A cobardia

Já não é a 1ª vez que Costa nos presenteia com um espectáculo como o que aconteceu ontem no PS.

Nada faz para desencorajar os seus "homens de mão" numa tentativa de assalto ao lugar de Secretário geral, e quando chega a altura acobarda-se perante a perspectiva de perder as eleições.

Costa joga pelo seguro "no pun intended". Prefere que este líder se desgaste pela sua evidente incapacidade para depois dizer que nada fez para o derrubar.

Uma guerra surda de está constantemente a acontecer dentro do PS. A clivagem do grupo parlamentar é óbvia.

O seu fraco líder espera fazer-nos acreditar que é só uma questão de pluralismo interno, quando todos sabemos que as alas vencedoras destituem sempre as perdedoras de lugares de importância dentro do partido.

Seguro não o fez. Deixou nas listas claros opositores, e paga agora pela sua ingenuidade.
À falta de Sócrates esta pandilha de malfeitores precisa de uma cara. Precisa de um pretexto.

E o pretexto é, pasme-se, a unidade do partido. Unidade essa desfeita constantemente pelos mesmos que o querem tirar de lá e por Costa no lugar.

A expectactiva de Costa de que Seguro ponha "ordem" no partido até Fevereiro é algo digno de uma boa risada. A unidade só não existe porque os seus apoiantes (de Costa) a minam constantemente.

Assim este estratega de trazer por casa terá na data aprazada um pretexto para concorrer contra Seguro. Contra um Seguro enfraquecido pela sua própria incapacidade e pelo boicote constante de dentro do partido.

Costa mostrou a sua cobardia quando Sócrates se demitiu. Não quis avançar para um lugar que sabia ter uma herança pesadíssima. Deixou que Seguro ficasse à frente do partido e enfrentasse o pesado fardo de estar a liderar o partido que arruinou o país.

Queimado Seguro, saltaria então para o lugar.

Só que mesmo assim, Costa acha que Seguro ainda não está suficientemente descredibilizado. Precisa que Seguro mostre a incapacidade de unir o partido. Só quando Seguro não puder levantar-se do chão é que Costa avançará.

Dizia hoje Helena Roseta que Costa tem a capacidade de fazer consensos e é um factor apaziguador no PS. Mais que Seguro, que até agora não negociou não assumiu compromissos vitais nem se espera que o faça.

Nisso tem razão. É extraordinário como o líder do partido signatário do MoU e responsável pela sua negociação, vem hoje insurgir-se contra medidas que estão consagradas nesse mesmo memorando.

Desde a privatização da RTP à privatização da ANA. Desde a redução da despesa ao aumento dos impostos, o PS assinou todas essas clausulas. Comprometeu-se a cumpri-las em caso de vitória eleitoral.
Mas assim que pôde Seguro enjeitou todas as culpas e todos os compromissos assumidos. Transformou-se numa espécie de Bloco nas críticas e mestre em soluções que mais não são que "vento"

O que me parece é que Costa não fará diferente. Não o pode fazer sob pena de ter a ala Socratista a retirar-lhe o apoio.
Caso Costa alguma vez assumisse a responsabilidade do partido na situação a que chegamos (que publicamente sempre negou) estaria directamente a dizer que pessoas como Silva Pereira, Vieira da Silva, Lello e outros que tais eram co-responsáveis do descalabro financeiro do país.
Mas são precisamente esses  os que querem ver Seguro fora. E foram estes indivíduos que criticaram Seguro de não defender a "honra" do PS de forma suficientemente veemente quando foi acusado de ser o responsável pelo estado do país. Como tal consideram o partido desunido e Seguro um líder incapaz.

Mas se, segundo Helena Roseta, Costa é capaz de consensos e compromissos parece faltar-lhe a coragem de se assumir como candidato a um lugar quer perca quer ganhe na corrida ao mesmo.

Não se é corajoso por concorrer só quando não há outra alternativa senão ganhar.
Ter coragem é concorrer convicto de que as suas ideias são merecedoras de mérito e defesa. Ter coragem é aceitar o veredicto de quem vota quer se perca quer se ganhe.

E Costa mostra um assustadora cobardia para quem pretende um dia ser 1º ministro deste país.

Deslealdade

Quem com ferros mata com ferros morre, lá diz o povo. O bom povo.

Seguro está metido numa enrascada- Como aliás se previa desde o dia da sua eleição. É uma fraca figura secundado por fracas figuras.

Cada vez que tento lembrar-me dos seus correligionários próximos só me vem à cabeça Zorrinho. E convenhamos que não é uma grande lembrança. Zorrinho faz com que eu pergunte constantemente como raio é que um tipo assim pode ser doutorado. Se calhar porque não se deve confundir formação com inteligência...

Mas vem isto a propósito da mais recente facada nas costas da ala Socratista do PS. Ou melhor, da ala confirmadamente abjecta do PS.

E na frente, em ombros, António Costa.

A estrela do PS, tido como de uma competência extraordinária, finalmente resolveu avançar.


