas. Algo que desde Cavaco Silva (e com ele) se tem feito neste cantinho miserável da Península Ibérica.

Governo admite extinguir empresas públicas deficitárias
Ministro das Finanças terá mais controlo sobre as empresas do Estado
A lei do Sector Empresarial do Estado, que o Governo submeteu na sexta-feira ao Parlamento, abre a porta à extinção de empresas públicas que acumulem resultados negativos durante três anos.
 Isto é reformar o Estado. Isto é acabar com os sorvedouros de milhões que existem por todo o país. A rede de empresas deficitárias sem propósito que não seja proporcionar lugares de chefia para gente incapaz. A rede de empresas municipais criadas exclusivamente para criar lugares de administração fora das regras da contratação pública.

Vai ficar muita gente desempregada. Ah pois vai. Mas facilmente se pode integrar quem realmente trabalha nestas empresas nos quadros autárquicos e eliminar os cargos de chefia supérfluos e colocando a tutela em serviços camarários.
Só isto significaria uma poupança enorme num ano.

Mas quando o PS vê este tipo de coisas vê algo que o cidadão não vê. Vê a garrafa meio vazia. Os lugares (aos milhares) de confiança política que estas empresas asseguram desaparecerão. Para eles e para os outros.

Note-se que nestes lugares estará muito fulano do PSD. Ter o Governo a fazer isto é um sinal de claro desprendimento e do reconhecimento que há coisas que não podem continuar.
O PS nunca faria isto. Faria o contrário, como o fez abundantemente. Criou uma estrutura paralela ao Estado.
A mentalidade está tão arreigada que António Costa na CML criou lugares de assessores que duplicam efectivamente as funções de funcionários da câmara. Substituiu funcionários de carreira por contratados rosa.

E quem diz este potencial candidato a 1º ministro diz centenas deles por esse país fora.

Para eles uma reforma que acabe com isto é a liquidação do "seu" Estado Social. E isso é para já a única coisa que lhes resta.

Seguro sabe que se ficar de fora se torna irrelevante. Sabe que se o governo começar a atalhar neste tipo de coisas verá a sua taxa de aprovação subir. Afinal o que as pessoas criticam é a lentidão. Se for feito alguns dirão que foi tarde de mais, mas outros regressarão à esperança de ver um Governo do PSD fazer realmente aquilo que o povo lhe pediu para fazer.

O PS está numa posição crítica. Não pode dizer que sim a tudo nem pode dizer que não a tudo. o PS sabe que foi durante a sua gestão e 1 mandato e meio, que o país foi atirado para a ruína.
Se a reforma do Estado tem começado em 2006 não estaríamos hoje a deitar mão de medidas deste calibre.
O PS não tem fuga possível. E nem podia ter. o PS é o ladrão apanhado em flagrante. Não pode simplesmente dizer que estava a tirar o pó às notas.

Se as soluções do PS fossem plausíveis, talvez tivesse um hipótese. Mas as soluções ou são uma palermice pegada ou são como as do Bloco e do PCP : "temos de fazer com que o BCE empreste aos países a 0.75% como faz com a banca"

E quem é que força o BCE a fazer isto? Portugal, Grécia e Irlanda por oposição à posição da Alemanha e dos próprios estatutos do BCE?
E se os estatutos forem mudados quanto tempo é que isso leva a fazer? 1 ano?

As soluções vão desde o impossível passando pelo pouco provável e acabam no patético.

O que o PS fez foi fazer a maior quantidade de merda que conseguiu e depois... esperar o melhor.

Um alemão da Baixa Saxónia vive bem com a nossa austeridade. Como a maior parte de nós olha para a Etiópia, fica triste e depois muda de canal.
Se não fizermos por nós, não é um movimento de massas na Alemanha que nos vai salvar. E nós pela mão do PS e da Esquerda demente não fizemos nada por nós.

O Bloco e o PCP votaram as maiores tropelias e os maiores delírios do PS. Temos hoje por incrível que possa parecer o Bloco e o PS a defender sectores "malditos " da economia como seja por exemplo a construção civil.
Que o PS afirma poder retomar!! A fazer o quê? Mais casas para juntar aos milhares de casas novas devolutas há mais de 5 anos? Mas quem seria o promotor estúpido a ponto de se por agora a fazer mais habitação quando os stocks que temos chegam para 20 anos?

