O peso da idiotice

Não sabia que este fim de semana decorria mais uma campanha para o Banco Alimentar.
Soube-o assim que entrei no supermercado e vi Escuteiros a entregar sacos.

É curioso como nunca vi nenhum jovem na casa dos vintes, desta geração à rasca, desta geração indignada a entregar sacos. São sempre escuteiros, alunos de escolas geridas por ordens religiosas e pessoas na casa dos 40 ou mais para quem o voluntariado parece ganhar um significado especial.

Como sempre dei o meu contributo. Não o faço para apaziguar a minha consciência, nem para lavar as minhas unhas sujas de sangue. Faço-o porque sei que se eu e outros como eu não o fizermos, haverá famílias a quem o simples acto de se alimentar é negado.

Fiquei particularmente satisfeito por saber que a campanha angariou pelo menos o mesmo que da última vez. Isso demonstra que o povo português consegue ser solidário com quem mais precisa e vê no Banco Alimentar uma organização à altura da tarefa.
Por outro lado diz bem da expressão da extrema esquerda na nossa sociedade. O seu acesso aos media é claramente desproporcionado.

A sua postura de que deve ser o Estado a garantir que não há fome e até lá (nunca) tudo o que seja iniciativa deste tipo deve ser encarada como "caridadezinha" não colhe adeptos.
Nunca veremos ninguém destas forças de esquerda a fazer parte disto. Nem como voluntário e porventura nem como dador. Estão tão cheios de si e das suas convicções que acham indigno ajudar quem precisa. Ou se for para ajudar que seja o Estado... com o dinheiro dos outros.
É assim que apaziguam as suas consciências.

Mas os idiotas  não se ficam só pela grande arena mediática.
Nos comentários a uma notícia sobre a campanha do BA li comentários completamente absurdos. Provavelmente dos mesmos imbecis que apelaram a boicotes e se "indignaram" com as declarações de Isabel Jonet.
Um dizia que isto não era mais que uma forma de enriquecer os donos das grandes superfícies. Ao fazerem as recolhas no Continente e no Pingo Doce estavam efectivamente a enriquecer os que não precisavam.
Como se pode ser tão cretino a ponto de não perceber que é tudo uma questão de eficácia? Como se pode ser tão tonto a ponto de não perceber que pelas grandes superfícies passam milhares de compradores e potenciais doadores enquanto que pelo pequeno comércio passam apenas centenas, Provavelmente menos uma vez que a recolha é num fim de semana em que tudo o resto está fechado.

Haverá sempre os cretinos que abraçam estas "indignações" e as levam a patamares insuspeitados. Haverá sempre os "cultos" defensores dos esquecidos que preferem que sejam os outros a sujar as mãos na ajuda de quem precisa.

A ultra esquerda minoritária e vocal, com todos os grupelhos que a rodeiam e dos quais a esquerda se aproveita, preferem usar a miséria como arma de arremesso político. Acabar com a miséria, que devia ser uma prioridade de todos e ainda por cima imediata, é relegado para um dia em que eventualmente cheguem ao poder. Ou seja, nunca.
E se um dia chegarem farão provavelmente como em Cuba ou como na Coreia do Norte. Em vez de erradicar a miséria generalizam-na.

Fico com duas satisfações de tudo isto. A primeira é ver que o povo português se solidariza com estas causas.
A outra, menor, é que iremos ver o Bloco reduzido a nada. Perdido o "papa" da extrema esquerda acabou-se o sonho de ressuscitar Trotsky. Semedo e a outra moça de quem nem me digno saber o nome, enterrarão o partido mais absurdo e anacrónico que o nosso sistema político alguma vez criou.

Só a título de curiosidade, repararam a cobertura dada o congresso do PCP por comparação ao do Bloco?
Precisamos de mais alguma evidência de que os media "adoram" a esquerda chique e "pensante"?