Diz que é candidato a Presidente da Câmara mas também a líder do partido.
E das duas uma: Ou ele espera perder para Seguro no PS ou espera levar uma banhada nas legislativas. Não é possível alguém querer "tomar uma atitude" ficando com uma rede para o caso de cair.
Por muito que se apregoe a sua competência aos quatro ventos, nunca se soube de obra extraordinária feita por Costa.
Na verdade na sua passagem pelo ministério da Justiça foi um ministro bem medíocre. Seguido por outro medíocre.
Na administração Interna apenas empurrou com a barriga os problemas do antecessor. Costa parece ser um daqueles personagens que "toda a gente diz" que é muito bom. A fazer o quê não se sabe.
Ele e o Vitorino são talvez os dois casos mais emblemáticos de alguém que é levado ao colo pelos media e pelos seus camaradas.
Um dia alguém diz que ele é muito competente. A partrir daí é sempre a subir.
Vitorino foi na UE (vá-se lá saber que fantástica obra o homem fez por lá) e a partir dessa altura esteve envolvido nos programas dos governos de Sócrates e até tem direito a botar faladura num programa a fazer de comentador.
Ainda me lembro quando os media andavam todos excitados a tentar saber se depois do programa do Governo ele ia ficar como ministro. Como se de uma salvação divina se tratasse.
A sua vozinha de ave canora e os seus tiques hiper enérgicos fazem supor que tem muita energia. para onde a canaliza é que é outra história.

Costa não tem a "aura" de Vitorino mas "todos dizem" que ele é muito bom. Muitos Lisboetas discordarão. Ele foi um vencedor de circunstância em Lisboa dado o estado miserável no qual o PSD deixou a autarquia. Sobretudo do ponto de vista da imagem mediática, que parece ser muito mais importante que a substância do trabalho feito.

A passagem de Costa pelos corredores do poder não tem nada de brilhante. Ministro dos Assuntos Parlamentares (quantos de lembrarão disto e o que faz exactamente um ministro destes) até Ministro da Justiça e da Adm. Interna.
Não foi de certeza a sua tentativa de resolver as pendências de processos cíveis que o tornou famoso. Cardona encarregou-se disso. Digamos que Costa levantou o tapete e Cardona varreu o lixo lá para baixo.
Na Administração Interna foi mais do mesmo. Fingir que se muda muito para no fim não se mudar nada.

Eu diria que do ponto de vista de um político profissional ele pode ter feito um bom trabalho. Em não "queimar" a sua imagem, em se afastar das "bombas" e em manter uma aura de competência e pose de estado.
Mas na substância não há muito.
Bem se vê a capacidade executiva de Costa na Câmara Municipal de Lisboa. Não há quase nada de palpável ou estruturante que Costa tenha feito em Lisboa. A não ser as patetices da Av. da Liberdade ou da obsessão pro ambientalista que considera velho e incapaz de circular em certas áreas da cidade um carro do ano 2000.
Manias de rico prontamente apoiadas pelo ditador do gosto e de todas as coisas politicamente correctas Sá Fernandes. Cujas intervenções desastrosas são bem conhecidas em casos como o túnel do Marquês que hoje significa um alívio diário para milhares de Lisboetas que conduzem, ou o caso das toalhas, guardanapos e guarda sois nas esplanadas da Baixa.

Se um é amorfo o outro faz-se notar pelo delírio. Não é de estranhar portanto que Sá Fernandes tenha entrado para a Câmara como o Zé do Bloco e acabe a conviver de perto com Costa.

Eu diria que o PS não fica nem melhor nem pior com Costa. É farinha do mesmo saco. A única diferença com Costa é que o farelo cheira pior.

Espero apenas que agora tenha a decência de não se por num programa de televisão com outros comentadores enquanto tem um cargo electivo. Seria muito mais chocante se fosse agora armar em independente e equidistante para a Quadratura do Círculo.

A falta de vergonha de ser candidato a dois lugares já chega.
Quanto à facada nas costas de Seguro, ela via-se chegar desde o dia do desconfortável momento em directo no Congresso. Costa tem de Seguro a mesma opinião que eu - Seguro é um zero. O problema é que se um é um zero, o outro ganhará por muito pouco.
É um ambicioso mais contido que Seguro que já se via como 1º ministro. Mas o ego e a ambição são iguais. Falta-lhe o entusiasmo bacoco de Seguro. Não ouviremos da boca de Costa frases a começar por "se eu fosse primeiro ministro..:"

Desejo a melhor sorte aos dois. Sabendo de antemão que a sorte de qualquer um deles é o melhor que pode acontecer naquele partido miserável.


Vai ser extraordinariamente difícil o PS fazer esquecer o papel que teve na criação do buraco do qual temos de sair. Sócrates deixou um legado pesadíssimo a este PS. Mas os seus próximos parecem acreditar que os tempos dourados estão e chegar de novo. Mas talvez se lixem. Se por acaso Seguro ganha, as listas das legislativas ficarão sem uma boa série dos que hoje se sentam na bancada do PS.

A noite das facas longas começou.

Kick in the butt

"Não sei qual é a pressa" afirmou Seguro perante a intenção de alguns dos seus colegas de partido de convocar um congresso antes da autárquicas.