A esquerda chique (croquete+canapé) vive completamente distante da realidade. Vive no seu mundo académico com salários simpáticos a fazer "investigação". A "historiar".
O PCP vive numa realidade que nunca existiu. Num período glorificado "dos trabalhadores" e da "luta" do pós 25 de Abril. Que conseguiu agarrar um país viável (ainda que atrasado) em 1974 e o arruinou em 4 anos.

Estamos num ponto de não retorno. Mudar ou morrer.
Ou o PS ajuda a mudar ou ajuda a morrer. A escolha é simples mas Seguro é um jogador de poker absolutamente miserável, como o é em muitas outras facetas.
Ou ele percebe isto e sobrevive até ao dia em que Costa lhe der um pontapé no rabo num congresso, ou arrisca-se a que o PS escolha outro fantoche até lá. E fantoche por fantoche ainda pode ser que este revele algum sentido de Estado e de patriotismo.
Já que o outro filho da puta antes dele esteve mais preocupado com os seus bolsos e com os dos amigos do que com o país.

Sua Exa. Irrelevantíssima El Conde Borra Botas Seguro

Pois aí está.

Fui ler a carta de resposta de Seguro ao 1º ministro no Facebook.
Não sei porquê esperava que quando ele escreve não se notasse a estupidez e a superficialidade de um líder vazio, oco e oportunista.

Pensei que o problema dele era apenas de expressão verbal. Mas não é. O problema dele é o vazio intra craniano.

E isso é mesmo muito mau. É mau, porque se percebe que a craveira de Seguro é baixíssima.

Um amigo meu diz que ele é "atrasado". Cada vez que o ouço falar confesso que me inclino para essa possibilidade. Seguro é um débil mental, ou muito pior, acha que nós somos débeis mentais. Deve avaliar o povo deste país pelos seus colegas de partido.

Estamos num estado de desvastação económica, sem dinheiro para sustentar o estado tal como ele é.

E Seguro... diz que a alternativa é o crescimento e o emprego....

Não fosse tão ridículo e assustador seria digno de uma boa gargalhada.
Faz-me lembrar o tipo de respostas que o meu filho me dava quando era pequeno e queria que o pai comprasse tudo. Dizia-me para ir à máquina comprar notas quando eu lhe dizia que não tinha dinheiro.

Recuso-me a acreditar que Seguro não perceba que os gastos do estado não podem sugar esta quantidade de riqueza dum país. Recuso-me a acreditar que ele não saiba que não há dinheiro para sustentar um estado assim.

A única possibilidade é tacticismo político. Prefere mais uma vez tentar estar do lado dos "portugueses e das portuguesas" porque está convencido que a maior parte das pessoas acha que o estado deve continuar na mesma.

Ou Seguro é completamente cego ou completamente parvo. Não há um cidadão que seja esmagado por impostos que ache que se deve continuar a pagar tudo e mais alguma coisa como até aqui. O supostos Estado Social de Seguro que mais não é que um pretexto para se alojar nele um ninho de ratos que se aproveitam daquilo que devia ser destinado a quem não tem ou não pode.
O Estado Social não foi pensado para que a corja política e circundante se encha calmamente sem nada fazer durante décadas.

O nosso Estado Social paga pensões de miséria à maioria, não assegura cuidados médicos de qualidade á maioria e não assegura uma educação condigna à maioria.

Alguns podem suprir essas lacunas pagando os seus próprios seguros de saúde, fazendo poupanças ou PPR e colocando os filhos em estabelecimentos de ensino privados. Onde os alunos não batem nos professores e podem ser expulsos se se portarem como delinquentes.
Mas quem faz isso ainda paga tudo e mais alguma coisa para ou outros usufruírem de má qualidade porque uma enorme fatia é pura e simplesmente desviada para um grupo de larápios ligados à política que se vai enchendo com o dinheiro do estado Social.

