Cirque de Pluie

Já há uns dias que não via nem ouvia notícias. Optei por não o fazer em casa e no carro deixei de sintonizar a TSF.

Devo dizer que a última semana foi bem menos stressante do que o normal. As minhas preocupações centraram-se nos meus problemas, longe dos "comentadores" e das suas opiniões enviesadas.

Limitei-me a ler um ou outro blog. O que sem ver ou ouvir notícias causa alguma estranheza porque na maior parte das vezes não sei exactamente do que estão a falar.

Mas hoje não consegui evitar. A TV estava ligada e pude constatar que o PS reivindica agora um governo com a legitimidade do voto.

Fiquei espantado. Pensei que Cavaco Silva tivesse dissolvido a AR e que o caso Sampaio / Santana Lopes se repetisse.
Mas rapidamente percebi que não era assim. Ao que se seguiu a pergunta: Legitimidade do voto?

Então que raio fizemos nós em 2011 depois do criminoso Sócrates ter abandonado o país, senão votar num governo que formou uma maioria absoluta na assembleia da República?

Esta gente deve estar a delirar. Mas o delírio não vem só do PS (o que é um estado normal). Até Marques Mendes aumentou o nível de disparate ao ponto de dizer que espera que os "rumores de dentro do governo que o Primeiro Ministro se demite se o TC chumbar  o orçamento" não sejam verdade e sejam apenas resultado da "imaturidade" do Governo...

Até ouvi Pires de Lima a falar de competência. Ele, um dos que esteve no programa de Nicolau Santos em que o vigarista da ONU apareceu e não foi capaz em momento algum de rebater o que o vigarista dizia. O homem debitava números e Pires de Lima, com certeza sem certezas acerca de nada, ouvia silencioso a diatribe do vigarista sem em nenhum momento questionar ou contestar tal sapiência. Será que o dito indivíduo só dizia verdades? Ou será que a Pires de Lima falta algum conhecimento e competência (já agora) para contestar com segurança as coisas que ele dizia?
Quando se fala de competência não é má ideia ter a certeza de que a possuímos em alguma coisa.

Estes tipos passaram-se realmente. Primeiro começam a lançar ao ar o cenário de uma remodelação. Depois tentam encontrar clivagens entre os parceiros da coligação. Finalmente planeiam eleições. Porventura porque os números do PS são melhorzinhos do que há uns tempos atrás.

Se calhar fariam bem em analisar o asco que mais de 100.000 portugueses têm a Sócrates a ponto de assinarem uma petição online contra o seu regresso à televisão.

Seguro terá aparentemente escrito uma carta a alguém a comprometer-se com o cumprimento do acordo. Acordo a que Jerónimo se refere como o "chamado Pacto de agressão" . Sim, na verdade é chamado por ele e por outros fortes adeptos da cassete gravada no hotel Vitória e imposta às hostes como a nomenclatura oficial do acordo (este Jerónimo se não existisse tinha de ser inventado).

O divertido, ou talvez trágico, é que este imbecil que dá pelo nome de Seguro quer apenas que o Governo seja substituído para ele continuar a fazer exactamente a mesma coisa. Incluindo o corte de 4 mil milhões, suponho eu, já que isso é também uma imposição da Troyka.
O que Seguro parece querer dizer é que cumprirá o memorando original. Esquecendo-se que o próprio memorando definia os períodos de avaliação e a possibilidade de haver revisão de objectivos e metas. Ou seja, o que ele teria de cumprir era o acordo pós 7ª avaliação com tudo o que isso implica.

Espanta-me profundamente o grau de imbecilidade de Seguro. Como é possível que os últimos líderes do PS tenham sido um criminoso inconsciente e um imbecil ignorante?
Como é que um país pode olhar para o futuro quando os líderes dum partido como o PS alternam entre o bandido e o idiota?
E se a coisa parasse por aí ainda vá. Mas o problema é que tudo o que rodeia Seguro, desde o porta voz do PS ao inenarrável Zorrinho são dum nível de indigência intelectual de bradar aos céus.
O que seria de nós com gente desta a gerir os destinos do país. Até que ponto seria ridícula uma negociação com gente desta e os membros da Troyka?

Não sei exactamente o que farão com as cartas de Seguro. Elas deveriam ter um destino claro. Mas estou a imaginar quem as lê a abanar a cabeça em total incredulidade.

A necessidade de aparecer constantemente tem levado Seguro a ser de tal forma oco e irrelevante que até os bonecos da SIC gozam com ele. De uma forma que deveria merecer alguma análise por parte do visado relativamente à imagem que o país tem dele.

O PS parece um circo de má qualidade em que o domador está bêbado e o leão drogado. O único truque que o domador parece ser capaz de fazer é conseguir por o leão a dormir...

Mas que aridez. Que pobreza.