Segundo os próprios seria para clarificar tudo antes do importante acto eleitoral.

E quem está na linha da frente disto? Silva Pereira Vieira da Silva, Lello etc etc. Basicamente toda a escumalha Socratista que não se cansa de tentar assaltar de novo o poder. Primeiro dentro do PS e depois a nível nacional.

Aqui está o momento que eu vaticinava há muito tempo. O momento do incapaz chegou ao fim. Deu a cara pelo partido mentindo e distorcendo. Tentou afastar do PS qualquer responsabilidade do descalabro a que o país chegou. Fartou-se de enunciar "medidas" impossíveis ou patéticas.

Fez o seu trabalho. Agora vem o piquete de limpeza para usufruir dos ganhos.

Na verdade é mais das perdas. Das perdas do PSD. Sim, porque neste país não se ganham eleições. Espera-se que quem está no poder as perca.

As pessoas ficam fartas, e numa profunda demonstração de memória e consciência política votam naqueles que amaldiçoavam ainda não há 2 anos.

Mas isto são as sondagens. E eu digo sempre que se as eleições fossem a mesma coisa que sondagens bastava juntar 100 tipos com telefone fixo e nomeava-se o Governo dia a seguir. Aliás, seria um método perfeito para fechar de vez a AR com correntes e um cadeado. Poupava-se um disparate de dinheiro com o método.

Quer-me parecer que este entusiasmo e esta "certeza" de que o poder está no papo peca por prematura. Como eu esperava há alguns sinais de mudança. Se mais situações como esta acontecerem durante a última parte do mandato do PSD e CSD, podem querer dizer que mesmo antes do embate eleitoral das legislativas se vai assistir a um aliviar da grilheta.

É como ter um tipo de 150 Kg em cima do nosso pé. Quando ele sai ainda vai ficar o pé negro, mas logo a seguir vai ser um alívio fantástico.

Não é inédito e nem vai ser a última vez. O caso mais recente foi em 2009 com um aumento extemporâneo dos salários da função pública. Lembram-se? Mesmo assim isso não evitou que um governo decrépito só conseguisse ganhar com maioria simples.

Na melhor das hipóteses o PS ganhará assim. Na pior das hipóteses é isso que acontecerá ao PSD. Seguro nem pode sonhar com uma maioria absoluta. Isso só na sua mirrada cabeça que, como sabemos, é sede de ideias muito pouco recomendáveis e/ou muito pouco inteligentes.

Mas muito mais grave seria ter uma ala Socratista à frente do PS numa altura dessas. Nenhum adversário deixaria de lembrar que eram eles os que ombrearam com Sócrates quando o país foi à banca rota.

Seja como for, é óbvio que o momento do pontapé no rabo se aproxima para Seguro. Líder mal amado com apoiantes de circunstância, verá todos o seu séquito desvanecer-se em fumo. Desaparecerá Zorrinho pela certa. Como um bom pedaço de bosta, Zorrinho flutua. A questão é saber a que costa vai dar. Já o fez uma vez e fá-lo-à as vezes que forem preciso para manter a sua mediocridade e a sua fraca figura num quelquer lugar de secretário de Estado ou algo parecido.

Seguro voltará ao seu cantinho como deputado mostrando episodicamente a sua "sensibilidade" em votações contra corrente.

De facto menos recomendável que este PS, só mesmo uma casa de alterne. E mesmo assim fico dividido...

A blatant disregard for the truth

Algumas boas notícias começam a chegar.
Portugal tentará financiar-se no mercado de dívida em 2 mil milhões de Euros.

Isto significa que há uma antecipação em cerca de 6 meses em relação ao previsto para este acontecimento.

E é possível por várias razões.
Tem sido constante o elogia da comunidade internacional em relação ao esforço de consolidação feito pelo Governo Português.
Com esforço e sacrifício, é certo, mas conseguido de forma que os nossos parceiros e potenciais financiadores olham hoje para Portugal como um país cumpridor ao contrário da imagem Grega que é a de um país que mente, que adia reformas e que é fundamentalmente um país sem credibilidade.

Esta mudança de imagem não é uma novidade. E o silêncio do Governo (internamente) relativamente a este reconhecimento e ao trabalho de bastidor não é um acaso.
Ao demonstrar repetidamente o seu empenhamento e qualidade na gestão das destruídas finanças públicas, Portugal foi ganhando legitimidade para pedir uma série de coisas.

O momento de as pedir seria obviamente quando fossemos dignos de confiança. Nunca antes disso. E o Governo Português assim o fez.

Pediu agora o prolongamento de prazos de alguns empréstimos de maturidades mais altas sem dar um sinal aos mercados de que o faz porque não pode pagar. Tem agora a legitimidade de pedir isto cavalgando nas repetidas declarações de representantes de entidades internacionais sobre o perigo da austeridade excessiva. Agora pode dizer a estas mesmas entidades "vamos então apostar no renascimento da economia. Mas pera isso precisamos da vossa ajuda. Ponham lá o dinheiro onde andaram a por a boca..."