Quantas pensões pagaria o salário obsceno da ex presidente da administração da Capital da Cultura? E da sua Vogal? e quantas pensões pagariam as obscenas indemnizações que agora pedem?

O Estado Social que Seguro defende com tanta convicção é isto? Só pode ser.

O mais grave é que enquanto o seu líder Sócrates meteu o país a 200 à hora contra a parede nem ele nem nenhum cobarde (dos que falam agora abundantemente) falou. Se falasse perdia os privilégios. Perdia a possibilidade de ser nomeado para um cargo deste estilo (Capital da Cultura). E todos estes palhaços com formações universitárias feitas sabe Deus como, numa fase da vida em que a maioria dos cidadãos já está a trabalhar há anos, só conseguem exercer cargos deste tipo. Em que alegremente arruínam uma instituição qualquer e são inimputáveis.

A falta de visão de Seguro e a sua cobardia são inauditas. Se fosse aquilo que diz ser, estaria presente e defenderia os seus pontos de vista. Não o quer fazer, como o Bloco e o PCP não quiseram estar nas reuniões com a troika por altura do acordo.
Seguro procura legitimidade para criticar.

Receio bem que este seja o seu último estertor como líder.
Seguro é uma nulidade a todos os níveis. Juntar a cobardia a tudo o que já tinha demonstrado não é sequer uma surpresa.

Um país a saque

Lembram-se de Cristina Azevedo? A competentíssima Presidente do conselho de administração da Capital da Cultura 2012?

Pelos vistos esta senhora depois de auferir salários da ordem dos 14.300 Euros por mês (fora mordomias) vem agora pedir uma indemnização de 420 mil Euros por não ter podido voltar ao lugar que ocupava anteriormente na Euronext.
Porém, Cristina Azevedo não voltou a trabalhar na empresa, alegadamente por falta de vagas, e é no facto de não ter sido readmitida que baseia o procedimento judicial contra a FCG, apresentado em meados deste mês no Tribunal de Varas Mistas de Guimarães. Nele, a gestora exige 420 mil euros de compensação pela sua demissão, valor que é apurado tendo como referência os 6900 euros de salário que auferia na CCDR-N e os 61 meses de contrato que ainda tinha com a Guimarães 2012.
Fonte: Público
Aqui a notícia  do Público é verdadeiramente confusa porque fala no salário que auferia na Comissão Coordenadora Regional Norte como base para o cálculo do valor apurado.

Mas há uma coisa preocupante. Ela teria ainda 61 meses de contrato. Ora deixem-me fazer umas contas....
Ela sai em 2011 ou 2012 (não tenho a certeza) e ainda tem 5 anos de contrato? Mas a capital da Cultura 2012 acabava quando? Em 2016 ou 2017? Esta gente ensandeceu? Ou pelo contrário sabem bem como montar uma operação de gamanço em grande escala?

Mas o mais divertido disto é que uma obscura vogal da qual não se conseguia encontrar qualquer CV público pede 800 mil euros de indemnização. É verdade, a Carlinha Morais que era coordenadora do Eixo Prioritário II (seja lá que porra for isto) sem qualquer historial público conhecido quer de indemnização um valor que nem uma pessoa bem paga e que se mate a trabalhar consegue em 10 anos.

Aqui está mais um exemplo cabal do que é a gestão dos dinheiros públicos através de fundações e institutos.
Não se percebe o que fazem, estafam dinheiro como se não houvesse amanhã e no fim, quando postos na rua seja lá porque razão for (e neste caso não creio que a incompetência seja alheia a isto) ainda tentam ir buscar ao Estado 1.200.000 Euros em indemnizações.

Eu sei a que a vida está difícil, mas estou certo que se esta gente tivesse um pingo de competência ou um currículo profissional minimamente credível não teria de recorrer a estes expedientes para ganhar a vida.
Mais, não acredito que estas pessoas não tenham saído com um acordo simpático de rescisão. Tanto assim é que o Presidente da Câmara de Guimarães, um dos primeiros responsáveis pelos desmandos desta fundação, se recusou a falar do acordo que tinha levado à saída destas pessoas. E não acredito que ele tivesse mantido o silêncio se tivessem saído a custo 0.

