Uma inevitabilidade?

O OE de 2013 foi aprovado hoje.

Depois de tudo o que se disse e depois de tudo o que se sabe, há ainda uma considerável quantidade de gente que espera a "salvação".

Muito à maneira portuguesa esperam que AINDA haja forma de não haver aumento de impostos. Vã expectativa, digo eu. É inevitável que durante o ano de 2013 o Estado arrecade receita para conseguir atingir o deficit acordado. Se não o fizer cessa a ajuda. Se cessa a ajuda vamos ficar ainda com muito menos.

Uma certa esquerda parece não saber disto. Não os tenho por estúpidos. Tenho-os por desonestos e sei que eles sabem que nós sabemos que o que dizem é uma perfeita imbecilidade.

No fim tudo se reduz a contas simples. Qualquer corte na despesa desta monta que não paralise o Estado é impossível. Sem mexer nos salários e pensões da função pública é impossível equilibrar as coisas em 2013. Há uma necessidade imediata de dinheiro para o conseguir e até agora todas as opções com que a esquerda avança ou são impossíveis ou são totalmente irresponsáveis.

Não pagar a dívida.
Esta tem resultados ainda mais devastadores do que tem o orçamento. Se pensarmos que é a ajuda externa que permite pagar os salários da função pública e muito daquilo que comemos é fácil perceber a dimensão da desgraça se assim fizéssemos. E não seria por um ano. Seria por uma dezena ou mais, até o país ter alguma credibilidade internacional.

Cortar da despesa
Isto vem curiosamente do sector mais despesista da esquerda. Do PS. Aqueles que gastaram o que não tinham e esconderam despesa retirando-a para um Estado paralelo fora do orçamento.
Ouvi-los provoca-me incredulidade, raiva e uma vontade homicida de acertar contas com alguns deles.
Os mais moderados como Assis, são ainda assim uns perfeitos aldrabões. Quando justifica a dívida com a crise Internacional, fede. Não é possível duplicar a dívida no espaço de tempo em que o PS o fez sem gastar muito desse dinheiro para pavimentar abundantemente os bolsos de empresas corruptas, amigos corruptos e governantes corruptos. Simplesmente não é possível. E se tivesse feito  esse dispêndio de dinheiro para fazer face à crise com planos de estímulo isso tinha-se feito sentir na economia e nos nossos bolsos. Não sentiu. Pelo contrário, começamos a ser sobrecarregados de impostos com Sócrates. Desde 2006. A única face visível desse estímulo foi a renovação das Escolas dando "trabalho"  a um sector de construção em crise. Sabe-se bem qual o resultado desse plano. Roubalheira desatada e ainda mais dívida. A sub empreiteiros, fornecedores e a todo a mais algum.
Ter o PS a falar de cortes na despesa é patético.

Emprego e crescimento
Outro dos chavões favoritos do PS. Tudo bem num Estado a nadar em dinheiro que pode fomentar a criação de emprego pouco sustentável à custa de subsidiar empregadores ou simplesmente pagar estágios e ocupações de duvidosa utilidade retirando números ao desemprego. No fim, o que sobra é muito pouco. E é feito à custa de todos. Que diferença faz cobrarem-me impostos para criar emprego fictício ou tirarem-me impostos para pagar aos mesmos indivíduos desempregados? No meu bolso nenhuma. Nas estatística muito. E já sabemos a paixão que o PS tem pela estatística falseada.
O problema é que o Estado não tem dinheiro para isto nem forma de garantir o crescimento por decreto. Em suma, mais uma solução impossível.

Mais tempo para o ajustamento
Outra das "propostas" recorrentes do PS. E mais uma vez estranha. Porque foi precisamente o PS que acordou os limites temporais do plano de ajuda. Sabendo o tipo de corte que acordou e o tempo em que o tinha de fazer só há duas hipóteses para o erro. Ou incompetência ou pura má fé. Eu acredito nas duas opções, mas mais na segunda. O PS sabia que estava de saída do poder e queria deixar os sucessores com uma situação impossível nas mãos que lhes permitisse capitalizar com o descontentamento. Ninguém com uma noção mínima dos gastos do Estado (orçamentados e escondidos) poderia pensar que cortar aos 5 mil milhões por ano não teria o impacto que está a ter. Ninguém...