Curiosamente este pedido de prolongamento não teve efeitos perniciosos nas taxas de juro. Na verdade todas elas caíram hoje apesar do anúncio. Até a taxa de 10 anos desceu aos 5.888% como se pode ver por dados do Blooomberg.com.

PORTUGUESE GOVERNMENT BONDS 2YR NOTE PORTUGAL PL 3.274%
PORTUGUESE GOVERNMENT BONDS 5YR NOTE PORTUGAL PL 4.940%
PORTUGUESE GOVERNMENT BONDS 10YR NOTE PORTUGAL PL 5.888%

O que isto quer dizer, entre outras coisas, é que Portugal poderá pensar  em financiar-se sem depender das tranches de ajuda do FMI, recuperando alguma da sua soberania económica e dando um sinal claro que o plano de ajuda deverá acabar quando estava planeado.

E é aqui que os sarnosos socialistas tentam capitalizar algum deste sucesso. Com uma campanha absolutamente mentirosa, afirmando que era isto que eles andavam a defender.
Ora não era. Era quase o oposto.

O que o PS defendia era que se negociasse com a Troika um prolongamento do plano de ajuda, fosse por abrandamento dos valores do deficit, fosse pelo empréstimo de mais dinheiro.
Either way, a Troika acabaria por ficar mais tempo a impor medidas de contrapartida. E isso adiaria anda mais a possibilidade de financiamento no mercado aberto.
A não ser que o PS pense que ao declarar a sua incapacidade para cumprir as metas teria como prémio um abaixamento das taxas de juro. Se o PS pensa isto ou é um partido constitído por burros ou por aldrabões. Tenho para mim que tem muito das duas coisas e no caso de Zorrinho e Seguro eles conseguem ser burros aldrabões. Fazem um lindo par.

Apesar de não ter dito que isto era um desastre (ir aos mercados antecipadamente) tentam pelo menos apropriar-se do mérito do acontecimento. Mérito que obviamente não lhes cabe nem sequer parcialmente. Eles pura e simplesmente não defendiam isto. Eles pura e simplesmente não acreditavam nisto.

A esquerda anacrónica ainda faz pior. Em vez de comentar o evento em si, preferem dizer que a política de austeridade vai continuar e como tal isto é um embuste.

Eu não consigo perceber se eles estão chateados porque os seus vaticínios catastrofistas têm caido por terra ou se é por perceberem que uma coisa destas pode dar um novo fôlego ao Governo que tanto detestam. A verdade é que eles adoram cenários de catástrofe. Passam a vida a predizer coisas que não acontecem. Entre outras as suas estrondosas vitórias eleitorais.

Mas deixemos estas pobres almas com a sua própria estupidez e falemos antes dos media.

O mais certo é que comece agora uma campanha organizada de minimização da importância deste dia.
Iremos assistir a mais um chorrilho de "peças" jornalísticas sobre todos os casos das vítimas da crise. Tem vindo a aumentar e é perfeitamente previsível que aumente ainda mais.

A par com os títulos manipulados a la Expresso em que um elogio de Hollande é transformado numa condenação, iremos ter de tudo. Estou desejando ver o Expresso da meia noite com o eminente "especialista" em economia Nicolau Santos. O que terá a luminária do lacinho para dizer? Que tal trazer o "falso homem da ONU" para comentar o evento?

De alguma forma isto é uma prova de que o sacrifício tem servido para alguma coisa. Quase se bateu no fundo mas há um reconhecimento que Portugal é um país confiável. E ao contrário da visão que se tinha do país nas mãos do PS, aparentemente com este executivo recuperamos alguma da nossa credibilidade.

Vamos ver é se a linha descendente começa a transformar-se numa linha ascendente, ainda que de pequeno declive. Um sinal de rebound faria mais pela nossa confiança e auto estima do que qualquer outra coisa que possamos imaginar. Deus queira que assim seja.

Quanto à oposição que rabeia como um lacrau no fogo, que lhes doa. Que lhes doa mesmo muito.

As calamidades

Na nossa pequenez os media aproveitam qualquer oportunidade de dar voz a toda e qualquer desgraça que aconteça neste país.

O caso do temporal de sábado pela madrugada é um perfeito exemplo de que se não há nada de sumarento para choramingar, então inventa-se.

O caso mais extraordinário é o do "morto" causado pelo temporal na zona de Abrantes, "arrastado pelo vento e morto por um traumatismo craniano".

Acontece que o pobre senhor morreu no dia do temporal de ataque cardíaco. Não sei se não terá feito o traumatismo ao cair, ma a verdade é que a família ficou espantada quando soube que o morto que os media falam era o seu familiar. Morto por ataque cardíaco.

Só o JN publicou esta notícia. Todos os outros continuam a insistir no "morto arrastado pelo vento". O mesmo vento que deve ter feito sair os mirrados cérebros dos jornalistas pela orelhas.

