Os media (12)

Hoje ouvi alguns excertos do debate na AR.

E um dos mais passados na rádio foi a pergunta de Seguro e a resposta de Passos Coelho.

o que é que ainda aí está a fazer sr. Primeiro Ministro?
estou a limpar a me*** que os senhores fizeram durante mais de 10 anos no Governo

Para perguntas estúpidas nada melhor que uma resposta à altura.

Seguro parece esquecer-se, porventura pela repetição exaustiva dos seus chavões, da responsabilidade criminosa que o PS e ele têm no estado do país.
Ter o atrevimento de fazer uma pergunta destas é típico de alguém que não se enxerga realmente. De alguém que é tão bom a "batalhar" verbalmente que com a sua tirada cretina expõe completamente a jugular. Seguro é realmente um incapaz. Não pode ser tão boçal como Jerónimo que de emoção em emoção anda pelas ruas  a inventariar desgraças (sem nada fazer em troca a não ser prometer o paraíso na terra) mas é um tribuno absolutamente miserável.

Mas como é que se transforma este faux pas numa coisa quase heroica?

Não é difícil. Basta descrever isto no Público.

A forma como este pasquim de merda tem de resolver os espalhanços de Seguro e de outra aves raras da pseudo esquerda é transcrever a pergunta e... omitir a resposta.

Assim o Público faz um artigo que anda apenas e só à volta das acusações e nem uma única vez refere a resposta, ou as respostas de Passos, quase deixando parecer que Passos esteve embaraçado e completamente apático perante o bombardeamento de Seguro.

Por qualquer ângulo que se tentem perceber os critérios jornalísticos que estão por detrás de um artigo assim, a única coisa que sobressai é que não é mais que um favor feito a Seguro.

Se Seguro é um tribuno medíocre quando tem de enfrentar as respostas, omitem-se as respostas. É tudo uma questão de imagem.

Não fora a casualidade de ter ouvido o excerto na rádio ficaria convencido que Seguro ganhou por um landslide. Mas a verdade é que Seguro acabou sempre por expor a fragilidade da sua argumentação. O crescimento e emprego, o renegociar com a Troyka etc etc. Repetidamente a mesma superficialidade. Mesmo quando sabe que é imposta uma redução da despesa dum determinado montante contrapõe... um montante menor.

Sabendo perfeitamente que nem ele nem Passos nem o país estão em posição de negociar o que quer que seja. Sabendo ele que se amanhã chegasse ao poder tinha a maior batata quente da história para resolver. Não só porque é uma situação difícil como não teria forma de realizar todos os disparates que andou a dizer. Desde o emprego e o crescimento ao governo "sensível".

Seguro é um palhaço. De má qualidade. Com pose ensaiada e pouco à vontade quando precisa de se impor. Veja-se a figura que ele fez e faz dentro do próprio partido. Não se dá ao respeito e não o respeitam, obviamente.

Mas com a imprensa do lado dele não há que temer. Expresso, Público e os media audio visuais encarregar-se-ão de fazer dele um líder carismático. Até ao dia em que se fartarem dele e Costa decidir cortar-lhe a garganta. Aí a imprensa passa de gostar de um Zé sem Graça para um António Calculista num espaço de 10 minutos.

Abençoados media que temos neste país. A única coisa que posso desejar é a inexorável falência de tais pardieiros. Com todo o seu staff. Pode ser que depois o PS lhes arranje emprego.