As medidas alternativas não se ouvem. O que se ouve é o desagrado por ESTE orçamento. Mas ninguém consegue propor medidas que produzam um ajustamento desta ordem. Nem nada que se lhe aproxime.

E não o fazem porque chegamos a uma situação em que não há mesmo outro remédio. A esquerda tenta agradar aos descontentes na esperança de que se verifique a velha máxima - "os inimigos dos meus inimigos meus amigos são".
Mas a verdade é que em eleições, os mais demagogos e vocais perdem votos. Veja-se aquilo que poderia ser considerada uma hecatombe para o Bloco e para o PCP ter sido transformada numa espécie de derrota do PSD e do CDS.
As pessoas percebem o que é inevitável e o que é puro disparate demagógico. E a adesão a estes dois partidos que estranhamente deveriam subir em tempos de crise, desce.

Com o PS não me admira que haja uma subida nas intenções (não nos resultados, porque nos Açores o PS desceu em relação às útlimas eleições). A clientela e a teia de interesses do PS é vastíssima. Foi sempre um partido que se caracterizou por ser um polvo pejado de sacanas e larápios pseudo de esquerda. Há muita gente com o rabo a arder. Em cargos de nomeação duvidosa, com subidas na carreira por simpatia política etc etc. É muita gente. E não quer perder o que tem de maneira nenhuma.

Chegará o dia em que o PS pode subir de novo ao poder. E temo bem que nessa altura substituam sua Exma. Irrelevância  António José Seguro por um líder despojado de escrúpulos e com um discurso mais substancial e francamente mais perigoso que Seguro. Já o fizeram com o filho da puta que dá pelo nome de José Sócrates. Não vejo porque razão não o façam outra vez com outro filho da puta qualquer. De filhos da puta o PS está copiosamente recheado.

Vamos pagar para o ano e para o seguinte. E teremos de continuar a pagar vá para o Governo quem for. Será assim durante muitos anos. Veremos o nosso Estado ser reduzido ao essencial e ainda menos que isso.

Num momento em que se podia ter pensado em reduzir o Estado glutão de forma progressiva e sem grande dores, engordou.se. Agora vai ter de reduzir abaixo do que devia. E isto podemos agradecer a 3 principais responsáveis. Cavaco, Guterres e Sócrates. Durão foi apenas um cobarde que se pirou quando percebe a dimensão do buraco.
Somos vítimas de gestores incompetentes, negligentes ou criminosos desde que começou a chegar dinheiro da CEE. Temos de fazer uma limpeza em 3 anos de toda a trampa que levou 25 a acumular.
Se o PS soubesse como fazê-lo tinha-o feito por uma questão de sobrevivência do país. Não o fez. Quis que o país de lixasse desde que houvesse dinheiro para enriquecer depressa e muito.
Hoje é tarde demais. Calhou a estes desgraçados, que provavelmente nunca juntarão um pecúlio similar ao de Sócrates e são constantemente insultados e enxovalhados por terem de fazer o inevitável.
Se o PS quiser ficar de fora pois que fique. A onda vem  lá e ou surfam o melhor que souberem ou são apanhados por ela.

Há neste momento um dura realidade. É mesmo inevitável que as coisas mudem. Com o PS ou sem o PS.
Curiosamente quem mais contribuiu para essa inevitabilidade foi o próprio PS. Em todas as vertentes. Só não o pode admitir agora porque ainda acha que se tomar as rédeas de um país falido ainda pode roubar mais alguma coisinha que sobre.
São realmente uma associação de malfeitores. Ah.. e de filhos da puta.