Desde o dia da tempestade temos de tudo.
Uma jornalista na Nazaré a mostrar que havia areia na Marginal (segundo ela a marginal é a rua em frente ao mar) o que provava que o mar tinha ali chegado... Como se fosse preciso fazer prova. Como se fosse raro na Nazaré ter ondas de envergadura suficiente para chegar à Marginal.

Um bombeiro a queixar-se que andavam numa azáfama desgraçada e nem tinham tido tempo de comer... Quer-me parecer que se o homem quer comer alguém lhe deve dar uma sandes. Melhor será avisá-lo que os bombeiros são homens que actuam em situações de emergência. Se alguém não lhe descreveu a função e ele está desapontado, talvez seja melhor encontrar outra área de actividade...

O senhor das estufas da Póvoa de Varzim que ficou com tudo no chão e com as alfaces estragadas.
Pede que a ministra aja com rapidez. Provavelmente para retirar do dinheiro de todos alguma "ajuda", já que aparentemente o senhor desconhece a existência de seguros para estufas e seguros de colheitas e incêndios de colheitas.
Claro que fica mais barato não fazer seguro e ter depois "o governo" a dar o dinheiro de todos duma forma muito socialista. Já agora a fundo perdido, porque é impensável que as "vítimas" paguem alguma coisa.

Há certamente dramas por causa deste temporal. Mas muitos podiam ser mitigados se as pessoas assumissem as suas responsabilidades e se acautelassem. Fazendo seguros.
Mas esperam sempre que o estado resolva aquilo que eles decidiram não resolver.

Se de cada vez que aparecer um grupo com este tipo de conversa o Estado for ao fundo bolso do dinheiro do cidadão buscar alguma coisa para lhes dar, a carga fiscal que temos não vai chegar.

Se eu tenho um seguro de acidentes de trabalho para assegurar que se me acontecer alguma coisa eu não fico na miséria e a minha família também não, a obrigação desta gente que vive da agricultura é fazer exactamente o mesmo.
Se não o fizerem a responsabilidade é sua.

Se não tens nada inteligente para dizer, cala-te

Se neste país se seguisse este princípio, seríamos um país muito silencioso.

Desde o cidadão da rua até ao líder de um Partido, todos violam esta regra básica.

Mas as razões pelas quais isto acontece são bem diferentes. Na maioria dos casos é simplesmente porque quem fala é burro como um calhau. Outras vezes não o é mas fala baseado em informação deficiente.

Mais raros são os casos em que sabendo de um assunto se prefere escondê-lo por razões tácticas.

Creio que Seguro por vezes está na primeira categoria. Acredito nisto. O homem não é nenhum Einstein. Passou toda a sua vida a perceber que ser medíocre e falar de generalidades de forma superficial é suficiente para se chegar alto.

Na verdade basta agradar ao líder do momento, nunca dizer nada de verdadeiramente comprometedor e passar uma aura e uma pose de dignidade.

Talvez por isso, quando questionado, tem respostas típicas de um demente ou respostas tão vagas que não chegam a ser nada.

A cruzada pelo "emprego e crescimento" é um dos exemplos mais perfeitos de generalidades Segurianas.
Na sua forma simplista de ver a realidade basta falar nisto sem nunca concretizar uma medida que vise fomentar estas duas coisas. Assim de repente temos dum lado a triste realidade de um desemprego a crescer e uma economia a mirrar, fruto da crise e da forte retracção ao consumo e do outro a "solução" de Seguro. Como se porventura o que ele diz fosse de alguma forma uma solução.

Seguro é como Maria Antonieta. Não há pão? Que comam brioche...

Quando ele afirma que o Governo não explicou a necessidade de um corte de 4 mil milhões comete duas falhas fundamentais.
A primeira é assumir que os portugueses são estúpidos.
A segunda é mostrar que não percebe exactamente o que é o deficit (Deficit = Gasto do Estado - receita do Estado).
Sendo o resultado maior que 0, significa que ou se aumenta a receita ou se diminui o gasto. Essa diminuição do gasto cifra-se em 4 mil milhões.

O mais curioso é que no próprio MoU estava expressa uma redução dos gastos do Estado de vários milhares de milhões ao longo do processo de ajustamento. Mais uma vez Seguro finge que não é nada com ele.  Poderia ser distração. Mas não é... é apenas falta de seriedade e uma total falta de vergonha.

A coisa é tão básica que não haverá um português neste país, à excepção de Seguro que não saiba já a explicação para a necessidade dos cortes.
O que não parece perceber, é que se isto não for feito, dentro de 10 anos precisaremos de 40 mil milhões de euros para sustentar o deficit.
Mas devia perceber. Porque foi para financiar estes deficits que o seu camarada Sócrates contraiu dívida como se não houvesse amanhã.
Agravada, claro está por um aumento de gastos do Estado que foram desde a desorçamentação até ao mais absoluto desbarato de dinheiro em obras inúteis.

Mesmo depois disto, a solução de Seguro é "fazer um comboio de mercadorias de Sines a Madrid".