É que, notem bem, à data da saída desta personagem não havia nos estatutos a possibilidade de ela ser substituída sem concordar com isso. Uma pequena lacuna tornava impossível despedi-la fosse porque razão fosse. Assim, e sabendo que ela saiu, só podemos concluir que o fez com os bolsos cheios.
Este processo não é, porém, o único que a fundação terá de enfrentar por causa da mudança de protagonistas no Verão do ano passado. A vogal da administração liderada por Azevedo, Carla Morais, que foi demitida em Agosto, exige o pagamento de mais de 800 mil euros em tribunal. A antiga responsável pela organização financeira da capital da cultura diz ter sido despedida "sem justa causa" e sem o seu consentimento.
O valor da indemnização é apurado tendo por base o vencimento auferido desde o início das suas funções (12.500 euros/mês) e até ao final do contrato, previsto até 2015. O salário teve também um corte de 30%, mas Morais diz nunca ter concordado com a medida, pelo que exige a indemnização por inteiro.
Fonte: Público
Quanto à vogal, fico surpreendido com o valor. Não existe aquela regra dos 30 dias por cada ano de trabalho? Agora reduzida com a nova lei laboral?
Então a indemnização calcula-se com 12 meses por cada ano de trabalho? Ou 14?

Este foi o post onde eu procurei saber quem eram as criaturas à frente desta fundação Capital da Cultura.
Agora sabemos bem quem são. Parasitas. Incompetentes da cor política do momento. Gente que se tivesse de viver da qualidade do seu trabalho não arranjava emprego. Mas vivem muito melhor do que nós.

Este PS não aprende nada

Há um conjunto de problemas que todos parecem saber identificar.

Um deles, o peso do Estado, é quase consensual se retirarmos a esquerda mais radical sempre desejando que o Estado se aproprie de TODA a riqueza do país. Para eles nunca chega.

Mas o PS reduzido a um mero vapor ideológico desde Mário Soares regressa de vez em quando a um conceito de país e de sociedade que é manifestamente impraticável.

Foi ao longo de uns bons anos que diversos governantes acumularam ineficiências, seja pela manutenção de um status quo "socialista" seja pelo crescimento do Estado em prol das suas cortes oportunistas e sempre desejosas de subir na vida com pouco esforço.

O Estado engordou para lá do que era aceitável. Quase tudo o que é empresa pública acumulou passivos e dívida que fariam corar qualquer sociedade evoluída e, no entanto, a nós isso parecia normal.

Poderia dizer-se que isso eram os custos necessários de certas funções do Estado, mas a dura realidade é que o passivo se acumulava em troca de uma qualidade miserável que não servia minimamente os utentes. Servia sobretudo quem trabalhava nesses sectores do Estado.

Conseguimos a proeza de ter prejuízos numa petrolífera quando ela era do Estado. Vários anos a fio. Façanha única no mundo, acrescente-se.

Nos transportes, de má qualidade duma forma geral, o Estado parecia determinado a destruí-los tornando-os em "alternativas" a nunca considerar.

A empresas de transportes públicos de Lisboa e Porto acumularam dívida a uma razão tão alta que hoje nem são sequer atractivas para ser privatizadas. As receitas nem sequer cobrem os custos operacionais o que as torna em operações falidas à partida.

A nossa ferrovia foi destruída. Sem investimento foi fechando linhas e ramais. Foi-se reduzindo à insignificância e perdeu para o transporte rodoviário o pouco que restava. Foram opções conscientes e certamente determinadas por lobbies.

Mas a realidade é que tal como está o país este Estado não pode continuar a viver como até aqui.
Não há qualquer razão para que o Exército compre Leopard em segunda mão à Holanda que percebeu que não precisa deles (note-se que a Grécia fez exactamente o mesmo). Mesmo que tivéssemos M-60 (um tanque completamente obsoleto que viu o seu último uso na primeira invasão do Iraque na retaguarda) não há qualquer justificação em comprar 37 Leopard 2A6 à Holanda. E depois para transporte de tropas temos... Chaimites. Obsoletos em 1970...
Tal como não há qualquer justificação em comprar submarinos para uma marinha que não tem dinheiro para fazer manter a sua frota de superfície a funcionar.