Ora acontece que o plano inicial não era este. Era fazer uma obra absurda sob a forma de um comboio de alta velocidade de Lisboa a Madrid que nunca iria competir em tempo e em preço. Em suma, mais um absurdo.
As suas certezas acerca dos caminhos para a solução valem tanto como as suas "soluções". São erráticas, superficiais e absolutamente infantis.
Foi Santos Pereira que lançou esta ideia da ligação ao Porto de Sines. Mas mesmo assim custa um disparate de dinheiro e é preciso que a EU aceite "desviar" o financiamento destinado ao TGV para esta obra. Nem nisto Seguro é original. Segue e repete uma das ideias deste ministro da Economia como se por acaso o país tivesse uma memória de peixe e não se lembrasse disto.


Fala de ser atractivo para o investimento estrangeiro. Mais uma vez como se bastasse falar nas coisas para elas aparecerem feitas. Chama Seguro a este wishfull thinking - vontade política.

Estivemos a viver com esta "vontade política" durante 6 anos de Sócrates. Bastava fazer o anúncio que tudo estava resolvido. às vezes até se fazia duas vezes. Bastava ser assertivo e confiante. E todo o jornalismo de merda que temos neste país ficava embevecido com o tom de um aldrabão e chamava-lhe carisma.

Seguro diz também que não pode prometer a redução de impostos sobre os rendimentos do trabalho. Se tinham esperanças de ver a grilheta fiscal abrandar com um governo desta incapaz, fiquem à espera. Qualquer governante debaixo de um plano de ajuda, governará com uma espada sobre o pescoço. Seguro juntaria isto a uma incapacidade genética para ser competente.

Ele é de tal forma irrelevante, mesmo para o PS, que quando se sentir o cheiro do "poder possível" no ar, será trucidado por gente corrupta e igualmente incapaz que abunda dentro do PS.

Seguro faz-me sempre lembrar aquele filme do Eddie Murphy em que vão à rua buscar um pedinte para tomar o lugar dum herdeiro rico que a dado ponto começa a julgar-se capaz de fazer o lugar.
Mas ao contrário do filme em que o pedinte acaba por vencer, Seguro vai voltar para o lugar de onde saiu.

Quando a oposição fala de um 1º ministro impreparado para os desafios que se nos põem quase me dá vontade de rir. E Seguro? E Semedo ou Jerónimo?
Haverá algum destes "líderes" que soubesse o que fazer com um país assim? Há alguma competência técnica nestas cabeças?
Não há. Tão simples como isso. Não há. Vão desde a mais básica incompetência de Seguro aos píncaros da alienação de Semedo e Jerónimo.

Mas se ao menos alguém dissesse a Seguro para só abrir a boca se tiver realmente alguma coisa relevante e inteligente para dizer, seria um gesto de caridade cristã.
E nós como país iríamos beneficiar muito com isso. Evitava-se esta tristeza de ouvir um burro vazio, morto por dentro e tão entusiasmante como um monte de entulho, a falar todos os dias.

A mediocridade über alles

Seguro.. O medíocre e míope Seguro entrou em modo hiper imbecil.
O seu tacticismo cobarde já se tinha revelado há muito tempo. Sempre foi claro que Seguro está mais preocupado em ver-se como primeiro Ministro do que em resolver realmente qualquer problema que afecte o país.

Não se cansou de dizer "se eu fosse primeiro ministro" ao longo desta legislatura. Emproado como um galo capão lá foi com pose de Estado ao Eliseu "falar" com Hollande.

Mas nunca, desde que assumiu o posto de cordeiro para abate,  nunca assumiu as responsabilidades da corja criminosa que milita no seu partido e que consigo partilha a bancada parlamentar.

Em resposta a um estado de catástrofe do país atreve-se a dizer que as duas escolhas não podem ser "corte de despesa ou aumento de impostos".

Como é que este badameco acha que se equilibram as contas de um país cujo Estado gasta mais do que consegue colectar? Haverá porventura uma balança com 3 pratos?

Na cabeça mirrada e inconsequente de Seguro há - dívida e deficit.

Aquilo que nos trouxe a esta situação é o que Seguro promete sem o fazer.
Numa ânsia quase demente por chegar ao poder e por fazer esquecer o que uma grande parte de nós nunca esquecerá, Seguro prefere pensar nas suas hipóteses eleitorais mais do que em formar um consenso à volta do que deve ser um Estado frugal, eficiente e moderno.

Ele é neste momento o maior emprecilho a uma verdadeira solução para o país. E não estou a falar de uma solução de curto prazo. Estou a falar das bases estruturais para um país que nunca mais tenha de se ver na situação de pedinte ou caloteiro.

Ao pedir maioria absoluta, como se fosse uma questão de pedir, Seguro mostra que está numa posição diametralmente oposta a Passos pelas piores razões. Enquanto um prefere fazer o que deve ser feito para recuperar o país sem se ralar com as eleições, o outro prefere lixar o país apenas e só para poder ganhar as eleições.

A "sensibilidade" de Seguro é apenas uma mentira. Ele acha que é uma mentira piedosa. Que assim aceitamos melhor a grilheta fiscal. Na linha de Sócrates espera conseguir o apoio dos "mais necessitados" para abater todo um sector da sociedade..
Mas aquilo que ele critica neste governo é aquilo que ele pratica até à exaustão. Mentir, mentir, mentir para conseguir obter o poder.

Seguro não tem ideologia. Tem apenas ego. E tem ego como só um medíocre consegue ter.

Indignados, rotos e caloteiros

O FMI fez num relatório a análise daquilo que acha que devem ser as opções para conseguir uma redução da despesa do Estado em linha com as suas receitas.

É um documento factual, frio e que não atende a questões que não sejam números. E os números são frios. São sempre.

Mal o documento foi tornado público e Carlos Moedas se referiu a ele como sendo um documento bem feito e bem sustentado, começou o "desmadre".

Os fulanos do costume saltaram imediatamente a terreiro dizendo que isto é a destruição do Estado Social. Daquele Estado Social que foi usando os recursos que não tínhamos para manter a malta contentinha e a votar alegremente em cada eleição.

Fala esta gente como se a triste realidade não fosse a insuficiência crónica da receita do Estado para fazer face às despesas. Fala esta gente como se estivéssemos numa situação em que podemos recorrer a crédito avalizados com um falso AAA.

Não há cão rafeiro neste país que não responda a esta triste realidade com a mesma estafada argumentação de sempre - os direitos etc etc.

Pois vamos lá então aos direitos.
É constante o matraquear na comunicação social acerca dos reformados que pagaram as suas pensões e que agora se arriscam a vê-las reduzidas. Mas ninguém fala dos que estão neste momento a descontar para as suas pensões e irão vê-las reduzidas da mesma forma ou ainda pior.
Assim, acha-se uma injustiça com todos os que hoje auferem de pensões mais ou menos volumosas e estamo-nos literalmente a cagar para aqueles que não só vão ter de trabalhar mais anos para conseguir uma pensão, como ainda por cima a vão ver reduzida a uma fracção insignificante daquilo que descontaram.

Se o momento no tempo em que tem de se fazer isto é sempre quando uma certo grupo não é pensionista, então simplesmente nunca se fará. Os pensionistas de hoje parecem viver perfeitamente com o facto de que os que vierem a seguir a eles já não vão receber uma pensão que se compare aom a que eles recebem hoje.

O problema das pensões é que os que recebem hoje não o fazem dos seus descontos. Fazem-no de quem está a trabalhar para lhes sustentar a pensão e isso, como sabemos, tem sofrido uma alteração significativa. Há cada vez mais reformados para a gente que está no activo.
Enquanto que os reformados de hoje podiam pedir reformas antecipadas e receber do Estado durante 30 anos, os de amanhã irão trabalhar até aos 65 anos mais e irão usufruir duma pensão durante metade de tempo que muitos reformados de hoje usufruem. E menor, porque há cada vez mais pensionistas e menos gente no activo. A tendência agrava-se e será pior dentro de 10 ou 20 anos.

A outra coisa mais ou menos consensual é a de que na função pública há péssimos hábitos. O absentismo militante é um deles. O director do Hospital de S. João apresentou há semanas números aterradores de absentismo no seu hospital. E segundo ele nem eram dos piores do país.
Há de facto gente na função pública (e não generalizemos) que se tornou profissional da baixa a ponto de estar sem trabalhar durante anos. E não há uma passagem à reforma por incapacidade? Continuam nos quadros retirando lugares a quem precisa sugando recursos de todos?

Querem apostar que se fossem a ver os casos por esse país fora teriam os 20 mil funcionários públicos de redução só nestes absentistas militantes?
O mesmo director do Hospital de S. João diziam que podia funcionar com menos 1000 pessoas. Não me surpreende. Com os números que ele deu de absentismo já hoje não pode contar com eles.

E o que dizer daqueles que acabam a baixa, voltam entram de férias e logo a seguir às férias ficam doentes? Acham que são poucos os casos? Pois não são. São aos milhares.

A função pública que tem excelentes profissionais tem uns quantos milhares que estão convencidos que pelo facto de não poderem ser despedidos podem fazer o que lhes dá na gana. Inclusivamente não trabalhar de todo. Casos como os de pessoas que ele referiu que estão de baixa ANOS a fio deviam ir a uma junta médica e simplesmente dados como incapazes para o trabalho.
Evitava-se assim que os que trabalham tivessem de suportar uma carga e trabalho muito maior para fazer as vezes daqueles que estando no quadro nada fazem.

Ou seja, duas das polémicas medidas que são contempladas para uma redução de despesa são afinal aquilo que o bom senso mandaria que se fizesse.

Arrastar este problema durante 30 anos foi, entre outros disparates, o que nos trouxe aqui. E a oposição como boa obreira das desgraças destes país não quer mudar nada. E só não o quer mudar porque sabe que o povo não quer e prefere tentar ganhar votos desta forma do que tentar tornar o país numa coisa viável. Que se lixe a viabilidade interessa mesmo é ganhar as eleições.

Deve haver alguma razão que explique porque é que quando um governo arruína um país tem legitimidade para governar e quando um governo tenta tirá-lo da ruína perde a legitimidade para o fazer.