Não há qualquer razão para que o Estado português sustente uma rede de institutos, obervatórios, comissões e fundações que nada produzem a não ser lugares de chefia para o entorno partidário do momento.

E é num momento de necessidade que urge acabar com isto. A necessidade já existia antes da crise. Mas agora é absolutamente incontornável.

O PS não parece estar muito receptivo a esta opção. Não lhe interessa despojar o Estado dos incontáveis lugares que pode vir a preencher quando volte para o poder.
E vai daí recusa este consenso dizendo que não vai ajudar à destruição do Estado Social. Como se fosse o Estado Social o único a ter sido posto em causa pela sua governação ou como se fosse a única coisa que o Estado tem como obrigação.

Há várias prioridades claras na função do Estado. A segurança, a justiça, a educação, a cultura e a saúde.

Existem outros aspectos que é necessário assegurar. Mas não de uma forma em que seja deficitário fazê-lo quando um privado o faria de forma lucrativa. Como se pode justificar a má qualidade de serviço da CP por oposição à Fertagus? Porque é que uns passam a vida a fazer greves e a causar disrupções na vida dos cidadãos e outros cumprem os horários ao minuto?
Dirão que a Fertagus recebe um valor do Estado para assegurar o serviço sem prejuízo. É verdade. Mas o serviço nunca falha. E a CP falha constante e clamorosamente. Trata mal os utentes ao ponto de os deixar comprar bilhete sem lhes dizer que vai haver mais uma greve (a 32ª do ano) por uma razão fútil qualquer.
E fazem-no porque ao abrigo do estatuto de funcionários públicos sabem que são intocáveis.

A parasitagem e maus hábitos de muitos na função pública escondem do público os bons elementos que a função pública tem no seu seio. E fazem com que um povo esmagado por impostos para pagar estes desmandos não consiga distinguir entre o bom que a função pública tem e o incontável lixo que por lá espera a reforma.

Enquanto o Estado não sacudir toda esta parasitagem e repensar um Estado eficiente e ágil, o país terá sempre de sustentar todos os desmandos e todas a ineficiências dentro de si.

Esta situação faz com que não possa haver o reconhecimento dos bons, porque uma mania comunista igualitária na função pública faz com que alguém bom ganhe o mesmo que um parasita qualquer. E isso acaba por tornar todos maus. Maus e com a vida assegurada acrescente-se.

O PS ainda não percebeu que ao estar de fora duma REFUNDAÇÂO do papel do Estado fica na mesma posição que o PCP e o Bloco ao morder a mão de quem nos empresta dinheiro para sobreviver. Foram esmagados nas eleições. E o PS também se tramou a valer apesar do filho da puta de Paris passar a campanha a falar no Estado Social. Não lhe valeu de nada porque existe a noção de que o Estado Social que o PS defende (mas não pratica) é inviável e impossível de pagar.

Dizia ontem Galamba que em 2011 o país não estava na bancarrota. Teve "um problema de liquidez" segundo ele. Pois eu diria que o problema de liquidez era mesmo a antecâmara da bancarrota, ou seja não poder pagar os empréstimos contraídos e nem sequer conseguir pagar salários de funcionários e pensionistas num horizonte de 3 ou 4 semanas.

Se o país não se "repensar" vai estar constantemente com "problemas de liquidez" para usar o eufemismo de Galamba.
E o PS tem de perceber que se não quiser fazer parte da solução é parte do problema. Problema, aliás, que ele ajudou a chegar a um ponto de não retorno.

Tomar decisões por despeito ou porque se passa a vida a estar "indignado" é exactamente o contrário do que se precisa num líder. Cabeça fria, realismo e a capacidade de perceber quando é tarde demais.

Só uma irrelevância política como Seguro poderia agir assim. Achar que o inimigo é aquele com quem negociou e assumiu compromissos gravosos para o país. Achar que se pode afastar daquilo que fez e deixar  o problema para os outros resolverem enquanto se senta na plateia a insultar e vaiar os outros.

O PS não aprende nada.