Somos um país que gosta de facilidades. Mesmo quando não as podemos pagar. E por isso quando se nos pede para pagar a conta todos começam a assobiar para o lado a fingir que não é nada com eles.

É por isso que uma Alemanha ou uma Suécia são países a sério, nas mais altas posições em todos os rankings imaginários e nós somos o país de merda que somos.
Com a democracia descobrimos uma maneira fantástica de tudo ter sem nada pagar. Os políticos que sendo do povo se fazem eleger "comprando" o voto. O povo que descobriu como os direitos não têm como correspondência qualquer dever.

E em 30 e tal anos de democracia apuramos esta arte a um ponto tal que conseguimos ter de viver de esmola 3 vezes. E das 3 vezes chamamos tudo a quem nos emprestou o dinheiro.
Somos uns rotos e uns mal agradecidos. Temos a soberba de achar que devíamos ser nós a dizer o que queremos ter de direitos e "impor" à Europa que os pague de uma forma ou de outra.

Infelizmente só fazemos quando estamos condenados. E desta vez estamos de tal forma condenados que a única maneira de resolver isto é não só não gastar o que não temos, mas ainda poupar alguma coisa para pagar as dividas que contraímos.

A bela vida, o Estado Social e os direitos de que gozamos desde 1983 vamos pagar agora. POde berrar Seguro, Soares, Capucho ou outro qualquer, mas é isso que vai acontecer.
E devíamos mesmo começar por perceber se o que eles descontaram durante as suas carreiras contributivas justifica de alguma forma aquilo que o país lhes dá. Ou dizendo melhor, que nós que ainda trabalhamos e descontamos pesados impostos lhes damos.

Não adianta berrar cambada de caloteiros sem vergonha. Há que pagar. E isso infelizmente também eu tenho de fazer ainda que não tenha usufruído dos serviços do Estado que supostamente paguei. Nem da saúde, nem da Educação nem de pensões ou prestações sociais. Alguém o fez. Eu não fui.

Sem um pingo de vergonha

Hoje no Frente a Frente da SIC Notícias esteve António Capucho e aquele senhor do PCP que fala com grandes certezas acerca de tudo, a ponto de ter achado uma indelicadeza o ministro alemão das finanças não ser ter levantado para falar com Vitor Gaspar (lembram-se?). Já e conhecido que esse ministro é paraplégico desde 1991 ou 92, mas este senhor cheio de certezas nunca veio fazer o mea culpa do disparate que disse em directo.

Isso não servia decerto os seus interesses manipuladores da realidade.
Mas adiante.

Achei Capucho muito suave com o Governo e como é hábito muito defensor do PR. E estranhei.

Desde há uns tempos para cá, depois de Passos o ter mandado bugiar na sua candidatura a Presidente da AR, Capucho não se cansava, tal com Pacheco Pereira, de criticar de todas as formas e feitios a governação do seu próprio partido.

Apesar de ter dado a facadinha da ordem, as coisas foram muitíssimo mais suaves. E não percebi porquê. Estaria ele apenas a querer fazer pirraça ao senhor do PCP? O que seria?

Eis senão quando vou ao site do SOL e vejo que Capucho quer ser o Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa.
O detalhe, o nexo de causalidade, está no facto de ser por nomeação do ministro da Defesa.

Depois de ler calculei que a suavidade de hoje poderia ter a ver com este "pequeno" detalhe.

Capucho invocou problemas de saúde para abandonar o cargo para o qual tinha sido eleito na Câmara de Cascais.
Desde esse dia não se tem cansado de tentar subir na hierarquia do Estado. A sua zanga começou por ter posto o lugar de conselheiro de Estado à disposição de Passos Coelho no início de 2011 (as tais razões de saúde) e isso ter sido de facto aceite em Agosto de 2011.
Apesar de invocar as razões de saúde o que o "aborreceu" foi ter sabido pelos jornais...

Pouco tempo depois já ansiava por um lugarzito ainda mais importante. O de presidente da AR.

Mas mais uma vez Passos trocou-lhe as voltas. E ele entrou numa cruzada anti Passos de meter dó.
É daquelas pessoas que prefere esfaquear um colega de partido por questões pessoais pouco se importando com questões maiores. Uma coisa destas define um homem. E define-o da pior maneira.

Assim não me surpreende que ele comece a ser mais brando com o Governo. Afinal, o ministro da Defesa nunca escolherá alguém que Passos não aprove. E Passos pode muito bem não aprovar Capucho.

E honra lhe seja feita, Capucho merece levar uma terceira chapada. Aliás, merece levar uma quarta, uma quinta e por aí fora.

Não há coisa mais triste do que esta gente que majestaticamente abandona a "vida política" para ver se sentem falta deles. Quando ninguém a sente, começam a por-se em bicos de pés para tentar regressar.
O melhor que podiam fazer era remetê-lo de volta para onde ele próprio foi no início de tudo.

A menos que lhe tenham posto um coração novo em folha ainda deve ter os problemas de saúde.
Ou será que como Presidente da Cruz Vermelha anseia por cuidados médicos de qualidade sem pagar as taxas moderadoras?